ALIMENTAÇÃO

Saúde

Estudo associa ingestão excessiva de sal a maior risco de dermatite atópica

 Trabalho de pesquisadores dos Estados Unidos mostra que alto consumo de sódio está ligado também a mais crises e sintomas graves da doença

 

Por Thais Szegö, da Agência Einstein

Uma dieta mais salgada pode trazer impactos na saúde da pele, elevando o risco de dermatite atópica, inflamação que provoca lesões que coçam. O elo entre a alimentação e a doença crônica foi feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, em estudo publicado no Jama Dermatology.

Os cientistas examinaram a urina de 215.832 adultos com idades entre 30 e 70 anos, durante 24 horas, e observaram que cada grama a mais de sódio estava associado a um risco 11% maior do aparecimento da doença, que também é conhecida como eczema atópico.

O estudo mostra ainda que o consumo aumenta em 16% a probabilidade de a pessoa ter um caso ativo, pois essa enfermidade crônica alterna períodos de remissão do quadro com períodos de crise que envolvem lesões avermelhadas, descamação e coceira.

Uma dieta muito salgada, ainda segundo o estudo, eleva em 11% a propensão a um quadro grave de dermatite atópica, que pode levar a lesões mais sérias, com secreção e fissuras infectadas.

Os cientistas analisaram também o perfil de 13 mil adultos participantes da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição, realizada pelo governo dos EUA. Os pesquisadores concluíram que comer apenas um grama adicional de sódio por dia – cerca de meia colher de chá de cozinha de sal – está associado a um risco 22% maior de alguém apresentar um caso ativo de eczema. Esse achado foi ao encontro dos resultados obtidos na primeira fase.

“Os autores do trabalho descobriram que o sódio é armazenado na pele, onde pode favorecer um processo de inflamação, que é um importante gatilho para a crise de dermatite atópica”, analisa a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).

Mas novos estudos são necessários para comprovar esses achados. “A relação entre alimentação e a doença não é bem estabelecida e esse trabalho, que foi bem desenhado e envolveu um número bem grande de pessoas, é interessante porque está abrindo novas frentes de pesquisa, mas ainda não podemos dizer que é algo conclusivo”, pondera a dermatologista Barbara Miguel, do Hospital Israelita Albert Einstein. “Se conseguirmos de fato fazer essa relação, vamos poder diminuir um fator desencadeante dos sintomas.”

De acordo com a pesquisa, reduzir a quantidade de sal na dieta já seria uma forma de evitar os períodos ativos da enfermidade. “Na minha opinião, o estudo poderia ser replicado levando em consideração algumas variáveis, como uso de hidratantes, temperatura dos banhos e hidratação via oral, fatores que também influenciam no quadro e não foram analisados”, sugere Pomerantzeff.

Quem sofre com a dermatite atópica não pode deixar de lado cuidados importantes, entre eles: evitar banhos muito quentes e longos, usar sabonetes específicos que fazem uma limpeza mais suave, não utilizar buchas de banho e sempre hidratar muito bem a pele com produtos sem perfume. Outras medidas são reforçar a hidratação e tomar muita água, não usar roupas com tecidos de lã e sintéticos e evitar estresse, poluição em excesso e amaciantes de roupas com perfume.

Doença crônica com influência genética

A dermatite atópica está ligada a uma predisposição genética que pode também estar relacionada a outros tipos de males de fundo alérgico, em especial a rinite e a asma. “Trata-se de uma condição inflamatória crônica e recidivante, na qual ocorre uma alteração na barreira cutânea protetora”, explica Pomerantzeff.

Essa é a camada mais superficial da pele, que ajuda a manter sua hidratação e a protegê-la de fatores irritantes e patógenos, como vírus e bactérias.Podemos imaginá-la como uma parede de tijolos e cimento. Os tijolos são as células, chamadas corneócitos, e o cimento é a matriz lipídica, uma camada composta por ceramidas, colesterol e ácidos graxos que tem a função de ligar essas células”, detalha a dermatologista da SBD.

Com a barreira alterada, há uma diminuição da matriz lipídica, levando à perda de hidratação. Isso faz com que o tecido fique muito seco e com tendência a se tornar irritado e/ou inflamado com a presença de agressores externos.

As regiões de secura e coceira geralmente aparecem em áreas de dobras, como pescoço, atrás dos joelhos, dobras dos braços e pulsos. E, conforme a pessoa vai coçando a cútis, causa escoriações e faz com que a coceira aumente ainda mais. “O quadro também envolve fatores ligados ao sistema imunológico e tem muito impacto na qualidade de vida, no sono e no rendimento escolar das crianças, já que elas dormem menos”, diz a médica do Einstein.

Além dos cuidados diários com a pele, o tratamento da dermatite atópica pode envolver antibióticos, corticoides tópicos e imunomoduladores, substâncias que agem no sistema imunológico e ajudam a combater a inflamação. Outros possíveis recursos são anti-histamínicos, medicamentos que combatem a reação alérgica; imunossupressores, que têm ação anti-inflamatória; fototerapia e medicamentos biológicos, que diminuem a reação inflamatória.

Fonte: Agência Einstein

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Saúde

Aliados anticâncer: por que vale comer mais vegetais como brócolis e repolho

Do grupo dos crucíferos, essas hortaliças aparecem em estudo como protetoras contra diferentes tumores; saiba quais alimentos fazem parte dessa categoria e como incluí-los no cardápio

Por Regina Célia Pereira, da Agência Einstein

Brócolis, repolho, couve, couve-flor, couve-de-bruxelas, rúcula e agrião são alguns dos integrantes do grupo conhecido como crucíferos. Segundo uma pesquisa publicada em agosto no periódico Journal of Food Science, esses vegetais são aliados anticâncer.

Pesquisadores chineses analisaram 22 meta-análises – que são revisões abrangentes encontradas na literatura científica – e elencaram efeitos protetores contra tumores gástricos, de pulmão, de mama, de próstata, entre outros. “Vale salientar, entretanto, que se trata de um estudo de associação e que as pesquisas incluídas referem-se a diferentes populações e até formas distintas de plantio e de solo”, pondera o nutrólogo Celso Cukier, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Mas a relação desses vegetais com a redução do risco de câncer vem de longa data. Um cardápio com boa oferta de hortaliças, nesse caso com espaço para as crucíferas, fornece uma porção de substâncias protetoras, a começar pelas fibras. Elas atuam em prol do trânsito intestinal e favorecem a microbiota, dois fatores relacionados à diminuição do risco de tumores.

Esses vegetais também acumulam compostos sulfurosos, caso dos glucosinolatos. Pela ação de enzimas no nosso organismo, transformam-se em isotiocianatos, com destaque para o sulforafano, um dos mais estudados e com maior potencial anticâncer. Outro componente, de nome estranho e com a mesma função, é o Indol-3-carbinol.

A lista conta ainda com os carotenoides, festejados pela ação antioxidante, ou seja, que blinda as células de danos causados pelo excesso de radicais livres. Vale menção para a presença de vitaminas, sobretudo o ácido fólico, integrante do complexo B, e a vitamina C, além de minerais, como o potássio e o magnésio. Todos esses ingredientes atuam em sinergia, potencializando a atuação benéfica.

Uma sugestão é priorizar os orgânicos ou dar espaço no cardápio para os itens da época, já que tendem a acumular menos defensivos agrícolas. E lembrando que a prevenção ao câncer envolve ainda outros bons hábitos, como a prática de atividade físico e o manejo do estresse.

Quais são os crucíferos?

Pela classificação botânica, esses vegetais pertencem à família Brassicaceae e são chamados crucíferos porque o arranjo das folhas, dispostas em quatro, faz lembrar uma cruz.

Grande parte é de origem europeia, mas há os que vêm da Ásia, como a couve-flor. A seguir, saiba mais sobre alguns dos integrantes dessa família:

Agrião
Um de seus destaques é a concentração de antioxidantes como a vitamina C e os carotenoides. O sabor picante incrementa saladas e sanduíches, entre outras preparações.

Brócolis

Existem dois tipos, o de cabeça única, chamado ninja, e o ramoso, também conhecido como caipira. Os brócolis estão entre os maiores fornecedores de compostos sulfurosos, precursores do sulforafano.

Para aproveitar toda a riqueza, a recomendação é prepará-los no vapor. Ficam perfeitos em saladas, sopas, pratos de massa à moda italiana e ainda em receitas asiáticas.

Couve-de-bruxelas
A hortaliça pequenina também oferece compostos de potencial anticâncer, caso dos isotiocianatos. Seu sabor é levemente amargo, graças à presença de uma substância conhecida como sinigrina. Entra no preparo de saladas, mas serve como acompanhamento de carnes, aves e massas.

Couve-flor
Excelente fonte de fibras, as aliadas do funcionamento do intestino. Uma das receitas mais famosas é a couve-flor gratinada, mas ela fica deliciosa em sopas e cremes.

Couve-manteiga

Muito presente na culinária mineira, a couve pode ser refogada e temperada com alho. Também tem feito sucesso no preparo de sucos verdes, receita que preserva boa parte da vitamina C, um de seus nutrientes de destaque.

 Repolho
Segundo historiadores, essa hortaliça ajudou a aplacar a fome de povos europeus. Uma de suas versões, a roxa, contém antocianinas, grupo de pigmentos de ação antioxidante. Mas o repolho branco também concentra compostos protetores, caso dos flavonoides.

Além do chucrute alemão, um prato fermentado que favorece a microbiota intestinal, vai bem em refogados, entre outras receitas.

Rúcula
Outra representante da família que é levemente picante. Ela contém luteína e a zeaxantina, dupla de carotenoides que protegem as células de danos oxidativos. Versátil, aparece na cobertura de pizzas e incrementa sanduíches e saladas, por exemplo.

Fonte: Agência Einstein

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Saúde

Custos de ultraprocessados e álcool ao SUS atingem R$ 28 bi por ano

Cerca de 160 mil mortes anuais têm relação com consumo desses produtos

Pesquisas feitas pela Fiocruz, em parceria com as organizações não governamentais  ACT Promoção da Saúde e Vital Strategies, estimam o custo que o consumo de alimentos ultraprocessados e bebidas alcoólicas tem sobre o sistema público de saúde no país. A partir de dados de atendimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), levantamentos mostram que a má alimentação com ultraprocessados leva a R$ 933,5 milhões por ano em gastos diretos com saúde, um total de R$ 10,4 bilhões se considerados custos indiretos e de mortes prematuras, e R$ 18,8 bilhões em relação ao consumo de bebidas alcoólicas. As estimativas não incluem dados de atendimentos na rede suplementar de saúde (planos de saúde e clínicas particulares fora do SUS), nem atendimentos que não tenham esses agentes como principal causa relacionada.

Os estudos indicam a necessidade de combinação de estratégias para diminuir o impacto, com uso de impostos seletivos, aumentando o custo de produtos que tenham esse potencial contra a saúde pública, de forma transparente e relacionada a campanhas de conscientização como as de combate ao tabagismo. “Esses impostos seletivos têm, além do potencial de financiar o tratamento do que os produtos causam, o efeito de reduzir o consumo de substâncias nocivas e estimular escolhas mais saudáveis. Em longo prazo, há também um caráter progressivo associado, com a redução de custos no sistema de saúde e a diminuição da perda de produtividade e de doenças que reduzem a expectativa de vida”, explicou Marília Albiero, coordenadora de Inovação e Estratégia da ACT Promoção da Saúde.

As ONGs promovem campanha pela inclusão desse tipo de imposto na reforma tributária, como estratégia casada de promoção à saúde e financiamento de políticas de justiça tributária. “Em um país que tem enfrentado dificuldades de equacionar receita e despesa nos últimos 10 anos, num momento em que se tem uma pressão muito grande de financiamento do SUS e uma reforma tributária que precisa ser equacionada do ponto de vista de alíquota adequada e de quem paga a conta da limitação dessa alíquota, é preciso entender que alguns setores que causam mais custo para a sociedade podem pagar essa conta, e que ela funciona em uma lógica de ganha-ganha: não só arrecada mais, como pensa uma lógica de tributação específica para garantir políticas necessárias a partir do ganho desse setor”, defendeu Pedro de Paula, diretor da Vital Strategies no Brasil.

A lógica do lobby é a de que o consumo pouco controlado desses produtos esconde o impacto no aumento de doenças comuns e debilitantes, como a hipertensão, o diabetes e a obesidade, que estão entre os principais causadores de perda de produtividade por questões associadas à saúde e entre os fatores determinantes para o surgimento de doenças mais complexas, como demências e cânceres. Além disso, podem ser o caminho para construir sistemas de apoio à agricultura familiar e à distribuição de alimentos in natura, estabelecendo, a partir de combinação de medidas, “uma mudança estrutural do sistema tributário, atuando como instrumento para promover saúde, equidade e sustentabilidade”, completou Albiero.

Riscos associados

Os estudos indicam ainda que as doenças relacionadas ao consumo de ultraprocessados e álcool causam, respectivamente, impacto de 57 mil e de 105 mil mortes por ano. Ainda que o aumento da taxação não vá impedir o consumo excessivo em sua totalidade, há grande potencial de diminuição dessas mortes, estimadas inicialmente em cerca de 25%, ou seja, quase 40 mil vidas por ano, além de ganho na qualidade de vida. Uma comparação feita pelos pesquisadores é com os investimentos recorrentes, e necessários, contra doenças transmissíveis, como a dengue. As campanhas anuais tendem a salvar vidas em patamar de milhares, cerca de duas mil por ano. Uma diferença gritante, quando posta em perspectiva tal disparidade.

“Vale lembrar que essas estimativas são conservadoras, visto que se limitam ao impacto na população empregada adulta, maior de 20 anos, e não incluem outros custos de prevenção, atenção primária, saúde suplementar ou gastos particulares no tratamento das doenças causadas pelo consumo de ultraprocessados”, afirmou Eduardo Nilson, pesquisador da Fiocruz, responsável pelos estudos. São, portanto, uma leitura do cenário a partir dos dados públicos disponíveis. Propositalmente, foram bastante criteriosos, excluindo danos colaterais e cenários relacionados a outros fatores de risco.

Sobre o álcool, que é base para a campanha publicitária “Quer uma dose de realidade?” o estudo buscou entender a percepção pública a respeito da taxação. Os resultados de uma pesquisa por meio de questionários, com cerca de mil participantes, estimou que 62% dos brasileiros apoiam o aumento de preços e 61% são a favor de impostos para reduzir o consumo de álcool. Para 77% das pessoas ouvidas, o governo é responsável por combater os danos relacionados ao álcool. “A gente está falando de 105 mil mortes. Qual é o custo social disso, do ponto de vista de saúde mental, de desesperança, quando você está falando de violência e insegurança pública decorrente dessa violência? Dá até, em longo prazo, para a gente começar a pensar em qualificar essas estimativas. Mas é exatamente isso, tem setores que causam danos para a sociedade e eles devem arcar com esses custos de forma adequada”, completou Pedro de Paula.

O estudo apontou ainda a diminuição potencial de riscos associados com grande difusão na sociedade, como o impacto do álcool na violência doméstica e na gravidade de acidentes de trânsito.

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Saúde

Pesquisa brasileira reforça poder anti-inflamatório da castanha-do-pará

Estudo da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, mostra que o alimento da Amazônia ajuda a combater a inflamação e pode ser um aliado contra a obesidade

 

Por Regina Célia Pereira, da Agência Einstein

Conhecida como castanha-do-pará, ela se apresenta ao mundo como castanha-do-brasil e é assim que aparece no título de um trabalho recente, realizado na Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, que comprova seus poderes contra inflamações e na prevenção da obesidade. O artigo foi publicado em setembro no periódico científico The Journal of Nutrition.

Para o estudo, foram recrutadas 56 mulheres com sobrepeso e obesidade, que receberam tratamento para perda de peso, com orientação dietética e restrição calórica. A turma foi dividida em duas, sendo que uma parte consumiu a castanha diariamente e a outra não ingeriu a oleaginosa.

Após oito semanas, por meio de análises de sangue, concluiu-se que, entre aquelas que comeram o alimento, as concentrações de marcadores inflamatórios eram menores. O grupo apresentou valores mais baixos para a proteína C-reativa, o fator de necrose tumoral e a interleucina 1-beta, por exemplo.

Embora a castanha-do-brasil apresente uma rica mistura de nutrientes e fitoquímicos, credita-se tais resultados especialmente à sua alta quantidade de selênio. “Oferecemos castanhas com teores ainda maiores do mineral, mas seguras”, conta a nutricionista Helen Hermana Miranda Hermsdorff, professora da UFV e uma das coordenadoras do projeto Castanhas Brasileiras, que tem pesquisado as propriedades de variedades nativas do país.

Dentre os mecanismos envolvidos destaca-se a função antioxidante. “Em processos inflamatórios também ocorre um maior estresse oxidativo”, diz a professora. Assim, a atuação contra as moléculas conhecidas como radicais livres é muito oportuna.

Outros achados da pesquisa apontam para a saúde do intestino. “Exames mostraram benefícios na integridade intestinal”, revela Hermsdorff. Isso ajuda a brecar a passagem de substâncias nocivas para a circulação.

Combater inflamações é fundamental para reduzir risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e problemas nas articulações, como a artrite.

Entusiasta da valorização de ingredientes nacionais, a nutricionista Giuliana Modenezi, do Espaço Einstein Esporte e Reabilitação, do Hospital Israelita Albert Einstein, enfatiza a importância de ter as castanhas como aliadas dentro do tratamento da obesidade.

“O estudo reforça o papel da alimentação balanceada, com espaço privilegiado para itens in natura”, avalia. Merece destaque a melhora dos parâmetros inflamatórios, sem a necessidade de se ingerir cápsulas com suplementação, até porque o excesso de selênio pode ser tóxico. Extrapolar nas doses desencadeia diarreia, dor de cabeça, entre outros sintomas.

A riqueza da castanha

Ainda que o teor do mineral possa variar de acordo com o local e o tipo de solo, dificilmente haverá algum perigo de toxicidade a partir do consumo equilibrado do alimento. Aliás, basta uma ou duas unidades para atingir as recomendações diárias do micronutriente.

Embora o selênio seja a estrela, a castanha-do-pará reúne vitaminas, sobretudo a E, sem contar fibras e outros minerais como o magnésio, o parceiro contra o mau-humor. Cabe salientar a parcela de proteína encontrada no alimento, ajudando a incrementar o prato dos veganos.

Assim como nozes, amêndoas e avelãs, ela faz parte da família das oleaginosas e, como o nome do grupo denuncia, a castanha-do-pará concentra gorduras benéficas, entre as quais as mono e as poli-insaturadas, promotoras da saúde das artérias e que contribuem para o aumento da sensação de saciedade.

“O alimento também é importante fornecedor de energia e pode ajudar a suprir o aporte calórico em casos de pacientes com dificuldades alimentares”, comenta Giuliana Modenezi.

Aliás, para quem não quer ganhar peso, é preciso redobrar a atenção com as calorias, daí a recomendação de não extrapolar na quantidade. Ela pode ser saboreada junto de outras oleaginosas, num punhado com 30 ou 40 gramas, nos lanches da tarde.

Também fica ótima moída e salpicada em saladas de frutas ou folhas. Entra ainda nas mais diversas receitas, salgadas ou doces, de tortas, pães, sobremesas e afins. Outra sugestão é incluir no molho pesto, junto de manjericão e azeite, e despejar em massas como o espaguete. Fica ao gosto do freguês, só não pode exagerar.

Fonte: Agência Einstein

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Saúde

Molho de tomate: aprenda a escolher as versões mais saudáveis

Na correria do dia a dia, muitas pessoas recorrem às opções industrializadas dos produtos à base desse fruto. Mas, antes de comprar, fique atento aos ingredientes

Por Thais Szegö, da Agência Einstein

Os produtos à base de tomate fazem parte da lista de compras para temperar ou dar um toque especial e cor aos pratos. Mas há também muitos benefícios para a saúde: o fruto é rico em antioxidantes, como o licopeno, que ajudam a combater a ação prejudicial dos radicais livres e proteger as células do corpo. O tomate também tem propriedades que contribuem para reduzir inflamações e prevenir várias doenças, como câncer e problemas do coração.

Quando passa por algum método de cocção, oferece ganhos ainda maiores. “Isso porque o licopeno é melhor absorvido pelo organismo quando o tomate é consumido cozido ou na forma de molho”, explica a nutricionista Serena del Favero, do Hospital Israelita Albert Einstein. Como se não bastassem todos esses predicados, os atomatados — nome dos produtos à base de tomate — podem ser pouco calóricos.

Só que, diferentemente do que acontece com outras categorias de alimentos, como sucos e cafés, esses itens não se enquadram em uma regulamentação industrial clara para sua padronização. Por isso, é preciso tomar cuidado para não cair em ciladas.

O ideal, claro, é optar pelo molho caseiro sempre que possível. Ele pode ser feito tanto a partir do vegetal fresco quanto de produtos como o tomate pelado e a passata. Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, esses itens são considerados processados. Isso significa que têm como base o alimento in natura, com adição apenas de sal ou açúcar, por exemplo. Em quantidades moderadas, podem fazer parte de uma alimentação saudável.

Não é o caso dos ultraprocessados, que costumam conter grandes quantidades de sódio, óleos e açúcar, além de corantes, aromatizantes, emulsificantes, espessantes e outros aditivos químicos. Se preferir comprar um molho pronto, leia a lista de ingredientes, já que ele pode se encaixar nessa categoria.

“Os itens de melhor qualidade, sabor e textura trazem o tomate como primeiro ingrediente e não contêm muitos nomes complexos, pois eles indicam que o atomatado contém mais substâncias químicas”, ensina Lissandra Breternitz, diretora da Tomate BR, associação que representa os processadores e utilizadores de tomate industrial no país.

Evite aqueles com selos que indicam altas adições de sódio, açúcar e gordura saturada. Também é essencial conferir a tabela nutricional. Uma boa forma de avaliar se o produto é o mais indicado é comparar as informações de marcas distintas, verificando em especial os índices de sódio, gorduras e açúcar adicionados.

No que diz respeito à embalagem, o mais importante é checar se está intacta, estocada em locais com temperatura amena e pouca luz, e se está longe do prazo de validade. A seguir, entenda as diferenças entre os produtos à base de tomate:

Tomate pelado

Nessa opção o fruto é encontrado na sua forma mais natural. É feito com o tomate higienizado e sem pele — daí o nome pelado —, que é envazado com um pouco do seu suco, sem aditivos químicos.

Extrato

Essa é uma versão mais concentrada: tem textura mais espessa, quase como uma pasta, porém sem pedaços de tomate. É feito apenas com frutos processados, ou seja, o tempero fica por conta do cozinheiro. Normalmente, é usado em quantidades menores ou pode ser um pouco diluído.

Ideal para pratos que necessitam de um sabor mais intenso, como pizzas, molho à bolonhesa e ensopados. Pode também ser utilizado com molhos para dar uma dose extra de sabor, cor e textura.

Passata

Ela é um intermediário entre o molho e o extrato. É feita com tomates frescos, sem cozimento e tem uma quantidade menor de frutos por peso em relação ao extrato. Algumas versões tradicionais são elaboradas sem pele e sem sementes, mas há opções rústicas que levam o fruto inteiro. Com a consistência de um purê, normalmente não tem temperos e a maioria dos fabricantes não adiciona sal nem açúcar.

Molhos

Os molhos são feitos com o vegetal processado e temperado. Por isso, podem ter mais sódio e outros aditivos que o tornem um ultraprocessado. O ideal é evitar seu consumo, mas quando optar por eles, prefira aqueles com lista de ingredientes mais enxuta e melhor qualidade nutricional.

 

Fonte: Agência Einstein

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Saúde

Magnésio: saiba por que ele não pode faltar no seu prato

Pesquisa reforça o papel do mineral na proteção cardiovascular, mas ele também coleciona evidências como aliado do bom humor e da saúde óssea. Veja as melhores fontes alimentares

Por Regina Célia Pereira, da Agência Einstein

O magnésio aparece nas castanhas, na banana, no espinafre, no feijão, entre tantos alimentos, e tem marcado presença em estudos mundo afora. Um dos mais recentes, publicado no periódico European Journal of Preventive Cardiology, comprova sua atuação em prol da saúde das artérias.

Pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, avaliaram dados de mais de 15 mil adultos e observaram que entre aqueles que consumiam uma dieta rica em magnésio havia menos risco para males cardiovasculares.

Embora seja um trabalho observacional, isto é, que não estabelece uma relação de causa e efeito, pela quantidade de estudos encontrados na literatura científica é impossível deixar de considerar a hipótese. Até porque o mineral tem ação antioxidante, o que ajuda a resguardar os vasos sanguíneos. Há ainda indícios de que esteja envolvido em mecanismos que favorecem o controle da pressão arterial.

“O magnésio participa de vários processos bioquímicos no nosso organismo”, comenta a nutricionista Débora Donio, da Unidade de Check-Up do Hospital Israelita Albert Einstein. Ela explica que ele atua na transmissão de impulsos nervosos e na produção de neurotransmissores do bem-estar, daí a relação com o humor e o sono.

Vale destacar também sua função no metabolismo energético e na síntese proteica, além do mecanismo de contração e relaxamento muscular, o que impacta o desempenho físico. Existem ainda evidências de que favoreça o aproveitamento da vitamina D. Não bastasse, o mineral coopera para a mineralização óssea.

Suplementar: sim ou não?

São diversos atributos e, diante de tanta divulgação, muita gente lança mão de suplementos por conta própria — o que, segundo os especialistas ouvidos pela Agência Einstein, pode ser perigoso. “Há uma crença de que, por tratar-se de um nutriente e ser atrelado a algo ‘natural’, não traz malefícios, mas o exagero pode desencadear problemas renais, entre outros danos”, avisa a nutricionista Daniela Boulos, da Unidade de Check-Up do Hospital Israelita Albert Einstein. Existem, inclusive, riscos de interações medicamentosas.

Algumas pessoas podem, sim, precisar suplementar. Mas cada situação deve ser avaliada minuciosamente, por meio de exames clínicos e de laboratório. “Atletas de alta performance, que tendem a apresentar perdas de minerais pelo suor, são candidatos”, comenta Débora Donio.

Idosos, sobretudo os que portam dificuldades alimentares e distúrbios intestinais, também costumam necessitar, assim como pacientes que fazem uso de determinados medicamentos para tratar problemas de estômago.

“A deficiência desencadeia alguns sintomas, mas, muitas vezes, os sinais podem vir de outras carências nutricionais, contribuindo para confusões”, diz Boulos. Indisposição, problemas na memória e cansaço são exemplos.

Fontes de magnésio

Recomenda-se consumir entre 300 e 400 mg por dia do mineral, meta que pode ser batida com um cardápio recheado de castanhas, legumes, verduras, frutas e feijões. Confira alguns bons fornecedores, segundo a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos da Universidade de São Paulo (USP):

  • Castanha-do-pará (punhado de 30g) = 97 mg
  • Castanha-de-caju (punhado de 30g) = 87 mg
  • Semente de gergelim (colher sopa15g) = 54 mg
  • Amendoim (punhado de 30g) = 47 mg
  • Feijão carioca cozido (concha 80g) = 36 mg
  • Banana prata (unidade 80g) = 23 mg
  • Leite (copo 240 ml) = 23 mg
  • Aveia (colher sopa 15g) = 17 mg
  • Grão-de-bico cozido (colher servir 45g) = 16,7 mg
  • Avocado (colher sopa 45 g) = 13 mg
  • Couve crua (colher sopa 22g) = 9,4 mg
  • Lentilha cozida (colher servir 35g) = 8,9 mg
  • Espinafre cozido (colher sopa 25g) = 8 mg

Fonte: Agência Einstein

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Saúde

Dieta low carb pode aumentar o risco de diabetes, aponta estudo

Trabalho australiano mostra que restringir a ingestão de carboidrato e exagerar no consumo de gordura contribui para o aparecimento da doença; saiba como incluir o nutriente na alimentação

 

Por Regina Célia Pereira, da Agência Einstein

Visto como vilão do emagrecimento, muitas vezes, o carboidrato é riscado do cardápio sem o menor critério, trazendo prejuízos à saúde.  Uma pesquisa, publicada no periódico Diabetes and Metabolic Syndrome, chega para mostrar que as dietas desbalanceadas, com escassez do macronutriente, estão por trás do aumento do risco de diabetes tipo 2.

Para chegar a tal conclusão, cientistas da Austrália avaliaram dados de 39.185 adultos, vindos de um grande estudo, o Melbourne Collaborative Cohort Study (MCCS), criado no início da década de 1990 para investigar o papel do estilo de vida em doenças crônicas.

Os pesquisadores esmiuçaram informações sobre alimentação, atividade física, medidas de circunferência abdominal, Índice de Massa Corporal (IMC) e cruzaram com diagnósticos médicos.

Observou-se um elo entre a restrição de carboidrato, aliada ao consumo exagerado de gorduras e proteínas, além da pouca ingestão de fibras, com uma maior probabilidade de desenvolver o diabetes tipo 2. Esse distúrbio é marcado pela função prejudicada da insulina e pelos níveis elevados de açúcar no sangue, o que contribui para males cardiovasculares e danos aos olhos, por exemplo.

O trabalho reforça o perigo de seguir dietas da moda sem orientação. Embora o temor com carboidratos venha desde os anos de 1970, hoje as redes sociais espalham cardápios low carb, cetogênicos, carnívoros, sem falar nas mais variadas formas de jejum intermitente.

Há quem remova fontes de carboidrato, por conta própria, e coloque em seu lugar ingredientes ricos em gordura saturada — tipo que, em excesso, colabora para desequilíbrios metabólicos.

A nutricionista Daniela Boulos, da unidade de check-up do Hospital Israelita Albert Einstein, comenta que a exclusão do nutriente pode dar a falsa impressão de emagrecimento. “Mas, para emagrecer de fato, é necessário haver déficit calórico, ou seja, a menor ingestão de calorias em relação ao que se gasta”, diz.

Com a devida orientação, o déficit calórico contribui para a diminuição da massa gorda, ou seja, o emagrecimento. E cortar carboidrato por conta própria não necessariamente ajuda. “O que costuma ocorrer é a perda de água”, explica Daniela Boulos. “Isso porque o carboidrato retém líquido nas células, gerando o glicogênio muscular, que é nossa reserva energética.”

Os números mostrados na balança até tendem a apontar para baixo, mas não de uma maneira sustentável. “Muita gente se empolga com os resultados iniciais e acaba banindo frutas, entre outros alimentos”, diz a especialista. Os prejuízos atrelados a essa atitude incluem carências de vitaminas, sais minerais e fibras.

“Dietas restritivas também costumam prejudicar a relação com a comida”, avisa Carla Muroya, nutricionista do Programa Obesidade e da unidade Check-up do Hospital Israelita Albert Einstein. Esses modelos alimentares impactam social e culturalmente e podem provocar mudanças comportamentais que, em casos extremos, aumentam o risco de transtornos alimentares.

As funções do carboidrato

Num contexto equilibrado, há lugar para todos os alimentos. A nutrição moderna estimula incluir e não excluir. A recomendação de órgãos de saúde é inserir ao menos cinco porções diárias de vegetais, com espaço para frutas de diversos tipos.  Quanto mais colorido o prato, melhor.

Cereais — caso do arroz, da aveia, do trigo e seus derivados, isto é, pães, massas, tortas e afins — devem entrar no dia a dia, na medida certa, sem exageros. “Para definir a quantidade, considera-se o perfil, a idade, o nível de atividade física, entre outros parâmetros”, diz Carla Muroya.

As especialistas ressaltam que o carboidrato é fundamental para o organismo. “Entre suas funções está a de liberar energia para a realização de atividades cotidianas”, comenta Daniela Boulos. Serve de combustível para todas as células, daí porque sua escassez provoca, no mínimo, indisposição. E, como participa da produção de certos neurotransmissores do bem-estar, caso da serotonina, o humor pode ser afetado quando ele está em falta.

Veja, a seguir, como incluí-lo na rotina, de maneira saudável:

Priorize os integrais

Ainda que pães, massas e arroz, nas versões refinadas, possam entrar no cotidiano, desde que em porções adequadas, vale priorizar alimentos integrais.  Ao incluir esses itens, o cardápio ganha em vitaminas, sais minerais e fibras, que colaboram para o trânsito intestinal, entre tantas funções.

Coma no jantar, mas não exagere

Pela manhã, durante o dia ou à noite, não importa o horário, cada grama de carboidrato sempre fornecerá as mesmas 4 calorias. Aliás, trata-se da mesma quantidade de proteína. A gordura, por sua vez, oferece 9 calorias por grama.

Quem deseja manter o peso deve evitar exageros em quaisquer ocasiões.

Combine do jeito certo

Uma estratégia interessante é juntar fontes de carboidrato com alimentos cheios de proteínas, como queijos, iogurtes, carnes, ovos, ou de gorduras boas, caso de castanhas, azeite, abacate, chia e linhaça. “Assim, a absorção torna-se mais lenta, evitando picos de glicemia e promovendo também maior saciedade”, orienta Daniela Boulos.

Fonte: Agência Einstein

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Saúde

Consumo de ovo pode ajudar a melhorar a memória, indica pesquisa

Estudo nos EUA aponta efeitos do alimento nas funções cognitivas, sobretudo entre mulheres; confira outros benefícios e maneiras saudáveis de incluí-lo no dia a dia

 

Por Regina Célia Pereira, da Agência Einstein

Se há algumas décadas o ovo era visto como vilão do cardápio, atualmente ele desponta como um dos alimentos mais completos e destaca-se em estudos pelas vantagens à saúde. Um dos trabalhos mais recentes, publicado em agosto no periódico Nutrients, mostra que o ovo está por trás de impactos positivos na memória, especialmente entre mulheres.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, avaliaram dados de um grupo de 890 indivíduos, sendo 357 homens e 533 mulheres. Os hábitos alimentares dos participantes foram esmiuçados e eles passaram por testes cognitivos.

Entre os resultados do trabalho, observou-se um menor declínio na fluência verbal ao longo dos anos entre as mulheres que consumiam ovo. Elas tinham melhor capacidade de nomear categorias de itens, como animais, em comparação com as que não apreciavam o ingrediente.

Efeitos similares foram observados em outros artigos. “Embora os próprios estudiosos enfatizem a necessidade de mais pesquisas para confirmar tais achados, algumas substâncias encontradas no alimento têm sido associadas a efeitos benéficos ao cérebro”, diz a nutricionista Serena del Favero, do Hospital Israelita Albert Einstein.

A primeira que merece menção é a colina. Trata-se de uma das vitaminas do complexo B. Presente na gema, é essencial para a síntese de um neurotransmissor conhecido como acetilcolina, que, entre outras funções, está envolvido na regulação da aprendizagem e da memória.

Há ainda a luteína e a zeaxantina, integrantes dos carotenoides, grupo de pigmentos de potente ação antioxidante. “Essas substâncias atuam na proteção contra o estresse oxidativo e a inflamação no cérebro”, comenta a nutricionista. Seriam, portanto, guardiãs dos neurônios e demais estruturas cerebrais.

Colina, luteína e zeaxantina fazem bonito pelas funções cognitivas, mas o ovo oferece ainda outras preciosidades. Seu conteúdo proteico tem sido dos mais badalados. Ainda que a gema contenha uma pequena parcela, a clara é uma verdadeira “sopa” de aminoácidos, pedacinhos de proteína fabricados pela natureza com a função de proteger o embrião em desenvolvimento dentro do ovo.

No nosso organismo, o nutriente atua na constituição de tecidos e órgãos, contribuindo para a integridade de unhas, cabelos e pele. Também é indispensável na construção e reparação muscular.

Por toda essa riqueza proteica, muita gente extrapola na ingestão. “É bastante comum, na prática clínica, encontrar pacientes que consomem ovos em quantidades excessivas na tentativa de aumentar o aporte de proteína na dieta”, diz a especialista do Einstein.

Exageros, entretanto, não oferecem benefícios adicionais e podem trazer danos à saúde. “O corpo tem um limite de absorção de proteínas por refeição”, explica a nutricionista. A quantia deve ser determinada de acordo com o perfil e o estilo de vida de cada um.

Sobre o colesterol

Se, atualmente, o ovo conta com uma legião de fãs, sua história nem sempre foi assim. Na década de 1970, foi banido de muitos cardápios por ter sido acusado de aumentar o risco cardiovascular, devido à alta concentração de colesterol.

Só nos anos 2000 é que estudos revelaram que apenas uma pequena parte dessa molécula gordurosa, e essencial ao corpo, provém da dieta – cerca de 70% é produzido no nosso fígado. “A ciência mostrou que, para a maioria das pessoas, o colesterol dietético tem pouco impacto no aumento dos níveis na circulação sanguínea”, diz Serena del Favero.

Hoje se sabe que o excesso no consumo das gorduras saturadas e trans – presentes nas carnes, no coco, nas bolachas recheadas, entre outros – é que pode elevar as taxas de LDL, o colesterol ruim, e causar danos às artérias.

O ovo no dia a dia

 Agora que o alimento está livre das acusações e diante de tantos benefícios, confira algumas sugestões da nutricionista para incluí-lo – sem exagerar, por favor! – no cotidiano:

No café da manhã: Seja mexido, cozido ou na omelete. “Pode ser combinado com vegetais, como espinafre ou tomate, para aumentar a ingestão de fibras”, indica.

Nos lanches: em sua versão cozida é uma opção prática, fácil de ser transportada e, claro, muito nutritiva.

Em saladas: “Adicionar ovos cozidos em saladas é uma maneira de aumentar o teor proteico da refeição e, assim, prolongar a sensação de saciedade”, sugere.

Como alternativa às carnes: “Pode entrar como fonte de proteína, especialmente em refeições vegetarianas”, recomenda.

Em preparações culinárias: Receitas de panquecas, bolos, suflês, entre tantas, ganham mais nutrientes quando ele aparece na lista de ingredientes.

Um cuidado é o de cozinhá-lo bem, evitando a gema mole. Assim se afastam riscos relacionados à salmonella, bactéria por trás de diarreia e outros distúrbios, e que não resiste ao calor. Vale ainda conhecer a procedência e se atentar para a presença de selos de garantia.

À exceção dos alérgicos, e sempre dentro do contexto do equilíbrio, o ovo é muito bem-vindo. A ciência garante.

Fonte: Agência Einstein

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Saúde

Alimentação e acúmulo de gordura no fígado: saiba o que diz a ciência

Estudo nos EUA mostra que o consumo de fontes de vitamina E ajuda a reduzir o risco de esteatose hepática; especialistas reforçam a importância da alimentação saudável  

Por Regina Célia Pereira, da Agência Einstein

Uma pesquisa publicada recentemente no periódico Nutrition & Metabolism mostra uma associação da vitamina E com a redução do risco da esteatose hepática – condição marcada pelo acúmulo de gordura nas células do fígado, os hepatócitos.

Tal ligação se deu a partir da análise de dados de 5.757 adultos, incluindo indivíduos com obesidade, vindos da National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), uma grande pesquisa que monitora o estado nutricional da população dos Estados Unidos. Os cientistas também avaliaram exames médicos dos participantes e concluíram que havia maior proteção naqueles que consumiam quantidades adequadas desse nutriente.

“Entre as fontes de vitamina E estão as castanhas, ricas em outras substâncias benéficas”, comenta o nutrólogo Celso Cukier, do Hospital Israelita Albert Einstein. No entanto, é preciso cautela ao comemorar esses achados: ainda que o trabalho traga informações interessantes, não dá para isolar um único nutriente quando o assunto é a doença hepática gordurosa não alcoólica, outra designação para o mal.

Cuidado com os exageros

Assim como não existe um único “herói”, não adianta suplementar vitamina E, como medida preventiva, quando o contexto alimentar é baseado no desequilíbrio. Outro trabalho recente, publicado na revista científica Annals of Hepatology, demonstra um elo entre o consumo excessivo de refrigerante e o aumento no risco do distúrbio no fígado. Os pesquisadores avaliaram os hábitos de 1.759 mulheres e homens mexicanos.

O estudo chega para reforçar que o exagero é o verdadeiro vilão. Da mesma forma como não se elencam nutrientes protetores, tampouco dá para eleger alimentos nocivos. “O que pode promover o armazenamento, tanto de gordura corporal quanto hepática, é o excesso de calorias”, frisa Cukier.

E o cenário piora se os exageros alimentares estiverem acompanhados do sedentarismo. “A obesidade é um dos principais fatores de risco para a esteatose”, afirma o hepatologista Fernando Pandullo, do Hospital Israelita Albert Einstein. Inclusive, a incidência tem crescido junto ao número de casos de indivíduos com excesso de peso. Hoje, estima-se que entre 25 e 30% da população adulta apresente “gordura no fígado”.

O ganho exagerado de peso está por trás de alterações no metabolismo e disfunções hormonais que contribuem para a deposição de triglicérides – uma molécula gordurosa – nos hepatócitos. Tanto que, sobretudo no meio médico, o distúrbio é conhecido como doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica.

Assintomática, ela pode favorecer uma inflamação – a esteatohepatite –, levar à formação de cicatrizes e progredir para a fibrose, desencadeando a perigosa cirrose. “Também está relacionada ao aumento de risco de câncer no fígado”, diz Pandullo.

Para diagnosticar a doença, são realizados exames laboratoriais e o ultrassom. Quem está acima do peso precisa ficar mais atento ao check-up, já que não existem sinais. “O emagrecimento é fundamental ao tratamento e pode reverter totalmente a situação”, comenta o hepatologista.

Estilo de vida saudável

Embora não existam alimentos específicos que ajudem a combater ou a reduzir o risco da esteatose, há indícios, vindos de diversos trabalhos, de que o cuidado com a microbiota intestinal pode impactar no fígado.

“A saúde do intestino reflete o estado geral do organismo”, comenta o hepatologista.  Um cardápio com espaço privilegiado para comida de origem vegetal favorece não só a flora como todo o corpo. Aliás, os médicos enfatizam que de nada adianta ingerir produtos probióticos se a alimentação estiver toda desequilibrada.

Outro destaque em estudos é a Dieta do Mediterrâneo. O plano alimentar junta grãos integrais – fornecedores de carboidrato – frutas, hortaliças, sementes, pescados, laticínios magros e azeite de oliva. Tudo bem dosado. Entretanto, um dos ingredientes mais célebres desse cardápio precisa ficar de fora da alimentação de quem deseja evitar danos ao fígado: o vinho. “Não há espaço para o álcool”, avisa Pandullo.

E, não custa lembrar, a prática de atividade física é mais uma estratégia protetora. Os músculos consomem energia e ajudam a evitar acúmulos gordurosos. A sugestão é escolher o exercício que mais agrada e não ficar parado.

Fonte: Agência Einstein

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Saúde

Substância presente na linhaça protege contra diabetes e outros problemas

A lignana aparece em nova pesquisa como protetora contra o diabetes tipo 2; saiba como incluir fontes dessa substância no seu cardápio

 

Por Regina Célia Pereira, da Agência Einstein

Seu nome pode soar estranho, mas a lignana está presente em alimentos bem conhecidos: sementes de linhaça, gergelim e girassol; em cereais como a aveia, o centeio e o trigo; além de frutas, caso do morango e do pêssego, e de oleaginosas. Ultimamente, a substância vem sendo esmiuçada por pesquisadores e coleciona evidências sobre efeitos em prol da saúde. Um dos trabalhos mais recentes envolve a redução do risco de diabete do tipo 2 e foi publicado em agosto no prestigiado periódico Jama Network Open.

Os cientistas chegaram a essa conclusão após a análise de informações de mais de 200 mil mulheres e homens, vindas de diferentes bancos de dados, caso do The Nurses’ Health Study, da Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Entre aqueles que consumiam a lignana havia uma tendência ao equilíbrio glicêmico, ou seja, as taxas de glicose no sangue estavam em ordem.

“Trata-se de um estudo bem estruturado, que avaliou participantes com média de idade de 44 anos, faixa com aumento na prevalência de doenças metabólicas”, observa a nutricionista Simone Mendes, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Segundo a especialista, o estudo contribui para compreender melhor a lignana. Além de ação antioxidante, a substância atua como uma espécie de hormônio, já que apresenta algumas semelhanças estruturais e se liga em determinados receptores celulares. Inclusive, ela é chamada de fitoestrógeno. “Por essa razão, parece ser útil para minimizar os sintomas da menopausa”, comenta Mendes.

Outros estudos mostram ainda um elo com a diminuição do risco de tumores, sobretudo os de mama. “Também existem pesquisas que apontam para a redução dos níveis de colesterol em circulação”, comenta a nutricionista. Seria, portanto, aliada das artérias.

Como consumir

Mas, para tirar proveito, é fundamental que a microbiota intestinal esteja saudável. Significa que a quantidade de microrganismos benéficos, que habitam o intestino, precisa ser maior do que a de micróbios nocivos. Uma dieta recheada de frutas, verduras, legumes, feijões e demais fornecedores de fibras, com espaço para os probióticos, favorece esse cenário.

Também existem alguns macetes em torno da principal fonte de lignana, que é a linhaça. “Antes de consumir, a semente precisa ser triturada”, avisa a nutricionista. Um processador, um moedor de café ou mesmo o liquidificador são parceiros nessa hora.

A recomendação se dá porque sua casca é bastante resistente e pode passar intacta pelo aparelho digestivo, o que impede a liberação da substância benéfica. Outra dica é não estocar a semente por muito tempo. Isso porque ela é muito suscetível à rancificação. Além de lignanas, a linhaça concentra ômega-3, integrante da família das gorduras que tende a oxidar.

“Depois de ser triturada, guarde em recipiente hermético, escuro e dentro da geladeira, por até duas semanas”, ensina Simone Mendes. Essa “farinha” de linhaça incrementa saladas de frutas, iogurtes, panquecas, entre outras preparações. Mas, como sempre, a dica é variar a alimentação, incluindo também as outras fontes de lignanas e de diversos outros nutrientes que contribuem para uma boa saúde.

Fonte: Agência Einstein

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