Saúde

Brasil e Mundo

São Paulo já contabiliza 221 mortos em decorrência da dengue

Números atualizados nesse domingo pela Secretaria Estadual de Saúde

Por Letycia Bond – Repórter da Agência Brasil – São Paulo

Com a epidemia de dengue no país, o estado de São Paulo já contabiliza 221 mortes decorrentes de complicação da doença. De acordo com informações da Secretaria da Saúde, até esse domingo (7), última vez em que o balanço foi atualizado, o estado somava 1.037.620 casos notificados da arbovirose, dos quais 471.989 (45,4%) foram confirmados.

O número de óbitos pode aumentar, já que 495 mortes ainda estão sob investigação, ou seja, aguardam resultado de exame laboratorial comprobatório ou classificação por critério clínico-epidemiológico. Da parcela já confirmada, 567 casos foram qualificados como sendo de dengue grave, também conhecida como dengue hemorrágica.

De acordo com o Instituto Butantan, uma em cada 20 pessoas pode desenvolver o quadro grave da dengue, que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Os sintomas, nesse caso mais severo da doença, abrangem dor abdominal intensa, vômito persistente, que pode conter sangue, sangramento nas gengivas ou no nariz, dificuldade para respirar, confusão mental, fadiga, aumento do fígado, queda da pressão arterial e sangue nas fezes.

Caso o paciente apresente esses sintomas, a recomendação é de que busque imediatamente atendimento médico, pois a tendência é de que haja complicações e até mesmo morte dentro de um período de um a dois dias após o surgimento de tais sintomas.

No estado de São Paulo, mais de 245 mil casos confirmados (60,3%) são de pacientes brancos, o que pode sugerir um maior acesso à rede de saúde. A parcela de pessoas pretas é 7,34% (29.872 casos), enquanto a de pardos 31,1% (126.838).

Os sintomas mais informados aos profissionais da rede de saúde são, conforme registra o governo estadual, febre, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular), náusea (enjoo), dor nas costas e dor retro-orbitária (dor atrás dos olhos).

Também têm sido mencionados vômito, artralgia (dor nas articulações), artrite (inflamação das articulações), exantema (manchas avermelhadas na pele), petéquias (manchas marrom-arroxeadas), leucopenia (queda de glóbulos brancos no sangue), prova do laço positiva (quando se identificam mais de 20 pontinhos vermelhos em certa região marcada na pele) e conjuntivite.

Entre os municípios com situação mais crítica, estão Campinas, São José dos Campos, Ilhabela, Caraguatatuba, São Sebastião, Ubatuba e Ribeirão Preto. Guarulhos é outra cidade com alta incidência de dengue, atualmente.

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Brasil e Mundo

Brasil tem 575.930 médicos ativos: 2,81 por mil habitantes

Demografia Médica 2024 foi divulgada nesta segunda pelo CFM

Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil – Brasília

O Brasil registra, atualmente, 575.930 médicos ativos – uma proporção de 2,81 profissionais por mil habitantes, a maior já registrada no país. Os dados fazem parte da Demografia Médica 2024, divulgada nesta segunda-feira, dia 8, pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

Desde o início da década de 1990, o número de médicos no país mais que quadruplicou, passando de 131.278 para a quantidade atual, registrada em janeiro de 2024. No mesmo período, a população brasileira aumentou 42%, passando de 144 milhões para 205 milhões, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número de médicos, portanto, aumentou oito vezes mais do que o da população em geral. Entre 1990 e 2023, a população médica registrou crescimento médio de 5% ao ano, contra aumento médio de 1% ao ano identificado na população em geral.

A maior progressão no volume de médicos ocorreu de 2022 a 2023, quando o contingente saltou de 538.095 para 572.960 – um aumento de 6,5%. Com índice de 2,8 médicos por mil habitantes, o Brasil tem hoje taxa semelhante à registrada no Canadá e supera países como os Estados Unidos, o Japão, a Coreia do Sul e o México.

Para o CFM, o crescimento foi impulsionado por fatores como a expansão do ensino médico, sobretudo nas últimas duas décadas, e pela crescente demanda por serviços de saúde.

Escolas médicas

Dados da Demografia Médica mostram que, atualmente, há 389 escolas médicas espalhadas pelo país – o segundo maior número no mundo, atrás apenas da Índia. A quantidade de faculdades de medicina no Brasil quase quintuplicou desde 1990, quando o total chegava a 78. Nos últimos dez anos, a quantidade de escolas médicas criadas (190) superou o total de todo o século passado.

“O CFM vê com muita preocupação a velocidade de abertura de novas escolas médicas e do aumento das vagas em escolas já existentes. A abertura de vagas em escolas médicas é algo de interesse público e deve acontecer por necessidade social”, destacou o supervisor do estudo e conselheiro Donizetti Giamberardino.

“A preocupação do conselho hoje é que se forme médicos de boa qualidade e com princípios éticos, a fim de atender à população”, completou.

Desigualdade

Apesar do significativo aumento no contingente de médicos brasileiros, o CFM considera que ainda há um cenário de desigualdade na distribuição, na fixação e no acesso aos profissionais.

“O Brasil hoje tem número razoável de médicos registrados nos conselhos regionais de medicina, quando comparado às principais nações do mundo. Mas um dos principais problemas ainda é a distribuição desses médicos no país continental que é o Brasil”, avaliou Giamberardino.

Os números mostram que a maioria dos profissionais opta por se instalar nos estados do Sul e do Sudeste e nas capitais, devido às condições de trabalho. Os que vivem no Norte, no Nordeste e em municípios mais pobres relatam falta de investimentos em saúde, vínculos precários de emprego e ausência de perspectivas.

“Esse fato, por si só, trás muita dificuldade de acesso. Acesso é um princípio fundamental do Sistema Único de Saúde (SUS), adotado pelo Brasil em sua Constituição como direito do paciente”, destacou o conselheiro. “Se nós permitirmos que a medicina obedeça a uma lógica de mercado, atendendo às riquezas regionais, vamos promover desigualdade.”

Perfil

A idade média dos médicos em atividade no Brasil é 44,6 anos. Entre os homens, a idade média é 47,4 ano. Já para as mulheres, 42 anos. Observa-se também uma diferença no tempo de formação entre os gêneros: em média, os médicos têm 21 anos de formados, enquanto as médicas têm 16 anos.

Em 2023, os homens ainda representavam, ligeiramente, a maioria entre os médicos com até 80 anos, respondendo por 50,08% do total, enquanto as mulheres representavam 49,92%. Em 2024, a estimativa é que o número de médicas ultrapasse o de médicos. Atualmente, entre os médicos com 39 anos ou menos, as mulheres já constituem maioria, representando 58% em comparação a 42% dos homens.

“Se observarmos os profissionais hoje abaixo de 40 anos, a maioria é formada por mulheres”, destacou Giamberardino. “É uma característica das profissões. A mulher está impondo o seu justo papel de liderança e reconhecimento. Medicina se mede por conhecimento e só tem liderança na medicina quem tem conhecimento.”

Distribuição

O estudo mostra ainda que o aumento no número de médicos ao longo das últimas décadas não resultou em distribuição igualitária pelo país. O Sudeste tem proporção de profissionais superior à média nacional, de 2,81 por mil habitantes. A região tem a maior densidade e proporção de médicos; 3,76 por mil habitantes e 51% do total de médicos, enquanto abriga 41% da população brasileira.

Em contraste, o Norte exibe a menor proporção de médicos (1,73 por mil habitantes), ficando significativamente abaixo da média nacional. O Nordeste, com 19,3% dos médicos e 26,8% da população, apresenta uma razão de 2,22 médicos por mil habitantes, também abaixo da média nacional.

O Sul, por sua vez, com 15,8% dos médicos e 14,8% da população, registra 3,27 médicos por mil habitantes, enquanto o Centro-Oeste, com 9% dos médicos e 8,1% da população, tem 3,39 médicos por mil habitantes, ambos acima da média nacional.

Nas capitais, a média de médicos por mil habitantes alcança o patamar de 7,03, contra 1,89 observada no conjunto das cidades do interior. Ao analisar os extremos dessa distribuição, Vitória registra a maior densidade: 18,68 médicos por mil habitantes. Em contrapartida, no interior do Amazonas, a densidade é de 0,20 médico por mil habitantes.

“O número de médicos é razoável, mas ainda é mal distribuído. Se nós crescermos sem uma política de fixação, isso vai aumentar a desigualdade”, ressaltou Giamberardino.

“Aumentar o número de médicos é algo muito simplista. Precisamos de uma rede de assistência que deve começar pela atenção primária. Esse número de médicos não merece comemoração. Precisamos estar preocupados com a formação desses médicos, que eles continuem num processo de aprendizado. O curso de medicina não é terminativo. O médico necessita de uma obrigação de atualização”, concluiu.

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Brasil e Mundo

Brasil passa a adotar esquema de dose única contra o HPV

Anúncio foi feito pela ministra da Saúde, Nísia Trindade

Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil – Brasília

A vacinação contra o HPV no Brasil, a partir de agora, passa a ser feita em dose única. O anúncio foi feito pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, na noite dessa segunda-feira (1º). Até então, o país utilizava um esquema de duas doses para combater a infecção, principal causadora do câncer de colo de útero.

“Uma só vacina vai nos proteger a vida toda contra vários tipos de doença e de câncer causados pelo HPV, como o câncer de colo de útero. Não vamos deixar que crianças e jovens corram esse risco quando crescerem”, escreveu a ministra em seu perfil na rede social X, antigo Twitter.

Nísia pediu ainda que estados e municípios façam uma busca ativa por jovens com até 19 anos que não receberam nenhuma dose da vacina. Segundo ela, em 2023, foram aplicadas 5,6 milhões de doses do imunizante. “O maior número desde 2018 e um aumento de 42% no número de doses aplicadas em relação a 2022”.

“Agora, temos mais vacinas para proteger nossa população contra os riscos causados por esse vírus. Usar apenas uma dose de vacina foi uma decisão baseada em estudos científicos, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS)”, destacou.

Quem pode se vacinar

A imunização no Brasil, atualmente, é indicada para meninos e meninas de 9 a 14 anos; vítimas de abuso sexual de 15 a 45 anos (homens e mulheres) que não tenham sido imunizadas previamente; pessoas que vivem com HIV; transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea; e pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos.

Testagem

Em março, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) de um teste para detecção de HPV em mulheres classificado pela própria pasta como inovador. A tecnologia utiliza testagem molecular para a detecção do vírus e o rastreamento do câncer do colo do útero, além de permitir que a testagem seja feita apenas de cinco em cinco anos.

A forma atual de rastreio do HPV, feita por meio do exame conhecido popularmente como Papanicolau, precisa ser realizada a cada três anos. A incorporação do teste na rede pública passou por avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que considerou a tecnologia mais precisa que a atualmente ofertada no SUS.

A infecção

O HPV é considerado atualmente a infecção sexualmente transmissível mais comum em todo o mundo e o principal causador do câncer de colo de útero. A estimativa do ministério é que cerca de 17 mil mulheres sejam diagnosticadas com a doença no Brasil todos os anos.

Apesar de se tratar de uma enfermidade que pode ser prevenida, ela segue como o quarto tipo de câncer mais comum e a quarta causa de morte por câncer em mulheres – sobretudo negras, pobres e com baixos níveis de educação formal.

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Valinhos

Valinhos espera aplicar 46 mil doses da vacina contra gripe

Campanha teve início nesta segunda-feira, dia 26, para grupos prioritários

A 26ª Campanha de Vacinação contra a Influenza foi iniciada nesta segunda-feira, dia 25, pela Prefeitura de Valinhos. A meta da Secretaria da Saúde é aplicar cerca de 46 mil doses, vacinando 90% das pessoas dos grupos prioritários.

Compõem os grupos prioritários crianças de 6 meses a menores de 6 anos (5 anos, 11 meses e 29 dias), crianças indígenas de 6 meses a menores de 9 anos, trabalhadores da Saúde; gestantes; puérperas, professores dos ensinos básico e superior; povos indígenas; idosos com 60 anos ou mais; pessoas em situação de rua; profissionais das forças de segurança e de salvamento; profissionais das Forças Armadas; pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade); pessoas com deficiência permanente; caminhoneiros; trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso); trabalhadores portuários; funcionários do sistema de privação de liberdade; população privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos), além de pacientes com doenças crônicas.

ONDE VACINAR

A imunização ocorre em 14 Unidades Básicas de Saúde (UBS’s), de segunda a sexta-feira, das 9h às 11h, e das 13h às 15h, com exceção da UBS Vila Santana, que aplica vacinas no período das 9h às 15h, e das UBSs Bom Retiro, Jardim São Marcos e Jardim Paraíso, que também atende sem intervalo, das 9h às 18h.

A vacinação vai até o dia 31 de maio. No entanto, antes desta data a Secretaria da Saúde promoverá o Dia D de Vacinação. A ação será no próximo dia 13 de abril, na UBS da Vila Santana, das 8h às 17h.

ANO PASSADO

A taxa de cobertura vacinal contra a gripe no ano passado em Valinhos foi 54%. Entre os grupos prioritários que mais vacinou estão as mães no período de amamamentação, com 80,79%, idosos, com 65,51% e gestantes, com 57,30%.

O município realizou em 2023m 12.991 atendimentos por síndrome gripal. Em 2022 foram atendidas 40.326 pessoas.

Segundo informações da Secretaria da Saúde destaca a importância da vacinação contra Influenza, já que nos meses de outono e inverno há um aumento considerável de internações nos hospitais, principalmente nos grupos de crianças e idosos.

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Valinhos

Bebê nasce nas depedências da Upinha na manhã deste sábado, dia 23

Criança nasceu de parto normal; mãe e bebê passam bem

A Unidade de Atendimento Pediátrico, Ginecológico e Obstétrico de Valinhos, conhecida como Upinha, deu boas-vindas a Vítor Augusto, que nasceu de parto normal às 7h59 deste sábado, dia 23. Pesando 3,8 quilos, é filho de Jéssica e Pérsio Fernandes.

Os pais procuraram a unidade nesta manhã e foram prontamente atendidos pelo ginecologista, Drº Shinkai, e pelos pediatras Drº Samir e Drª Mariana, contando também com a ajuda das enfermeiras Simone e Ana e da técnica Lana. Mãe e bebê passam bem e já foram encaminhados à Santa Casa de Valinhos.

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Opnião

Saúde mental feminina X etarismo no trabalho

Depressão e ansiedade podem estar atreladas ao sentimento de escassez devido ao etarismo em espaços corporativos, afirma especialista do CEUB

O processo natural do envelhecimento é mais cruel para as mulheres, diante do modus operandi da sociedade moderna. Fatores como perda de colágeno, idade reprodutiva, pressão social e estética são diariamente colocados em xeque. Para além dos fatores biológicos, as oportunidades de inserção no mercado de trabalho são cada vez menores para elas. As dificuldades enfrentadas por mulheres com mais de 50 anos variam, com desafios cada vez mais significativos em relação ao desemprego na maturidade, como aponta pesquisa divulgada pela EY Brasil, especializada em recolocação e desenvolvimento profissional para pessoas com mais de 50 anos.

De acordo com o estudo, o desemprego há mais de um ano atinge 32% das mulheres 50+ e apenas 19% dos homens da mesma faixa etária. A pesquisa aponta ainda que 20% das mulheres 50+ optam por ocupações autônomas e freelancer, já os homens conseguem vagas como consultores, indicando menor espaço em cargos formais para o gênero feminino. Nesse sentido, a saúde mental dessas mulheres é diretamente afetada pela falta de oportunidade no mercado de trabalho. Lucas Benevides, psiquiatra e professor de Medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB), considera que a depressão e ansiedade podem estar atreladas ao sentimento de escassez devido ao etarismo em espaços coletivos e competitivos como a carreira.

De acordo com o psiquiatra, etarismo, ou discriminação baseada na idade, pode ter impactos significativos na saúde mental das mulheres, afetando sua autoestima, bem-estar emocional e psicológico porque a sociedade frequentemente impõe expectativas e padrões que valorizam a juventude, especialmente para as mulheres, o que pode levar a uma série de efeitos negativos quando elas envelhecem.

“À medida que envelhecem, muitas mulheres se deparam com estereótipos negativos sobre o envelhecimento, que podem ser internalizados, levando a sentimentos de desvalorização, invisibilidade e, em alguns casos, isolamento social. Isso pode aumentar o risco de depressão, ansiedade e diminuição da autoestima”, relata.

Segundo Lucas Benevides, as cobranças sociais relacionadas à aparência, produtividade e papéis tradicionais podem se intensificar com o passar da idade. Mulheres são frequentemente avaliadas por sua capacidade de manter a aparência jovem e atender às expectativas de cuidados com os outros, levando a uma pressão contínua que pode afetar negativamente sua autoestima. “A comparação com padrões inalcançáveis pode levar a uma percepção distorcida de si mesma e a sentimentos de inadequação e isso inclui o valor de uma carreira de sucesso”.

O preconceito contribui para o desenvolvimento de transtornos psicológicos mais graves, aponta o professor do CEUB. Ele destaca o exemplo do isolamento social, como uma tendência comum do envelhecimento, estando associado a um risco aumentado de transtornos de humor, ansiedade e demência. Além disso, a experiência de discriminação pode ser um fator de estresse crônico.

Desafios femininos

Encarar o envelhecimento e o etarismo de maneira positiva envolve a construção de resiliência psicológica e a busca por apoio social como a participação em grupos sociais ou atividades coletivas que valorizem a diversidade de idades, bem como o desenvolvimento de uma identidade positiva que transcenda a aparência física, ressalta o especialista. “Também é importante considerar práticas de autocuidado, como a manutenção de um estilo de vida saudável e a busca por terapia quando necessário”, afirma.

Para Benevides, abordar a saúde mental das mulheres após os 50 anos requer uma compreensão holística que inclua os aspectos físicos, emocionais e sociais do envelhecimento. É importante que a sociedade como um todo, incluindo profissionais da saúde mental, reconheça o etarismo, para promover uma visão mais inclusiva e respeitosa do envelhecimento. “O empoderamento das mulheres através da educação, apoio social e acesso a recursos de saúde mental ajudam a mitigar os impactos negativos do etarismo e promover uma experiência de envelhecimento mais positiva”.

Superar o etarismo feminino em todas as esferas, inclusive no âmbito profissional é um processo complexo e profundamente pessoal que varia significativamente de uma mulher para outra, dependendo de suas circunstâncias únicas, desejos e necessidades emocionais. No entanto, existem alguns aspectos essenciais que podem ajudar mulheres a enfrentar o preconceito enraizado na sociedade:

Suporte emocional: Ter acesso a uma rede de apoio composta por parceiros, familiares, amigos ou grupos de apoio pode fornecer um espaço seguro para expressar sentimentos e experiências. O suporte emocional é crucial para lidar com a montanha-russa emocional que muitas vezes acompanha a infertilidade.

Aconselhamento e terapia: Profissionais especializados em saúde mental, especialmente aqueles com experiência em questões de gênero, podem oferecer estratégias para lidar com o estresse, a ansiedade, a depressão e o luto que podem surgir com envelhecimento.

Informação e educação: Entender as opções de tratamento disponíveis e o que esperar de cada uma delas pode ajudar a mulher a se sentir mais no controle de sua jornada. Tomar decisões informadas é um passo crucial.

Autocuidado: Praticar o autocuidado, incluindo uma alimentação saudável, exercícios regulares, hobbies e atividades de relaxamento, pode melhorar o bem-estar geral e ajudar a gerenciar o estresse. O autocuidado também significa permitir-se vivenciar e expressar suas emoções sem julgamento.

Paciência e resiliência: Superar o etarismo muitas vezes requer paciência e resiliência diante de contratempos e desapontamentos. Desenvolver uma perspectiva resiliente pode ajudar a enfrentar os desafios emocionais e físicos de forma mais eficaz.

O psiquiatra do CEUB frisa que envelhecer pode ser uma experiência isoladora, mas as mulheres não estão sozinhas e buscar apoio e recursos pode fazer uma grande diferença para alavancar os projetos pessoais e profissionais. “Cada mulher deve encontrar seu próprio caminho para superar a senescência num caminho que respeite suas emoções, desejos e valores individuais”, completa.

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Valinhos

Força-tarefa de ultrassom registra 59% de falta de pacientes em dois dias

Secretaria da Saúde entrará em contato com pacientes para reagendar faltantes e pede que usuários se comprometam com as agendas


A força-tarefa de ultrassom realizada pela Prefeitura de Valinhos registrou 59% de falta de pacientes em dois dias. Segundo a Secretaria da Saúde, no primeiro dia da ação nesta segunda-feira (18), dos 420 agendamentos efetuados 319 pacientes foram atendidos e 101 faltaram, ou seja, o índice de faltas foi de 25%. Já no segundo dia, nesta terça-feira (19), dos 420 agendamentos, 278 pacientes foram atendidos e 142 faltaram, ou seja, o índice de faltas foi de 34%.

De acordo com a Secretaria da Saúde a força-tarefa de ultrassom – ação que é promovida em parceria com a Faculdade Anhanguera de Valinhos (FAV), na sede da instituição – prosseguirá até 28 de março e os faltantes serão reagendados, pois a previsão é a realização de 3,5 mil exames.

“É importante que os pacientes agendados compareçam no dia e horário do exame, para não prejudicar outros pacientes”, reforçou o secretário de Saúde, João Gabriel Vieira.

Cinco equipes estão atuando na realização dos exames e a Secretaria da Saúde pede que os pacientes se comprometam com as agendas. Todos foram contatados por meio de ligações para o agendamento específico de ultrassons entre os últimos dias 9 e 10. Foram realizadas três tentativas para contatar as pacientes em horários e dias diferentes. Os pacientes agendados são os que estavam no aguardo por esses procedimentos, portanto, não há livre demanda.

Para participar da força-tarefa de ultrassom é necessário apresentar documento de identificação, Cartão SUS e o pedido médico. Segundo a Secretaria da Saúde, o objetivo é planejar, executar e gerir os serviços de saúde em consonância com os princípios do Serviço Único de Saúde (SUS), buscando excelência nas ações direcionadas a integridade na saúde e qualidade de vida dos cidadãos.

EXAMES

Entre os exames que serão realizados estão USG Transvaginal, USG Abdome total, USG Articulação, USB Mama Bilateral, USG Aparelho Urinário, USG Abdome Superior, USG Tireóide, USG Pélvica, USG Parede Abdominal, USG Próstata, USG Parede Inguinal, USG Partes Moles, USG Bolsa Escrotal, USG Obstétrico, USG Morfológico, USG com Translucência Nucal.

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Valinhos

Fundo Social de Solidariedade abre inscrições para curso de cuidador de idosos

Formação é gratuita e começa no próximo dia 1º
O Fundo Social de Solidariedade de Valinhos abriu inscrições para um curso gratuito de Cuidador de Idoso. A formação será oferecida por meio de parceria com a Home Angels e inicia no próximo dia 1º de abril.
As aulas vão acontecer às segundas, quartas e sextas-feiras, das 8 às 12 horas, no auditório do Fundo Social. São dez vagas disponíveis, com inscrições que podem ser feitas até o próximo dia 28 no site da Prefeitura de Valinhos, via ‘Valinhos 360/1Doc’ (https://valinhos.1doc.com.br/b.php?pg=wp/wp&passo=2&itd=5&iagr=&ss=&erro=g#in).
No formulário on-line o interessado deve informar nome completo, data de nascimento, CPF e RG, telefone e e-mail de contato. Quem tiver dificuldades em realizar a inscrição, pode procurar diretamente o Fundo Social de Solidariedade de Valinhos para mais informações. O endereço é Rua José Milani, nº 15, Centro, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 12h30 e das 13h30 às 16h.

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Valinhos

Valinhos realiza força-tarefa de ultrassom e prevê realização de 3,5 mil exames

Procedimentos serão realizados na FAV à partir de segunda-feira, dia 18, e vão até 28 de março e envolverão cinco equipes de atendimento 

A Secretaria da Saúde de Valinhos, realiza a partir do próximo dia 18 uma força-tarefa de ultrassom, na Faculdade Anhanguera de Valinhos (FAV). A ação prosseguirá até 28 de março e a previsão é a realização de 3,5 mil exames.

Segundo a Secretaria da Saúde, o objetivo é planejar, executar e gerir os serviços de saúde em consonância com os princípios do Serviço Único de Saúde (SUS), buscando excelência nas ações direcionadas a integridade na saúde e qualidade de vida dos cidadãos.

Prestarão atendimentos durante a força-tarefa cinco equipes. Os pacientes foram contatados por meio de ligações para o agendamento de ultrassons entre os últimos dias 9 e 10. Foram realizadas três tentativas para contatar as pacientes em horários e dias diferentes. Os pacientes agendados são os que estavam no aguardo por esses procedimentos, portanto, não haverá livre demanda.

Para participar da força-tarefa de ultrassom será necessário apresentar documento de identificação, Cartão SUS e o pedido médico.

Entre os exames que serão realizados estão: USG Transvaginal, USG Abdome total, USG Articulação, USB Mama Bilateral, USG Aparelho Urinário, USG Abdome Superior, USG Tireoide, USG Pélvica, USG Parede Abdominal, USG Próstata, USG Parede Inguinal, USG Partes Moles, USG Bolsa Escrotal, USG Obstétrico, USG Morfológico e USG com Translucência Nucal.

ATUALIZAÇÃO

A Secretaria da Saúde informou que teve dificuldades para contatar alguns pacientes devidos ao fato de alguns números de celular e telefones fixos não corresponderem aos usuários cadastrados ou não estarem mais disponíveis. A solicitação da equipe de agentes que prestam este serviço é que os usuários sempre mantenham seus dados atualizados nas unidades de saúde da rede municipal.

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Brasil e Mundo

Pesquisa detecta vírus zika e chikungunya em ovos de mosquitos Aedes

© Arquivo/Agência Brasil

Estudo recomenda reforço na vigilância epidemiológica

Por Daniella Almeida – Repórter da Agência Brasil – Brasília

Um estudo de nove pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) detectou ovos do mosquito Aedes aegypti com a presença dos vírus ZIKV, causador da zika, e do CHIKV, da chikungunya. O resultado demonstra a transmissão vertical do vírus, quando é passado de fêmeas adultas para larvas depositadas por elas. Posteriormente, os ovos eclodem e os novos mosquitos já nascem com o vírus recebido.

O estudo foi publicado em um artigo da Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical com o título Detecção de arbovírus em Aedes aegypti por meio de análise transovariana: um estudo em Goiânia, Goiás.

O novo mecanismo de transmissão descoberto para essas duas doenças infecciosas é diferente do modo de transmissão mais conhecido, o horizontal. Nesse caso, o mosquito pica um ser humano ou animal infectado, suga e se contamina com esse sangue e, então, o inseto fica apto a contaminar outras pessoas com o chamado repasto sanguíneo do vírus, ou seja, nas picadas.

A conclusão da pesquisa é que a transmissão direta aos ovos de Aedes aegypti, classificada como transovariana, sem passar por um hospedeiro, serve de alerta às autoridades de saúde, pois, seu principal vetor urbano, o mosquito, provavelmente, adquiriu essa capacidade, destaca o estudo.

Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador do estudo, Diego Michel Fernandes da Silva, disse que a descoberta de que os mosquitos já estão nascendo infectados preocupa pelo fato de a transmissão vertical ser um mecanismo de adaptação que os insetos encontram para transmitir os vírus a seus descendentes, facilitando a dispersão deles para áreas urbanas.

“É preocupante para a saúde pública porque descobrimos um novo mecanismo de transmissão. A gente sabia da transmissão horizontal. Agora, nesse meio, encontramos a transmissão vertical, com o depósito de seus ovos contendo o vírus e que transmite esse vírus de forma direta. [A fêmea] não precisa primeiro achar um hospedeiro, o que pode aumentar essa disseminação”, explica o biólogo e doutorando na UFG.

Método

Ovos e mosquitos adultos de Aedes aegypti foram capturados nas três grandes regiões da capital goiana  – noroeste, sudoeste e norte – por agentes da Vigilância Sanitária do Estado de Goiás, de janeiro a setembro de 2022.

Brasília (DF) 27/02/2024 - Ilustração do Artigo científico publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT). Fonte: Sociedade Brasileira de Medicina Tropical/Divulgação
Ilustração do artigo científico publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Após a captura, um total de 1.570 fêmeas adultas foram separadas e organizadas em grupos de dez insetos cada, contendo a cabeça e o tórax para análise, o que resultou na distribuição de 157 grupos para análise e investigação laboratorial. Os ovos dessas fêmeas foram cultivados em condições controladas de laboratório até o surgimento dos mosquitos adultos.

Desse total, dois grupos (20 amostras) com resultados positivos para o vírus CHIKV e um grupo (10 amostras) com resultados positivos para o ZIKV, indicaram que os descendentes estavam infectados e que esses mesmos descendentes podem transmitir o vírus após o nascimento.

Recomendação

Além do estudo alertar as autoridades de saúde para a possibilidade do aumento das transmissões dos dois vírus causadores da zika e do chikungunya, o biólogo da UFG Diego Michel Fernandes da Silva enfatiza que é preciso reforçar a vigilância epidemiológica local e procurar novos mecanismos de prevenção e eliminação do Aedes.

Brasília (DF) 27/02/2024 - Coordenador da pesquisa e doutorando da Universidade Federal de Goiás (UFG), Diego Michel Fernandes da Silva Foto: Diego Michel Fernandes da Silva/Arquivo Pessoal
Coordenador da pesquisa Diego Michel Fernandes da Silva – Foto: Arquivo Pessoal

À população em geral, o biólogo insiste que todos devem estar atentos à eliminação de criadouros de ovos do mosquito Aedes aegypti, depositados em recipientes com água, preferencialmente limpa, parada e na sombra. Contudo, não basta secar os reservatórios de água parada para impedir a reprodução do inseto. O pesquisador reforça que é preciso, também, limpar o local, pois o ovo do Aedes pode sobreviver sem água por determinado período.

“O alerta é o mesmo de sempre. A população já está acostumada. É preciso eliminar esses ovos antes da eclosão. O melhor modo é não deixar a água parada. Mas o ovo em si, consegue durar cerca de 1 ano na natureza sem contato com a água, esperando o momento propício para ele se desenvolver”, disse.

O biólogo Diego Michel avalia que o estudo pode despertar a curiosidade de outros cientistas para desenvolverem também novos métodos de prevenção ao mosquito vetor de transmissão.

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