Clima seco e baixa umidade intensificam os sintomas da doença, que atinge 10% dos brasileiros; prevenção e tratamento contínuo são fundamentais.

O inverno, caracterizado pelo clima seco e baixa umidade do ar, é um dos períodos mais críticos para pacientes com asma, uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que afeta cerca de 300 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, aproximadamente 10% da população é asmática, e a doença é responsável por cerca de 400 mil internações hospitalares por ano, segundo o Ministério da Saúde.

Diversos fatores contribuem para a manifestação da asma, incluindo a ação de elementos ambientais como ácaros da poeira, mofo, poluentes e infecções respiratórias por vírus. Além disso, aspectos nutricionais, como o excesso de peso, fatores hormonais e predisposição genética herdada dos pais, também desempenham um papel importante no desenvolvimento da doença.

Estima-se que entre 70% e 80% das pessoas com asma são alérgicas. A doença, que se caracteriza pela inflamação dos brônquios e sua hiper-reatividade a diversos estímulos, apresenta períodos de piora (crises) e melhora, muitas vezes sem sintomas aparentes. No entanto, a falta de informação e o subdiagnóstico fazem com que a asma seja uma doença frequentemente negligenciada, tanto pelos médicos quanto pelos próprios pacientes. Isso resulta em um tratamento inadequado e insuficiente, apesar da alta prevalência, das hospitalizações e da mortalidade associada.

Segundo o Dr. Pedro Genta, pneumologista do Hospital do Coração (HCor), a asma é uma doença crônica que requer acompanhamento contínuo. “Muitos pacientes precisam de medicação diária para prevenir crises e controlar os sintomas. Durante o inverno, quando o clima agrava os sintomas, é essencial que os asmáticos consultem um pneumologista para reavaliação do tratamento. Além dos medicamentos convencionais e das vacinas contra gripe e pneumonia, a educação do paciente e da família é crucial para evitar crises.”

O Brasil ocupa a oitava posição no ranking mundial de prevalência da asma, o que torna o acompanhamento e o tratamento da doença uma prioridade constante. No inverno, os cuidados devem ser redobrados, especialmente com o uso de roupas que acumulam poeira e a exposição a ambientes fechados. “O contato com alérgenos aumenta as chances de uma crise de asma. É fundamental adotar medidas preventivas, como evitar cortinas e tapetes, manter a casa limpa e arejada, conservar bichos de pelúcia e livros em locais apropriados, e evitar o contato com fumaça e animais domésticos”, orienta o Dr. Genta.

Medidas Preventivas para a Asma:

Não interromper o tratamento medicamentoso;

Evitar exposição a fumaças poluentes;

Evitar ambientes com poeira e ácaros;

Evitar convívio com animais domésticos, como gatos e cachorros;

Proteger-se contra mudanças bruscas de temperatura;

Prevenir-se contra gripes e resfriados;

Praticar exercícios respiratórios, como natação e ioga.

Fonte: Associação Brasileira de Asmáticos – ABRA