Valinhos

WestRock anuncia saída de Valinhos para 2° tri de 2019

A fabricante de embalagens de papelão WestRock, antiga Rigesa, anunciou na tarde da última segunda-feira, 18, o encerramento das operações da empresa em Valinhos. O fim das atividades está previsto para acontecer no segundo trimestre de 2019. A unidade valinhense, criada em 1943, permanecerá aberta até a inauguração de uma nova unidade, em Porto Feliz-SP.
A empresa, por meio da assessoria de imprensa, informou que o motivo para o encerramento das atividades está relacionado à falta de condições que permitam o crescimento sustentável da unidade para atender o mercado crescente na região. “O encerramento das atividades da empresa em Valinhos se deve exclusivamente em virtude da configuração e da estrutura física antigas da unidade, aliadas à inviabilidade de expansão física e às dificuldades logísticas que, juntas, levam a um alto custo fixo da unidade, o qual agravou-se com a crise econômica do país e a impossibilidade de crescer de forma rentável e sustentável para acompanhar o importante mercado do Sudeste”, afirmou a companhia.

Funcionários
Tristeza. Essa palavra define como ficaram os ex-funcionários da Rigesa ao tomarem conhecimento da saída dela de Valinhos. O ex-vereador Antônio Roberto Montero foi um deles. Ele trabalhou na empresa entre 1965 e 1998. Montero entrou na empresa como Projetista Mecânico e saiu como Diretor Industrial. “Na época que era jovem e estudava em Campinas, diariamente pegava um trem. E as pessoas de outras cidades tiravam sarro de mim por causa do mau cheiro que exalava das instalações da Rigesa. E eu dizia que um dia trabalharia lá e resolveria esse problema. Eu entrei na empresa, mas esse problema foi resolvido por outro profissional”, brincou.
Ainda segundo Montero, o orgulho de ter trabalhado na antiga Rigesa nunca morrerá, apesar das mudanças da história. “Tudo o que sou hoje agradeço aos meus pais e ao período que trabalhei na Rigesa. Lá eu aprendi muito”, afirmou.
Benedicto Rocha Nogueira foi outra pessoa que trabalhou na empresa. Ele entrou na antiga Rigesa em 1961 como funcionário do Laboratório da companhia e deixou a mesma em 2000, como Supervisor de Manutenção Preventiva. “Fiquei, assim como muitos colegas, muito triste com o fim da empresa em Valinhos. É algo que ficou enraizado na cidade”, contou.
Também de acordo com Nogueira, caso pudesse escolher, a história profissional dele seria novamente com a Rigesa. “A empresa me formou como pessoa. Jamais esquecerei a minha vida na Rigesa”, ressaltou.

História
A unidade de Valinhos foi inaugurada em 1943, quando a então chamada Fábrica de Papelão Campinas, depois Rigesa, transferiu sua operação de Sousas para Valinhos, à época, as duas localidades eram distritos do município de Campinas. Em 1953, o grupo norte-americano MeadWestvaco assumiu o controle da Rigesa – Celulose, Papel e Embalagens, transformando-a em MWV Rigesa. Mais de 50 anos depois, em 2015, a empresa matriz se fundiu com a RockTeen Company, resultando na WestRock Company. O nome Rigesa, então, foi abolido definitivamente.
O declínio da antiga Rigesa em Valinhos começou em 2014, com o fechamento do ADC Rigesa, clube criado para o benefício de funcionários da companhia e localizado no entorno da Vila Papelão. Pouco tempo depois, a fábrica de papel da empresa foi transferida para Três Barras, em Santa Catarina. Atualmente 470 funcionários trabalham na fabricação de embalagens de papelão ondulado, a única unidade restante em Valinhos. Historicamente o grupo formado pela Rigesa, junto da Clark (Atual EATON) e a Gessy Lever (Atual Unilever), foi o que mais empregou pessoas na cidade. 

 

Luiz Felipe Leite
Repórter

COMPARTILHE NAS REDES