TARIFAÇO

Economia

Suprema Corte dos EUA julga nesta quarta tarifas de Trump

Decisão pode redefinir limites do poder presidencial e impactar a economia global

A Suprema Corte dos Estados Unidos julga nesta quarta-feira, dia 5, a legalidade das tarifas comerciais impostas por Donald Trump, em um caso que pode alterar o equilíbrio de poderes entre o Executivo e o Congresso e afetar o comércio global.

O Comitê de Política Monetária dos EUA ouvirá os argumentos a partir das 12h (horário de Brasília). Tribunais inferiores já haviam considerado que o ex-presidente excedeu sua autoridade ao usar uma lei federal de 1977, criada para emergências nacionais, para justificar tarifas bilionárias sobre produtos importados.

Três ações judiciais movidas por empresas e por 12 estados norte-americanos, a maioria governada por democratas, contestam a medida. Eles argumentam que Trump abusou da Lei de Poderes Econômicos Emergenciais Internacionais (IEEPA), que permite regular o comércio em crises, mas não autoriza explicitamente a criação de tarifas.

Trump, por sua vez, defende que as tarifas são uma ferramenta vital para proteger empregos e fortalecer a economia. “Se os juízes as derrubarem, estaremos indefesos, levando talvez até mesmo à ruína de nossa nação”, escreveu o republicano em uma rede social no domingo.

O governo Trump pediu que a Suprema Corte decida rapidamente o caso, mesmo que a Corte normalmente leve meses para emitir sentenças após as sustentações orais. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, deve acompanhar pessoalmente a audiência.

Segundo ele, mesmo que a decisão seja desfavorável, as tarifas atuais devem permanecer em vigor enquanto o governo busca outras bases legais para mantê-las.

As tarifas aplicadas desde o retorno de Trump ao cargo podem render trilhões de dólares em arrecadação ao longo da próxima década, segundo estimativas do governo. Críticos alertam que a prática fere a Constituição, que reserva ao Congresso o poder de instituir impostos e tarifas.

O Departamento de Justiça argumenta que a IEEPA dá ao presidente poder para “regular importações em emergências”, o que incluiria a imposição de tarifas. Trump é o primeiro presidente a usar essa lei de forma tão ampla — uma extensão de autoridade que também se refletiu em políticas migratórias e militares.

O julgamento desta quarta representa um dos maiores testes da atual composição da Suprema Corte, hoje com maioria conservadora (6 a 3). A decisão poderá limitar ou reforçar os poderes presidenciais em matéria econômica e influenciar as estratégias comerciais dos EUA diante de rivais como China e União Europeia.

Se o tribunal derrubar as tarifas, a Casa Branca poderá rever sua política de comércio exterior — cenário que preocupa tanto aliados políticos de Trump quanto setores da indústria americana.

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Brasil e Mundo

Lula diz que Brasil e EUA devem chegar a acordo “em poucos dias”

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, informou que as equipes dos dois países já têm um cronograma de reuniões definido para as próximas semanas. O objetivo é construir um acordo “satisfatório para ambas as partes”, com foco nos setores mais afetados pelas tarifas

Durante coletiva de imprensa em Kuala Lumpur, na Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira, dia 27, que o Brasil está próximo de um acordo definitivo com os Estados Unidos para suspender as tarifas impostas aos produtos brasileiros.

“Logo, logo não haverá problema entre Estados Unidos e Brasil”, disse Lula, após reunião com o presidente norte-americano Donald Trump.

Com tom otimista, Lula afirmou estar “convencido” de que a negociação trará uma solução definitiva em poucos dias, permitindo que “a vida siga boa e alegre, como dizia Gonzaguinha”.

As tarifas aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil foram justificadas, segundo Washington, por um suposto déficit comercial. Lula rebateu esse argumento, dizendo que o país norte-americano, na verdade, tem superávit nas trocas com o Brasil.

“Não estou pedindo nada além do que é justo. Os Estados Unidos não têm déficit conosco. Essa foi a base da taxação ao mundo, e não se aplica ao Brasil”, afirmou.

Durante o encontro, o presidente entregou um documento com propostas e setores prioritários para negociação.

Questionado se Trump havia feito promessas, Lula respondeu com ironia:

“Não sou santo para receber promessas. O que ele tem que fazer é compromisso, e ele se comprometeu em buscar um acordo de qualidade com o Brasil.”

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, informou que as equipes dos dois países já têm um cronograma de reuniões definido para as próximas semanas. O objetivo é construir um acordo “satisfatório para ambas as partes”, com foco nos setores mais afetados pelas tarifas.

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa, avaliou que as tratativas estão “avançando espetacularmente bem”.

“Hoje discutimos um acordo comercial de fato, sem interferências políticas. O que estava na mesa e não deveria estar, saiu de cena”, afirmou.

Além das negociações econômicas, Lula declarou que o Brasil está à disposição para ajudar nos diálogos sobre a situação política da Venezuela.

“O Brasil não quer guerra na América do Sul. Nossa guerra é contra a pobreza e a fome”, disse. “Não dá para achar que tudo se resolve à base da bala.”

O presidente aproveitou o encontro para reforçar o convite a Trump para participar da COP30, que acontecerá em novembro de 2025, em Belém (PA).

“Convidei ele para ir à COP. Se não acredita nas mudanças climáticas, que vá para dizer o que pensa. Fingir que o problema não existe não resolve”, afirmou Lula.

A viagem à Malásia e à Indonésia também teve foco econômico. Segundo Mauro Vieira, o Sudeste Asiático é hoje o epicentro do crescimento global, e o Brasil busca ampliar parcerias e atrair investimentos para setores de inovação e tecnologia.

Durante a coletiva, Lula anunciou apoio à candidatura da Malásia como membro pleno do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

“Estamos abertos a novos parceiros que compartilhem nossa visão de desenvolvimento com soberania e equilíbrio global”, destacou.

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Economia

BNDES vai “entrar forte” no apoio a empresas, diz Mercadante

Plano Brasil Soberano prevê RR 30 bilhões em crédito emergencial
Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está pronto para agir e socorrer as empresas brasileiras afetadas pelas novas tarifas impostas pelos Estados Unidos. A afirmação foi feita nesta quinta-feira, dia 21, pelo presidente do banco, Aloizio Mercadante, que anunciou a finalização de um programa de crédito emergencial.

A iniciativa faz parte do Plano Brasil Soberano, anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 13. O plano prevê um total de R$ 30 bilhões em crédito, que será liberado pelo Fundo de Garantia à Exportação e operado pelo BNDES e por outras instituições financeiras parceiras.

Em resumo, o objetivo do plano é manter o nível de emprego e ajudar as empresas a superarem a crise. Inclusive, Mercadante ressaltou que o BNDES agirá de forma rápida e eficiente, tal qual ocorreu no socorro ao Rio Grande do Sul. “No crédito direto do BNDES, nós aumentamos seis vezes a velocidade de aprovação”, disse.

A tarifa de 50% sobre parte das exportações brasileiras para os Estados Unidos entrou em vigor no último dia 6 de agosto. A medida, assinada pelo presidente Donald Trump, afeta 35,9% das mercadorias enviadas ao país norte-americano, o que corresponde a 4% das exportações totais do Brasil.

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Economia

Indústria química apoia Plano Brasil Soberano e quer mais negociações

© CNI/José Paulo Lacerda/Direitos reservados
Setor exporta cerca de US$ 2,5 bilhões por ano aos EUA em insumos
Agência Brasil

A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) manifestou seu apoio ao Plano Brasil Soberano, uma iniciativa do governo federal para enfrentar o recente aumento de tarifas de exportação imposto pelos Estados Unidos. Conforme a Abiquim, o setor químico brasileiro, que exporta anualmente cerca de US$ 2,5 bilhões para os EUA, foi duramente atingido pelas novas regras comerciais.

O governo americano, presidido por Donald Trump, aplicou uma tarifa adicional de 40% sobre os produtos brasileiros. Essa porcentagem, somada à taxa de 10% já em vigor desde abril, elevou o total para 50%. A Abiquim aponta que essa medida afeta, principalmente, indústrias que transformam insumos químicos em produtos com maior valor agregado, como plásticos, calçados, alimentos e cosméticos.

De fato, a entidade destacou que o Plano Brasil Soberano é mais abrangente do que apenas um apoio financeiro. O programa inclui ajustes tributários, prorrogação de prazos e, sobretudo, medidas de proteção ao emprego. Em outras palavras, a iniciativa dialoga diretamente com demandas históricas do setor.

A Abiquim informou que, inicialmente, cinco dos 700 produtos listados no “tarifaço” foram excluídos, o que já representa uma economia de cerca de US$ 1 bilhão em exportações. Similarmente, a entidade acredita que outros produtos podem ser adicionados a essa lista, o que significaria mais US$ 500 bilhões em vendas. Contudo, a ampliação dessa lista depende de negociações diretas entre os governos brasileiro e americano.

Além disso, a Abiquim ressalta que, se as tarifas se mantiverem, o Brasil precisará buscar novos mercados para mitigar as perdas. Enquanto isso, o setor, que emprega mão de obra altamente qualificada, monitora o cenário. Embora os impactos sobre o emprego tendam a ser mais lentos, a entidade considera a dimensão do pacote sem precedentes e acredita que pode ser necessária uma segunda fase de ações, caso o plano atual não seja suficiente.

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Economia

Associação de cafés especiais apoia medidas do Plano Brasil Soberano

© Marcello Casal jr/Agência Brasil
Agência Brasil

O aumento da tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos tem mobilizado diversos setores da economia brasileira. A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), por sua vez, divulgou uma nota formal de apoio ao Plano Brasil Soberano, uma iniciativa do governo para mitigar os impactos do tarifaço de 50% imposto aos produtos brasileiros exportados para os EUA. Inegavelmente, essa medida afeta diretamente o setor, visto que o mercado norte-americano é o principal destino dos cafés especiais do país.

Afinal, os Estados Unidos importam mais de 2 milhões de sacas de cafés especiais brasileiros anualmente. Isso, por consequência, representa uma receita de mais de US$ 550 milhões por ano. Diante desse cenário, a imposição da nova tarifa é vista pela BSCA como um desafio considerável, mas as medidas do governo, segundo a entidade, oferecem um fôlego para que o setor se organize e negocie.

Em outras palavras, o apoio da BSCA não é apenas um endosso político, mas uma estratégia para garantir a sobrevivência e o crescimento do setor a longo prazo.

O Que o Plano Brasil Soberano Oferece?

O Plano Brasil Soberano, acima de tudo, busca apoiar as empresas brasileiras afetadas pelo tarifaço. Portanto, ele inclui:

  • Novas linhas de crédito com taxas de juros mais acessíveis.
  • Adiamento de tributos federais por dois meses.
  • Reativação do Reintegra, um mecanismo que ressarce empresas por tributos ao longo da cadeia de produção, funcionando como um crédito tributário.

A BSCA vê essas medidas como essenciais, no curtíssimo prazo, para que o setor tenha estabilidade financeira enquanto o governo conduz as negociações bilaterais.

Diálogo como Solução Definitiva

Apesar do apoio às medidas emergenciais, a BSCA reforça que a solução definitiva para o impasse é a inclusão do café na lista de produtos isentos do tarifaço. Segundo a entidade, é preciso encontrar, através do diálogo, uma forma de restabelecer o fluxo comercial entre os dois países em condições justas. O objetivo principal, portanto, é manter a sinergia com as entidades americanas do setor privado de café, a fim de que uma solução positiva e definitiva seja alcançada.

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Economia

Reunião de Haddad com Tesouro dos EUA é cancelada

Encontro para discutir tarifas de Trump foi desmarcado por “falta de agenda”, segundo ministro

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a extrema-direita americana cancelou sua reunião com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. O encontro, que aconteceria na quarta-feira, dia 13, foi desmarcado depois que a militância “antidiplomática” agiu junto a assessores da Casa Branca.

Anteriormente, Bessent havia procurado Haddad para discutir as tarifas do governo Donald Trump sobre produtos brasileiros. A princípio, eles fariam uma videoconferência e, em seguida, uma conversa presencial. O ministro afirmou que a assessoria de Bessent havia entrado em contato para agendar uma segunda conversa no final do mês passado.

Contudo, Haddad recebeu um e-mail com o cancelamento da reunião. “Argumentaram falta de agenda”, declarou ele, que considera a motivação do cancelamento política, e não econômica.

Haddad destaca que o Brasil recebe um tratamento diferenciado. Ele lembra que outros países, como a União Europeia, o Japão e a Coreia do Sul, já negociaram com o governo Trump. O ministro acredita, portanto, que a falta de negociação com o Brasil demonstra a pressão política da extrema-direita.

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Economia

Embraer descarta demissões no Brasil e negocia tarifa zero nos EUA

© Ricardo Beccari/Embraer
Fabricante de aviões ficou fora do tarifaço de 50%
Bruno de Freitas Moura – Repórter da Agência Brasil

A Embraer, fabricante brasileira de aeronaves, que escapou do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos, descarta demissões aqui no país este ano e está confiante em conseguir reduzir a zero a atual taxação de 10% em cima de aviões e partes que exporta para os americanos.

A declaração foi feita nesta terça-feira, dia 5, pelo diretor-executivo da empresa, Francisco Gomes Neto, durante apresentação dos resultados do segundo trimestre da companhia.

“O nosso foco é realmente restaurar a tarifa zero. Ficamos muito felizes de passar de 50% a 10%, o que reduziu bastante o impacto para os nossos clientes. Estamos trabalhando com eles para fazer a entrega das aeronaves. Mas, em paralelo, estamos nos esforçando com afinco para restaurar a tarifa zero”, disse.

A Embraer emprega 18 mil pessoas no Brasil. Desde abril, a empresa, que exporta metade da produção para os Estados Unidos, está submetida à tarifa de 10% determinada pelo presidente americano, Donald Trump.

Nas últimas semanas, houve o receio de que a taxação subisse para 50%. Mas na quarta-feira (30), o governo americano decidiu que aeronaves, motores, peças e componentes de aviação ficam de fora do tarifaço.

Empregos

De acordo com a companhia, a cobrança de 10% que passou a vigorar em abril significa um custo de US$ 65 milhões, cerca de R$ 350 milhões. Desse impacto, 20% foram sentidos no primeiro semestre e 80% devem ser percebidos no restante do ano. Esse valor é cobrado de partes de aviões executivos que a Embraer vende à subsidiária da empresa nos Estados Unidos, mas trata-se de um alívio se comparado à taxação de 50% da qual a empresa escapou.

“Voltamos para uma situação mais gerenciável, tanto que já incluímos o impacto das tarifas nas nossas projeções financeiras. Estamos mantendo o nosso guidance [projeção] para o ano, e para atendê-lo temos que entregar todos os aviões que estão planejados. No momento, está completamente fora dos nossos planos qualquer tipo de alteração, redução de quadro por causa de redução de produção”, garantiu Neto.

Em relação aos aviões comerciais vendidos aos Estados Unidos, o custo é pago pela empresa que compra a aeronave, o que acaba encarecendo o produto.

Francisco Neto disse acreditar que negociações podem trazer de volta a tarifa zero, como nos últimos 45 anos. Ele citou acordos alcançados recentemente pelo Reino Unido e Europa. 

Segundo Neto, as negociações se dão por intermédio do governo brasileiro e também diretamente com os americanos.

Principal mercado

Os Estados Unidos são o maior mercado de aviação do mundo e absorvem 70% da demanda por jatos executivos da Embraer e 45% de aeronaves comerciais.

O diretor-executivo da companhia aponta a geração de emprego e investimentos nos Estados Unidos como um trunfo para que o governo Trump volte à tarifa zero.

A Embraer emprega quase 3 mil pessoas em solo americano. Incluindo a cadeia de fornecedores locais, o contingente chega a 13 mil. A empresa planeja investir US$ 500 milhões, cerca de R$ 2,8 bilhões, em Dallas, no Texas, e Melbourne, na Flórida, nos próximos 5 anos e contratar mais 5,5 mil funcionários até 2030. As estimativas foram feitas, segundo Neto, em cima de cálculos sem a tarifa de 10%.

O executivo disse que se o governo americano decidir incluir aviões militares como o KC-390 em sua frota aérea, a Embraer projeta mais US$ 500 milhões para uma nova linha de montagem e mais 2,5 mil postos de trabalho.

A empresa ressalta ainda a importância dos seus aviões E175, de até 80 assentos, considerados essenciais para a aviação regional americana.

“Temos boa expectativa que isso venha acontecer”, avalia o diretor-executivo sobre a volta da tarifa zero, enfatizando que a estimativa é de saldo comercial positivo de US$ 8 bilhões para os americanos até 2030. Ou seja, no processo de fabricação de aviões, a Embraer gasta mais com compras nos Estados Unidos do que com vendas para lá.

Resultado

O resultado do segundo trimestre apresentado nesta terça-feira pela Embraer aponta que a empresa entregou 61 aeronaves no período, sendo 19 jatos comerciais, 38 executivos e quatro militares. No mesmo período do ano passado, foram 47.

A companhia trabalha com a estimativa de entrega de 77 a 85 aviões comerciais este ano e de 145 a 155 jatos executivos. A carteira total de pedidos atingiu US$ 29,7 bilhões no segundo trimestre deste ano, a maior já registrada.

 

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RMC

Campinas lidera ações para proteger exportadores do “tarifaço” dos EUA

Crédito: Fernanda Sunega/PMC
A decisão de formar a comissão foi tomada na manhã desta segunda-feira durante uma reunião extraordinária da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP)

A cidade de Campinas integrará a comissão nacional de cidades exportadoras. Afinal, o grupo discutirá com os governos federal e estadual medidas para minimizar o “tarifaço” dos Estados Unidos. Essa nova taxação, que entrará em vigor nesta quarta-feira, 6 de agosto, preocupa prefeituras de cidades com forte atividade exportadora.

Ações de Campinas

A Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP) formou a comissão nesta segunda-feira, 4 de agosto. Nesse sentido, o prefeito de Campinas, Dário Saadi, participou do encontro. Ele reforçou a necessidade de articulação política e econômica. Aliás, a cidade busca proteger suas economias municipais. O prefeito destacou que 25% das exportações de Campinas têm os Estados Unidos como destino. Em outras palavras, isso representa US$ 250 milhões anuais.

Impactos e respostas

Infelizmente, a nova tarifa pode gerar perdas significativas. Dário Saadi projeta um impacto de 20% a 40% nas exportações da cidade. Por essa razão, ele atuará ativamente nas tratativas com autoridades. Além disso, defenderá os interesses dos exportadores da cidade e da região. Saadi também proporá uma reunião com o governador Tarcísio de Freitas e prefeitos paulistas. A Região Metropolitana de Campinas (RMC) igualmente sofrerá com o tarifaço, uma vez que é uma das maiores exportadoras do estado. Portanto, os impactos exigem respostas coordenadas.

O que é o “tarifaço”?

O presidente Donald Trump oficializou a medida, que impõe uma tarifa adicional de 40%. Ou seja, a taxação total sobre produtos brasileiros pode chegar a 50%. A decisão impactará diversos setores, principalmente em regiões com alto volume de exportações, como Campinas e a RMC. No entanto, alguns itens como aeronaves e suco de laranja ficarão isentos. O tarifaço começa nesta quarta-feira, 6 de agosto.

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Brasil e Mundo

Confira a lista de produtos que não serão taxados pelos EUA

© Ari Dias/Governo do Paraná
Suco de laranja, combustíveis e minérios estão entre as exceções
Agência Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma Ordem Executiva que excluiu 694 produtos brasileiros do aumento da tarifa de importação para 50%. A medida entra em vigor em 6 de agosto.

Entre os produtos que escaparão da nova taxação estão suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis (incluindo motores e peças). A lista de isenções também inclui celulose, metais preciosos e produtos energéticos.

No entanto, o aumento da tarifa de 50% afetará diretamente a importação de café, frutas e carnes.

A lista completa com os produtos que não serão taxados está no Anexo I da Ordem Executiva assinada pelo presidente Trump, publicada no site da Casa Branca.

Confira aqui a lista.

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Economia

Tesouro dos EUA procura Haddad para agendar reunião

Ministro disse que setores afetados contarão com medidas de auxílio
Lucas Pordeus León – Repórter da Agência Brasil
A Secretaria do Tesouro dos Estados Unidos (EUA) entrou em contato com o Ministério da Fazenda para agendar uma reunião. Eles querem discutir o aumento de tarifas que o governo de Donald Trump impôs sobre algumas exportações brasileiras.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que ainda não há uma data marcada para o encontro, mas confirmou que a assessoria do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, fez o contato na quarta-feira, dia 30. A última vez que se reuniram foi em maio, antes do anúncio da tarifa de 50%.

Haddad explicou que essa é apenas a primeira etapa das negociações, mas que o Brasil está em uma posição mais favorável do que imaginava. Ele destacou a “muita injustiça” nas medidas e afirmou que o governo divulgará, nos próximos dias, um plano de contingência para ajudar as empresas prejudicadas. Este pacote deve incluir linhas de crédito e apoio à indústria e aos empregos, especialmente para os setores menores e mais frágeis.

Cerca de 700 produtos ficaram de fora da lista do aumento de tarifas, o que representa cerca de 43% dos valores exportados para os EUA. No setor mineral, 25% dos produtos foram taxados. Mesmo com essas exceções, o ministro reconheceu que o impacto é “dramático” para alguns setores e que, mesmo os maiores, precisarão de tempo para se adaptar.

Haddad também ressaltou que a tentativa de interferir no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe de Estado não fará parte das negociações. Ele explicou que o Judiciário é um poder independente e que o Brasil deve mostrar que é uma das democracias mais amplas do mundo. Ele acrescentou que “a perseguição ao ministro da Suprema Corte [Alexandre de Moraes] não é o caminho de aproximação entre os dois países.”

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