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Sistema Cantareira em situação crítica, Consórcio pede ações preventivas às Prefeituras

Com volume em 34% no final de agosto, o Consórcio PCJ orienta municípios a adotar planos de contingência em três fases, de baixa a alta dificuldade no abastecimento de água
O Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ) emitiu um alerta às prefeituras associadas, incluindo a de Valinhos, sobre a situação crítica do Sistema Cantareira. Com o reservatório operando na Faixa 3 – Alerta desde 1º de setembro e um volume de apenas 34,6% no final de agosto, a entidade reforçou a necessidade de medidas preventivas para enfrentar o período de estiagem.
Segundo o Consórcio, os dados hidrológicos mais recentes mostram uma queda significativa no volume de água em comparação com anos anteriores. Em agosto de 2024, o volume era de 57,5%, e em 2023, de 72,9%. A situação é agravada pela baixa precipitação de agosto, cerca de 90% abaixo das médias históricas, e a previsão de chuvas próximas da média para setembro, o que impede uma recuperação significativa dos reservatórios no futuro próximo.
A entidade, que há 35 anos atua na gestão da água e do meio ambiente na região, ressalta que a situação é preocupante tanto para os municípios que dependem diretamente das águas liberadas pelo Cantareira (rios Jaguari, Atibaia e Piracicaba) quanto para os 56 municípios que utilizam mananciais locais ou poços profundos.
Plano de Contingência em Três Fases
Para orientar as prefeituras e concessionárias de saneamento, o Consórcio PCJ reapresentou orientações preventivas com a indicação de ações de contingenciamento a serem implementadas em três fases:
Baixa Dificuldade: Focada na prevenção e conscientização. As sugestões incluem identificar pontos críticos de insegurança hídrica, capacitar funcionários, monitorar o consumo e a capacidade dos reservatórios, e promover campanhas de conscientização sobre o uso sustentável da água. Ações de infraestrutura verde, como a implantação de piscinões ecológicos, e o incentivo à construção de cacimbas e cisternas também são recomendadas.
Média Dificuldade: Prepara os municípios para pequenas intercorrências no abastecimento. As ações incluem a criação de um Grupo Gestor de Crise, a elaboração prévia de um Plano de Contingência, e a preparação de minutas de Decretos Municipais de Situação de Emergência ou Estado de Calamidade Pública. Além disso, a entidade sugere o mapeamento de poços e mananciais, o cadastro de caminhões-pipa e a fiscalização para coibir captações e lançamentos clandestinos.
Alta Dificuldade: Voltada para problemas de captação e abastecimento já instaurados. Nessa fase, o Grupo Gestor de Crise deve atuar efetivamente, executando as ações do Plano de Contingência. São sugeridas estratégias de emergência como a captação de água por fontes alternativas, o uso de caminhões-pipa e a emissão de decretos para controle de desperdício. O Consórcio também orienta sobre o uso de açudes e cavas de mineração, além da intensificação da fiscalização.
O Consórcio PCJ também disponibilizou materiais de apoio, como “Os 30 Mandamentos da Estiagem” e “22 Metas para a Sustentabilidade Hídrica Futura”, que oferecem diretrizes para os gestores municipais planejarem e executarem políticas públicas eficientes em relação à água, saneamento e meio ambiente. A entidade se colocou à disposição das cidades para mais esclarecimentos.


