ALIMENTAÇÃO

RMC

Consea Sumaré realiza programação especial sobre segurança alimentar e nutricional

Iniciativa celebra o Dia Internacional de Segurança Alimentar com palestras, oficinas e ações educativas sobre alimentação saudável e sustentável

Em alusão ao Dia Internacional de Segurança Alimentar e Nutricional, o Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea Sumaré) promove, ao longo desta semana, uma série de atividades gratuitas voltadas à promoção de hábitos saudáveis, sustentabilidade e conscientização sobre o direito à alimentação adequada.

Na última terça-feira, dia 14, cerca de 50 crianças, jovens e idosos participaram da oficina de aprendizado e plantio da “Farmácia Viva”, realizada no Instituto Saber Social. A atividade destacou a importância das plantas medicinais, que são reconhecidas pelo Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Ministério da Saúde como aliadas naturais na prevenção e tratamento de doenças, além de incentivar o cultivo doméstico e o uso consciente dos recursos naturais.

A programação segue nesta quinta-feira, dia 16, com dois encontros especiais. Às 14h, na Pestalozzi Sumaré, será realizada uma palestra sobre “Alimentação Seletiva no Transtorno do Espectro Autista (TEA)” e “Alimentos Orgânicos”, abordando os desafios nutricionais enfrentados por pessoas com TEA e as vantagens do consumo de alimentos sem agrotóxicos.

Mais tarde, às 19h, no Clube Recreativo Sumaré, ocorre a palestra “Economia Circular e Alimentação Sustentável”, que mostrará na prática como manter uma dieta saudável e equilibrada gastando menos e reduzindo o desperdício alimentar.

O encerramento da programação será nesta sexta-feira (18), durante o horário de almoço no Bom Prato Sumaré, com a distribuição de materiais informativos sobre os programas municipais de segurança alimentar e dicas de alimentação acessível e nutritiva.

A secretária municipal de Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social, Noemi Stein Sciascio, destacou a importância da iniciativa.

“Falar sobre segurança alimentar é falar sobre saúde, dignidade e qualidade de vida. Sumaré tem avançado muito nessa área, com políticas que garantem acesso à alimentação saudável e fortalecem o vínculo da comunidade com a produção sustentável de alimentos”, afirmou.

As atividades contam com o apoio da Prefeitura de Sumaré, por meio da Secretaria Municipal de Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social. A participação é gratuita e aberta ao público.

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RMC

Capacitação inédita em Campinas fortalece política alimentar local

Os encontros serão realizados sempre às quintas-feiras, no Plenarinho do Paço Municipal

Campinas deu um passo estratégico e decisivo na luta contra a insegurança alimentar. O município não apenas anunciou o lançamento de seu novo Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (PLAMSAN), que ditará as políticas alimentares de 2026 a 2029, mas também inicia uma capacitação intersetorial inédita. A ação visa fortalecer gestores, servidores e a comunidade para garantir o direito humano à alimentação adequada na cidade.

A iniciativa, crucial para integrar diferentes áreas como saúde, educação e assistência social, faz parte da VII Semana Municipal da Alimentação de Campinas, que ocorre de 14 a 21 de outubro. Segundo Vandecleya Moro, secretária de Desenvolvimento e Assistência Social, “A capacitação representa um passo decisivo na construção de políticas públicas integradas, baseadas no diálogo entre setores.”

A capacitação, que integra a Rota de Implementação da Estratégia Alimenta Cidades, tem início nesta quinta-feira, 16 de outubro, e possui carga horária de 20 horas. Seu objetivo central é promover uma visão integrada e ampliar a compreensão sobre os princípios e práticas que sustentam o direito humano à alimentação adequada.

Os encontros serão realizados sempre às quintas-feiras, no Plenarinho do Paço Municipal. A programação é robusta, cobrindo temas essenciais como Política de Segurança Alimentar e Nutricional, Acesso a Alimentos, Produção e Abastecimento, e a crucial Articulação Intersetorial. Profissionais de destaque, incluindo a Ceasa Campinas, Unicamp e PUC-Campinas, participam como palestrantes, reforçando o E-E-A-T do evento.

Os interessados podem se inscrever no local, na hora dos encontros, garantindo que as lideranças de Campinas estejam alinhadas com as novas diretrizes.

PLAMSAN 2026-2029

O grande destaque da semana é o lançamento do II Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (PLAMSAN). Elaborado de forma participativa e com apoio técnico de organizações como o WRI-Brasil, o novo plano estabelece as prioridades para os próximos anos em Campinas.

Entre os objetivos estratégicos do PLAMSAN, que buscam atuar diretamente na realidade dos moradores, estão:

  • Integração de projetos de educação alimentar nos serviços públicos.
  • Apoio fundamental à agricultura familiar e comunidades tradicionais.
  • Garantia de acesso à água potável para pessoas em situação de rua.
  • Melhoria da qualidade dos serviços alimentares na rede pública de Campinas.

Vandecleya Moro reitera que a Semana da Alimentação é uma oportunidade de “mobilizar instituições, promover a conscientização e reforçar o protagonismo da sociedade civil nas ações de combate à fome e à insegurança alimentar” em Campinas.

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Saúde

Os antioxidantes podem ajudar a proteger contra a obesidade

Novo estudo reforça o elo entre substâncias presentes em frutas, verduras, legumes e castanhas, com o combate ao excesso de peso

Por Regina Célia Pereira, da Agência Einstein

Um cardápio colorido e feito com uma grande variedade de vegetais é sinal da presença de antioxidantes. Entre os mais celebrados estão as vitaminas A, C e E, além de sais minerais como selênio e zinco, e grupos de fitoquímicos, caso dos carotenoides.

E todos esses nomes também são mencionados em um trabalho, realizado por pesquisadores da China, e publicado no periódico científico Frontiers in Nutrition, que investiga o elo entre o consumo de antioxidantes e a prevenção da obesidade.

Foram avaliados dados de 17.067 participantes vindos do NHANES (National Health and Nutrition Examination Survey), uma grande pesquisa que monitora o estado nutricional de parte da população dos Estados Unidos. Os cientistas chineses concluíram que, entre os adeptos de um padrão alimentar com espaço privilegiado para alimentos fontes de antioxidantes, havia menor risco para o excesso de peso.

O estudo não estabelece uma relação de causa e efeito, entretanto, aponta indícios, oriundos de diversos trabalhos. “Além de uma menor densidade calórica, comum nas dietas que priorizam vegetais, os pesquisadores procuraram demonstrar que há outros mecanismos envolvidos nesse contexto”, comenta o nutrólogo Celso Cukier, do Einstein Hospital Israelita.

Uma das explicações encontradas no artigo é a de que os antioxidantes podem atenuar inflamações e ajudam a combater a resistência à insulina (distúrbio relacionado com o desajuste no metabolismo da glicose), que são fatores-chave para o desenvolvimento da obesidade.

“O estudo reforça que não basta observar a quantidade de calorias, mas, sobretudo, vale prestar atenção à qualidade do cardápio”, diz o médico.

Combate aos radicais livres

Quando uma substância tem ação antioxidante, significa que é capaz de neutralizar os radicais livres, átomos desemparelhados, que precisam de elétrons para se estabilizar. “O excesso desses radicais está por trás de danos celulares”, afirma o biólogo Nicholas Vannuchi, que pesquisa algumas classes de antioxidantes no laboratório de Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), campus Baixada Santista.

Grande parte dessas substâncias são sintetizadas pelos vegetais, para protegê-los em situações adversas na natureza. Defendem contra os raios ultravioletas e as intempéries como tempos de seca, entre outros. “Na literatura científica há muitos trabalhos mostrando efeitos positivos à saúde cardiovascular e à imunidade”, diz Vannuchi.

Ainda que os antioxidantes carreguem boa fama, os benefícios estão atrelados à ingestão alimentar, via cardápio, e não à suplementação, cabe ressaltar. “Há riscos associados às altas doses”, avisa Cukier. A vitamina E, por exemplo, pode ser tóxica se consumida em abundância. Suplementos só com recomendação médica e após a realização de exames.

Confira, a seguir, alguns grupos que oferecem antioxidantes:

Vitaminas:

Vitamina A

O micronutriente que aparece na gema de ovo, na batata-doce, no leite e no espinafre é reconhecido por zelar pela saúde dos olhos. Mas também desempenha papel importante em prol do sistema imunológico, participando da produção de células de defesa.

Vitamina C

Outra grande aliada da imunidade, a vitamina C está presente em frutas como laranja, acerola, caju e goiaba, mas também aparece na couve e no pimentão.

Diversos trabalhos atestam sua atuação na redução de processos infecciosos. Há, ainda, estudos que associam o nutriente com o fortalecimento dos ossos.

Vitamina E

Abacate, azeite e nozes são exemplos de fontes da vitamina E, que, pela potente ação antioxidante, se destaca em estudos pela função cardioprotetora e por ajudar a afastar o envelhecimento precoce.

Minerais:

 Selênio

Sua maior fonte é a castanha-do-pará, basta uma unidade para suprir as necessidades. O selênio coleciona evidências por atuar na diminuição do risco do câncer. Também está relacionado ao combate de problemas cardiovasculares e danos cerebrais.

Além da castanha, frango, feijão, leite e seus derivados, são fornecedores.

Zinco

Fundamental para crescimento e o desenvolvimento, já que participa na produção das células e entra na receita do colágeno, o zinco não pode faltar no cardápio da criançada.

Ele também colabora com o sistema imunológico. Quando falta o zinco, abrem-se brechas para a entrada de oportunistas perigosos, caso do vírus da gripe.

Sardinha, aveia e o grão de trigo oferecem a substância.

Carotenoides 

Trata-se de uma grande família de pigmentos, que conta com integrantes famosos.

O licopeno, que dá o vermelho ao tomate, melancia e pitanga, está envolvido na redução do risco de câncer, sobretudo o de próstata.

Já o betacaroteno, que pinta cenoura, manga e abóbora, tem se destacado por proteger os olhos e os ossos.

Menos conhecidas, a criptoxantina e zeanxantina atuam em prol da saúde ocular. Trata-se de uma dupla que colore frutas como a nectarina e o pêssego e hortaliças como a couve e o espinafre.

Fenólicos 

Outro grande grupo de substâncias de ação antioxidante que, embora não tenha sido mencionado no trabalho dos chineses, coleciona evidências de benefícios cardiovasculares.

Entre os exemplos, há desde as antocianinas que estão na jabuticaba e açaí, passando pelas catequinas que aparecem no chá-verde e na cereja, até a quercetina, da cebola e o resveratrol da uva roxa e do amendoim.

Fonte: Agência Einstein

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Saúde

Consumo elevado de ultraprocessados pode aumentar risco de câncer de pulmão

Pesquisa com mais de 100 mil pessoas indica associação entre o consumo desses alimentos e maior incidência de tumores, mesmo entre não fumantes

Por Bruno Pereira, da Agência Einstein

Uma dieta com grande presença de alimentos ultraprocessados pode estar diretamente ligada ao aumento do risco de câncer de pulmão. É o que aponta uma pesquisa da Universidade de Chongqing, na China, publicada na revista científica Thorax. O estudo acompanhou mais de 100 mil adultos nos Estados Unidos por 12 anos e revelou que, entre os participantes que mais consumiam esses produtos, a incidência da doença foi até 41% maior em comparação com os que ingeriam menos.

Para investigar a relação entre dieta e o surgimento de tumores, os pesquisadores recorreram aos dados do Prostate, Lung, Colorectal and Ovarian Cancer Screening Trial. Ao longo do estudo, foram registrados 1.700 casos de câncer de pulmão — 1.473 de carcinoma de não pequenas células e 233 de pequenas células. Mesmo após ajustes estatísticos para fatores como tabagismo e exposição a contaminantes, a associação entre alto consumo de ultraprocessados e risco da doença continuou significativa.

Entre os 25% de participantes que mais consumiam esse tipo de alimento, a probabilidade de desenvolver câncer de pulmão foi 41% maior em relação ao grupo que menos ingeria. O risco foi ainda mais elevado nos subtipos raros da doença: a incidência de carcinoma de pequenas células, normalmente ligado ao tabagismo, aumentou 44%, enquanto no carcinoma de não pequenas células a elevação foi de 37%.

“Embora o câncer de pulmão seja de fato muito associado ao tabagismo, não é apenas o uso de cigarro que leva ao aparecimento de tumores. Já sabemos que outros fatores como a exposição a poluentes e o histórico familiar levam a um grande risco, além de riscos associados aos hábitos de vida, como os observados na qualidade da dieta”, explica o oncologista-clínico Gustavo Schvartsman, do Einstein Hospital Israelita.

O médico destaca que vários fatores podem explicar a relação encontrada no estudo. Alguns ingredientes dos ultraprocessados podem levar a inflamações sistêmicas crônicas que facilitam a formação de tumores. O estresse oxidativo e as alterações da microbiota intestinal também afetam o sistema imune, prejudicando as defesas do corpo mesmo em órgãos fora do trato digestivo, como o pulmão.

Schvartsman indica que algumas das substâncias presentes em alimentos ultraprocessados podem estar envolvidas neste processo tumoral. “Temos os nitratos e nitritos, especialmente nas carnes processadas, que podem causar cânceres no pulmão e o trato urinário. A acrilamida, presente nas batatas fritas de pacotinho, também pode causar cânceres diversos, incluindo o de pulmão, então não é a primeira vez que nos deparamos com a relação de ultraprocessados e câncer”, completa o oncologista.

Como os ultraprocessados causam câncer?

Os ultraprocessados são uma categoria de alimentos produzidos industrialmente com conservantes e aromatizantes e, muitas vezes, sem qualquer ingrediente de origem vegetal ou animal. O grupo inclui refrigerantes, embutidos, biscoitos, sopas prontas, salgadinhos, pratos congelados e outros.

Para o nutrólogo e nefrologista Rodrigo Costa Gonçalves, coordenador da terapia nutricional do Einstein Hospital Israelita de Goiânia, o estudo recente é mais uma associação consistente que reforça o alerta sobre os efeitos prejudiciais dos ultraprocessados.

“Há muitos fatores de risco diferentes quando pensamos em ultraprocessados e as relações com a formação de cânceres. Os aditivos alimentares podem levar a inflamações sistêmicas, além da presença de contaminantes, que podem se formar no aquecimento industrial ou na própria embalagem, usualmente plástica”, afirma.

Gonçalves complementa, porém, que as relações de risco devem ser averiguadas mais a fundo. “Nem todos os ultraprocessados são iguais. As carnes processadas, por exemplo, bacon, salsicha, presunto, estão mais associadas a câncer do que bebidas açucaradas, embora ambas tenham impacto negativo. Então, dentro desse grupo, precisamos entender quais podem ser os fatores de risco. Um aumento de risco de 41% é muito considerável, mas o estudo não nos permite afirmar uma causa e efeito de forma direta. Ele mostra essa correlação perigosa que deve ser averiguada por novas pesquisas”, indica.

Para o médico, a pesquisa divulgada na Thorax reforça os alertas já feitos sobre o papel desses produtos em obesidade, doenças cardiovasculares e outros tipos de câncer. Assim como os autores da pesquisa, o nutrólogo defende que diminuir a presença de ultraprocessados no dia a dia pode ser uma medida de proteção contra o câncer, o que é reforçado pelos médicos.

O especialista diz que é possível reduzir de forma consistente o consumo de ultraprocessados no Brasil. “Isso deve ser encarado como uma questão de saúde pública, mas também individual e a melhor forma de fazer isso é com organização. Precisamos planejar nossas refeições para ter acesso a alimentos de qualidade também de forma prática, não só o almoço pré-pronto de micro-ondas”, afirma. Ele diz que é importante que a sociedade aprenda a cozinhar para descobrir sabores e texturas, o que ajuda a melhorar a alimentação. “Por fim, é preciso estar de olho nos preços para comprar alimentos in natura de forma acessível”, conclui Gonçalves.

Fonte: Agência Einstein

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Saúde

Dieta saudável promove benefícios mesmo sem perda de peso

Em pesquisa com mais de 700 pessoas, mesmo aqueles que não emagreceram tiveram resultados metabólicos importantes após aderirem a uma alimentação balanceada

Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein

Adotar uma dieta saudável traz inúmeros benefícios à saúde, mesmo que não haja redução de peso. É o que aponta uma pesquisa publicada recentemente no European Journal of Preventive Cardiology e conduzida por pesquisadores da Universidade Ben Gurion, em Israel.

Participaram do estudo 761 adultos que haviam seguido uma alimentação considerada saudável num período de 18 a 24 meses. Entre os modelos alimentares estavam dietas com menos gordura, carboidratos e a Dieta Mediterrânea, por exemplo. Do total de voluntários, 36% perderam peso de forma significativa, outros 36% tiveram uma redução moderada e quase um terço (28%) não observou alterações na balança.

Ainda assim, todos apresentaram mudanças metabólicas benéficas, como queda da pressão arterial, aumento do colesterol HDL (conhecido como colesterol “bom”), redução das taxas de triglicérides e de insulina, queda nos níveis de leptina (favorecendo uma regulação mais eficiente de fome e saciedade) e melhora das enzimas hepáticas, com efeitos positivos na função do fígado e na saúde cardiovascular.

“Alimentação saudável não é, e nunca foi, só sobre emagrecer. É sobre saúde, qualidade de vida e bem-estar, em qualquer peso”, pontua a nutricionista Serena del Favero, do Einstein Hospital Israelita. “Infelizmente, muitas pessoas ainda enxergam o emagrecimento como o principal, ou até único, sinal de que uma alimentação saudável está ‘funcionando’. E isso é um grande problema.”

Segundo a especialista, nossa sociedade foi condicionada a associar saúde exclusivamente a um corpo magro. “Por décadas, o peso foi usado como principal (e muitas vezes único) indicador de sucesso em planos alimentares — tanto por parte da sociedade quanto por muitos profissionais da saúde”, avalia del Favero.

No entanto, a melhora nos parâmetros metabólicos por si só já reduz o risco de doenças crônicas, mesmo que o peso permaneça um pouco acima do ideal. “É possível estar com o peso levemente elevado e, ainda assim, estar metabolicamente saudável, desde que esses marcadores estejam bem controlados. Essa perspectiva é importante porque coloca o foco na saúde e não apenas no número da balança”, explica a nutricionista.

Pequenas mudanças no estilo de vida, como melhorar a alimentação e praticar atividade física, já promovem benefícios reais e mensuráveis à saúde, mesmo sem um emagrecimento expressivo.

E há cada vez mais evidências de que os benefícios de uma alimentação equilibrada não se reduzem ao peso da balança. Além da melhora da saúde metabólica, esse hábito está associado a mais disposição, melhora da qualidade do sono, da saúde intestinal e da imunidade, entre outros aspectos.

“Quando focamos apenas no peso, corremos o risco de desvalorizar todos esses ganhos e até de abandonar estratégias eficazes simplesmente porque não houve uma redução numérica imediata”, alerta a nutricionista do Einstein.

No entanto, vale lembrar que embora seja possível melhorar marcadores metabólicos, o sobrepeso e a obesidade estão associados, a longo prazo, a um risco aumentado de doenças crônicas como diabetes tipo 2, males cardiovasculares, apneia do sono, alguns tipos de câncer e problemas osteoarticulares.

Por isso, é preciso buscar manter um corpo saudável. “Mas a forma dessa busca faz toda a diferença. Estratégias baseadas em dietas extremamente restritivas, com foco exclusivo em estética ou metas irreais tendem a ser insustentáveis e prejudiciais”, observa Serena del Favero. “Por outro lado, quando a perda de peso é conduzida de maneira gradual, com alimentação equilibrada, atividade física e suporte profissional, os resultados são mais duradouros e benéficos à saúde global.”

Fonte: Agência Einstein

 

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Economia

Cesta básica tem custo menor em 11 capitais, mostra Dieese

Levantamento foi registrado nos meses de maio e junho
Agência Brasil
A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), revelou que o custo da cesta básica diminuiu em 11 localidades e aumentou em seis capitais. O levantamento foi feito entre os meses de maio e junho.

O estudo do Dieese apontou que as maiores baixas foram nas capitais Aracaju (-3,84%), Belém (-2,39%), Goiânia (-1,90%), São Paulo (-1,49%) e Natal (-1,25%). As maiores altas foram registradas em Porto Alegre (1,50%) e Florianópolis (1,04%).

Apesar de ter caído o custo, a cesta básica em São Paulo continua sendo a mais cara do país, com o valor de R$ 831,37. Na sequência estão Florianópolis (R$ 867,83), Rio de Janeiro (R$ 843,27) e Porto Alegre (R$ 831,37).

As capitais com os valores da cesta básica mais baixos, porém com a composição diferente de produtos e com menores valores médios, foram Aracaju (557,28), Salvador (R$ 623,85), Joao Pessoa (R$ 636,16) e Natal (R$ 636,95).

Aumento

Na comparação dos valores da cesta entre junho do ano passado e junho de 2025, quase todas as capitais tiveram aumentos de preço. Nesse caso, as variações foram de 1,73% em Salvador e 9,39% no Recife. A redução ocorreu em Aracaju, com -0,83%.

No acumulado do ano, entre dezembro de 2024 e junho de 2025, todas as capitais incluídas na pesquisa mostraram alta nos preços da cesta, com índices que oscilaram, por exemplo, em mais 0,58% em Aracaju e 9,10% em Fortaleza.

Produtos

Entre os produtos que tiveram baixas está a batata, que diminuiu nas capitais do centro-sul nos meses de maio e junho. Em Belo Horizonte e Porto Alegre, por exemplo, as quedas ficaram em em -12,62% e -0,51%, respectivamente.

O açúcar, por sua vez, diminuiu em 12 cidades no período, ficando estável no Recife e aumentando em quatro capitais, sendo o mais alto em Campo Grande (1,75%). As maiores reduções no preço do açúcar ocorreram em Brasília (-5,43%), Vitória (-3,61%), Goiânia (-3,27%) e Belém (-3,15%).

No mesmo período aferido pela pesquisa, o preço do leite integral diminuiu em 11 capitais, casos de Brasília (-2,31%) e Curitiba (-0,65%). Já em cinco cidades, os valores se elevaram, como aconteceu em Aracaju (2,11%). A maior alta foi no Recife (8,93%), sendo que em outras 12 houve retração no preço médio do produto, com variações, por exemplo, em Campo Grande (-7,99%) e São Paulo (-0,71%).

O tomate aumentou em dez capitais entre maio e junho, sendo registradas variações no Rio de Janeiro (0,29%) e Porto Alegre (16,90%). Em outras sete, o preço caiu, com a maior variação em Aracaju (-21,43%).

No período de 12 meses, o tomate baixou de preço em 16 capitais, sendo que o valor médio diminuiu, por exemplo, em Aracaju (-25,29%), Salvador (-19,72%) e no Rio de Janeiro (-14,48).

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Saúde

Dieta sem carne favorece a saúde do cérebro

Pesquisa mostra ação neuroprotetora, mas também aponta a necessidade de suprir alguns nutrientes – caso da vitamina B12 – para se valer dos benefícios

Por Regina Célia Pereira, da Agência Einstein

Mais um trabalho chega para comprovar os efeitos neuroprotetores atrelados aos cardápios que priorizam vegetais. Dessa vez, trata-se de uma revisão de estudos publicada no periódico Nutrients e vem de uma parceria entre pesquisadores espanhóis e colombianos que se debruçaram em dezenas de artigos científicos sobre o assunto.

“O estudo aponta vantagens e desvantagens das dietas veganas e vegetarianas em relação à saúde neurológica e destaca a necessidade de um planejamento adequado, que pode incluir a suplementação, para evitar deficiências nutricionais”, comenta a nutricionista Serena del Favero, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Entre os mecanismos envolvidos na proteção do cérebro, vale mencionar a ação antioxidante dos compostos encontrados nas hortaliças e frutos. Há desde os carotenoides, da cenoura, abóbora e rúcula, até os polifenois de brócolis, uva, laranja, passando por vitaminas e sais minerais de feijões, castanhas e afins. Essas substâncias são capazes de neutralizar os radicais livres, moléculas que, em excesso, podem favorecer a neurodegeneração e aumentar o risco de males como Alzheimer.

Há ainda comprovação de que dietas que privilegiam verduras, legumes, frutas, grãos e sementes ajudam a combater inflamações capazes de desencadear danos em estruturas cerebrais.

Outro destaque é a presença marcante das fibras, celebradas por beneficiar a microbiota intestinal, com impactos positivos na produção de neurotransmissores – mensageiros químicos responsáveis pela comunicação entre as células do sistema nervoso.

Proteína vegetal no cardápio

E, para além do cérebro, não faltam evidências de que cardápios com grande variedade de vegetais são aliados de todo o organismo.  Um trabalho recente, publicado na revista científica Nature Communications mostra que abrir mais espaço para fontes de proteína vegetal, sobretudo as leguminosas, ou seja, feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico, contribui para a longevidade. A redução no consumo de alimentos de origem animal favorece ainda a saúde cardiovascular, entre outros fatores.

Mas, para excluir totalmente carnes e afins do dia a dia, é essencial ter cautela. “A educação nutricional e o monitoramento contínuo da saúde são fundamentais para maximizar os benefícios de dietas veganas e vegetarianas e minimizar os riscos de deficiências”, diz a nutricionista do Einstein.

Cardápios livres de carnes

Essas dietas estão cada vez mais populares no mundo todo, não apenas por questões de bem-estar, mas por aspectos relacionados ao meio ambiente, já que ajudam na diminuição na emissão de gases de efeito estufa.

Entre os veganos, há total exclusão de carnes, peixes, leite e derivados, ovos, mel, por exemplo. Já os vegetarianos não comem carne vermelha, porém alguns adeptos consomem ovos, lácteos e até pescados. Tem também os chamados flexitarianos, que optam por reduzir a ingestão de alimentos de origem animal, mas permitem que esse tipo de comida entre no prato eventualmente.

Para todos esses grupos, a atenção deve ser redobrada a fim de suprir as necessidades nutricionais. No estudo da Nutrients, que aborda a proteção neurológica, são mencionados a vitamina B12, o ômega-3 e o ferro, entre outros nutrientes.

A nutricionista explica que a B12 é crucial para os neurotransmissores e sua falta tende a prejudicar a cognição e o humor. “Os vegetarianos que consomem laticínios e ovos, geralmente, conseguem alcançar as recomendações”, diz. Os veganos, por sua vez, quase sempre precisam suplementar. “A suplementação deve ser individualizada, considerando o estilo de vida de cada pessoa”, afirma.

Já o ômega-3, também conhecido pelas siglas EPA (ácido eicosapentaenoico) e DHA (ácido docosahexaenoico), é uma gordura especial. “Tanto DHA quanto EPA são cruciais para manter a fluidez das membranas neuronais”, afirma a especialista. Significa que colaboram para o bom funcionamento do cérebro. Está presente no salmão, na sardinha e no atum. No reino vegetal, boas fontes são a linhaça e a chia, que oferecem a variante ALA, uma precursora do EPA e do DHA. “Mas as taxas de conversão tendem a ser baixas”, comenta.

Outro nutriente que requer cuidado é o ferro. Se há carência, a anemia pode dar as caras, desencadeando indisposição, a carne bovina é uma das grandes fornecedoras. Feijões e as folhas verde-escuras também oferecem. “Eles contêm o ferro não-heme”, diz Serena. Nesse formato, a biodisponibilidade – capacidade de ser assimilado e aproveitado – é menor quando comparada com fontes animais. Mas a absorção pode ser melhorada ao combinar tais fontes com alimentos ricos em vitamina C, caso da laranja e do limão, que ajudam na captação do mineral pelas células intestinais.

Vale, portanto, lançar mão de estratégias culinárias para garantir que não falte o precioso mineral. É um convite para se aventurar na cozinha.

Fonte: Agência Einstein

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Saúde

Comer muitos ultraprocessados aumenta o risco de depressão persistente

Pesquisa brasileira acompanhou mais de 14 mil pessoas ao longo de oito anos e mostra que má alimentação pode aumentar em até 30% a probabilidade de ter o transtorno

 

 

Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein

Uma pesquisa conduzida por cientistas da Universidade de São Paulo (USP), com base em dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), revela uma associação significativa entre o consumo de produtos ultraprocessados e o risco aumentado de desenvolver depressão — e de a doença persistir durante anos. Os resultados foram publicados em maio no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics.

A investigação acompanhou mais de 14 mil pessoas ao longo de oito anos, a partir de três períodos de avaliação: 2008 a 2010, 2012 a 2014 e 2017 a 2019. Os primeiros resultados revelaram aqueles que consumiam mais ultraprocessados no início do estudo tinham um risco 30% maior de desenvolver depressão.

Mas não foi esse dado que mais surpreendeu os autores e especialistas da área, já que a associação entre o transtorno mental e o consumo desses produtos industrializados carregados de sódio, gorduras e conservantes já é conhecida. “Isso porque os ultraprocessados têm um perfil pobre de nutrientes – eles substituem alimentos não processados e mais saudáveis, como frutas, verduras, legumes, castanhas, sementes, alimentos integrais”, explica a psicóloga Naomi Vidal Ferreira, pós-doutoranda da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e autora principal da pesquisa. “Além disso, eles contêm altos níveis de açúcar, gorduras saturadas, sódio e aditivos químicos, promovendo um ambiente inflamatório no organismo.”

Esse perfil de nutrientes pode impactar negativamente a microbiota intestinal e levar à neuroinflamação por meio do eixo intestino-cérebro. Isso pode levar à ativação de respostas de defesa do corpo, aumentando a produção de cortisol, o que impacta negativamente o humor e pode estar associado ao aumento de sintomas depressivos.

“A flora intestinal tem papel fundamental na produção de neurotransmissores como serotonina e ácido gama-aminobutírico, que regulam funções cerebrais. Alimentos ultraprocessados afetam negativamente essa microbiota, comprometendo esse processo”, detalha o psiquiatra Alfredo Maluf, do Hospital Israelita Albert Einstein.

 

Depressão persistente 

O que mais chamou atenção na pesquisa foram os quadros de depressão persistente ao longo dos oito anos de acompanhamento. Os participantes foram classificados em três grupos: os que não tiveram depressão em nenhuma das avaliações, os que foram diagnosticados em apenas uma das análises e os que receberam o diagnóstico em duas ou mais fases.

Aqueles com maior consumo de ultraprocessados no início da pesquisa eram 58% mais propensos a desenvolver depressão persistente – ou seja, episódios recorrentes ao longo das avaliações. “Esse achado é novo. A relação entre consumo de ultraprocessados e persistência da depressão não é muito explorada na literatura”, comenta Ferreira.

Segundo Maluf, essa evidência reforça a hipótese de que uma alimentação ruim pode não apenas desencadear um episódio depressivo, mas também dificultar sua remissão. “Hoje já se fala em psiquiatria do estilo de vida: mesmo com medicações adequadas, se a pessoa não fizer atividades físicas e não tiver um bom padrão alimentar, é difícil atingir uma boa resposta clínica, porque estará bombardeando a microbiota intestinal o que dificulta a regressão da atividade inflamatória sistêmica”, explica o especialista.

 

Substituição de alimentos

O estudo da USP também analisou o impacto da substituição alimentar na prevenção da depressão. Simulações matemáticas indicaram que substituir 5% da ingestão calórica de ultraprocessados por alimentos minimamente processados pode reduzir o risco de depressão em 6%. Já uma substituição de 20% poderia diminuir esse risco em 22%.

Alimentos minimamente processados são aqueles que passam por poucas alterações no processo de industrialização, mantendo sua estrutura original e a maior parte dos nutrientes. São exemplos arroz, café, feijão, leite e outros submetidos a secagem, fermentação, moagem ou ensacamento, e que não recebem nenhum aditivo antes de chegar às gôndolas.

Essa quantificação também é considerada uma das inovações da pesquisa e mostra que mesmo pequenas mudanças na dieta podem ter efeitos positivos relevantes. “Essa diminuição é esperada e mais evidências devem surgir. Mas é um desafio, já que não existem políticas governamentais que atuem de forma consistente na mudança desses hábitos. No caso do tabagismo, por exemplo, só conseguimos diminuir o consumo de cigarro devido às campanhas, alterações nas leis e criação de tributos”, comenta Maluf.

Outro aspecto avaliado foi a influência de variáveis sociodemográficas. Segundo a pesquisa, jovens, mulheres, pessoas negras ou pardas, fumantes, indivíduos com maior ingestão calórica e maior índice de massa corporal (IMC) são mais propensos a desenvolver depressão. Em contrapartida, pessoas com ensino superior, casadas e fisicamente ativas apresentam menor risco de ter a doença.

Na visão dos especialistas, esses achados reforçam a realidade observada em consultórios e outros estudos clínicos: grupos em maior vulnerabilidade social ou com estilo de vida pouco saudável tendem a apresentar maiores índices de doenças mentais. “É uma somatória de fatores: má alimentação, obesidade, sedentarismo e baixa qualidade de vida tornam esses indivíduos mais suscetíveis à cronicidade da depressão”, diz Maluf.

Os resultados do estudo ganham ainda mais importância por se tratar de uma pesquisa brasileira. Na América Latina, o Brasil lidera o ranking de prevalência da depressão. “Considerando o impacto econômico e social da depressão, especialmente em um país com alta desigualdade, as evidências geradas têm potencial para influenciar decisões em saúde pública e melhorar a qualidade de vida da população”, concluiu o psiquiatra do Einstein.

Fonte: Agência Einstein

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Saúde

Praticar atividade física ajuda a controlar o apetite, aponta estudo

Pesquisa realizada na Austrália mostra que exercícios moderados podem influenciar hormônios ligados à regulação da fome

Por Thais Szegö, da Agência Einstein

Que uma rotina ativa ajuda a aumentar a queima de calorias não é novidade para ninguém. Mas os benefícios da malhação para quem quer emagrecer podem ir além. Segundo um estudo da Universidade Murdoch, na Austrália, os exercícios levariam também a uma redução no apetite.

Publicada em dezembro no periódico científico The Physiological Society, a pesquisa é pequena: envolveu 11 homens jovens, com idades entre 20 e 24 anos, sedentários e com obesidade. Eles passaram por uma série de avaliações, para aferir níveis de colesterol, percentual de gordura e a circunferência da cintura. Também responderam a questionários sobre hábitos alimentares e a prática de atividade física.

Após as medições, os voluntários receberam um café da manhã padrão e aguardaram uma hora para a digestão. Em seguida, foram submetidos a um teste de atividade física com um cicloergômetro, uma espécie de bicicleta ergométrica. Nesse equipamento, fizeram cinco minutos de aquecimento e, depois, receberam uma carga de estímulo que aumentava a cada dois minutos, até a exaustão. Enquanto isso, o consumo de oxigênio, a produção de dióxido de carbono e a frequência cardíaca dos voluntários eram monitorados.

Os pesquisadores constataram que, em resposta à contração dos músculos, substâncias como a interleucina-6 e a irisina, que controlam o apetite, foram liberadas e agiram de maneira mais intensa ao longo de 40 minutos, aproximadamente, após o treino.

Apesar de o número de participantes do estudo ser pequeno e o trabalho ser focado em um grupo de pessoas com um perfil específico, especialistas ouvidos pela Agência Einstein ressaltam que esses resultados relevantes.

“Realmente o número de voluntários avaliados é muito pequeno, mas o estudo traz informações interessantes sobre os fatores referentes à influência dos exercícios sobre a fome e a saciedade e ratifica outros trabalhos que já demonstraram essa relação — que, inclusive, podemos comprovar na nossa prática clínica, em especial quando se trata de exercícios aeróbicos de intensidade moderada”, diz a endocrinologista Deborah Beranger, do Rio de Janeiro.

O endocrinologista Carlos André Minanni, coordenador médico do check-up e da pós-graduação em endocrinologia do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca outros achados da pesquisa. “De fato, esse estudo adiciona dados relevantes aos mecanismos pelos quais a atividade física modula a fome, incluindo alterações hormonais, elevação da temperatura e do fluxo sanguíneo, e a redução do neuropeptídeo Y (NPY), um conhecido estimulante do apetite no sistema nervoso”, comenta.

Contudo, são necessários mais estudos para entender como esses resultados se aplicam na população em geral. “Os efeitos são variados dependendo do tipo de exercício, da duração, da intensidade, do condicionamento prévio, da genética e da alimentação da pessoa, entre outros fatores”, observa Minanni.

Fonte: Agência Einstein

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Economia

Governo Federal vai investir R$ 24 milhões em núcleos de agroecologia até 2027

Foto: Albino Oliveira – ASCOM/MDA

Ministros Márcio Macêdo e Paulo Teixeira anunciam Chamada Pública para Núcleos de Estudos em Agroecologia, com foco em sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis

 

O Governo Federal lançou nesta terça-feira, dia 8, a Chamada Pública Unificada nº 01/2025, que vai investir R$ 24 milhões até 2027 no fortalecimento dos Núcleos de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica (NEAs). O anúncio foi feito durante a 27ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO), no Palácio do Planalto, com a presença dos ministros Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), além de representantes de instituições de ensino, movimentos sociais e comunidades tradicionais.

“A Chamada Pública é um pontapé inicial para que essa agenda possa tomar corpo não só no Governo Federal, mas que ganhe corpo nos governos estaduais, nas prefeituras, na sociedade civil e no setor produtivo. Contem conosco! A parte que nos cabe dessa proeza, nós estamos aqui para cumprir e para fazer junto com vocês. Isso aqui é construído a várias mãos. Por isso que está dando certo” Márcio Macêdo Ministro da Secretaria-Geral da Presidência

A iniciativa tem como objetivo integrar ensino, pesquisa e extensão para promover sistemas alimentares sustentáveis, saudáveis e inclusivos, tanto em zonas rurais quanto urbanas. Cada projeto poderá receber até R$ 300 mil, com duração de 30 meses, para custeio, infraestrutura e bolsas.

A chamada pública surgiu da cooperação entre a Secretaria-Geral da Presidência da República (SGPR), o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), o Ministério da Educação (MEC), o Ministério da Saúde (MS), o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), responsável pela execução dos recursos.

“A Chamada Pública é um pontapé inicial para que essa agenda possa tomar corpo não só no Governo Federal, mas que ganhe corpo nos governos estaduais, nas prefeituras, na sociedade civil e no setor produtivo. Contem conosco! A parte que nos cabe dessa proeza, nós estamos aqui para cumprir e para fazer junto com vocês. Isso aqui é construído a várias mãos. Por isso que está dando certo”, afirmou o ministro Márcio Macêdo durante o lançamento.

 

MOBILIZAÇÃO TERRITORIAL — Criados como estratégia da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo), instituída pelo Decreto nº 7.794/2012, os NEAs constituem uma das principais inovações na articulação entre universidades, institutos federais e comunidades. As experiências acumuladas desde 2010 demonstram sua capacidade de mobilização territorial e de geração de conhecimento, com impacto direto na vida de agricultores(as) familiares, povos indígenas, quilombolas, pescadores(as) artesanais e comunidades tradicionais.

“Como é que a gente leva a universidade e os Institutos Federais para o campo? Como é que a gente leva para o território? Essa é a oportunidade. E é por isso que a gente foi pedir para o ministro Camilo Santana (Educação) sugestões para ampliar esse programa de extensão nas comunidades. E, evidentemente, esse programa de extensão tem que ter uma abordagem agroecológica, porque não tem sentido nós fazermos o mesmo do que está levando a adoecer a nossa população” Paulo Teixeira Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar

O ministro Paulo Teixeira destacou a importância de levar o conhecimento acadêmico ao campo e integrá-lo ao saber tradicional. “Como é que a gente leva a universidade e os Institutos Federais para o campo? Como é que a gente leva para o território? Essa é a oportunidade. E é por isso que a gente foi pedir para o ministro Camilo Santana (Educação) sugestões para ampliar esse programa de extensão nas comunidades. E, evidentemente, esse programa de extensão tem que ter uma abordagem agroecológica, porque não tem sentido nós fazermos o mesmo do que está levando a adoecer a nossa população”, disse Teixeira ao se referir ao uso de agrotóxicos na produção de alimentos.

A expectativa é de que a chamada pública amplie parcerias institucionais, fortaleça redes de pesquisa, promova a inclusão social e estimule metodologias inovadoras de aprendizagem e organização comunitária.

LEVAR CONHECIMENTO — Para Irene Carvalho da Silva, agricultora do Assentamento Oziel Alves em Planaltina (DF), os Núcleos de Estudos em Agroecologia são importantes ferramentas de desenvolvimento e de conhecimento para os agricultores e agricultoras. “Esses universitários nos levam esse conhecimento. Então, a importância dos NEAs é enorme. No meu assentamento, a gente já teve a criação de uma mandala que nos sustentou por quase dois anos, que foi só dela que eu vivi esse tempo”, contou Irene.

As propostas deverão considerar diretrizes dos programas governamentais de ciência e tecnologia voltados à segurança alimentar e nutricional, com foco em iniciativas econômicas solidárias, transição agroecológica e construção de sistemas resilientes frente aos desafios climáticos.

NEAS — Entre 2010 e 2016, oito chamadas públicas foram realizadas e investiram R$ 62 milhões, beneficiando diretamente mais de 25 mil pessoas e formando cerca de 430 parcerias e 70 redes de articulação. Os NEAs são reconhecidos como ambientes de formação política, cidadã e profissional, contribuindo para a transformação social a partir da agroecologia.

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