Terceiro Setor

Projeto de Natação Inclusiva é modelo de atividade esportiva em Valinhos

O instituto ACESA Capuava está renovando o projeto que transformou a vida de 60 pessoas com deficiência através da sensorialidade da água

Após um ano do projeto de educação física, a entidade filantrópica valinhense ACESA Capuava está em movimento com o Ministério do Esporte para a continuação das aulas de natação inclusiva no próximo ano, oferecida para os seus atendidos. As captações de recursos já estão em andamento para a continuidade da atividade esportiva, que está cada vez mais procurada na região, devido ao padrão de qualidade das aulas, infraestrutura e o acolhimento excepcional.

Apresentado como continuidade do anterior, o Projeto de Natação Inclusiva ll tem como principal objetivo introduzir a prática esportiva aquática no dia a dia dos atendidos, a partir do trabalho de conceitos básicos da natação, utilizando da natação Inclusiva como ferramenta para melhorar a autoestima, a sensorialidade e as relações interpessoais.

Fernanda Teixeira, presidente da ACESA Capuava, comenta que a meta é seguir com a rotina e atividades já existentes e que foram recebidas com carinho pelos professores, alunos e familiares envolvidos. Segundo Fernanda, a instituição está com grandes expectativas para o próximo ano, que promete mais desenvolvimento a partir de um ambiente diferenciado, a piscina, para pessoas com deficiência.

“Este ano foi de muita inclusão, de apresentar o esporte natação para crianças e jovens que não tinham sequer um contato próximo com a água. Então, para o próximo ano, nós queremos muito ver o crescimento dos nossos alunos nesse esporte, alcançando também novas modalidades dentro da natação, que até possam ter oportunidades de competição e se envolver mais. Aprovado novamente pelo ministério do esporte, torcemos para que a ACESA continue oferecendo para essas crianças esse vínculo com o esporte, fazendo com que floresça ainda mais o envolvimento”, diz Michel Felipe Policarpo do Nascimento, coordenador do projeto.

Contato com a água

O que para muitos é comum, atividades envolvendo esportes na água são barreiras sensoriais, físicas e sociais para pessoas com deficiência e em vulnerabilidade de socialização. Assim, a entidade tem como metas quebrar essas barreiras e gerar inclusão de pessoas com deficiência, em um espaço diferenciado, como a piscina.

“Dos nossos alunos, nem 10% tinha feito natação”, conta o professor João Pedro Armelin Romantini, sobre a realidade dos matriculados no projeto. “Achávamos que as crianças iam demorar para se adaptar, para aceitar a água, para ter ensinamento motor, para aprender, por exemplo, nado crawl, eu achei que ia demorar muito mais. Mas agora, em novembro, as crianças estão muito bem, além de se sentirem confortáveis, elas também evoluíram absurdamente. O tanto que alcançamos com essas crianças superou todas as minhas expectativas como professor, e é nítido o bem-estar que o contato com a água dá para elas”, afirma.

Através de uma pesquisa feita pela ACESA, os pais dos atendidos, os quais responderam sem ser identificados, se emocionaram ao contar os impactos na vida dos filhos especiais: “Raphael já se acostumou com a piscina, em casa ele já mostrou que consegue segurar a respiração por mais tempo e está mais seguro”, afirma a mãe Fábia Capelanis. “A felicidade de Thales é gratificante, e os benefícios que trouxe para ele também vieram consequentemente para a rotina da nossa família”, diz Suelen Campos, mãe de Thales.

Vale ressaltar que a prática da natação é em grupo, com até seis alunos por aula, o que faz com que se sintam mais à vontade por estarem juntos na piscina. “Eles se sentem respeitados dentro da água, já que as técnicas das aulas são aplicadas de acordo com o nível individual de cada aluno, por isso os grupos pequenos, para ter toda atenção personalizada. A felicidade no rosto deles é estampada, todas as aulas são cheias de sorrisos desde o momento que entram na área da piscina”, comenta João Romantini.

No dia a dia na água, as aulas são oferecidas a partir da disponibilidade da família e da idade do atendido, que possuem deficiências como TEA, Esclerose Múltipla, Paralisia cerebral, Deficiência Auditiva e Síndrome de Down. As aulas ocorrem no período da manhã e da tarde, e cada aluno pratica duas vezes na semana.

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