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Sara conheceu o judô aos 5 anos, depois que seu tio Cláudio a indicou a um sensei. “Eu era meio briguenta e o judô me deixou mais calma, focada”, lembra ela. O tatame desde cedo parecia uma extensão de Sara, seu habitat natural. Na adolescência, ela decidiu que se tornaria uma judoca profissional. Mas, dentro de casa, essa resolução não foi digerida prontamente.
“Não era para eu estar aqui, no tatame. Meus familiares diziam que eu não deveria lutar. Acho que pelo fato de eu ser mulher, da história do ‘sexo frágil’. Tivemos muitas discussões a respeito. Mas eu sempre quis ser judoca. Coloquei meu sonho acima de tudo”, diz.
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Talvez os parentes de Sara não soubessem, mas eles estavam diante de um fenômeno do judô. Competindo na categoria meio-leve (até 48 kg), ela entrou numa espiral de conquistas raramente vista em uma atleta dessa faixa etária. Sara soma mais de 100 títulos, entre campeonatos de base da Federação Paulista de Judô, competições amistosas e torneios organizados pela Sesp, como os Jogos Regionais do Estado de São Paulo e os Jogos Abertos do Interior.
“Quem faz essa contagem é o meu tio Cláudio. A maior parte das premiações está guardada na casa dos meus pais em Catanduva”, conta.
A fama de Sara não se limitou ao interior paulista. Em janeiro deste ano, ela foi recrutada para treinar na equipe de alto rendimento do Centro de Excelência de São Bernardo do Campo. Sob a supervisão do sensei Marcelo Fuzita, ela tem refinado sua técnica e testado suas habilidades em torneios com um grau de exigência maior. “O Centro mudou meu nível como judoca. Sem a estrutura que eu tenho aqui, com essa equipe de senseis, eu não seria a atleta que sou hoje.”
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De casa nova, Sara faz planos ousados para 2025. Ela espera defender as cores do Brasil ainda este ano. “Até o final do ano espero estar representando a seleção brasileira sub-18. Mais para frente, quero disputar Jogos Pan-Americanos, Mundiais e Olimpíadas.”
