VACINAÇÃO

Saúde

Continente americano perde certificação de eliminação do sarampo

© Fernando Frazão/Agência Brasil

Barbosa destacou que a perda é reversível, mas exige compromisso político e vacinação contínua

O continente americano perdeu o status de região livre da transmissão endêmica do sarampo, segundo anúncio feito pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) nesta semana.

A decisão ocorreu após a constatação de que o vírus voltou a circular de forma sustentada no Canadá há mais de 12 meses, o que caracteriza transmissão endêmica.

“Se um país perde o certificado, toda a região perde essa condição”, explicou o diretor da Opas, Jarbas Barbosa, em coletiva de imprensa.

Barbosa destacou que a perda é reversível, mas exige compromisso político e vacinação contínua.

“Enquanto o sarampo não for eliminado globalmente, nossa região continuará exposta à reintrodução do vírus entre populações não vacinadas. Já mostramos antes que é possível recuperar a certificação com cooperação regional”, afirmou.

De acordo com a Opas, 12.596 casos de sarampo foram confirmados nas Américas até 7 de novembro de 2025 — número 30 vezes maior que o de 2024.
A maior parte (95%) está concentrada em Canadá, México e Estados Unidos, onde também ocorreram 28 mortes.

Atualmente, sete países enfrentam surtos ativos:
Canadá, México, Estados Unidos, Bolívia, Brasil, Paraguai e Belize.

Cerca de 89% dos infectados não haviam sido vacinados ou tinham status vacinal desconhecido.
As crianças menores de 1 ano são as mais vulneráveis e apresentam risco elevado de complicações, como encefalite e cegueira.

“O vírus do sarampo é um dos mais contagiosos do mundo. Uma pessoa pode infectar até 18 outras”, alertou Barbosa.
“Precisamos de 95% da população vacinada com as duas doses em todas as comunidades para interromper a transmissão.”

Apesar de registrar 34 casos em 2025, o Brasil segue certificado como livre da transmissão endêmica do sarampo, condição reconquistada em novembro de 2024.

A maioria dos casos foi confirmada no Tocantins (25), seguida por registros no Mato Grosso (3), Rio de Janeiro (2), São Paulo (1), Rio Grande do Sul (1), Maranhão (1) e Distrito Federal (1).

O surto mais expressivo ocorreu em Campos Lindos (TO), originado por casos importados da Bolívia.
Até o momento, o episódio ainda é considerado ativo, já que o último paciente apresentou sintomas em 12 de setembro — é preciso aguardar 12 semanas sem novas ocorrências para encerrar o surto.

O Ministério da Saúde e a Câmara Técnica para Eliminação do Sarampo mantêm contato com a Opas e reforçam medidas de vigilância.
Segundo Renato Kfouri, presidente da Câmara Técnica e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim):

“Estamos detectando os casos precocemente, fazendo bloqueio vacinal e atuando em áreas com baixa cobertura. O maior desafio é garantir a segunda dose, que ainda está abaixo do ideal.”

A diretora da Sbim, Isabela Ballalai, também alertou para o risco de reintrodução:

“O Brasil faz fronteira com países com surtos ativos e mantém circulação intensa com os EUA, onde o vírus se espalha sem controle. Se não atingirmos 95% de cobertura, novos surtos serão inevitáveis.”

A vacina contra o sarampo está disponível gratuitamente pelo SUS e faz parte do calendário básico infantil:

  • 1ª dose: aos 12 meses (tríplice viral: sarampo, caxumba e rubéola)

  • 2ª dose: aos 15 meses (tetraviral: reforço + varicela)

Adultos com até 59 anos que não tenham comprovante ou esquema vacinal completo devem atualizar a carteira de vacinação nas unidades de saúde.

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Saúde

Três unidades básicas de saúde de Valinhos abrem para vacinação neste sábado

Unidades da Vila Santana, Parque Portugal e São Marcos estarão abertas para atualização da caderneta de vacinação

As unidades básicas de saúde da Vila Santana, do Parque Portugal e do Jardim São Marcos, em Valinhos, estarão abertas neste sábado, dia 31, das 8h às 13h para atualização da caderneta de vacinação. A única vacina que não estará disponível é a BCG. Já a vacina da covid será aplicada apenas na UBS da Vila Santana. Do restante, todas as vacinas do calendário nacional serão aplicadas neste sábado.

A Secretaria de Saúde recomenda que a população aproveite a oportunidade principalmente em relação às vacinas que estão com baixa cobertura. Do público de 32.792 pessoas entre crianças, idosos e gestantes que são do grupo prioritário da vacina da gripe, pouco mais de 25% fez a imunização. Lembrando que agora a vacina da gripe está liberada para toda a população. A vacina da dengue para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos está com cobertura de 27,3% para a primeira dose e de 12,8% na segunda dose.

Até mesmo vacinas que há décadas fazem parte do Programa Nacional de Imunização tiveram queda na cobertura nos últimos anos.

 

Coberturas atuais e o comparativo com o ano de 2018:

Pentavalente (vacina adsorvida difteria, tétano, coqueluche, hepatite B recombinante e Haemophilus influenzae B conjugada): 58,5%;

2018: 90,6%;

 

VIP (vacina contra a poliomielite que substituiu a gotinha): 67,5%;

2018: 89%;

 

Pneumo 10: 72,3%;

2018: 94,7%;

 

Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola): 70,6%;

2018: 92,2%.

 

Para a vacinação é preciso levar:

Caderneta de vacinação;

CPF;

Cartão do SUS.

 

Endereços das unidades básicas de saúde:

UBS Vila Santana

Avenida Brasil, 144.

UBS São Marcos

Rua Cinco, 516.

UBS Parque Portugal

Rua Abrantes, 550.

Horário: das 8h às 13h

Vacina da covid: apenas na UBS Vila Santana

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Saúde

Butantan entrega primeiro lote de 19,8 milhões de doses para imunização contra a gripe no SUS

 Mais de 67 milhões de doses serão despachadas até o final de abril; gestantes, puérperas, crianças, idosos e indígenas estão entre os públicos que devem ser imunizados

O Instituto Butantan entregou na semana passada as primeiras 19,8 milhões de doses da vacina trivalente contra a gripe que será usada pelo Ministério da Saúde na campanha nacional de imunização deste ano. A expectativa é que aproximadamente 45 milhões de doses sejam disponibilizadas até o final de março, garantindo assim que o volume adequado de imunizantes seja ofertado em todas as salas de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS). Até o final de abril, época em que a campanha nacional de vacinação costuma acontecer, outras 22,6 milhões de doses já terão sido entregues.

Capaz de provocar infecção aguda no sistema respiratório e com grande potencial de transmissão, a gripe é desencadeada pelo vírus influenza, podendo evoluir para quadros graves de pneumonia. Dos 80.618 casos notificados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório em 2024, 16,5% foram de influenza A e 2,1% de influenza B, segundo o boletim InfoGripe da Semana Epidemiológica 52 2024.

 

Cerca de 1/4 do volume total de imunizantes previstos para este ano já foi despachado ao órgão federal na primeira semana de entregas (Foto: Renato Rodrigues)

 

Devido à rápida velocidade de mutação e adaptação do vírus, o imunizante contra a gripe precisa ser atualizado anualmente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) acompanha a circulação do vírus no mundo e indica quais são as cepas mais incidentes, ou seja, que devem estar contidas nas vacinas. São publicadas duas recomendações: uma em fevereiro, específica para os países do hemisfério Norte; e outra em setembro, para as nações do hemisfério Sul. O objetivo da alteração é garantir que os três vírus utilizados na composição da vacina – daí o termo “trivalente” – correspondam àqueles que estão em circulação no momento, reduzindo as chances de infecção. É por isso que mesmo quem se vacinou recentemente deve receber a versão atualizada do produto. Em 2024, apenas 55% da população alvo brasileira foi vacinada – a meta preconizada pela OMS é de 90%.

As 67 milhões de doses que o Butantan encaminhará ao Ministério da Saúde até o final de abril contém as cepas do vírus influenza A/Victoria (H1N1), A/Croácia (H3N2) e B/Áustria (linhagem Victoria) – as mais incidentes no hemisfério Sul neste ano. Além desses lotes, entre agosto e setembro, o Instituto enviará uma nova remessa com 5,9 milhões de doses que serão encaminhadas para os estados do Norte. Desde 2024, Amazonas, Pará, Acre, Roraima, Rondônia, Amapá e Tocantins têm recebido o imunizante com a composição do hemisfério Norte e realizado sua campanha de vacinação no final do ano, levando em consideração as particularidades do início do inverno amazônico. Em 2025, coincidentemente, as vacinas do hemisfério Norte e Sul possuem a mesma formulação.

 

A vacina é a melhor forma de prevenir a infecção pelo vírus influenza, causador da gripe (Foto: Renato Rodrigues)

Mudanças na estratégia

A vacinação contra a gripe em 2025 traz uma novidade: o imunizante foi incorporado ao Calendário Nacional de Vacinação para crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e pessoas 60+, e será ofertado ao longo de todo o ano para esses públicos. Anteriormente, a campanha acontecia em período específico – entre março e maio, época que precede o inverno e quando acontece maior circulação do vírus influenza.

O objetivo da nova estratégia é ampliar a proteção contra a doença e garantir um acesso mais abrangente e eficaz à vacina. A imunização contra a gripe seguirá de forma sazonal para outros grupos, como puérperas, povos indígenas, pessoas com doenças crônicas, profissionais da saúde, professores, trabalhadores das forças de segurança e população privada de liberdade.

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RMC

Febre amarela: Saúde aplica 5,2 mil vacinas com estratégia domiciliar em um mês

Crédito: Daniel Ribeiro/PMC

Vacina contra febre amarela continua disponível em todos os CSs de Campinas

 

A Secretaria de Saúde de Campinas vacinou 5.277 pessoas contra a febre amarela com uso da estratégia de imunização de casa em casa. As doses foram aplicadas pelas equipes em áreas rurais no período de 5 de fevereiro até sábado, 8 de março.

Desde o início da mobilização foram abordadas 14.091 pessoas em 5.066 imóveis. Quase todas estavam vacinadas contra a doença, mas algumas se recusaram a receber a dose.

Vacinação de casa em casa

  • Imóveis trabalhados: 5.066
  • Pessoas abordadas: 14.091
  • Pessoas vacinadas: 5.277

Campinas tem neste momento 26 centros de saúde (CSs) atuando na estratégia que será mantida nas próximas semanas. As unidades participantes são: Carlos Gomes, Jardim San Diego, Vila 31 de Março, Taquaral, Joaquim Egídio, Sousas, União dos Bairros, São Cristóvão, Parque Floresta, Village, Santa Rosa, Barão Geraldo, Jardim Eulina, Jardim Santa Mônica, Parque Santa Bárbara, Jardim Paranapanema, Vila Orozimbo Maia, Vila Ipê, Jardim Esmeraldina, Jardim São Vicente, Jardim São Domingos, Jardim Nova América, Parque da Figueira, Carvalho de Moura, Campina Grande e Jardim São Cristóvão.

O reforço no alerta para imunização é direcionado principalmente aos viajantes, moradores ou frequentadores de regiões onde há possibilidade de circulação do mosquito transmissor, incluindo zonas rurais, áreas de floresta, mata fechada e borda de mata. Além de Campinas, outras cidades de São Paulo e de Minas Gerais já registraram casos da doença.

“A vacinação é a principal estratégia de prevenção e controle da doença, sendo essencial para a proteção da saúde. A atenção deve ser redobrada para aqueles que moram, atuam ou se deslocam para onde o risco de transmissão é maior”, explicou a coordenadora do Programa de Imunização, Chaúla Vizelli.

Reforço em ações e contexto

A medida de reforço na imunização para residentes em áreas de risco e viajantes foi alinhada pela Saúde junto ao governo do Estado e teve início logo após casos confirmados de febre amarela em cidades próximas localizadas em São Paulo e Minas Gerais.

Campinas registra dois casos confirmados de febre amarela em residentes. Um teve desfecho óbito, e o outro evoluiu para cura. Além disso, foram encontrados dois macacos mortos que testaram positivo para a doença. Este animal não é transmissor, mas, sim, vítima. A presença de primatas doentes serve como “alerta” aos órgãos da saúde sobre a circulação do vírus, uma vez que quando contaminados eles dificilmente sobrevivem.

A doença

A forma da doença que ocorre no Brasil é a febre amarela silvestre, transmitida pelos mosquitos Haemagogus e o Sabethes, em regiões fora dos centros urbanos. É uma doença grave, que se caracteriza por febre repentina, calafrios, dor de cabeça, náuseas e leva a sangramentos no fígado, no cérebro e nos rins, podendo, em muitos casos, causar a morte.

Vacinação ampliada

A orientação do Programa de Imunização é para que todos os moradores de Campinas, a partir de 9 meses, que ainda não receberam a dose, compareçam aos CSs para aplicação. Vale destacar, porém, que a vacinação é seletiva, ou seja, as pessoas a partir de 5 anos que já tomaram uma dose ao longo da vida não precisam receber outra.

Quem tiver dúvidas sobre já ter recebido ou não o imunizante deve procurar uma unidade básica.

A ampliação da vacinação vale para os seguintes grupos em áreas de risco:

  • Crianças de 6 a 8 meses: recebem uma dose durante a ação. Os responsáveis serão orientados para garantirem a vacinação completa, sendo: uma dose aos 9 meses e uma dose de reforço aos 4 anos.
  • Pessoas com 60 anos ou mais: a vacinação será realizada dependendo da avaliação do risco relacionado às comorbidades, doenças autoimunes, tratamentos específicos ou uso contínuo de medicamentos que contraindiquem a aplicação da vacina febre amarela nessa faixa etária.
  • Gestantes e mulheres que estejam amamentando crianças com até 6 meses: são orientadas a suspender a amamentação por dez dias após a vacinação e recebem as recomendações para extração e armazenamento do leite materno antes da vacinação. Dessa forma o aleitamento neste período pode ser garantido.

“Moradores das áreas urbanas que visitam ou frequentam áreas de floresta, mata fechada, borda de mata e região rural devem receber uma dose dentro dos critérios de ampliação de vacinação”, explicou a enfermeira Cíntia Bastos, do Programa de Imunização de Campinas.

Antes desta medida, o esquema de rotina já ocorria da seguinte forma:

  • Crianças: 1 dose com 9 meses e 1 dose de reforço aos 4 anos.
  • A partir de 5 anos, adolescentes e adultos: uma dose. Quem não tiver comprovante ou certeza de que já recebeu o imunizante, e se não houver registro em sistema do SUS Municipal, deve receber nova vacina.

Em 2024, a cobertura ficou em 83,6%, abaixo da meta de 95% orientada pelo Ministério da Saúde. Este percentual ainda está sujeito a revisão, mas neste momento é superior aos índices de 2023 e 2022, quando foram contabilizados, respectivamente, 82,8% e 70,9%.

Serviço

As salas de aplicação da vacina funcionam conforme horário de cada centro de saúde. Os endereços e contatos estão no site: https://vacina.campinas.sp.gov.br.

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Brasil e Mundo

SUS incorpora vacina contra vírus sincicial respiratório

© Rovena Rosa/Agência Brasil
VSR é uma das principais causas de infecções em bebês
Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil
O Ministério da Saúde vai incorporar ao Sistema Único de Saúde (SUS) duas tecnologias para prevenir complicações causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), uma das principais causas de infecções respiratórias graves em bebês, incluindo quadros de bronquiolite.

Trata-se do anticorpo monoclonal nirsevimabe, indicado para proteger bebês prematuros e crianças de até 2 anos de idade nascidas com comorbidades, e da vacina recombinante contra os vírus sinciciais respiratórios A e B, aplicada em gestantes para proteger o bebê ao longo dos primeiros meses de vida.

“Ambas foram avaliadas durante a 137ª Reunião Ordinária da Conitec [Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde], que considerou o impacto positivo dessas medidas na prevenção de hospitalizações e óbitos infantis”, informou a pasta.

“A medida faz parte de uma estratégia para reduzir a mortalidade infantil associada ao vírus, por meio da imunização ativa de gestantes e bebês prematuros”, acrescentou o ministério, em nota.

De acordo com o comunicado, estudos apresentados à Conitec mostram que a vacina para gestantes pode prevenir aproximadamente 28 mil internações anuais. “A estratégia combinada irá proteger cerca de 2 milhões de bebês em seus primeiros meses de vida, idade mais vulnerável a complicações”, diz o ministério.

A portaria incorporando as duas tecnologias, segundo a pasta, será publicada nos próximos dias.

Entenda

O ministério explica que o nirsevimabe é um anticorpo monoclonal que fornece proteção imediata contra o VSR, sem necessidade de estimular o sistema imunológico da criança a produzir seus próprios anticorpos.

“Isso o torna especialmente útil para bebês prematuros e crianças com menos de 2 anos que apresentam comorbidades”, avalia.

Já a vacina recombinante contra os vírus sinciciais A e B induz uma resposta imunológica na mãe, garantindo que o recém-nascido receba anticorpos ainda na gestação, oferecendo proteção nos primeiros meses de vida, período de maior vulnerabilidade.

Números

Dados da Secretaria de Atenção Primária à Saúde indicam que o VSR é responsável por cerca de 80% dos casos de bronquiolite e até 60% dos quadros de pneumonia em crianças menores de 2 anos.

A estimativa é que uma em cada cinco crianças infectadas pelo vírus precise de atendimento ambulatorial e que uma em cada 50 seja hospitalizada ao longo do primeiro ano de vida.

De acordo com o ministério, entre 2018 e 2024, foram registradas 83.740 internações de bebês prematuros – com menos de 37 semanas de gestação – causadas por complicações relacionadas ao VSR, como bronquite, bronquiolite e pneumonia.

Até então, a principal opção disponível para a prevenção do VSR no SUS é o palivizumabe, destinado a bebês prematuros extremos, com até 28 semanas de gestação, e crianças com até 2 anos de idade que apresentassem doença pulmonar crônica ou cardiopatia congênita grave.

“Com a incorporação do nirsevimabe, a expectativa é ampliar a proteção para 300 mil crianças a mais do que o protocolo atual. Já a vacina para gestantes tem potencial para beneficiar cerca de 2 milhões de nascidos vivos”, reforçou a pasta.

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RMC

Vinhedo supera meta de mais de 95% de cobertura na vacina tríplice viral

Imunização é essencial para a erradicação de doenças e a proteção coletiva
por Ana Cândida Briski

Nos últimos dois anos, o Brasil tem mostrado avanços significativos na cobertura vacinal da população, especialmente no que diz respeito às vacinas essenciais do calendário infantil. Segundo dados do Ministério da Saúde, houve um aumento expressivo no número de municípios que alcançaram ou superaram a meta de 95% de imunização para vacinas como a tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Em 2024, 2.408 municípios brasileiros conseguiram atingir essa meta para a segunda dose desse imunizante, incluindo Vinhedo, que alcançou impressionantes 96,58% de cobertura.

A Secretaria de Saúde de Vinhedo atribui esse sucesso à implementação de estratégias eficazes, como a descentralização da vacinação. Foram realizadas campanhas em locais de grande concentração, como feiras e eventos com horários alternativos, como sábados e domingos, visando alcançar um público mais amplo. Além disso, a secretaria promoveu campanhas educativas nas escolas municipais e disponibilizou a vacinação diretamente nas residências, facilitando o acesso para todos os cidadãos.

A vacinação é essencial para a erradicação de doenças, evitando surtos e protegendo principalmente crianças e grupos mais vulneráveis. O aumento da cobertura vacinal fortalece a imunidade coletiva e reduz o risco de transmissão de vírus, garantindo mais segurança para toda a população.

Essas iniciativas foram cruciais para elevar a cobertura vacinal de Vinhedo, que subiu de 73,58% em 2022 para os atuais 96,58% no ano passado, conforme dados recentes do Ministério da Saúde.

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Saúde

Vacinas contra covid-19 serão enviadas até terça para todo o Brasil

Novo lote de vacinas contra covid-19 será entregue a todos os estados e ao Distrito Federal, até esta terça-feira (10). São cerca de 1,5 milhão de doses da vacina Serum, que tem eficácia comprovada de  90% contra casos sintomáticos em adultos. 

Elas fazem parte de um lote de quase 70 milhões doses adquiridas pelo Ministério da Saúde em um pregão eletrônico para manter os estoques do Sistema Único de Saúde abastecidos por dois anos. O Programa Nacional de Imunizações espera distribuir pelo país novas remessas nas próximas semanas, totalizando 5 milhões de doses entregas até o fim do mês.

Além de ter apresentado bons resultados nos testes de eficácia e segurança, a vacina produzida pela Zálika Farmacêutica tem maior prazo de validade, e pode ser transportada e conservada de forma mais simples. O imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicação em pessoas acima de 12 anos. Por isso, as crianças continuarão recebendo o imunizante produzido pela Pfizer.

O Ministério da Saúde também está aproveitando as novas entregas para enviar um documento aos estados com orientações sobre a estratégia atual de vacinação contra a covid-19. Desde o começo do ano, a vacina faz parte do calendário básico das crianças. Além disso, ainda é recomendada a vacinação de gestantes, e reforços periódicos para idosos e pessoas que fazem parte de grupos vulneráveis.

As crianças devem receber a primeira dose a partir dos seis meses de idade, e a segunda deve ser tomada quatro semanas depois. Esse esquema básico vale para todas com menos de 5 anos e depois disso é preciso tomar uma dose de reforço. Já as gestantes devem receber uma dose durante a gestação, e caso isso não aconteça, precisam se vacinar durante o puerpério.

Os idosos com mais de 60 anos devem reforçar a vacinação a cada seis meses, assim como todas as pessoas com mais de 5 anos que tenham alguma imunodeficiência.

Os demais grupos prioritários, como indígenas e quilombolas, pessoas com deficiências ou comorbidades, ou ainda aquelas que estão privadas de liberdade, devem receber uma dose anual.

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RMC

Americana adota esquema completo de vacinação contra a pólio com imunizante injetável

O esquema completo de vacinação contra a poliomielite em Americana passará a ser feito com a vacina injetável, em substituição à oral (gotinha), a partir de segunda-feira, dia 4. A medida comunicada pela Secretaria de Saúde acompanha decisão do Ministério da Saúde. A imunização ocorre em todas as Unidades Básicas de Saúde do município, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, com exceção das unidades da Praia Azul e São Vito, onde o horário de funcionamento é das 8h às 20h.

A vacina injetável já é utilizada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), sendo aplicada aos 2, 4 e 6 meses de idade. Com o novo esquema, a gotinha utilizada no reforço da vacinação, aos 15 meses, também será substituída pela vacina injetável e passará a ter dose única, excluindo a dose de reforço que era prevista para os 4 anos de idade.

De acordo com o órgão federal, a vacina injetável é mais segura e eficiente, sendo que a mudança ocorre com base em critérios epidemiológicos, evidências científicas da vacina e recomendações internacionais. Países como os Estados Unidos e nações europeias já utilizam esquemas vacinais exclusivos nessa modalidade.

“O novo esquema é mais seguro, visto que se trata de uma vacina inativada, ou seja, o vírus foi completamente neutralizado, enquanto a oral, possui vírus vivo atenuado, sem contar que a vacina injetável é composta por três sorotipos de poliovírus (1, 2 e 3), enquanto a oral, somente dois (1 e 3). A nova estratégia é mais um passo adotado pelo Ministério da Saúde para erradicação da poliomielite no Brasil”, explicou a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Carla Brito.

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Valinhos

Vacina injetável contra poliomielite começa ser aplicada na segunda-feira, dia 4

Imunização será realizada em todas as UBSs
A Prefeitura de Valinhos, por meio da Secretaria da Saúde, inicia na próxima segunda-feira (4), a vacinação no esquema reforço contra a poliomielite. Serão aplicadas a vacina injetável Poliomielite 1, 2 e 3 (inativa) – VIP. A ação atende recomendação do Ministério da Saúde e ocorrerá em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade. O horário de atendimento é das 9h às 11h e das 13h às 15h, com exceção da UBS Vila Santana, que funciona direto da 9h às 15h, e das UBSs Bom Retiro, Jardim São Marcos e Jardim Paraíso, que abre direto das 9h às 18h.
A administração da vacina de reforço ocorrerá em crianças com 15 meses de idade e para aquelas que perderam a oportunidade de imunização no período de 28 de setembro a 3 de novembro, ainda com a aplicação da vacina oral.
Segundo a Secretaria da Saúde também prossegue a vacinação no esquema primário em todas as UBSs. O objetivo é reduzir o risco de reintrodução do poliovírus no Brasil e empreender esforços para a erradicação da poliomielite. A meta nacional é vacinar 95% das crianças de um ano a menor de cinco anos contra a poliomielite. Segundo a Secretaria da Saúde, em Valinhos essa população corresponde a 6.531 crianças.
A DOENÇA
A poliomielite é uma doença grave caracterizada por um quadro de paralisia flácida causada pelo poliovírus selvagem (PVS) tipo 1, 2 e 3 que geralmente acomete os membros inferiores de forma assimétrica e irreversível. A vacinação é estratégia fundamental para a redução do risco de reintrodução do poliovírus no Brasil, visto que está eliminada no país desde 1994.

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Saúde

Um a cada 4 pais não consegue vacinar crianças, mesmo indo ao posto de saúde

Estudo brasileiro aponta desigualdade racial no acesso: o percentual de pais que não conseguiram vacinar os filhos chegou a 17% entre brancos e ultrapassou 29% entre pretos

Apesar de sua longa história de sucesso no programa nacional de vacinação, desde 2016 o Brasil enfrenta queda nos índices de cobertura vacinal de crianças. O quadro foi agravado após a pandemia de Covid-19, especialmente em decorrência da desinformação sobre a segurança e eficácia das vacinas. Um novo estudo brasileiro buscou entender as razões por trás da hesitação vacinal (além da desinformação) e descobriu que quase um em cada quatro pais (23%) não conseguiram vacinar seus filhos, apesar de terem ido a um posto vacinação – e isso tem impacto direto na decisão de retornar ou não.

Além da dificuldade em efetivar a imunização, o estudo também aponta que existe desigualdade racial no acesso: o percentual de pais que não conseguiram vacinar os filhos chegou a 17% entre brancos e ultrapassou 29% entre pretos. O estudo aponta também que 7% dos responsáveis enfrentaram dificuldades para levar os pequenos ao posto de saúde por motivos que vão da falta de tempo à dificuldade de transporte – essa probabilidade foi 75% maior entre população preta comparada à branca.

O levantamento foi conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, e os resultados foram publicados no último dia 23 de agosto na revista científica Epidemiologia e Serviços de Saúde.

Mais de 37 mil entrevistas

Para conduzir a pesquisa, os estudiosos brasileiros partiram de informações do Inquérito Nacional de Cobertura Vacinal de mais de 37,8 mil nascidos vivos em 2017 e 2018. Depois, a equipe foi a campo, nas 26 capitais do Brasil, no Distrito Federal e em 12 cidades com mais de 100 mil habitantes, para visitar todas essas famílias.

Nas residências, os pesquisadores fizeram entrevistas com as mães ou responsáveis pelas crianças e fotografaram as cadernetas de vacinação. “As informações foram digitadas e incluídas no nosso banco de dados por profissionais especializados no programa nacional de vacinação. Conseguimos uma boa qualidade dos dados porque não usamos informações autorreferidas, que poderiam ter um viés de memória”, explica o epidemiologista Antonio Fernando Boing, primeiro autor do estudo e professor da UFSC.

Ao cruzar os dados, os pesquisadores descobriram, por exemplo, que 86% das crianças com até 2 anos de idade não foram vacinadas nas idades previstas no calendário nacional. Isso as deixa em uma situação de maior risco e vulnerabilidade, por ficarem expostas a agentes causadores de doenças que podem ser controladas ou evitadas com vacinação.

Nas respostas para explicar o motivo desse atraso, as famílias citaram a distância do posto de saúde em relação à casa ou ao trabalho, falta de tempo para levar a criança até a unidade, horário inadequado de funcionamento, dificuldades de transporte para ir ao posto, não liberação do empregador e não dispor de caderneta de vacinação.

Quando foram questionadas sobre o motivo de não terem conseguido vacinar os filhos, mesmo tendo ido até o posto de vacinação, responderam que entre razões estavam: não havia imunizante disponível, a sala de vacinação estava fechada (algumas funcionam somente em dias específicos), não havia profissional de saúde para aplicar o imunizante, acabara a senha de atendimento para aquele dia ou não estavam com o documento de vacinação no momento.

Cor e raça

A partir desses resultados, os pesquisadores decidiram fazer um recorte por cor e raça para ver se havia alguma influência nesse sentido também. E descobriram que as crianças de mães pretas e pardas têm maior probabilidade de enfrentar essas dificuldades e de estarem com o esquema vacinal incompleto nos primeiros cinco e 12 meses de vida.

De acordo com Boing, a associação da cor/raça para esse desfecho se manteve mesmo quando os pesquisadores fizeram ajustes e tiraram o fator socioeconômico das análises. “Mesmo considerando outros fatores, como a escolaridade da mãe, ainda assim a associação de cor/raça se manteve maior para as dificuldades entre mães pretas”, relata.  “Além das raízes sociais, econômicas e raciais que dificultam o acesso, observamos também barreiras no serviço. Vimos que as falhas do sistema de saúde impactam mais severamente a população preta, que é a mais vulnerável.”

Hesitação vacinal

Na visão do professor da UFSC, os resultados são “estarrecedores”, pois o estudo mostra que essas famílias venceram barreiras anteriores e foram até o posto de vacinação, mas encontraram novos obstáculos.

“Em muitos casos, ir até o posto de saúde implicou um esforço muito grande, de uma negociação das mães com múltiplas partes, e não se alcançou o objetivo. Isso envolve um esforço financeiro, de conseguir sair do trabalho, de viabilizar meios para ir até a unidade. Não necessariamente essa mãe vai conseguir retornar ao posto de saúde. E, se retornar, pode não ser no tempo oportuno, colocando a criança em risco. É uma perda de oportunidade de vacinação”, frisa o pesquisador.

O infectologista pediátrico Alfredo Gilio, coordenador da Clínica de Imunizações do Hospital Israelita Albert Einstein e professor doutor da Faculdade de Medicina da USP, também considera o resultado preocupante, especialmente devido à perda de oportunidade vacinal e ao risco de essa pessoa não voltar para atualizar a caderneta da criança.

“Vinte e três por cento desses pais saíram de suas casas e não conseguiram vacinar seus filhos. Isso pode se tornar um dificultador num momento em que estamos tentando recuperar as taxas de cobertura vacinal. Apesar dos esforços do Ministério da Saúde, ainda estamos abaixo da cobertura ideal para todas as vacinas. Qualquer coisa que atrapalhe é péssimo. Cada vez que deixam de vacinar, essas pessoas podem não voltar”, avalia Gilio.

Na avaliação do infectologista, o estudo ajuda a entender o fenômeno da queda da vacinação no Brasil. Para ele, as dificuldades dos filhos de mães pretas envolvem possivelmente a questão socioeconômica da família, o local de moradia (distante do posto de saúde, por exemplo) e o horário de trabalho. “Certamente essas crianças moram mais longe e enfrentam mais dificuldades. Precisamos tomar atitudes em cima disso”, defende.

Soluções para melhorar a cobertura

Na avaliação de Boing, por conta da Covid-19, os debates se concentraram quase exclusivamente na questão de combater informações falsas. “Isso é importante, e ações fortes para enfrentá-las precisam estar na agenda sanitária. Mas nosso estudo comprova que há outros fatores econômicos e de organização do serviço de saúde totalmente evitáveis e inaceitáveis que contribuem para esse cenário catastrófico da cobertura vacinal no Brasil”, analisa.

Para ele, modificar esse contexto exige melhorar as condições de vida da população, qualificar os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), em especial a atenção primária, e investir em ações de monitoramento e enfrentamento de desigualdades em saúde.

Segundo Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), esse resultado é preocupante e não deveria ocorrer nesse percentual tão alto. “Não se pode deixar de vacinar alguém que foi até o posto. É preciso rever os problemas estruturais do SUS, porque a perda de oportunidade é algo que não pode acontecer dentro da vacinação, ainda mais num momento de baixa cobertura vacinal”, frisa.

Para o Brasil voltar ao panorama de altas coberturas vacinais, diz Levi, é preciso construir uma demanda sustentável por vacinas e manter a confiança não só nos imunizantes, mas também no prescritor, no vacinador e no sistema de saúde. “Precisamos manter toda a estrutura que envolve a vacinação funcionando corretamente para que a hesitação seja combatida”, completa a presidente da SBIm.

Estratégias do Ministério

O Ministério da Saúde informou, em nota, que desde 2023 tem atuado com estados e municípios na implementação de uma estratégia de microplanejamento para recuperar as altas coberturas vacinais. “Dentro dessa estratégia, destacam-se ações como a ampliação dos horários de funcionamento dos postos de vacinação, campanhas locais para conscientizar a população sobre a importância e a segurança das vacinas, e a integração com o setor de educação para promover a vacinação em ambientes escolares. O combate às fake news, o monitoramento de eventos relacionados à vacinação e a melhoria dos Sistemas de Informação também são ações fundamentais”, diz a nota.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, a realização de oficinas em todos os estados, seguida por monitoramento e avaliação, contribuiu para o aumento das coberturas vacinais infantis de rotina. “Comparando 2022 com 2023, apenas três das 16 vacinas do Calendário Nacional da Criança não apresentaram aumento de cobertura”.

Sobre o problema de possível falta de vacinas nos postos, o Ministério da Saúde informou que “devido à capacidade limitada da rede de frio dos postos, pode haver desabastecimento temporário de algumas vacinas, sendo recomendada a busca em outras unidades ou o retorno no dia seguinte.”

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