TRAMA GOLPISTA

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STF forma maioria para manter condenação de Bolsonaro e aliados

© Rosinei Coutinho/STF

Recurso de defesa pode ser rejeitado; prisão do ex-presidente é cogitada

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou, nesta sexta-feira, dia 7, maioria de votos para manter a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros seis réus na ação penal referente ao Núcleo 1 da trama golpista.

O julgamento ocorre em sessão virtual, na qual os ministros analisam os embargos de declaração — recurso usado para esclarecer eventuais contradições no acórdão da sentença original. Se o recurso for rejeitado, a prisão de Bolsonaro poderá ser decretada nos próximos dias.

Até o momento, Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino e Cristiano Zanin votaram pela manutenção integral das condenações. Cármen Lúcia ainda não apresentou voto.

O ministro Luiz Fux não participará da decisão. Em outubro, ele foi transferido para a Segunda Turma do STF, após ter votado anteriormente pela absolvição do ex-presidente.

A votação permanece aberta até sexta-feira, 14 de novembro.

A condenação, proferida em 11 de setembro, prevê 27 anos e três meses de prisão para Bolsonaro. Também tiveram os recursos negados:

  • Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice na chapa de 2022;

  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;

  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;

  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin.

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, não recorreu por ter firmado delação premiada. Cumpre pena em regime aberto, sem tornozeleira eletrônica.

Atualmente, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar cautelar devido a outro inquérito — o que apura o chamado “tarifaço dos Estados Unidos”.

Com a rejeição dos recursos, o ex-presidente poderá ser encaminhado para o presídio da Papuda, em Brasília, ou para uma sala especial da Polícia Federal. A decisão caberá ao ministro Alexandre de Moraes.

Os demais condenados, por serem militares e agentes da PF, poderão cumprir as penas em quartéis das Forças Armadas ou em alas especiais da Papuda.

Diante do quadro de saúde do ex-presidente, a defesa deve solicitar que Bolsonaro permaneça em prisão domiciliar, como ocorreu com Fernando Collor em 2023. Na ocasião, Collor foi condenado no âmbito da Lava Jato, mas obteve o direito de cumprir pena em casa, sob monitoramento eletrônico.

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Brasil e Mundo

Fux vota para anular ação penal sobre golpe por cerceamento de defesa

© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Ministro divergiu de Moraes e Dino em questões preliminares
Felipe Pontes e Paula Laboissière – repórteres da Agência Brasil
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), reconheceu nesta quarta-feira, dia 10, o cerceamento de defesa alegado pelos advogados dos réus da ação penal que trata de uma suposta trama golpista, que teria atuado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder mesmo após derrota eleitoral em 2022.

Fux divergiu do relator, ministro Alexandre de Moraes, e de Flávio Dino, que votaram nesta terça (9) pela rejeição de todas as preliminares suscitadas pelos advogados, inclusive a de cerceamento de defesa.

Para Fux, contudo, o imenso volume de dados anexado ao processo e o pouco tempo concedido para a análise dos mais de 70 terabytes em informação configurou um cerceamento de defesa, uma vez que os advogados dos réus não tiveram tempo hábil para verificar as provas.

O ministro votou para que isso resulte na anulação do processo até o momento do recebimento da denúncia, “em razão dessa disponibilidade tardia que apelidei de um tsunami de dados e que, no direito anglo-saxônico se denomina document dumping [acúmulo de documentos]. E sem indicação suficiente e antecedência minimamente razoável para a prática dos atos processuais”, disse.

“Apenas em meados de maio, cerca de cinco dias antes do início da oitiva das testemunhas, a Polícia Federal enviou links de acesso para as defesas”, observou o ministro.

“Como se não bastasse, novos arquivos foram incluídos, no curso da instrução processual – inclusive em 15 de junho de 2025”. 

“Confesso que tive dificuldade para elaborar um voto imenso”, disse Fux. Antes, o ministro já havia votado pela anulação de todo o processo, por entender que não é competência do Supremo julgar os réus envolvidos no caso, uma vez que nenhum deles possui foro privilegiado na Corte, se forem observadas as regras vigentes à época da prática dos crimes imputados. 

Na terça (9), Moraes rejeitou essa questão preliminar afirmando que essa grande quantidade de dados foi anexada ao processo a pedido das próprias defesas, ainda que boa parte desses arquivos não tenham sido úteis para as investigações, a denúncia ou o juízo formado pelos ministros.

Julgamento

O ministro é o terceiro a votar no caso, sendo o primeiro a divergir sobre questões preliminares levantadas pelas defesas e que podem anular o processo.

Na terça (8), os ministros Alexandre de Moraes, relator da ação penal, e o ministro Flávio Dino rejeitaram todas as questões preliminares e votaram pela condenação de todos os oito réus pelos cinco crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Nesta quarta-feira (10), a Primeira Turma do Supremo retomou o julgamento, iniciado em 2 de setembro, que pode condenar Bolsonaro e mais sete aliados por uma trama golpista que teria atuado para reverter o resultado das eleições de 2022.

O grupo faz parte do núcleo crucial da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), formado pelas principais cabeças do complô.

O julgamento começou na semana passada, quando foram ouvidas as sustentações das defesas do ex-presidente e dos demais acusados, além da manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, favorável à condenação de todos os réus.

A análise está prevista para durar até sexta, dia 12. Ainda devem votar a ministra Cármen Lúcia e o ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma e responsável pela condução dos trabalhos.

Quem são os réus

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto – ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro na chapa de 2022;
  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Crimes 

Todos os réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

A exceção é o caso do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem que, atualmente, é deputado federal. Ele foi beneficiado com a suspensão de parte das acusações e responde somente a três dos cinco crimes. A regra está prevista na Constituição.

A suspensão vale para os crimes de dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado, relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro.

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Brasil e Mundo

STF terá sessão extra para julgamento de Bolsonaro

© Rosinei Coutinho/STF
Cristiano Zanin marcou sessões extra para quinta-feira, dia 11
André Richter – Repórter da Agência Brasil

O julgamento do núcleo 1 da suposta trama golpista, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados, ganhou uma sessão extra no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, agendou a sessão adicional para a próxima quinta-feira, 11 de setembro.

Afinal, a decisão de Zanin atende a um pedido do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, a fim de garantir mais tempo para o julgamento. Com isso, a agenda de sessões, que já incluía os dias 9, 10 e 12 de setembro, agora conta com quatro dias. Para viabilizar a sessão dupla na quinta-feira, o STF cancelou a sessão plenária que ocorreria no mesmo dia.

Primeiramente, o julgamento começou nesta semana com as sustentações orais. As defesas dos acusados e a manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, foram ouvidas. Por sua vez, o procurador-geral se posicionou a favor da condenação de todos os réus.

A partir de terça-feira, 9 de setembro, o colegiado iniciará a votação que pode levar à condenação dos acusados a mais de 30 anos de prisão.

 

Entenda as Acusações e Crimes

De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), os acusados são investigados por sua suposta participação na elaboração do plano Punhal Verde e Amarelo. Esse plano teria como objetivo o sequestro ou assassinato do ministro Alexandre de Moraes, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Além disso, a denúncia menciona a produção da “minuta do golpe”, um documento que, supostamente, seria do conhecimento de Bolsonaro e serviria para a decretação de estado de defesa e de sítio no país. O intuito seria reverter o resultado das eleições de 2022 e impedir a posse do presidente Lula. O suposto envolvimento dos réus com os atos de 8 de janeiro de 2023 também é citado.

Os réus respondem pelos crimes de:

  • Organização criminosa armada
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Golpe de Estado
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça
  • Deterioração de patrimônio tombado

Em caso de condenação, as penas podem chegar a 30 anos de prisão. Contudo, há uma exceção: o ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem. Em virtude de sua posição, ele foi beneficiado com a suspensão de parte das acusações e responde apenas a três dos cinco crimes.

Quem São os Réus?

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República
  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal
  • Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
  • Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa de 2022
  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

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Julgamento de Bolsonaro é suspenso e retoma na próxima semana

© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Julgamento continua na próxima semana, com voto de ministros
Agência Brasil
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus envolvidos na trama golpista. O julgamento será retomado na manhã da próxima terça-feira, 9 de setembro, quando os ministros começarão a ler seus votos. A decisão aconteceu no início da tarde desta quarta-feira, 3 de setembro.

Anteriormente, a corte destinou oito sessões para a análise do caso, marcadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. As penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Na manhã de quarta-feira, dia 3, o julgamento foi dedicado aos advogados de defesa de quatro réus, que puderam fazer suas explanações sobre o processo. A saber:

  • Defesa de Augusto Heleno: O advogado do ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) argumentou que seu cliente se distanciou de Jair Bolsonaro e que, por isso, nunca conversou com o ex-presidente sobre qualquer tentativa de golpe.
  • Defesa de Jair Bolsonaro: Os advogados do ex-presidente alegaram que “não há uma única prova” da sua participação na trama golpista. O advogado Celso Vilardi afirmou que Bolsonaro foi “dragado” para os fatos investigados pela Polícia Federal e que não atentou contra o Estado Democrático de Direito.
  • Defesa de Paulo Sérgio Nogueira: O advogado do ex-ministro da Defesa, Andrew Fernandes, defendeu que seu cliente tentou dissuadir Jair Bolsonaro das tentativas de golpe. Por isso, ele considera que “está mais do que provado que o general Paulo Sérgio é inocente”.
  • Defesa de Walter Braga Netto: Por fim, o advogado do ex-ministro da Casa Civil e vice na chapa de 2022, José Luis Mendes de Oliveira Lima, declarou que seu cliente pode ser condenado a morrer na cadeia com base em uma “delação premiada mentirosa” do tenente-coronel Mauro Cid.

O Que Aconteceu no Primeiro Dia de Julgamento

O julgamento teve início na terça-feira, 2 de setembro. Em resumo, o relator, ministro Alexandre de Moraes, fez a leitura do relatório da ação penal, que resumiu todas as etapas do processo. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação de Bolsonaro e dos demais réus.

Ainda no primeiro dia, as defesas de Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier e Anderson Torres se manifestaram.

 

Próximos Passos e a Sequência da Votação

Na próxima terça-feira, a votação será iniciada. Primeiramente, o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, irá analisar as questões preliminares levantadas pelas defesas, como os pedidos de anulação da delação premiada de Mauro Cid e a solicitação para que o caso não seja julgado no STF. Logo depois, ele passará para a análise do mérito do processo, ou seja, se condena ou absolve os réus, e qual será a pena.

Após o voto de Moraes, os demais ministros da Primeira Turma proferirão seus votos na seguinte sequência:

  • Flávio Dino;
  • Luiz Fux;
  • Cármen Lúcia;
  • Cristiano Zanin.

A condenação ou absolvição dos réus dependerá do voto da maioria, ou seja, de pelo menos três dos cinco ministros da turma.

Finalmente, é importante ressaltar que a prisão dos réus, caso sejam condenados, não será automática. Ela só poderá ser efetivada após o julgamento de todos os recursos.

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Julgamento de Bolsonaro e aliados entra no segundo dia no STF

Advogados de defesa se pronunciam no segundo dia de sessões. A votação da condenação ou absolvição deve ocorrer nos próximos dias

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) prossegue com o julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados, acusados de participar da trama golpista que tentou reverter o resultado das eleições de 2022. O julgamento teve início nesta quarta-feira, 3 de setembro, com a sessão começando às 9h17.

Afinal, esse grupo de réus faz parte de um núcleo central na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Continuidade e Próximos Passos

De fato, o cronograma para o julgamento é extenso. Posteriormente, as defesas dos outros acusados se apresentarão, pois o tribunal destinou oito sessões para a análise completa do caso.

Hoje, os advogados de defesa de quatro réus serão ouvidos:

  • Jair Bolsonaro
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa
  • Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice em 2022

A votação que decidirá a condenação ou absolvição dos réus deve começar somente nas próximas sessões. As penas, inclusive, podem ultrapassar 30 anos de prisão.

O Primeiro Dia do Julgamento

Em primeiro lugar, o julgamento começou nesta terça-feira, 2 de setembro. As sessões da manhã e da tarde trouxeram os primeiros movimentos do processo.

Primeiramente, o relator, ministro Alexandre de Moraes, leu o relatório da ação penal, um documento que resume todas as etapas do processo, desde as investigações até a fase final. O ministro, ademais, proferiu um discurso vigoroso em defesa da soberania e independência da Justiça, enfatizando que o STF não cederá a pressões internas ou externas.

Na sequência, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação de Bolsonaro e dos demais acusados. Gonet, sem dúvida, fez uma forte declaração contra a impunidade ao introduzir sua sustentação oral.

Por fim, a parte da tarde foi dedicada à sustentação oral dos advogados de quatro réus: Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier e Anderson Torres.

Réus do Núcleo 1

A saber, o núcleo crucial de réus que a PGR acusa é composto por:

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa de 2022;
  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

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STF: apenas um réu comparece ao 1° dia de julgamento

© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Bolsonaro não compareceu ao primeiro dia por não ‘estar bem’
Felipe Pontes – repórter da Agência Brasil
O ex-ministro da Defesa Paulo Sergio Nogueira foi o único dois oito réus a comparecer para acompanhar presencialmente o primeiro dia de julgamento da tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. A sessão ocorre na sala de audiências da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF),

“A gente acredita na Justiça e nas provas apresentadas nas nossas alegações finais”, disse Nogueira ao chegar para o julgamento. 

O próprio Bolsonaro, réu denunciado como líder da trama golpista, decidiu não comparecer ao julgamento. Segundo o advogado de defesa do ex-presidente Celso Vilardi, Bolsonaro chegou a cogitar ir presencialmente, mas acabou desistindo da ideia devido a problemas de saúde. “Ele não está bem”, afirmou o defensor.

Os outros réus estão representados por seus advogados. Em nome da acusação, está presente o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que assina a denúncia. 

Os réus do chamado núcleo crucial da trama golpista, composto pelos que seriam os principais autores intelectuais do golpe, são:

Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
Almir Garnier- ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022;
Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Todos foram acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) dos seguintes crimes:

  • liderar ou integrar organização criminosa armada,
  • atentar violentamente contra o Estado Democrático de Direito,
  • golpe de Estado,
  • dano qualificado por violência e grave ameaça,
  • deterioração de patrimônio tombado.

A exceção é o caso do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, que, por cumprir mandato de deputado federal, foi beneficiado com a suspensão de parte das acusações e responde somente aos três primeiros crimes citados acima. A regra está prevista na Constituição.

Em caso de condenação, as penas podem ultrapassar os 40 anos de prisão, a depender do papel desempenhado pelo condenado no complô golpista. 

Acompanhe

O julgamento de Bolsonaro e mais sete ex-auxilares por tentativa de golpe de Estado e mais quatro crimes começou nesta terça, com a leitura de um resumo do caso pelo relator, ministro Alexandre de Morares.

Depois, será a vez de Gonet realizar sua sustentação oral. Ele tem uma hora para reiterar suas acusações, prorrogável por mais uma hora.

À tarde, estão previstas as sustentações das defesas. Cada advogado terá uma hora para falar. Entenda como será o rito do Julgamento de Bolsonaro e aliados.

A análise do caso ocorre na sala de audiências da Primeira Turma do Supremo, em Brasília, e é transmitida ao vivo pela TV e Rádio Justiça e também pelo canal oficial do STF no YouTube.

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STF inicia julgamento de Bolsonaro e mais sete aliados

Primeira Turma vai decidir se réus devem ser condenados ou absolvidos
André Richter – Repórter da Agência Brasil
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira, dia 2, às 9h, o julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados pela trama golpista para tentar reverter o resultado das eleições de 2022. O grupo faz parte do núcleo crucial da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Foram destinadas oito sessões para análise do caso, marcadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.

A expectativa é que o primeiro dia do julgamento seja destinado às manifestações das defesas e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que fará a acusação.

A votação que vai condenar ou absolver os réus deve começar somente nas próximas sessões. As penas podem passar de 30 anos de prisão.

Quem são os réus?

  1. Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
  2. Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  3. Almir Garnier- ex-comandante da Marinha;
  4. Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
  5. Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  6. Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
  7. Walter Braga Netto – ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro na chapa de 2022;
  8. Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Crimes

Os réus respondem no Supremo pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

A exceção é o caso do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, que, atualmente, é deputado federal. Ele foi beneficiado com a suspensão de parte das acusações e responde somente a três dos cinco crimes. A possibilidade de suspensão está prevista na Constituição.

A suspensão vale para os crimes de dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado, relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro.

Ramagem continua respondendo pelos crimes de golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

Primeira sessão

sessão de hoje será aberta pelo presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin. Em seguida, o ministro chamará o processo para julgamento e dará a palavra a Alexandre de Moraes, relator do caso, que fará a leitura do relatório. O documento contém o resumo de todas as etapas percorridas no processo, desde as investigações até a apresentação das alegações finais, última fase antes do julgamento.

Após a leitura do relatório, Zanin passará a palavra para a acusação e às defesas dos réus.

O procurador-geral da República será responsável pela acusação. Paulo Gonet terá a palavra pelo prazo de até duas horas para defender a condenação dos réus.

Após a sustentação da PGR, os advogados dos réus serão convidados a subir à tribuna para as sustentações orais em favor de seus clientes. Eles terão prazo de até uma hora para suas considerações.

O julgamento será interrompido para o almoço por volta das 12h.  À tarde, a sessão será retomada por volta das 14h.

Além de Moraes, relator do caso, fazem parte da Primeira Turma os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin.

Votos

Nas próximas sessões, o primeiro a votar será Alexandre de Moraes. Em sua manifestação, o ministro vai analisar questões preliminares suscitadas pelas defesas de Bolsonaro e dos demais acusados, como pedidos de nulidade da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e um dos réus, alegações de cerceamento de defesa, pedidos para retirar o caso do STF, além das solicitações de absolvição.

Moraes poderá solicitar que a turma delibere imediatamente sobre a questões preliminares ou deixar a análise desses quesitos para votação conjunta com o mérito.

Após a abordagem das questões preliminares, Moraes se pronunciará sobre o mérito do processo, ou seja, se condena ou absolve os acusados e qual o tempo de cumprimento de pena.

A condenação ou absolvição ocorrerá com o voto da maioria de três dos cinco ministros da turma.

Acusações

Pesam contra os acusados a suposta participação na elaboração do plano “Punhal Verde e Amarelo”, com planejamento voltado ao sequestro ou homicídio do ministro Alexandre de Moraes, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente, Geraldo Alckmin.

Também consta na denúncia da PGR a produção da chamada “minuta do golpe”, documento que seria de conhecimento de Jair Bolsonaro e serviria para a decretação de medidas de estado de defesa e de sítio no país para tentar reverter o resultado das eleições de 2022 e impedir a posse do presidente Lula.

A denúncia também cita o suposto envolvimento dos acusados com os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

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STF tem segurança reforçada para julgamento de trama golpista

Polícia vai monitorar quem transita pela Praça dos Três Poderes
Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil

A capital do país amanheceu sob um esquema de segurança reforçado nesta segunda-feira, 1º de setembro. O motivo é o julgamento de uma suposta trama golpista que teria como objetivo manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. A partir de hoje, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e outras forças de segurança estão de prontidão para garantir a ordem, principalmente nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF), onde o julgamento terá início nesta terça-feira, 2 de setembro.

Ainda assim, o reforço no policiamento e nas operações de segurança deve continuar até, pelo menos, 12 de setembro, conforme o cronograma estipulado pelo STF. Com toda a certeza, a medida visa prevenir qualquer tipo de manifestação ou ação que possa perturbar o andamento do processo.

Célula de Inteligência e Restrições

Inclusive, uma Célula Presencial Integrada de Inteligência já está em operação na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Distrito Federal. Em outras palavras, a estrutura reúne órgãos de segurança locais e nacionais, com a finalidade de monitorar as movimentações em Brasília e nas redes sociais, buscando identificar e neutralizar possíveis ameaças de forma preventiva.

De fato, a partir desta terça-feira, dia 2, o esquema de segurança se torna ainda mais rigoroso. O STF e a SSP-DF atuam em conjunto para proibir aglomerações e acampamentos nas imediações do tribunal. Consequentemente, a polícia fará um monitoramento intensivo, com abordagens e revistas de mochilas e bolsas, em razão da preocupação com a possibilidade de atos isolados por parte de apoiadores do ex-presidente. Adicionalmente, drones com imagem térmica farão varreduras diurnas e noturnas, a fim de garantir a segurança.

Julgamento Histórico e seus Réus

Embora manifestações estejam proibidas, o julgamento certamente atrairá grande atenção. Primeiramente, mais de três mil pessoas se inscreveram para acompanhar as sessões presencialmente, o que demonstra o interesse público no caso. Similarmente, mais de 500 jornalistas, tanto nacionais quanto estrangeiros, solicitaram credenciamento.

O principal réu, o ex-presidente Jair Bolsonaro, não é obrigado a comparecer, mas pode fazê-lo se desejar, entretanto, ele precisa de autorização do ministro relator, Alexandre de Moraes, visto que está em prisão domiciliar. Os outros sete réus, entre militares e civis, acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de tentarem romper com a ordem democrática, também têm o direito de comparecer.

No entanto, a Esplanada dos Ministérios não será interditada durante a semana, exceto para o tradicional desfile de 7 de setembro. O fechamento da via para o desfile começa às 17h de sexta-feira, dia 6, e o acesso ao público será liberado a partir das 6h de sábado, dia 7.

Por fim, a seriedade do caso se reflete nas acusações. Os réus do núcleo 1 da trama golpista enfrentam acusações por cinco crimes graves, cuja pena somada pode ultrapassar 40 anos de prisão.

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Mais de 3,3 mil pessoas querem acompanhar julgamento de Bolsonaro

© Rosinei Coutinho/STF
STF somente concederá passe para 1.200 interessados
André Richter – Repórter da Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu um total de 3.357 pedidos de pessoas interessadas em acompanhar presencialmente o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus do núcleo principal da trama golpista. O julgamento, conforme a Corte, começará no dia 2 de setembro.

O interesse do público foi notável. Embora o STF tenha aberto as inscrições para o público em geral e advogados dos outros núcleos da denúncia, somente 1.200 pedidos serão aceitos, sobretudo devido à limitação do espaço.

Os selecionados não assistirão ao julgamento na sala da Primeira Turma, onde os ministros se reunirão. Em vez disso, eles vão acompanhar a transmissão por um telão na sala da Segunda Turma. O acesso à Primeira Turma será restrito aos advogados dos réus e aos profissionais de imprensa.

Foram disponibilizados 150 lugares para cada uma das oito sessões de julgamento, que estão marcadas para os dias 2, 9, 10 e 12 de setembro. O Supremo entrará em contato com os contemplados por e-mail, informando o dia e o horário de comparecimento.

A Corte também recebeu 501 pedidos de credenciamento de jornalistas nacionais e internacionais. Esse fato demonstra o grande interesse da imprensa em cobrir o caso.

O julgamento acontecerá na Primeira Turma do STF, que tem como relator o ministro Alexandre de Moraes e conta com a participação dos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Bolsonaro e os outros réus enfrentam acusações graves: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Em caso de condenação, a pena pode ultrapassar 30 anos de prisão.

 

Réus do Núcleo 1

Os sete réus que serão julgados junto a Jair Bolsonaro, ou seja, o núcleo 1 da denúncia, são:

  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Paulo Sérgio Nogueira (general) – ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa de 2022;
  • Mauro Cid (tenente-coronel) – ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

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STF abrirá credenciamento para acompanhar julgamento de Bolsonaro

Interessados devem preencher formulário eletrônico
Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) abrirá um credenciamento para quem quiser acompanhar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sete de seus aliados. Oito réus do núcleo 1 da trama golpista enfrentarão a Justiça entre os dias 2 e 12 de setembro.

O STF também direciona o credenciamento para advogados dos réus dos outros três núcleos da denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que querem seguir o julgamento.

Os interessados precisam preencher um formulário eletrônico e enviá-lo até as 14h da próxima quinta-feira, dia 28. No formulário, o usuário indicará o dia e o horário em que pretende comparecer. Por fim, o cerimonial do STF confirmará a inscrição até 1° de setembro.

Núcleo 1

O julgamento de Bolsonaro será feito pela Primeira Turma, formada pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Os réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Em caso de condenação, as penas podem passar de 30 anos de prisão.

Saiba quem são os réus do núcleo 1: 

Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;

Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);

Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;

Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;

Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;

Paulo Sérgio Nogueira (general), ex-ministro da Defesa;

Walter Braga Netto – ex-ministro da Defesa de Bolsonaro e candidato a vice na chapa de 2022.

Mauro Cid (tenente-coronel), ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

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