SP EM CHAMAS

Brasil e Mundo

Governo de SP adota ações para enfrentar o cenário de seca, queimadas e poluição

Helicópteros auxiliam no combate ao fogo. Foto: Divulgação/Governo de São Paulo

Combate ao fogo recebeu mais de R$ 320 milhões nos últimos dois anos e ganhou reforço com o agravamento da situação a partir de agosto

Agência SP

O Governo de São Paulo intensificou uma série de ações para combater as queimadas no Estado. Até agora, os investimentos superam R$ 170 milhões somente na Operação São Paulo Sem Fogo, iniciada em 2023. Além disso, a gestão paulista aplicou mais R$ 152 milhões na compra de 125 viaturas para o Corpo de Bombeiros e na aquisição de veículos e equipamentos para a Defesa Civil atuar no enfrentamento ao fogo.

A situação dos incêndios é acompanhada de forma permanente pela São Paulo Sem Fogo, que em maio treinou quase 2 mil agentes para o combate às queimadas, com participação inclusive de agricultores. Em junho, a operação entrou na fase vermelha, com atenção máxima ao período com menos chuvas e previsão de calor extremo.

No fim de agosto, com o agravamento da situação principalmente no interior, o Governo de São Paulo criou um gabinete de crise para dar pronta resposta à população. A ação reúne técnicos da Defesa Civil do Estado e das secretarias da Segurança Pública (SSP), Agricultura e Abastecimento (SAA) e de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil).

O número de focos de calor cresceu 386% entre janeiro e agosto deste ano na comparação com 2023. Além disso, cerca de 8.049 propriedades rurais foram afetadas pelos incêndios em 317 municípios.

Diante das previsões de tempo seco, ventos fortes e alta possibilidade de incêndios, apontada pelo Mapa de Risco de Incêndio, o Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil renovou até o próximo sábado, dia 14, o alerta de risco elevado para incêndios para todo o estado, com algumas regiões podendo atingir até 39ºC de temperatura.

Combate aos incêndios

Além de investir em veículos e equipamentos, o Estado ainda liberou R$ 5,9 milhões para a contratação de serviços de monitoramento e combate a incêndios florestais com aeronaves no dia 5 deste mês.

As aeronaves são importantes nos trabalhos em regiões de difícil acesso por vias terrestres, como no caso das unidades de conservação. Elas são utilizadas para despejar água para conter as chamas, além de auxiliarem a monitorar e localizar focos.

Os R$ 5,9 milhões permitem a contratação de 120 horas de voo de monitoramento e 300 de combate aéreo, somando 420 horas.

O Governo de São Paulo também conta com a contratação de outras 1.200 horas de voo pela Semil e 200 horas pela Defesa Civil que podem ser utilizadas nas queimadas. Há ainda 1,6 mil bombeiros mobilizados para o combate às chamas, com o apoio de 587 viaturas e helicópteros Águia da Polícia Militar.

A iniciativa privada também foi convocada pelo governo para auxiliar no combate e prevenção. Entidades de setores florestais, produtores de açúcar, energia elétrica, gás, água e concessionárias de rodovias disponibilizaram suas estruturas para intensificar o enfrentamento à situação nos próximos dias.

Helicóptero da PM também auxilia no combate ao fogo. Foto: Divulgação/Governo de São Paulo

Prevenção e monitoramento

As 81 Unidades de Conservação do Estado estão fechadas desde o dia 1º para proteger a população e manter foco total na prevenção a incêndios nessas áreas de preservação.

Segundo a portaria da Fundação Florestal, apenas os parques estaduais Campos do Jordão e Cantareira permanecem parcialmente abertos para os visitantes, nas áreas concessionadas. Durante esse período, todas as equipes que trabalham nas Unidades de Conservação continuarão a se dedicar exclusivamente ao monitoramento territorial, combate a incêndios, sensibilização das comunidades dos entornos e apoios administrativos e logísticos.

Além disso, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) ampliou o efetivo de brigadistas para atuar nas unidades, com 15 novas equipes que se somam às 19 que já existiam. Com isso, o número de agentes nos parques subiu de 57 para 102 pessoas, um aumento de quase 80%.

Nas rodovias, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) investiu neste ano R$ 64,9 milhões em serviços de conservação e limpeza das margens, com poda e roçagem das áreas no entorno das rodovias e estradas vicinais, as chamadas faixas de domínio.

A limpeza da massa seca próxima às rodovias é fundamental para evitar incêndios de grandes proporções em áreas verdes afetadas pela estiagem.

Incêndio, parque, unidade de conservação, fogo, queimada

Brigadista auxilia no combate ao fogo. Foto: Divulgação/Governo de São Paulo

Reforço na saúde

O Governo de São Paulo adotou medidas para garantir o estoque de medicamentos e insumos, como o oxigênio, nas unidades de saúde, diante do cenário de tempo seco, alta ocorrência de incêndios e piora na qualidade do ar. A Secretaria de Estado da Saúde reforçou a aquisição dos materiais e intensificou as orientações em saúde.

A Pasta mantém monitoramento contínuo dos estoques e insumos de todas as unidades de saúde para garantir o abastecimento.

Para a população, a hidratação continua sendo a recomendação mais importante para preservar a saúde. Os cuidados devem ser redobrados em todas as faixas etárias. Na última terça-feira (10), o governo paulista divulgou uma nota técnica com as principais orientações em saúde e diretrizes para o enfrentamento ao cenário de baixa qualidade do ar.

Na região de Ribeirão Preto, uma das mais afetadas pelas queimadas, o governo anunciou em agosto pacote de ações com ampliação dos serviços de telemedicina, com médicos do HC disponíveis 24h por dia para orientar as equipes de saúde e encaminhar os casos mais graves para hospitais de referência.

Apoio aos agricultores

Um pacote de ações destinado aos produtores rurais que foram afetados pelos incêndios florestais foi anunciado no dia 25 de agosto. Por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap), o agricultor terá acesso a R$50 mil, com juro zero, para custeio emergencial, como despesas de manutenção e recuperação da produção.

A outra frente de atuação é a garantia de segurança jurídica, por meio da emissão de um termo emergencial que impossibilita qualquer tipo de sanção ou multa dos órgãos fiscalizadores competentes considerando-se a calamidade.

Em parceria com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), a Secretaria de Agricultura e Abastecimento passará a enquadrar as propriedades rurais atingidas pelos incêndios nos programas habitacionais paulistas, com o objetivo de recuperar as moradias atingidas pela tragédia.

Outro fator importante para produtores afetados pelos incêndios florestais é a subvenção ao seguro rural. O Governo de SP, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, disponibilizou o valor recorde de R$100 milhões para este ano.

Produtores rurais foram convidados a participar dos treinamentos de combate a incêndios. Foto: Divulgação/Governo de São Paulo

Atendimento a animais

Animais atingidos pelos incêndios florestais que ocorrem no interior de São Paulo estão sendo atendidos por uma rede de reabilitação estruturada pelo Departamento de Fauna Silvestre do Estado. Entre as espécies socorridas estão cobras, lagartos, gambás, tamanduás-bandeira, tamanduás-mirim, macacos-prego e tatus.

Até o momento, 26 unidades integradas estão em alerta para atender animais resgatados das queimadas e outros que, ao tentar fugir do fogo, acabam sendo atropelados nas rodovias.

Atenção aos rios

O Rio Pinheiros passou a contar com ações de bombeamento desde terça-feira (10) por conta da alta concentração de algas que modificou a cor da água em período de estiagem. A ação é realizada pelo Governo de São Paulo, por meio do órgão regulador de recursos hídricos do Estado (DAEE), vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), e a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae).

A operação já garantiu melhora na qualidade da água, especialmente no Canal Inferior, com a redução do volume superficial de algas. Os trechos compreendem desde a área da Estrutura de Retiro (perto do Cebolão) até perto do Clube Pequeninos do Jockey (Ponte Cidade Jardim). Com a operação, obteve-se uma melhoria em aproximadamente 35% da extensão total do canal, que é de 25 km. Com o resultado positivo, a medida será repetida a cada dois dias, enquanto durar esse período crítico, e o governo estuda a necessidade de ampliar essa frequência.

COMPARTILHE NAS REDES

Brasil e Mundo

Estado de São Paulo tem queimadas em 13 municípios

Levantamento é Defesa Civil do estado

Por Flávia Albuquerque – Repórter da Agência Brasil – São Paulo

Pelo menos 13 municípios de São Paulo têm áreas de mata em chamas, segundo a Defesa Civil do estado. Tanto o órgão quanto o Corpo de Bombeiros atuam nesses locais para conter o fogo, e em regiões mais críticas estão em operação 11 aeronaves para apoiar o combate aos incêndios.

Os municípios que contam com esse suporte são: Mairiporã (Parque Cantareira); Bananal; São Luiz do Paraitinga; Bom Jesus dos Perdões (Parque Itapetinga); Campinas (Pico das Cabras); Campo Limpo Paulista/Jundiaí (Serra da Mursa); São Carlos; e Pedregulho. “O combate aos incêndios segue de forma coordenada, com as aeronaves desempenhando um papel fundamental no controle das áreas mais afetadas”, destacou a Defesa Civil.

Segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), as 81 unidades de conservação do estado que estão fechadas desde o dia 1º para proteger a população e manter foco total na prevenção a incêndios nessas áreas de preservação continuarão sem funcionar. Apenas os parques estaduais Campos do Jordão e Cantareira estarão parcialmente abertos, nas áreas concessionadas, desde que não haja risco aos visitantes.

“Durante esse período, todas as equipes que trabalham nas Unidades de Conservação continuarão a se dedicar exclusivamente ao monitoramento territorial, combate a incêndios, sensibilização das comunidades dos entornos e apoios administrativos e logísticos”, informou a secretaria.

“Diante da persistência das condições climáticas, que favorecem a ocorrência de incêndios, tomamos a decisão de prorrogar o fechamento dos parques estaduais. Essa medida, embora temporária, é fundamental para proteger a biodiversidade e garantir a segurança de todos. Nossos profissionais continuam atuando incansavelmente no combate a possíveis focos incêndios e na proteção das áreas fechadas”, destacou o diretor executivo da Fundação Florestal, Rodrigo Levkovicz.

Capital paulista

A prefeitura de São Paulo está monitorando os parques municipais, durante 24 horas por dia, para evitar incêndios e queimadas. O objetivo da Operação Fogo Zero é agilizar o atendimento e o combate às chamas em áreas de proteção ambiental e parques da cidade. A ação é coordenada pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente com o apoio da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar Ambiental, além do Corpo de Bombeiros.

A prefeitura também vai liberar uma verba extraordinária de R$ 5 milhões para reforçar os equipamentos de atendimento assistencial aos idosos durante o período de baixa umidade do ar na cidade. Os estoques de soro fisiológico nas unidades de saúde também serão ampliados. A administração municipal destinará ainda recursos para compra de umidificadores para as escolas localizadas em bairros com menor índice de umidade do ar. Serão providenciados aparelhos para as regiões da Freguesia do Ó, Brasilândia, Casa Verde, Cachoeirinha, Vila Medeiros, São Lucas, Sapopemba, São Rafael, M’Boi Mirim e Jardim Ângela.

A capital conta, desde domingo (8), com dez tendas da Operação Altas Temperaturas montadas em pontos estratégicos das cinco regiões da cidade. Com funcionamento entre 10h e 16h, os cidadãos têm acesso à água, chás, sucos gelados e frutas. Também há espaço para atendimento e orientação à população quanto aos cuidados necessários com os animais de estimação em dias de calor intenso.

As tendas estão montadas na Praça da República, na Praça Marechal Deodoro, na Praça Floriano Peixoto com a Rua Paulo Eiró, em Santo Amaro, na Praça José Boemer Roschel, na Capela do Socorro, na Praça Heróis da FEB, em Santana, na Praça Novo Mundo, na Vila Maria, na Praça Presidente Getúlio Vargas, Guaianases, na Rua Dr. Luiz Ayres, junto ao Metrô Itaquera, na Praça Cid José da Silva Campanella, na Mooca, e na Rua do Curtume, na esquina com a Rua Guaicurus, na Lapa.

Além disso, o comitê de crise intersecretarial criado para monitorar as altas temperaturas e baixa umidade do ar intensificará as recomendações de saúde com protocolos específicos para períodos quentes nos equipamentos públicos. O comitê será mobilizado sempre que os termômetros atingirem 32 graus Celsius (ºC). A prefeitura também vai disparar 6 milhões de mensagens via SMS com alerta sobre os cuidados que a população deve tomar nesse período de baixa umidade do ar.

Previsão do tempo

De acordo com o Centro de Gerenciamento e Emergências da cidade de São Paulo (CGE), A sexta-feira, dia 13, não tem previsão de chuva, e a temperatura mínima deve oscilar na casa dos 19°C e a máxima por volta dos 34°C no período da tarde. Os percentuais mínimos de umidade estarão próximos ou abaixo dos 20% em alguns bairros. No sábado, dia 14,, ainda faz calor, com temperatura mínima prevista de 20°C na madrugada e 34°C nas horas de maior aquecimento durante a tarde, em decorrência do predomínio de sol entre poucas nuvens. O ambiente pré-frontal é favorável para a ocorrência de eventuais rajadas de vento a partir da tarde, em função da aproximação da frente fria. A quantidade de nuvens vai aumentar no período noturno, mas sem previsão de chuva.

Segundo os meteorologistas do CGE, a passagem rápida de uma nova frente fria entre o domingo, dia 15, e a segunda-feira, dia 16, trará alívio ao forte calor registrado nos últimos dias. São esperadas chuvas que podem ser de moderada intensidade em alguns momentos no litoral sul de São Paulo, que serão acompanhadas de rajadas de vento. Na capital paulista e na região metropolitana de São Paulo, o volume de chuva esperado deve ser bem menor, com chuva fraca e chuviscos de forma intermitente.

Queda de fuligem

O CGE informou ainda que a fuligem deve melhorar com a passagem rápida da nova frente fria no domingo. O fenômeno ocorre quando nuvens de chuva encontram a fuligem das queimadas. No final da tarde de ontem (11), a cidade de São Paulo registrou uma queda de fuligem na zona oeste, na divisa com Osasco. Essa “chuva de fuligem” deve ocorrer novamente no domingo. A orientação é de evitar o contato com a água nesse momento, já que há acúmulo de poluentes.

COMPARTILHE NAS REDES