UNANIMIDADE

Valinhos

Câmara cria protocolo municipal para febre maculosa

O projeto foi aprovado por unanimidade e segue agora para sanção ou veto do prefeito Franklin (PL)

Foi aprovado na sessão da última terça-feira, dia 4, projeto de lei do vereador Jairo Passos (PL), que institui diretrizes complementares para diagnóstico e tratamento da febre maculosa, em Valinhos. A ideia é fortalecer o sistema de saúde local no enfrentamento à doença, que tem alta taxa de letalidade quando o diagnóstico é feito tardiamente.

Segundo o vereador, Valinhos possui áreas de risco devido à sua configuração geográfica e ambiental, com presença de vegetação, cursos d’água e animais hospedeiros, como cavalos e capivaras, especialmente nas zonas rurais e periurbanas. O projeto visa padronizar procedimentos nas unidades de saúde, promover o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno, de modo a salvar vidas e ampliar a eficácia das ações municipais.

“A proposta visa complementar os protocolos já existentes nas esferas estadual e federal, estabelecendo diretrizes locais claras para diagnóstico precoce, tratamento oportuno e padronização de procedimentos nas unidades de saúde”, afirma o vereador.

O texto também inclui como anexo o “Fluxograma de Investigação da Febre Maculosa”, extraído do Guia de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, que servirá como referência prática para os profissionais da rede pública. A medida busca garantir maior agilidade e precisão na condução dos casos suspeitos e confirmados da doença no município.

O projeto foi aprovado por unanimidade e segue agora para sanção ou veto do prefeito Franklin (PL).

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Brasil e Mundo

Comissão do Senado aprova isenção do IR para quem ganha até RS 5 mil

© Lula Marques/ Agência Braasil.
Texto deve ser votado ainda hoje no plenário da Casa
Lucas Pordeus León – Repórter da Agência Brasil

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou por unanimidade, nesta quarta-feira, dia 5, o projeto de lei que isenta do Imposto de Renda (IR) os trabalhadores com renda mensal de até R$ 5 mil. A proposta, enviada pelo Executivo, também prevê redução gradual das alíquotas para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350.

Se o texto for aprovado pelo plenário do Senado e sancionado até o fim do ano, as novas regras começarão a valer em janeiro de 2026.

Atualmente, a isenção é limitada a R$ 3.036 por mês, o equivalente a dois salários mínimos. De acordo com o governo, 25 milhões de brasileiros terão redução na carga tributária, enquanto 200 mil contribuintes de alta renda poderão ter aumento nos impostos.

O relator da proposta, senador Renan Calheiros (MDB-AL), decidiu rejeitar as 11 emendas apresentadas pelos parlamentares. Segundo ele, qualquer alteração obrigaria o retorno do texto à Câmara dos Deputados, o que adiaria a entrada em vigor da medida para 2027.

“Tudo que nós não queremos é que retorne à Câmara. Frustraríamos milhões de trabalhadores que aguardam ansiosamente por esse alívio”, afirmou Renan.

O senador lembrou que, pela legislação, mudanças tributárias precisam ser aprovadas no ano anterior à sua aplicação, o que torna urgente a sanção até dezembro.

O governo estima que a ampliação da faixa de isenção resultará em queda temporária de arrecadação, mas o projeto inclui medidas para equilibrar as contas.

Uma delas é a criação de uma alíquota extra progressiva de até 10% sobre rendas acima de R$ 600 mil por ano (ou R$ 50 mil por mês).

Além disso, o texto estabelece tributação de 10% sobre lucros e dividendos enviados ao exterior, que desde os anos 1990 estavam isentos de IR. A cobrança não valerá para fundos soberanos, governos estrangeiros com reciprocidade e entidades previdenciárias internacionais.

Com essas medidas, o governo prevê superávit de cerca de R$ 12,27 bilhões entre 2026 e 2028, que poderá ser usado para compensar eventuais perdas de estados e municípios.

A oposição criticou a decisão de manter o texto original da Câmara. O senador Carlos Portinho (PL-RJ) afirmou que o Senado não pode abrir mão de seu papel de Casa revisora.

“Nós somos a Casa revisora. Não podemos perder essa função e ter medo de exercer essa função”, disse Portinho.

Ele também questionou a tributação sobre profissionais liberais que atuam como pessoa jurídica (PJ) e que passarão a pagar imposto sobre lucros e dividendos.

Renan Calheiros respondeu que os casos serão residuais, lembrando que profissionais com renda de R$ 1,2 milhão por ano já pagam mais de 10% de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). “Caso não paguem, passarão a estar sujeitos à tributação mínima”, afirmou.

Após aprovação na CAE, o projeto segue para votação no plenário do Senado, prevista ainda para esta quarta-feira, dia 5. 
Se aprovado sem alterações, será encaminhado à sanção presidencial.

Caso o presidente sancione até dezembro, as novas faixas de isenção e alíquotas do IR entram em vigor em janeiro de 2026, marcando a maior mudança na tabela do Imposto de Renda em mais de uma década.

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Economia

Câmara aprova isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil

© Lula Marques/Agência Brasil
Proposta precisa agora ser votada no Senado
Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, dia 1º de outubro, com 493 votos favoráveis e nenhum contrário, o texto-base do projeto de Lei (PL) 1.087/2025, que prevê isenção de Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas com renda mensal de até R$ 5 mil e desconto para quem ganha até R$ 7.350 mensais. 

A proposta, encaminhada pelo governo federal, ainda terá que ser aprovada no Senado, antes da sanção pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para entrar em vigor.

A redução do IR foi uma promessa de campanha de Lula em 2022. Enviado para a Câmara em março, o texto foi aprovado em uma comissão especial que analisou o texto.

Atualmente, são isentos do imposto quem ganha até R$ 3.036. O projeto determina que, em 2026, as pessoas que ganham até R$ 5 mil, terão um desconto mensal de até R$ 312,89, de modo que o imposto devido seja zero. Já quem ganha de R$ 5.000,01 até R$ 7.350,00, o desconto será de R$ 978,62.

Segundo o governo, com a aprovação da proposta, serão beneficiados com a isenção mais de 26,6 milhões de contribuintes, em 2026.

Após a aprovação unânime, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), destacou que a aprovação é um dia histórico para o país e para o Parlamento.

“Aqui demonstramos que quando o tema é o bem-estar das famílias brasileiras, não há lados, nem divisões. É interesse do país acima de qualquer diferença”, disse. “A Câmara dos Deputados sabe ouvir, decidir e estar ao lado do Brasil”, acrescentou.

Compensação

Para compensar a isenção, cujo custo está estimado será de R$ 25,8 bilhões aos cofres públicos, o projeto prevê a tributação das pessoas com rendimentos acima de R$ 600 mil por ano, com uma alíquota progressiva de até 10%.

A alíquota máxima incidirá para quem recebe anualmente a partir de R$ 1,2 milhão. Além disso, ela não será aplicada para quem já paga a alíquota máximo do IR, que é de 27,5%.

Segundo o Ministério da Fazenda, a medida atingirá cerca de 140 mil pessoas, 0,13% dos contribuintes, que hoje pagam, em média, apenas 2,54% de Imposto de Renda.

O relator do projeto, deputado Arthur Lira (PP-AL), estima que haverá uma sobra de R$ 12,7 bilhões até 2027 com a taxação. Em seu parecer, Lira destinou esses recursos para compensar a redução da alíquota da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), instituída pela Reforma Tributária.

“É importante ressaltar que esse projeto vai atender diretamente a 15,5 milhões de pessoas no país. Esse projeto é fruto de uma base de cálculo de quase R$ 227 bilhões, que é apurado no imposto de renda no Brasil. E estamos discutindo uma renúncia de receita, no primeiro ano de, R$ 25,4 bilhões, portanto 10% do valor total do imposto de renda pago por todos os brasileiros”, disse.

Justiça tributária

O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) disse que com o projeto, o país começa a fazer justiça tributária.

“Nosso país é um país da desigualdade, é um país onde uma ínfima minoria detém a maior parte da riqueza enquanto a maioria do povo brasileiro vive em difíceis condições. A justiça tributária precisa ser feita e esse projeto que mira na justiça tributária. Uma justiça que pode reduzir as desigualdades, que pode fazer com que as pessoas de menor renda e a classe média brasileira possam ter uma capacidade de consumo melhor, uma capacidade de viver melhor a sua vida”, afirmou.

A deputada Fernanda Melchiona (PSOL-RS) lembrou que a iniciativa foi pautada após as manifestações de setembro contra a proposta de Emenda à Constituição (PEC) das prerrogativas, a chamada PEC da Blindagem e o projeto de anistia aos presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

“Esse projeto é muito importante, milhões de brasileiros serão impactados com a redução imediata do imposto de renda e com a redução para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil e, ao mesmo tempo, um imposto mínimo que vai ser cobrado dos super-ricos”, completou.

Críticas

A iniciativa foi objeto de críticas de alguns parlamentares. O deputado Gilson Marques (Novo-SC) disse que os recursos não irão para os mais pobres e criticou a tributação de lucros e dividendos.

“Vamos cobrar dos mais ricos, são só 140 mil pessoas para dar para os mais pobres. Isso é mentira! Esse dinheiro não vai para os mais pobres, vai para os políticos. E é melhor que esse dinheiro ficasse ainda que com os mais ricos, porque são eles que empregam, compram as máquinas, fazem os produtos”, argumentou.

O texto determina que o emprego ou a entrega de lucros e dividendos por uma mesma pessoa jurídica a uma mesma pessoa física residente no Brasil em montante superior a R$ 50 mil mensal ficará sujeito à retenção na fonte do IRPF à alíquota de 10% sobre o total do valor pago, creditado, empregado ou entregue.

Não ficarão sujeitos à incidência do imposto sobre a renda na fonte, os lucros e dividendos relativos a resultados apurados até o ano-calendário de 2025, e cuja distribuição tenha sido aprovada até 31 de dezembro de 2025.

Mais cedo, o deputado Bibo Nunes (PL-RS) classificou a medida como “populista”, apesar de concordar que seja necessária. “É só jogada política, clientelismo, por que Lula não apresentou isso no primeiro ano [de governo]?”, questionou.

Para o deputado Luiz Carlos Hauly (Pode-PR), a proposta é uma medida eleitoral, mas sem reparo estrutural. “Isso resolveu o problema do imposto dos pobres? Não. O pobre continua pagando a mais alta carga tributária do mundo. Isso é enganação. Não tem nada a ver com a reestruturação do sistema de carga tributária sobre os pobres”, disse.

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Brasil e Mundo

STF nega recurso e mantém condenação de Zambelli

© Lula Marques/ EBC
Julgamento começou às 11h em sessão virtual
Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil
Todos os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram nesta sexta-feira, dia 6, por rejeitar um recurso da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) contra sua condenação a 10 anos de prisão por invasão aos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O julgamento começou às 11h em sessão virtual da Primeira Turma do Supremo, colegiado responsável pelo julgamento.

Os ministros Luiz Fux, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino seguiram integralmente o voto de Moraes, relator do caso, para quem o recurso de Zambelli teve “caráter meramente protelatório”, ou seja, o objetivo somente de atrasar o fim definitivo da ação, o chamado trânsito em julgado, quando não há mais possibilidade de recurso, e o consequente cumprimento da pena.

“Assim, considerando o caráter manifestamente protelatório do presente recurso, evidenciado pela mera reprodução de argumentos anteriormente apresentados, é de rigor a certificação do trânsito em julgado”, votou Moraes. 

Trânsito em julgado

Ainda segundo a decisão, o trânsito em julgado e o cumprimento de pena ficam certificados de imediato, sem necessidade de se esperar a publicação do acórdão (decisão colegiada) sobre o caso.

Com isso, a prisão preventiva de Zambelli – determinada por Moraes após ela ter deixado o país depois de ser condenada – deve ser convertida em prisão para o cumprimento de pena.

A sentença condenatória prevê, ainda, a perda imediata do mandato da deputada, de acordo com a jurisprudência do Supremo. O entendimento da maioria dos ministros é de que – por ser a condenação de prisão superior ao máximo de faltas permitidas ao parlamentar – o Judiciário pode determinar a medida.

Ainda assim, a perda do mandato em si depende de ato declaratório da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.

A Primeira Turma negou também um recurso de Walter Delgatti, hacker que executou a invasão aos sistemas do CNJ por ordem de Zambelli. Ele confessou o crime e entregou a mandante.

Delgatti foi condenado a 8 anos de 3 meses de prisão. A sentença determina ainda que os dois paguem R$ 2 milhões, solidariamente, em danos materiais e morais coletivos.

Fuga

O recurso foi protocolado no STF antes de Carla Zambelli fugir para a Itália para evitar o cumprimento da pena. No início desta semana, ela saiu do Brasil com destino aos Estados Unidos. Na manhã de ontem (4), a deputada chegou em Roma, onde deve permanecer. Ela tem dupla cidadania.

A prisão para cumprimento de pena deve minimizar as alegações de perseguição política contra a deputada e facilitar o embasamento jurídico para um eventual pedido de extradição.

Após a fuga, o advogado Daniel Bialski deixou a defesa da deputada. Moraes determinou que a defesa seja feita pela Defensoria Pública da União (DPU).

Em casos semelhantes, a Justiça italiana autorizou a extradição de cidadãos de dupla nacionalidade, como o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão.

Condenação 

Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou a deputada Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em 2023.

Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli foi a autora intelectual da invasão e procurou Delgatti para executar o crime, com objetivo de inserir nos sistemas do CNJ um mandado de prisão falso e em aberto contra Moraes, entre outras manipulações ilegais.

O PGR relacionou os crimes à incitação de atos antidemocráticos e escreveu que eles foram cometidos visando a obtenção de “vantagem midiática e política” e “com o fim de prejudicar a credibilidade e o regular funcionamento do Poder Judiciário”.

Na ocasião, todos os ministros da Primeira Turma seguiram o voto do relator, Moraes, que considerou ambos culpados pela prática dos crimes de invasão de dispositivos informáticos e falsidade ideológica.

Porte de arma

Carla Zambelli responde a outro processo criminal no STF. Em agosto de 2023, Zambelli virou ré no Supremo pelo episódio em que ela sacou uma arma de fogo e perseguiu o jornalista Luan Araújo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.

A perseguição começou após Zambelli e Luan trocarem provocações durante um ato político no bairro dos Jardins, em São Paulo.

Até o momento, o Supremo registrou placar de 6 votos a 0 para condenar a parlamentar a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto. No entanto, um pedido de vista do ministro Nunes Marques adiou a conclusão do julgamento.

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