VACINA CONTRA DENGUE

Brasil e Mundo

Governo Federal anuncia primeira vacina 100% nacional e de dose única contra a dengue

Evento no Palácio do Planalto também reforça parcerias para assegurar acesso a insulinas, vacina nacional contra gripe aviária e vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta terça-feira, 25 de fevereiro, do anúncio de um acordo para produção em larga escala da primeira vacina 100% nacional e de dose única contra a dengue. O evento ocorre no Palácio do Planalto, em Brasília, com participação da ministra Nísia Trindade (Saúde) e de outras autoridades do Governo Federal e do setor de saúde.

A iniciativa integra uma estratégia de fortalecimento da indústria brasileira, para dar autonomia e buscar novas soluções para o Sistema Único de Saúde (SUS). A partir de 2026, serão ofertadas 60 milhões de doses anuais, com possibilidade de ampliação do quantitativo conforme a demanda e a capacidade produtiva. Objetivo é atender a população elegível pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) entre 2026 e 2027.

A partir de parceria entre o Instituto Butantan e a empresa WuXi Biologics, a produção se dará pelo Programa de Desenvolvimento e Inovação Local (PDIL) do Ministério da Saúde, que já foi aprovado e está em fase final de desenvolvimento tecnológico. O programa representa um grande avanço no combate à dengue no Brasil, uma vez que a combinação das capacidades de produção das instituições permitirá a ampliação da vacinação. O protagonismo do Governo Federal fará com que a capacidade produtiva e de oferta de uma vacina 100% nacional contra a dengue cresça em 50 vezes.

Por meio do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, o projeto conta com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no financiamento da pesquisa clínica; e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na análise do pedido de registro, que contempla a população de dois a 59 anos.

A atual gestão do Governo Federal foi a primeiro a ofertar em todo o mundo uma vacina contra a dengue como ação de política pública e, agora, com auxílio do Novo PAC, vai viabilizar a expansão para um número maior de pessoas. O investimento total na parceria é de R$ 1,26 bilhão. O Novo PAC tem o Instituto Butantan como um dos grandes beneficiários dos investimentos para infraestrutura e fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde. A medida é exemplo da importância do fortalecimento da indústria nacional para assegurar o acesso da população a novas tecnologias de saúde. Também estão previstos R$ 68 milhões em estudos clínicos para ampliar a faixa etária e avaliar a coadministração com a vacina contra chikungunya. Essas ações estão alinhadas à estratégia da Nova Indústria Brasil (NIB).

PREVENÇÃO – A vacina seguirá como prioridade para enfrentamento à dengue no país. Contudo, até a vacinação em massa, continuam fundamentais o reforço das ações de prevenção, vigilância e preparação da rede de assistência, essencial para evitar óbitos. A atual gestão do Governo Federal é responsável pela expansão do uso de novas tecnologias de prevenção da dengue – como o método Wolbachia e as Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDL). Todas as ferramentas disponíveis têm sido potencializadas no país.

PARCERIAS –  Durante o evento “SUS como alavanca da inovação e produção em saúde” também serão anunciados outras três parcerias público-privadas fundamentais para assegurar o acesso da população a novas tecnologias de saúde: a primeira planta produtiva de IFA de insulina da América Latina, o desenvolvimento de uma vacina nacional contra gripe aviária, colocando o Brasil na vanguarda para reposta rápida e eficaz a futuras emergências sanitárias e a vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR).

INSULINA – O Governo Federal também anunciou a fabricação nacional da insulina Glargina como parte do Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) do Ministério da Saúde. O projeto envolve a produção nacional do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) pela Fiocruz (Unidade Bio-Manguinhos) e a ampliação da fabricação do produto final pela Biomm, empresa que recebeu o registro para a produção de insulina Glargina. A produção do IFA será na planta da Fiocruz em Eusébio (CE), fortalecendo o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS) e incentivando o desenvolvimento regional. Por meio do Ministério da Saúde, BNDES e FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), a produção de insulina poderá atingir 70 milhões de unidades anuais ao final do projeto. O primeiro fornecimento está previsto para o segundo semestre de 2025.

8 MILHÕES – O Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) do Ministério da Saúde visa internalizar, ainda, a produção da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) no Brasil. Parceria entre o Instituto Butantan e a Pfizer permitirá a produção de até 8 milhões de doses anuais, atendendo à demanda do SUS e possibilitando a ampliação do público-alvo, incluindo a população idosa. O investimento total para o projeto é de R$ 1,26 bilhão entre 2023 a 2027. Estima-se que serão evitadas 28 mil internações anuais devido a complicações do VSR. O primeiro fornecimento para o SUS está previsto para o segundo semestre de 2025.

INFLUENZA – O Anúncio de parcerias também vai garantir inovação e acesso à vacina Influenza H5N8, colocando o Brasil na vanguarda global para apresentar uma resposta rápida e eficaz a futuras emergências. Fica garantida a composição de estoque estratégico, fortalecendo a preparação e a aceleração da capacidade de produção e inovação do país, permitindo ajustes rápidos na formulação da vacina conforme a evolução do patógeno; e a capacidade produtiva disponível para a produção e fornecimento de mais de 30 milhões de doses/ano.

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RMC

Campinas chega a 19,9 mil doses de vacinas comtra dengue aplicadas em crianças e adolescentes

Imunizantes seguem disponíveis em todos os 68 centros de saúde da cidade

A Secretaria de Saúde de Campinas já aplicou 19,9 mil doses de vacina contra a dengue em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. A campanha teve início em 11 de abril.

O balanço foi atualizado até segunda-feira, 19 de agosto, e considera o público-alvo que também já recebeu a 2ª dose. Os imunizantes continuam disponíveis em todos os 68 centros de saúde (CSs).

Campinas recebeu 9,2 mil vacinas do Estado na segunda semana de julho. Esta foi a segunda remessa de imunizantes desde o início da campanha e a primeira tinha 18 mil doses.

O esquema vacinal recomendado corresponde à administração de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações.

“A vacina é segura e importante para evitar complicações da doença”, explicou a coordenadora do Programa de Imunização, Chaúla Vizelli.

Não é preciso realizar agendamento para receber a dose contra a dengue. Basta levar documento de identidade com foto e a carteira de vacinação (se tiver).

Como receber a vacina?

As salas de vacinação funcionam conforme horário de funcionamento de cada CS. Detalhes sobre cada unidade básica, incluindo endereços e contatos, estão na página https://vacina.campinas.sp.gov.br.

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Valinhos

UBSs de Valinhos começam aplicar vacina contra a Dengue nesta quinta-feira, dia 11

Município recebeu 1.943 doses de vacina contra a doença para imunizar faixa etária de 10 a 14 anos

As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Valinhos dão início à vacinação contra dengue nesta quinta-feira, dia 11. A faixa etária da estratégia incorporada ao Programa Nacional de Imunização (PNI) é de 10 a 14 anos. Na tarde da terça-feira, dia 9, a Secretaria de Saúde retirou no Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) Campinas, as 1.943 doses de vacina destinadas a Valinhos.

O lote de vacinas entregue a Secretaria da Saúde de Valinhos faz parte da distribuição da 3ª remessa para operacionalização da estratégia de imunização contra a doença enviada pela Secretaria Estadual de Saúde para 20 municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC), com o total de 52.857 doses.

A vacinação contra a dengue ocorrerá de segunda a sexta-feira, das 9 às 11 horas e das 13 às 15h, em todas as UBSs, com exceções de 4 unidades. Na Vila Santana, que não tem intervalo para o almoço, a imunização será das 9 às 15h. Já nas unidades do Jardim São Marcos, Jardim Paraíso e Bom Retiro, a vacinação será realizada, também sem intervalo para o almoço, das 9 às 18 horas.

Segundo a Secretaria da Saúde para ser vacinado o adolescente precisa estar acompanhado dos pais ou responsáveis e precisa apresentar documentos. São eles, o RG, CPF, Cartão Nacional do SUS, Carteirinha de Vacinação, comprovante de endereço no nome de um dos pais.

Após a aplicação da vacina os adolescentes imunizados ficarão em observação por 15 minutos se não tiver nenhum tipo de alergia e se forem alérgicos por 30 minutos.

CUIDADOS E REGRAS

A Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde da Prefeitura de Valinhos, Cláudia Maria dos Santos, explicou que as equipes de enfermagem de todas as UBSs participaram de treinamento para atuar na imunização contra dengue. A vacinação contra a doença exige uma série de cuidados e regras antes da aplicação.

“Antes de ser vacinado o paciente é questionado se está com alguma doença febril aguda, e se sim, a imunização é adiada. Pessoas com doenças crônicas também serão questionadas sobre o tratamento que está sendo feito, por exemplo, se é com corticoide em doses muito altas ou quimioterapia. Nestes casos, não será permitida a imunização, pois a vacina contra dengue é de vírus atenuado, ou seja, enfraquecido e não é recomendada para quem passa por tratamentos com substâncias imunossupressoras, que interferem na imunidade”, detalhou a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde.

Outra condição para a imunização, de acordo com Cláudia, é de que as jovens com potencial para engravidar deverão evitar a gravidez por pelo menos 30 dias após receber a vacina. A vacina contra dengue também é contraindicada para jovens que estejam amamentando, assim como para portadores do vírus HIV, quando a função imunológica estiver comprometida.

2ª DOSE

Sobre as doses destinadas para a aplicação da segunda dose o envio será posteriormente, segundo a nota técnica enviada pelo Ministério da Saúde à Prefeitura Municipal, recomendando três meses para completar o esquema da vacinação considerando os registros da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).

DECRETO

Desde 21 de março Valinhos está em estado de emergência para que possa adotar todas as medidas administrativas e assistenciais necessárias à contenção do aumento do número de casos de arboviroses no município, que está com mais de 2 mil casos confirmados da doença. A cidade vizinha, Campinas, já tem mais de 44 mil casos confirmados.

A medida foi publicada na edição extra dos Atos Oficiais, por meio do Decreto n° 12040/2024, e o estado de emergência garante mais agilidade e flexibilidade nas medidas de combate à dengue, como compras de insumos, medicamentos e contratações de serviços, assim como a contratação da Santa Casa para abrigar o Centro de Atendimento da Dengue.

Outras nove cidades também decidiram pela adoção desta medida de combate à doença na região de Campinas. São elas: Artur Nogueira, Campinas, Holambra, Pedreira, Jaguariúna, Santo Antônio de Posse, Vinhedo, Louveira e Itapira.

MAIS AÇÕES

A Secretaria está com várias ações para conter o avanço da dengue, como bloqueios mecânicos de casos suspeitos de dengue, com eliminação de criadouros; busca ativa; nebulização em bairros. Além disso, será implantado a partir desta quarta feira (10) o Centro de Atendimento e Diagnóstico da Dengue, e já houve o aumento de médicos na UPA, ampliação da recepção da unidade, com tenda de atendimento, aquisição de materiais e insumos; e a descentralização do atendimento com a disponibilização das UBS Bom Retiro, Jardim Paraíso e São Marcos, no período das 16h às 18h30, de segunda a sexta-feira, para que possam receber pacientes sem a necessidade de agendamento e realizar testes de dengue.

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Brasil e Mundo

Parceria entre Brasil e EUA resulta em vacina eficaz contra dengue produzida no Butantan

A pesquisadora Anuja Mathew, revisora científica do NIAID, conheceu a fábrica onde está sendo produzida a vacina contra a dengue do Butantan – José Felipe Batista

Para revisora científica dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, vacina pode beneficiar não só o Brasil, mas toda a América Latina

A primeira vacina contra dengue segura, eficaz em dose única e produzida a baixo custo: esse é o resultado da parceria que já dura 15 anos entre o Instituto Butantan e os Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), dos Estados Unidos. O acordo, um dos primeiros firmados entre um fabricante de vacinas brasileiro e uma instituição governamental norte-americana, teve como objetivo combater um problema de saúde pública que coloca em risco 4 bilhões de pessoas no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) – especialmente em países de baixa e média renda como o Brasil.

Os estudos que possibilitaram essa colaboração internacional datam do final da década de 1990, quando o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) do NIH começou a testar diversos candidatos vacinais de cada um dos quatro sorotipos do vírus da dengue. Após uma década, os cientistas chegaram aos melhores candidatos para usar na formulação de uma vacina tetravalente (contra DENV-1, 2, 3 e 4). E foi com base nessas cepas que o Butantan desenvolveu o imunizante, que está na fase final de estudos clínicos.

A pesquisadora e revisora científica do NIAID, Anuja Mathew, que tem 25 anos de experiência no estudo da resposta imune à dengue, esteve no Butantan entre janeiro e março, em intercâmbio científico organizado pela Embaixada dos Estados Unidos. Em entrevista ao Portal do Butantan, a cientista falou sobre a complexidade do vírus da dengue e o trabalho minucioso do desenvolvimento da vacina.

“É como se você estivesse produzindo quatro vacinas. Os pesquisadores do NIAID tiveram que identificar quais genótipos de cada um dos tipos eram seguros, capazes de se replicar bem e induzir resposta imune. Não é uma tarefa simples”, diz a especialista.

Em 2009, o NIH cedeu as patentes das cepas ao Butantan, órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, para que o Instituto desenvolvesse a vacina no Brasil. A partir daí, foram mais quatro anos de trabalho e mais de 200 experimentos para obter a versão final que seria utilizada nos ensaios em seres humanos – desafio enfrentado pela equipe da pesquisadora Neuza Frazatti Gallina, do Butantan.

“Os quatro vírus devem ser tratados separadamente: nos processos de concentração, purificação e liofilização de cada monovalente, a carga viral pode diminuir. Então você precisa calcular e prever essas perdas para cada vírus, para chegar a uma candidata tetravalente segura e eficaz”, explica Anuja. “O Butantan foi capaz de superar todos esses obstáculos e formular a vacina para conduzir os estudos clínicos.”

Anuja também ressalta o alcance da rede de ensaios clínicos construída pelo Butantan, que contou com16 centros de pesquisa, em todas as regiões do Brasil, onde o estudo da vacina é realizado desde 2016. Em dois anos de acompanhamento, o imunizante demonstrou 79,6% de eficácia, segundo estudo publicado em janeiro na The New England Journal of Medicine.

Diferenciais da vacina

Segundo Anuja Mathew, a vacina possui uma série de diferenciais. A dose única acelera a proteção integral da população, que não precisa retornar para uma nova dose, enquanto o baixo custo facilita que o imunizante chegue àqueles que mais precisam – residentes de países da América Latina, África e Ásia, onde a doença é endêmica.

Outra vantagem é que aimunogenicidade é equivalente entre os sorotipos da dengue. Embora ainda seja necessário avaliar a eficácia do imunizante para DENV3 e DENV4, que não circularam no Brasil no período da fase 3 do ensaio clínico, as etapas anteriores da pesquisa indicaram que a vacina induz anticorpos neutralizantes contra os quatro vírus.

Anuja ressalta, ainda, que a vacina é estruturada pelos quatro sorotipos atenuados, ou seja, contém as quatro sequências originais, com proteínas estruturais e não estruturais. Os demais imunizantes disponíveis possuem somente as proteínas estruturais dos vírus da dengue, e usam como base o vírus da febre amarela ou o DENV-2.

“Os vírus da dengue possuem proteínas estruturais e não estruturais. As proteínas não estruturais são detectadas por linfócitos T, induzindo importante resposta celular”, explica Anuja, que foi uma das pioneiras em mostrar que proteínas não estruturais são alvos dominantes das células T, em estudo publicado em 1998 no Journal of Virology. As células T atuam na eliminação das células infectadas pelo vírus.

A cientista fez seu doutorado na Faculdade de Medicina da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, onde estudou a resposta imune de crianças ao vírus da dengue a partir de amostras de sangue coletadas na Tailândia. Na mesma universidade, atuou no Centro de Doenças Infecciosas e Pesquisa de Vacinas e na Divisão de Doenças Infecciosas e Imunologia, dando continuidade às pesquisas na área.

Para Anuja, a produção da vacina por uma instituição pública no Brasil é vantajosa não apenas para o próprio país, mas para toda a América Latina, que tem enfrentado epidemias de dengue. A incidência na região cresceu de 1,5 milhão de casos acumulados em 1980 para 16,2 milhões entre 2010 e 2019, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). O licenciamento da tecnologia da vacina do Butantan para a multinacional MSD também ajudará a levar o produto para outras regiões do mundo.

“Eu cresci na Índia e vi um nível de pobreza muito difícil de ser combatido. Para conseguirmos de fato combater as doenças tropicais negligenciadas, como a dengue, é essencial um investimento de longo prazo em vacinas, controle do vetor e educação em saúde pública”, destaca. “A ciência é longa e difícil, e há pouquíssimas recompensas – não podemos esperar resultados fáceis. A colaboração entre cientistas de todo o mundo é fundamental.”

Fomentando novas parcerias

Anuja Mathew passou dois meses como consultora visitante no Butantan para conhecer a fábrica e o processo de produção da vacina da dengue, além de apresentar o trabalho do NIH às equipes do Instituto e discutir melhores práticas de pesquisa e possibilidades de financiamento. Seu objetivo era estreitar o relacionamento entre Butantan e NIH e estabelecer novas parcerias entre os pesquisadores das instituições. A visita fez parte do Programa de Intercâmbio Científico das Embaixadas dos Estados Unidos, que promove a troca de conhecimento entre cientistas norte-americanos e estrangeiros.

“O Butantan possui todas as instalações e expertise necessárias para a produção de vacinas em larga escala e para o desenvolvimento de pesquisas. O fato de fabricar o imunizante contra influenza para todo o Brasil, por exemplo, é uma grande conquista. Certamente, é uma instituição com a qual o NIH gostaria de continuar buscando colaborações”, diz a pesquisadora.

A instituição norte-americana apoia pesquisas brasileiras desde a década de 1980, financiando projetos nas áreas de alergia, imunologia, transplantes, doenças fúngicas, HIV, influenza, malária, tuberculose, entre outras. Para incentivar essas colaborações, foi criado em 2014 o Programa Colaborativo de Pesquisa Biomédica EUA-Brasil entre o Ministério da Saúde, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e o NIH.

Parte do Departamento de Saúde e Serviços Humanos do governo norte-americano, o NIH é composto por 27 instituições públicas com diferentes focos de pesquisa e financiamento, e é considerado um dos maiores financiadores de pesquisa biomédica do mundo.

Estado de emergência

No início de março, o governo de São Paulo decretou emergência em saúde pública para dengue, momento em que o estado atingiu 300 casos confirmados da doença por 100 mil habitantes. No Brasil, em 2024, o número de casos prováveis já ultrapassa 1,5 milhão, com 450 óbitos, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde.

Se aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina do Butantan poderá ser disponibilizada futuramente no Sistema Único de Saúde (SUS). O esquema de dose única facilita a logística e adesão à vacinação – fatores importantes em um contexto epidêmico.

Os dados de eficácia da fase 3 do ensaio clínico, referentes aos dois primeiros anos de acompanhamento, devem ser encaminhados à Anvisa no segundo semestre de 2024, o que dará início ao processo de solicitação do registro definitivo.

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