VIOLÊNCIA

Esportes

Academia de Futebol do Palmeiras sofre ataque com bombas

Clube promete punição aos responsáveis e disponibilizará imagens das câmeras de segurança à Polícia Civil

A Academia de Futebol do Palmeiras sofreu um ataque na madrugada de domingo, dia 10. Criminosos arremessaram bombas e rojões contra o centro de treinamento. Entretanto, o clube informou que, embora atletas e funcionários estivessem concentrados para o jogo contra o Ceará, ninguém se feriu.

O Palmeiras publicou uma nota oficial, afirmando que não se intimidará com os atos violentos. O clube também garantiu que vai agir para que os responsáveis sejam punidos. A diretoria já contatou a Polícia Civil e vai registrar um Boletim de Ocorrência. Assim, o Palmeiras disponibilizará todas as imagens das câmeras de monitoramento aos investigadores.

O clube considera inaceitável que o futebol se torne um “ambiente cada vez mais tóxico”. A diretoria lamenta a conivência de veículos de imprensa que, segundo o clube, dão publicidade a ameaças desde o último Derby. A Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) ainda não tem dados sobre o ocorrido.

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Alternativa

Personal Trainer leva 45 pontos no rosto após defender vítimas de assédio em bar

Em Águas de Lindoia (SP), o personal trainer Thiago Medeiros foi brutalmente agredido com um copo de vidro quebrado ao intervir em situação de importunação sexual; agressor ainda não foi identificado.

Um personal trainer de 32 anos precisou de 45 pontos no rosto após ser agredido com um copo de vidro quebrado em um bar em Águas de Lindoia, no interior de São Paulo. O ataque ocorreu porque o rapaz tentou defender mulheres que estavam sendo importunadas e assediadas por um homem no local.

O incidente aconteceu em 21 de junho, e a Polícia Civil está investigando o caso, mas, até esta terça-feira, 8 de julho, nenhum suspeito havia sido identificado ou preso.

Thiago Medeiros, que é morador da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, estava em Águas de Lindoia acompanhando amigos que participaram de um encontro nacional de carros antigos. Após o evento, eles foram a um bar onde Thiago percebeu um homem assediando uma conhecida de 30 anos e tentando beijá-la. Quando uma amiga tentou defender a jovem e foi xingada, Thiago decidiu intervir. No momento da agressão, ele estava sozinho, pois seus amigos já haviam deixado o bar.

O agressor atingiu Thiago com um soco, quebrou um copo e o golpeou repetidamente no rosto. O personal trainer foi socorrido e levado de ambulância para o hospital municipal, onde recebeu a sutura com 45 pontos. No dia seguinte, ele sofreu uma convulsão e foi transferido para um hospital particular em Piracicaba. Em 22 de junho, Thiago retornou ao Rio de Janeiro e passou por exame de corpo de delito.

Em depoimento ao g1 da Rede Globo, Thiago Medeiros expressou sua esperança de que o agressor seja encontrado e punido.

“Quero uma punição, que ele pague por isso, por essa covardia. Foi tentativa de homicídio. Ele pegar o copo, bater a taça quebrada e enfiar mais de dez vezes no meu rosto, com chance de pegar uma carótida, pegar minha vista, eu desacordado após o soco na nuca. Foi tentativa de homicídio”, desabafou.

Thiago, que trabalha como autônomo, ainda não conseguiu retomar suas atividades profissionais. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram seu rosto com múltiplos cortes e pontos cirúrgicos.

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Atos contra LGBTQIAPN+ cresceram 1 mil%, diz Atlas da Violência

© Fernando Frazão/Agência Brasil
De 2022 para 2023 casos contra homossexuais e bissexuais atingiram 35%
Isabela Vieira – Repórter da Agência Brasil
A violência contra pessoas LGBTQIAPN+ cresce continuamente no país e, em uma década, saltou 1.111% contra homossexuais e bissexuais, o mesmo patamar contra mulheres trans, 1.607% contra homens trans e 2.340% contra travestis. Os dados são do Atlas da Violência, referente ao período de 2014 a 2023 e foram divulgados na última semana, no Rio.

Somente de 2022 para 2023, os casos de violência contra homossexuais e bissexuais aumentaram 35% e contra transsexuais e travestis cresceram 43%, sendo maior entre homens transsexuais, mesmo que, numericamente, o volume de registros de mulheres transsexuais vítimas “permaneça em um patamar bastante superior”, mostra pesquisa.

Apesar de já altos, os dados podem estar aquém da realidade, impactados pela subnotificação, alertam os pesquisadores e, como se tratam de informações coletadas pelo sistema de saúde, eles pedem cautela na interpretação. Explicam que não é possível afirmar que os casos de violência se tratam de LGBTfobia, pois, essa informação não consta dos boletins médicos computados no estudo. Desde que a LGBTfobia foi equiparada ao racismo, em 2019, a legislação oferece um arcabouço sólido de proteção às vítimas desse grupo social.

De acordo com o Atlas da Violência, os números podem refletir três fatores: aumento real da vitimização, aumento de pessoas autoidentificadas e expansão dos centros de saúde que passaram a fazer parte do banco de dados da Saúde, embora o estudo reforce que os números indicam “aumento na prevalência de violências” sofrida pelo LGBTQIAPN+.

“Com o setor de saúde se tornando um espaço consideravelmente mais seguro para isso, na última década houve um crescimento de autoidentificados dissidentes sexuais e de gênero, fato que contribui para o aumento de registros contra essas pessoas, mesmo considerando a inespecificidade do dado no que tange à motivação da agressão”, diz o relatório.

O texto também chama atenção para mudanças culturais importantes em uma década e que deram maior visibilidade para as reivindicações LGBTQIAPN+, “possibilitando que as pessoas se identificassem, com menos medo de represálias quando questionadas”.

A violência vivida nas ruas por esta população também é uma realidade no ambiente virtual. Apesar de o Atlas da Violência não ter tratado do tema, os cartórios chamam atenção para o aumento do recurso da ata notarial como forma de registrar as ofensas na internet.

A ata é um recurso jurídico para comprovar na Justiça ataques LGBTfóbicos em redes sociais, e-mails e aplicativos de mensagens, por exemplo. Trata-se um documento lavrado em cartório, com fé pública, que registra o conteúdo apresentado pela vítima. Em alguns casos, pode ser o único meio de comprovar os atos criminosos cometidos na internet.

 

“Tem sido comum recebermos pessoas que chegam ao cartório emocionalmente abaladas, mas com muita clareza de que precisam registrar o que viveram. Muitas trazem links ou perfis com mensagens ofensivas. A partir disso, fazemos a coleta do conteúdo da internet em tempo real, com acesso direto às redes e mensagens, e redigimos a ata ali mesmo”, explicou, em nota, a tabeliã do 15º Ofício de Notas do Rio de Janeiro, Fernanda Leitão.

 

Apesar de ter um custo médio de R$ 534,34, com valor adicional de R$ 245,55 por folha extra, o procedimento é mais bem aceito pela Justiça do que um print de tela. Sem outros elementos, o print pode ser questionado nos tribunais. Ao ser validado por um cartório, porém, na ata, o ataque virtual é registrado com links, perfis e por meio de um escrevente passando a ter fé pública. O procedimento vale mesmo que o ator apague a postagem depois.

No caso de agressão física, a atuação do cartório é limitada, pois, o escrevente precisara ter presenciado o ato. Mesmo assim, existe a possibilidade de a vítima fazer uma Escritura Pública Declaratória, com base no relato da agressão. O documento tem menos força, pois, se trata de declaração, mas pode contribuir para reforçar outras evidências em um processo judicial.

De acordo com a tabeliã Fernanda, é importante que as pessoas LGBTQIAPN+ conheçam todos esses mecanismos para buscar responsabilização de agressores, de acordo com a nova lei. “Um print, um relato, uma ata, tudo pode fortalecer uma denúncia”, disse.

“Estamos falando de uma ponte entre a violência sofrida e a possibilidade real de justiça”, reforçou.

A ata notarial pode ser obtida de duas maneiras: presencialmente, em um cartório de notas, ou pela plataforma eletrônica e-Notariado.

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Brasil e Mundo

SP registrou, em 2024, uma ameaça contra a mulher a cada 5 minutos

Violência contra a mulher, criança e adolescente. Violência doméstica. Foto: Freepick© Freepick

Até novembro, foram 97.434 boletins de ocorrência

Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil

Em 2024, uma ameaça contra a mulher foi registrada a cada 5 minutos no estado de São Paulo, segundo dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). De janeiro a novembro, foram registrados 97.434 boletins de ocorrência de ameaça contra mulheres. Os dados de dezembro não foram divulgados até o momento.

No mesmo período de 2023, foram 97.920 registros de ameaça contra mulheres. Em todo o ano, o número chegou a 114.083 boletins.

Os números não só refletem a gravidade dos casos de violência contra a mulher, mas servem ainda como um alerta para todas as autoridades de segurança pública e do sistema de justiça, segundo análise da advogada Ianca Santos, especialista nos direitos das mulheres e integrante do Projeto Justiceiras.

“É lamentável que ainda tenhamos um número assustador como esse. Sabemos que existem muitas mulheres que não denunciam. Então, o número é ainda maior do que isso”, ressaltou a advogada, em entrevista à Agência Brasil.

Ianca Santos disse que é comprovado que o crime de ameaça é um dos mais praticados no âmbito da violência contra a mulher. “É importante mencionar que o crime de ameaça é uma forma que o agressor tem para tentar intimidar a mulher, para que ela se sinta com medo, seja a ameaça em relação aos filhos, seja em relação ao trabalho, e a questões financeiras, à família”.

“Eles usam dos pontos fracos da mulher para intimidá-la e minar a autoestima dessa mulher, deixando-a com medo”, acrescentou.

Por causa da intimidação, ainda há mulheres que sofrem caladas e não denunciam por medo das consequências e de que essas ameaças sejam concretizadas, alerta a advogada.

Conscientização

Ianca Santos avalia que, para solucionar e diminuir os crimes praticados contra as mulheres, não só o de ameaça, são necessárias ações de prevenção, conscientização e educação da população.

“Nós precisamos da contribuição dos órgãos públicos, das escolas, das empresas, que são formadores de opinião, para levar conhecimento a toda a sociedade”, defendeu.

A especialista citou como exemplo os dias de jogos de futebol, quando há um aumento significativo de violência contra as mulheres. Isso porque, em caso de insatisfação com o resultado do jogo, há homens que descontam em suas companheiras, com gritos, ameaças e, por vezes, agressões físicas.

“Nós precisamos acabar com essa visão estrutural, que ainda é predominante, de tratar a mulher como propriedade do homem e que ele pode fazer o que quiser com ela. Isso reflete nesses casos de ameaça, pois deixam as mulheres com medo, e a maioria paralisada, e não procuram ajuda. Portanto, o investimento em conhecimento, em educação é de suma importância”, disse a advogada.

Importância em denunciar

A advogada ressalta a importância de se denunciar casos de ameaças contra mulheres, inclusive como forma de interromper o ciclo de violência. “Nós sabemos que não é fácil denunciar uma pessoa muito próxima, como um marido, um namorado, mas é importante essa denúncia justamente para que isso não se escale para um crime mais grave, como o crime de feminicídio.”

Os casos de feminicídio tiveram aumento de 15,89%, de 2023 para 2024. Até novembro de 2024, foram 226 boletins de ocorrência do crime. No mesmo período de 2023, foram 195 registros. Ainda que os dados de dezembro não tenham sido divulgados, os feminicídios cometidos em 2024 já ultrapassaram o número total do ano imediatamente anterior, com 221 registros.

Para denunciar uma ameaça, a mulher deve ir a uma delegacia de polícia mais próxima para registrar um boletim de ocorrência. Ianca recomenda que as vítimas deem preferência a delegacias de defesa da mulher. “Ela precisa juntar as provas, indicar suas testemunhas, sejam testemunhas diretas ou indiretas”, orientou.

“Nos crimes de violência contra a mulher, que geralmente acontecem entre quatro paredes, não tem testemunha [direta]. Mas a testemunha indireta vale. Por exemplo, a mulher que foi agredida contou para uma amiga. Essa amiga é sim uma testemunha dos fatos”, explicou a advogada sobre as testemunhas indicadas quando o boletim de ocorrência é registrado.

Segundo Ianca, além de conscientizar para que as mulheres registrem as denúncias, é preciso que os casos sejam investigados a fim de evitar que crimes como ameaças se desdobrem em feminicídio.

“Ainda enfrentamos uma questão de contingente para averiguar essas demandas. É necessário um maior investimento nas delegacias de defesa da mulher para ter um atendimento mais célere e rápido, com maior deferimento de medidas protetivas, visando sempre a proteção dessa mulher”, defende.

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Saúde

CFM: a cada três horas, um médico é vítima de violência no Brasil

© Marcelo Leal/Unsplash

Registro de casos passou de 2,7 mil em 2013 para 3,9 mil em 2023

Dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) indicam que, a cada três horas, um médico é vítima de violência enquanto trabalha em um estabelecimento de saúde público ou privado no Brasil.

O levantamento, divulgado nesta terça-feira (22), foi feito com base em boletins de ocorrência registrados em delegacias de polícia civil de todos os estados brasileiros entre 2013 e 2024.

Atualmente, o país registra média de nove casos de violência contra médicos em ambiente de trabalho por dia, de acordo com a entidade.

“Os dados mostram que a situação fica cada vez mais fora de controle, uma vez que o volume de queixas vem aumentando ano após ano. O recorde foi batido em 2023, mas os dados completos de 2024 somente serão conhecidos ano que vem”, avaliou o CFM em nota.

Ocorrências

Foram contabilizados, ao todo, 38 mil boletins de ocorrência em que médicos aparecem como vítimas de ameaça, injúria, desacato, lesão corporal e difamação dentro de unidades de saúde, hospitais, consultórios, clínicas, prontos-socorros e laboratórios. Segundo o levantamento, 47% desses registros são contra mulheres. Há, inclusive, registros de mortes suspeitas de médicos dentro de estabelecimentos de saúde.

Recorde

Em 2013, foram registrados pouco mais de 2,7 mil boletins de ocorrência desse tipo no país. Dez anos depois, em 2023, o número alcançou a marca de 3,9 mil casos, a maior da série histórica.

“Isso significa dizer que, em média, apenas no ano passado, foram contabilizados 11 boletins de ocorrência por dia no país por conta de situações de violência contra médicos no local onde atuam”, destacou o CFM.

Autores

Os números mostram ainda que 66% dos casos ocorrem em municípios do interior do Brasil. Os autores dos atos violentos são, em grande parte, pacientes, familiares de pessoas atendidas e desconhecidos. Há ainda casos minoritários de ameaça, injúria e até lesão corporal cometidos por colegas de trabalho, incluindo enfermeiros, técnicos, servidores e outros profissionais da saúde.

Estados

São Paulo, que responde atualmente como a unidade federativa com o maior número de registros médicos do país (26% do total), registrou quase a metade dos casos de violência em termos absolutos – 18 mil dos 38 mil contabilizados no Brasil. No estado, a média de idade dos médicos que sofrem algum tipo de violência é 42 anos e cerca de 45% dos registros foram contra médicas.

De acordo com os dados, 45% dos ataques a médicos em São Paulo (8,4 mil casos) ocorreram dentro de hospitais (pronto-socorro, unidade de terapia intensiva, centro cirúrgico e consultório). Em seguida, entre as maiores ocorrências, estão postos de saúde (18%), clínicas (17%) e consultório (9%). O restante ocorreu em laboratórios, casas de repousos e outros tipos de estabelecimentos.

Já o Paraná, que aparece como o quinto estado com a maior quantidade de médicos, figura em segundo lugar no ranking de violência contra profissionais em estabelecimentos de saúde. A unidade federativa responde por, pelo menos, 3,9 mil casos de ameaça, assédio, lesão corporal, vias de fato, injúria, calúnia, difamação, desacato e perturbação do trabalho contra médicos registrados entre 2013 e 2024. Curitiba concentra 12% dos registros.

Em terceiro lugar está Minas Gerais, segundo estado com o maior número de médicos do Brasil. A Polícia Civil do estado registrou 3.617 boletins de ocorrência envolvendo esse tipo de violência, sendo 22% deles na capital Belo Horizonte.

De acordo com o CFM, o Rio Grande do Norte não encaminhou as informações solicitadas a tempo e o Acre informou não ter os dados em sua base. Já Mato Grosso e Paraná informaram dados relativos à violência em hospitais e clínicas médicas contra qualquer profissão – a partir daí, o conselho elaborou uma estimativa mínima de 10% que envolveria apenas médicos.

Estimativa semelhante foi feita com o Rio de Janeiro, onde a maioria das ocorrências não tem a profissão da vítima; e com as informações prestadas pelo Rio Grande do Sul, que forneceu apenas dados de violência contra médicos sem definir o local onde ocorreu o fato.

Orientações

Em casos de ameaça, o CFM orienta que o médico:

  • registre ocorrência na delegacia mais próxima ou online;
  • informe, por escrito, às diretorias clínica e técnica da unidade hospitalar sobre o ocorrido;
  • apresente dados dos envolvidos e testemunhas;
  • encaminhe o paciente a outro colega, se não for caso de urgência e/ou emergência.

Se a ocorrência envolver agressão física, a entidade indica que o profissional:

  • compareça à delegacia mais próxima e registre boletim de ocorrência (haverá necessidade de exame do corpo de delito);
  • apresente dados dos envolvidos na agressão e de testemunhas;
  • comunique o fato imediatamente às diretorias clínica e técnica da unidade hospitalar para que seja providenciado outro médico para assumir suas atividades.
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Brasil e Mundo

Serviço de acolhimento a mulheres vítimas de violência cresce 26% em SP

Número de unidades de acolhimento ligadas à Secretaria de Desenvolvimento Social aumentou de 31 para 42 em um ano e meio

Fone: Portal do Governo de SP

No mês de conscientização e combate à violência contra a mulher, o Agosto Lilás, a Secretaria do Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo (SEDS) faz um balanço da implementação do Serviço de Acolhimento Institucional para Mulheres Vítimas de Violência. Existem no total 42 Serviços de Acolhimento Institucional ativos para essas mulheres e seus filhos. Só nos primeiros 18 meses da atual gestão, foram abertas 12 unidades no estado de São Paulo, um crescimento de 26%. Para tanto, a SEDS investiu mais de R$ 5,3 milhões em 2023.

O serviço é destinado a proteger as mulheres e seus filhos menores de 18 anos sob ameaça ou risco à sua integridade física em razão de violência doméstica e familiar, causadora de lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico ou dano moral. Nesses abrigos, cuja localização é sigilosa, as mulheres podem permanecer por seis meses, prorrogáveis por mais seis meses. Além de moradia, elas recebem alimentação, são encaminhadas para tratamento de saúde e orientadas sobre trabalho e renda, de modo que possam se reorganizar profissional e financeiramente rumo à autonomia para não serem obrigadas a retornar ao convívio com o agressor.

Em articulação com a rede de serviços socioassistenciais das demais políticas públicas e do sistema de Justiça, a SEDS trabalha para que sejam garantidos a essas mulheres atendimento jurídico e psicossocial e acesso a benefícios sociais, inclusive para filhos e/ou dependentes que estiverem sob sua responsabilidade.

Denúncias podem ser feitas em delegacias ou pelo Ligue 180

Mulheres que estiverem sendo ameaçadas ou que estejam correndo risco de vida devem procurar uma delegacia e fazer um Boletim de Ocorrência (B.O.).

Elas também podem procurar o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), que vai avaliar as circunstâncias e a viabilidade para o acesso ao Serviço de Acolhimento Institucional para Mulheres Vítimas de Violência.

Outro canal é o Ligue 180, da Central de Atendimento às Mulheres do Governo Federal. O serviço orienta mulheres em situação de violência e registra denúncias de violações. Também funciona por WhatsApp: basta enviar uma mensagem para o número (61) 9610-0180.

Há ainda o Disque 100, vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. As ligações são gratuitas, e o serviço funciona 24 horas por dia. As denunciantes não precisam se identificar.

Casas da Mulher Paulista

A atual gestão implementou as Casas da Mulher Paulista, que são espaços dedicados à proteção e ao acolhimento de mulheres. Já foram entregues 17 unidades pelo Estado. As unidades também realizam encaminhamento profissional, auxiliando na reintegração da mulher no mercado de trabalho, com aulas socioeducativas para produção de currículos, preparação de entrevistas e suporte emocional.

O Governo de SP criou neste ano o movimento São Paulo por Todas para ampliar a visibilidade das políticas públicas do Estado para mulheres, bem como a rede de proteção, acolhimento e autonomia profissional e financeira para elas.

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Valinhos

Valinhos registra aumento de 77,7% em estupros de vulneráveis no primeiro semestre de 2024

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) divulgou na última quinta-feira, dia 25, os dados da criminalidade referentes ao mês de julho, completando as estatísticas do primeiro semestre de 2024. De acordo com levantamento realizado pela Folha de Valinhos, entre as modalidades de crimes, o número de estupros de vulneráveis tem aumentado em Valinhos.

O levantamento revelou um aumento de 77,7% em relação ao primeiro semestre de 2022. Foram registradas 18 ocorrências de estupro entre janeiro e junho deste ano, das quais 16 foram de estupros de vulneráveis. No primeiro semestre de 2023, foram registrados 14 estupros, sendo 9 de vulneráveis.

O estupro de vulnerável é previsto no artigo 217-A do Código Penal e tipifica qualquer pessoa que mantenha conjunção carnal ou pratique outro ato libidinoso com menor de quatorze anos. Também é considerado estupro de vulnerável se a vítima tiver algum tipo de enfermidade ou deficiência mental que a impeça de oferecer resistência ou ter o necessário discernimento para o ato.

OUTRAS MODALIDADES

Em relação aos crimes violentos contra a vida – homicídio doloso e latrocínio – Valinhos apresentou apenas um registro, um homicídio ocorrido em março, mantendo a cidade com a menor taxa de homicídios por 100 mil habitantes no estado de São Paulo (3,174). Na região de Campinas, a taxa é de 5,54 por 100 mil habitantes, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública.

Quanto ao trânsito da cidade, um dos mais letais de São Paulo, conforme noticiado pela Folha de Valinhos em sua edição digital de 13 de julho e no portal do jornal – www.folhadevalinhos.com.br – houve uma queda de 28,57%. Nos seis primeiros meses do ano, o trânsito de Valinhos resultou em 3 vítimas fatais, comparado a 7 registros no mesmo período de 2023.

Nas modalidades de crime que atentam contra o patrimônio – furto e roubo de veículos – as estatísticas mostram uma redução de 30% no número de roubos de veículos (quando há uso de arma), com 9 ocorrências no primeiro semestre deste ano, contra 30 no mesmo período de 2023. O número de furtos de veículos, no entanto, aumentou 19,38%, com 117 registros entre janeiro e junho deste ano, contra 98 no mesmo período de 2023.

Quanto aos furtos e roubos em residências e estabelecimentos comerciais, os números se mantiveram em relação ao primeiro semestre de 2023. Foram registrados 61 roubos e 441 furtos, totalizando 502 ocorrências entre janeiro e junho deste ano, em comparação com 66 roubos e 445 furtos (511 ocorrências) no primeiro semestre de 2023.

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Brasil e Mundo

Um em cada quatro jovens relata ter sofrido violência no Brasil

Informação está em relatório divulgado pela Fiocruz nesta segunda, dia 11

Por Gilberto Costa – Repórter da Agência Brasil – Brasília

Os brasileiros de 15 a 29 anos estão mais sujeitos à violência física, psicológica e sexual. Mais de um quarto dos jovens (27%) afirmou ter sido vítima algum tipo de agressão no intervalo de 12 meses que antecederam a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/IBGE) de 2019.

Naquele ano, a taxa de violência para essa faixa etária (307,52 casos/100 mil pessoas) foi 2,07 vezes maior quando comparada à da população adulta. No caso de adolescentes entre 15 e 19 anos, o dado é mais grave: 397 casos para cada 100 mil habitantes.

“Em todas as regiões do Brasil, a faixa etária dos jovens-adolescentes (15 aos 19 anos) forma o principal grupo de vítima de violência”, descreve o relatório Panorama da Situação de Saúde dos Jovens Brasileiros de 2016 a 2022: Intersecções entre Juventude, Saúde e Trabalho, divulgado na tarde desta segunda-feira (11) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Além dos dados da PNS, o dossiê compila informações da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar Contínua (Pnad/IBGE) e traz resultados inéditos a partir de bases de dados do Sistema Único de Saúde (SUS). À época das pesquisas, a população de 15 a 29 anos correspondia a 49 milhões de pessoas (23% dos brasileiros).

O estudo foi feito por duas áreas da Fiocruz – a Coordenação de Cooperação Social da Presidência e o Laboratório de Educação Profissional em Informações e Registros em Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. Além das situações de violência, o panorama trata de condições de trabalho; impactos na saúde mental e mortalidade.

De acordo com o diagnóstico, a possibilidade de um homem jovem morrer é quatro vezes maior do que uma mulher – taxas de mortalidade de 80,3% e 19,7%, respectivamente. Entre os homens jovens, a proporção de pretos e pardos que morrem precocemente (68%) é mais do que o dobro dos brancos (29%).

“Dentre as principais causas de óbitos destacam-se fortemente as causas externas, relacionadas a violências e acidentes de trânsito. É na juventude que se encontram as mais altas taxas de mortalidade por causas externas.”

Trabalho e saúde

O dossiê da Fiocruz aponta que 70,1% dos jovens entre 18 e 24 anos são mão de obra ocupada ou buscando emprego. As condições de trabalho, no entanto, são mais voláteis do que nos estratos mais velhos: estão mais expostos à informalidade e à rotatividade, têm jornadas mais extensas, mas com salários menores, e contam com menos proteção social.

“O trabalho faz parte da vida da juventude do Brasil. Eles trabalham muito, mas em condições piores”, resume a socióloga Helena Abramo, responsável pelo panorama. A pesquisadora assinala que, além da intensa atividade, há “sobreposição de trabalho e estudo” – metade dos que estudam também trabalha. No caso das mulheres, essas são ainda mais impactadas em razão do histórico acúmulo das tarefas domésticas e cuidados com a família, iniciado ainda na juventude.

A carga de trabalho tem impacto na saúde de ambos os sexos. “Quase metade (46,6%) dos jovens ocupados com mais de 18 anos estiveram expostos, ao menos uma vez nos últimos 12 meses que antecederam a pesquisa, a algum fator que poderia afetar sua saúde no trabalho. Essa estatística equivale a mais de um quarto (28%) de todos os jovens brasileiros”, alerta o dossiê.

Os “jovens do sexo masculino apresentam as maiores taxas e o maior volume de internações”. Mais de 54% dos jovens internados foram do sexo masculino, aponta o documento, sublinhando que “transtornos mentais foram a primeira causa de internação entre homens jovens”. Esquizofrenia, psicose, uso de múltiplas drogas e outras substâncias psicoativas e uso de álcool estão entre as principais causas.

Acidentes de trabalho

Panorama da Situação de Saúde dos Jovens Brasileiros ainda contabiliza que, entre 2016 e 2022, foram notificados 1.045.790 acidentes de trabalho em todo o país. Quase um terço dos episódios envolveu jovens de 15 a 29 anos, 345.441 dos acidentados.

Os jovens entre 20 e 29 anos foram os que apresentaram maior vulnerabilidade a acidentes de trabalho. Oito de cada dez acidentados (78%) são homens. “As ocupações mais relacionadas aos acidentes estão na indústria, nos serviços e no comércio”, descreve o documento.

De acordo com a Fiocruz, os dados compilados no panorama servirão como subsídios para formulação de políticas de saúde voltadas para a juventude. Para Helena Abramo, a sistematização das ações pode ajudar a preencher uma lacuna na atuação do Estado. “Temos um certo acúmulo de informações sobre a adolescência, e um número razoável de ações em cursos para outros segmentos”.

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