SAÚDE PÚBLICA

Saúde

Saúde instala consultórios móveis em cidade devastada por tornado

Foto: Ari Dias/AEN
Rio Bonito do Iguaçu foi atingida pelo fenômeno no começo deste mês
Agência Brasil – Repórter da Agência Brasil

As unidades do programa Agora Tem Especialistas foram montadas dentro de dois contêineres e têm estrutura completa para consultas médicas e apoio psicológico e contam com desfibrilador, eletrocardiograma, computadores e insumos diversos.

Os moradores também terão acesso a serviços de vacinação, distribuição de medicamentos e pequenas cirurgias, como remoção de verrugas e pintas para biópsia.

As estruturas podem atender cerca de 50 pessoas por dia e funcionam todos os dias da semana, das 8h às 17h. Nos fins de semana, o foco será em casos urgência e emergência.

Os consultórios permanecerão na região por três meses.

Ajuda

Nas últimas semanas, o governo federal tem mobilizado profissionais e entregado kits emergenciais para diversas cidades do Paraná. Mais de 35 especialistas da Força Nacional do SUS (FN-SUS) foram enviados para os municípios afetados pelo tornado.

Segundo o governo, mais de 2 mil atendimentos focados em saúde mental e apoio psicossocial foram realizados pela FN-SUS, além de 498 atendimentos assistenciais e 141 atividades de bem-estar.

Foram também entregues kits emergenciais de medicamentos e insumos estratégicos na Farmácia da 5ª Regional de Saúde, em Guarapuava e distribuído nas unidades de saúde de Rio Bonito do Iguaçu. Os kits incluem 32 tipos de medicamentos e 16 tipos de insumos.

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Saúde

Educação pode reduzir uso de cigarro eletrônico entre jovens, diz estudo

Em pesquisa com mais de 5 mil estudantes na Austrália, aulas sobre riscos do “vape” e estratégias de recusa reduziram em 65% a probabilidade de adesão ao produto

Por Thais Szegö, da Agência Einstein

Um programa educacional desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália, reduziu a probabilidade de uso de cigarro eletrônico entre adolescentes em comparação com aulas convencionais sobre saúde. O resultado foi divulgado em estudo publicado em agosto na revista The Lancet Public Health e reforça o papel central da informação na prevenção ao uso dos chamados vapes, cada vez mais populares entre jovens não fumantes.

A iniciativa, criada pelo Centro Matilda de Pesquisa em Saúde Mental e Uso de Substâncias da universidade, foi testada com 5.157 estudantes de 12 a 14 anos de 40 escolas australianas. Eles foram divididos em dois grupos: um participou do programa de intervenção e o outro seguiu com o currículo tradicional.

No grupo de intervenção, 2.449 alunos assistiram a quatro aulas de 40 minutos sobre cigarros eletrônicos e tabaco, ministradas semanalmente. O conteúdo abordava a prevalência do uso, os danos ao organismo — como doenças respiratórias, cardiovasculares, prejuízos à saúde mental e risco de câncer —, além de ensinar estratégias de recusa e formas de buscar ajuda. Cada encontro incluía um desenho animado sobre o tema, materiais informativos e atividades em sala, como questionários e discussões.

O grupo controle, com 2.708 jovens, continuou recebendo aulas semanais de saúde previstas no currículo obrigatório. A eficácia do programa foi medida por meio de questionários aplicados ao longo de três anos — imediatamente após a intervenção, cinco semanas depois e em intervalos de seis, 12, 24 e 36 meses.

O impacto mais expressivo foi observado um ano após a participação, com uma redução de 65% na probabilidade de uso de cigarros eletrônicos entre os alunos do programa, em comparação com o grupo controle. Além disso, o projeto recebeu ampla aprovação dos participantes: mais de 80% dos estudantes afirmaram que as informações e habilidades aprendidas os ajudariam no futuro, e quase 90% dos professores avaliaram a iniciativa de forma positiva.

Estratégia positiva

Para a neuropsicóloga Ana Lucia Karasin, do Einstein Hospital Israelita, essas propostas ajudam o jovem não apenas a refletir antes de experimentar, mas também a se sentir mais preparado para resistir à pressão social. O adolescente entende os riscos e consegue dizer “não” com mais segurança quando é exposto a essas situações, pois já tem argumentos internos que dão suporte a sua escolha.

“Quando ele compreende que não se trata apenas de uma moda ou de algo passageiro, mas sim de uma prática que pode gerar dependência, prejudicar o funcionamento cerebral e abrir portas para outras dependências, ele passa a olhar para o cigarro eletrônico de outra forma”, afirma.

A proposta de um programa que alia informações de qualidade com atividades interativas é vista com bons olhos por especialistas. “Mais do que alertar sobre os malefícios, é fundamental proporcionar vivências que ensinem na prática estratégias eficazes para resistir às pressões sociais cotidianas”, diz a especialista do Einstein.

Muitos adolescentes começam a usar o cigarro eletrônico movidos pela curiosidade, pela influência de amigos ou pela ideia de que é algo inofensivo ou mais seguro do que o cigarro comum. “Quando recebem dados claros sobre os riscos, entendem que existe dependência química, que o cérebro ainda em desenvolvimento pode ser afetado e que há consequências reais para a saúde, então, a forma de pensar muda”, observa a psicóloga clínica Giovana Diez, especializada no atendimento de crianças e adolescentes, de São Paulo.

A adolescência é um período de grandes transformações, em que o jovem busca identidade, pertencimento e aceitação social. Daí porque, nessa fase, ficam mais vulneráveis a influências externas. “A informação possibilita consciência acerca de riscos, danos e prejuízos, mas sozinha é incapaz de alterar comportamento, principalmente de crianças e adolescentes, que estão em franco desenvolvimento emocional”, destaca a neuropsicóloga Natália Chequer Reis Junonski, especialista em dependência química pelo Instituto Nacional de Ensino e Pesquisa (INESP).

O ideal é que programas de prevenção não apenas informem sobre riscos, mas também promovam o desenvolvimento da autoestima, do pensamento crítico e de habilidades socioemocionais. “Quando damos ferramentas para que eles se sintam confiantes, saibam lidar com frustrações e pressões e encontrar alternativas saudáveis de se expressar, aumenta a chance dizerem ‘não’ a comportamentos de risco”, afirma Giovana Diez. Campanhas de conscientização em redes sociais e meios de comunicação também são eficazes, pois alcançam os jovens onde eles realmente estão.

O papel dos pais e responsáveis é tão essencial quanto o da escola no combate ao uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes. O diálogo dentro de casa e o apoio emocional são peças-chave nesse processo e complementam as informações recebidas em sala de aula. Quando a dependência já está instalada, é indispensável o acesso a tratamento especializado, o que inclui suporte médico e psicológico.

Fonte: Agência Einstein

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Saúde

Campanha alerta para falhas na prescrição de antibióticos em hospitais

Estudo da Sociedade Brasileira de Infectologia revela falhas no controle de medicamentos, que elevam o risco de infecções hospitalares e superbactérias

Um novo estudo, realizado em mais de 100 hospitais públicos e privados no Brasil, revela um cenário preocupante: um em cada cinco hospitais não ajusta a dosagem de antibióticos corretamente. A pesquisa, lançada nesta quarta-feira, dia 20, pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), como parte da campanha “Será que precisa?”, acende um alerta sobre a necessidade de combater a resistência antimicrobiana.

Afinal, a pesquisa, conduzida pelo Instituto Qualisa de Gestão (IQG), demonstrou que a maioria dos hospitais, cerca de 87,7%, ainda usa antibióticos empiricamente. Em outras palavras, os médicos prescrevem os medicamentos por tentativa e erro, sem uma base sólida de evidências. A presidente do IQG, Mara Machado, é enfática ao comentar os resultados. “Todos os indicadores reforçam a urgência de políticas públicas robustas. Precisamos urgentemente combater o uso indiscriminado de antibióticos”, afirmou.

O uso excessivo e incorreto de antibióticos cria um risco elevado de surgimento de microrganismos resistentes, tornando os medicamentos ineficazes. Conforme os médicos, a falta de ajuste na dosagem se torna um problema a mais no cenário de infecções hospitalares. De fato, a resistência antimicrobiana já impede o controle de infecções. No Brasil, estimativas apontam que 48 mil pessoas morrem por ano por causa de infecções resistentes, com uma projeção de mais de 1,2 milhão de mortes até 2050.

Para piorar, a pesquisa revelou uma dimensão ambiental do problema. Nenhum dos hospitais avaliados possui um protocolo de descarte ou análise de efluentes, o que contribui para o aumento da resistência no meio ambiente.

Em conclusão, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a resistência antimicrobiana uma crise silenciosa, capaz de superar o câncer em número de mortes até 2050. A infectologista Ana Gales, coordenadora do Comitê de Resistência Antimicrobiana da SBI, ressalta que “fazer uso empírico e sem evidências pode levar a outros graves problemas de saúde pública”.

Felizmente, a Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado de São Paulo (AHOSP) já reconhece o problema. Seu presidente, Anis Ghattás, destaca que os hospitais têm um papel central no combate à resistência. “Estamos trabalhando ativamente para a implementação de protocolos rigorosos e capacitação de equipes para o uso racional de antimicrobianos. Nosso compromisso é a orientação técnica”, finalizou.

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RMC

RMC ganhará hospital de alta complexidade

Crédito: Fernanda Sunega
Hospital com 400 leitos será construído no Parque Itália, em Campinas, e permite sinergia assistencial em saúde com outras unidades. Dário destaca importância para a região
O governo do Estado de São Paulo apresentou o projeto técnico do Hospital Metropolitano ao Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas (RMC) nesta quarta-feira, dia 23. Ele mostra o mapeamento dos 400 leitos que serão ofertados em uma estrutura moderna no Parque Itália, em Campinas, onde está prevista uma sinergia assistencial em saúde com outros hospitais instalados na região. Veja abaixo o que está previsto.
A previsão é de que a licitação seja lançada até o fim deste ano pelo Estado. Já as obras para construção devem ser executadas no período de 24 meses em uma área que será cedida pela Prefeitura e atualmente é usada pelo Departamento de Transportes Interno (Deti).

Articulação e importância

A reunião foi conduzida pelo prefeito de Campinas e presidente do Conselho de Desenvolvimento da RMC, Dário Saadi. Ele destacou que a Prefeitura trabalha na transferência do terreno e destacou a importância da articulação para a região.

“É importante a divisão de leitos porque realmente atende às necessidades mais urgentes. Um dos objetivos é reduzir a fila de especialidades, um dos principais gargalos que a RMC tem, e será um hospital de resolutividade para enfrentar filas na média e alta complexidade”, explicou Dário. A construção do Hospital Metropolitano foi anunciada pelo governador Tarcísio de Freitas em reunião extraordinária do conselho, em Campinas, no mês de junho.
Segundo o prefeito, a escolha do local foi estratégica por conta da facilidade de acesso e proximidade com outros equipamentos, como Hospital Mário Gatti, Hospital do Amor e Ambulatório Médico de Especialidades (AME). A região terá ainda o Hospital da Mulher.
Como vai ficar?

O Hospital Metropolitano ficará em uma área de 20 mil metros quadrados. A divisão de leitos foi apresentada aos prefeitos e representantes de todos os municípios da RMC pela pela secretária-adjunta de Saúde no Estado de São Paulo, Priscilla Reinisch Perdicaris.

A regulação de vagas na unidade será realizada pelo sistema Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde), com objetivo de agilizar o atendimento aos pacientes da região. Priscilla comentou que o Estado está atento às outras demandas locais dos municípios e reiterou a previsão de lançamento da licitação do hospital até dezembro.

“Já estamos trabalhando em todo o planejamento fino desse projeto, no plano assistencial e no projeto executivo dele, para que nós possamos licitar ainda neste semestre”, explicou.

Projeto técnico do Hospital Metropolitano

Clínica médica

  • 150 leitos adulto, 6 leitos para portadores de obesidade, 6 leitos de isolamento e 20 leitos de saúde mental
Clínica cirúrgica
  • Centro cirúrgico com oito salas de grande porte e capacidade para cirurgias cardíacas, oncológicas, ortopédicas, neurológicas e bariátricas
  • 100 leitos adulto, 6 leitos para portadores de obesidade e 6 leitos de isolamento
Terapia intensiva
  • 47 leitos de UTI adulto, 3 leitos de UTI para portadores de obesidade e 10 leitos de UTI pediátrica
Hospital Dia
  • 18 leitos adulto, 2 leitos para portadores de obesidade, 3 salas de procedimentos e 3 salas de endoscopia
Ambulatório
  • 18 consultórios médicos, 1 sala de curativo e 1 consultório odontológico
  • Área física para reabilitação pós-cirúrgica: cardiologia, neurologia, ortopedia, obesidade e oncologia
SADT (Serviço de Apoio Diagnóstico Terapêutico)
  • Análises clínicas
  • Anatomopatológicos
  • Diagnóstico por imagem: raio x, ressonância magnética, tomografias computadorizadas, ultrassonografias
  • Endoscopia
  • Métodos gráficos e dinâmicos
Radioterapia
  • 2 aceleradores lineares de fótons e elétrons, 1 tomografia com simulação para radioterapia e 1 braquiterapia
Quimioterapia
  • 20 poltronas e 4 leitos hospitalares
Oncologia – Pronto Atendimento
  • 5 consultórios médicos, 1 sala de curativo, 1 sala de pequenos procedimentos, 2 leitos de isolamento, 2 salas de observação com 8 leitos feminino, 2 salas de observação com 8 leitos masculino, 1 sala de atendimentos a pacientes críticos com 2 leitos, 1 sala de inalação e 1 sala de coleta de sangue
Demais patologias – Pronto Atendimento
  • 3 consultórios médicos, 1 sala de curativo, 1 sala de gesso, 2 leitos de isolamento, 1 sala de observação com 4 leitos feminino, 1 sala de observação com 4 leitos masculino, 1 sala de atendimento a pacientes críticos com 2 leitos, 1 sala de inalação, 1 sala de coleta de sangue e 1 sala de medicação.

Reforço na Saúde DigitalDurante a reunião, Dário também voltou a enfatizar a importância da Saúde Digital como aliada na ampliação e qualificação da assistência em saúde. Presidente do Consórcio Conectar, ele lembrou da disponibilidade de 906 mil horas de atendimentos por oito empresas de serviços médicos credenciadas pela iniciativa ligada à Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP). O objetivo é permitir aos municípios a implantação ou expansão da saúde digital com especialistas de todo país.

Na prática, o total de horas previstas pelas empresas deve permitir até 3,6 milhões de teleconsultas com profissionais generalistas e de mais 30 especialidades que serão ofertadas em todos os períodos do dia, conforme interesse de cada município.

Mais detalhes estão em: https://campinas.sp.gov.br/noticias/126299/conectar-projeta-906-mil-horas-de-teleconsultas-com-oito-empresas-credenciadas-um-marco-para-a-saude-digital-no-pais-diz-dario

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Saúde

Casos crescentes de picada de escorpião acendem alerta

Estudo brasileiro projeta mais de 2 milhões de acidentes causados por esses animais até 2033; conheça as medidas de primeiros socorros e prevenção

Por Thais Szegö, da Agência Einstein

A presença de escorpiões em ambientes urbanos está se tornando uma preocupação crescente no Brasil. Um estudo realizado por pesquisadores das universidades Estadual Paulista (Unesp), de São Paulo (USP), Estadual do Amazonas (UEA) e Federal de Roraima (UFRR) aponta que os acidentes com esses aracnídeos aumentaram mais de 150% entre 2014 e 2023, totalizando 1.171.846 casos notificados.

Publicada em maio no periódico Frontiers in Public Health, a pesquisa revela que as projeções para os próximos anos são ainda mais alarmantes: mais de 2 milhões de ocorrências devem ser registradas entre 2025 e 2033. Mas, segundo os pesquisadores, o número real pode ser ainda maior, já que muitas vítimas não procuram atendimento médico após a picada.

Uma das espécies mais perigosas é a Tityus serrulatus, conhecida como escorpião-amarelo. “A presença dessa espécie está mais associada aos quadros graves”, alerta a coordenadora do estudo, Manuela Berto Pucca, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp em Araraquara (SP). “O escorpião-amarelo tem reprodução assexuada, o que permite um crescimento populacional rápido e independente da presença de machos.”

Outro fator que contribui para a disseminação dos escorpiões é a facilidade de adaptação ao ambiente urbano, onde há escassez de predadores naturais — galinhas, lagartos, corujas e sapos, por exemplo. A situação se agrava nos meses mais quentes e úmidos, períodos em que esses animais se tornam ainda mais ativos.

O novo estudo reforça a necessidade de políticas pública focadas em prevenção, controle e atendimento rápido às vítimas — principalmente em áreas vulneráveis e de maior densidade populacional.

O que fazer após uma picada?

Ao identificar uma picada de escorpião, garanta a segurança de todos no local, evitando que novas pessoas sejam expostas ao risco. A vítima deve lavar a área afetada com água e sabão para reduzir o risco de infecção. “Não é recomendado fazer torniquete, tentar sugar o veneno ou fazer cortes no local”, orienta Gustavo Fernandes Moreira, coordenador médico do departamento de Emergência do Hospital de Urgências de Goiás (HUGO), unidade pública em Goiânia gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein.

Além disso, o ideal é buscar atendimento médico o mais rápido possível, mesmo que os sintomas pareçam leves. “Se houver dor intensa, pode utilizar medicações analgésicas, como dipirona ou paracetamol, enquanto aguarda a consulta”, recomenda Moreira.

A gravidade do quadro pode variar de manifestações leves — como dor, inchaço e vermelhidão — a complicações como arritmias, hipertensão, dificuldade para respirar, sinais de choque anafilático e, em casos mais graves, risco de morte, especialmente quando o atendimento médico é tardio.

Crianças estão entre os grupos mais vulneráveis. Por terem menor peso corporal, ocorre uma maior proporção de veneno, que se espalha com rapidez pelo organismo; idosos e pessoas com doenças cardíacas também merecem atenção especial.

Cuidados para evitar acidentes

Manter os ambientes limpos, dentro e fora de casa, é fundamental para prevenir a presença de escorpiões. Evite o acúmulo de entulhos, madeiras, tijolos, restos de construção e lixo, já que esses materiais funcionam como esconderijos ideais para o animal.

Dentro das residências, é importante vedar ralos, frestas em paredes, rodapés e soleiras de portas, que servem como possíveis pontos de entrada. Roupas, toalhas, panos de chão e calçados devem sempre ser sacudidos antes do uso, pois podem abrigar escorpiões sem que se perceba.

Em regiões com maior incidência, recomenda-se manter berços e camas afastados das paredes e, se necessário, utilizar barreiras físicas nos pés dos móveis — como potes com água ou fitas adesivas — para dificultar o acesso dos animais. Outro ponto crucial é o controle de pragas, especialmente baratas, que são a principal fonte de alimento desses aracnídeos.

Caso um escorpião seja encontrado, a orientação é não tentar capturá-lo com as mãos. Se possível, isole-o utilizando um recipiente de vidro ou plástico com tampa, para que ele possa ser encaminhado à vigilância sanitária. Também é importante comunicar o serviço de zoonoses ou a vigilância ambiental da sua cidade para que medidas sejam adotadas no entorno.

O controle desses bichos demanda uma resposta coletiva, com o envolvimento da comunidade e ações articuladas entre moradores e os órgãos de vigilância. “Sem controle ambiental efetivo e sem a recuperação de áreas degradadas, o espaço urbano continuará sendo um ambiente favorável para escorpiões, com riscos crescentes para a saúde pública”, adverte Manuela Pucca, da Unesp.

Fonte: Agência Einstein

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Valinhos

Mobilização Global contra o AVC e o papel de destaque do Brasil

Em Valinhos o Programa SOS AVC Valinhos iniciou o atendimento a pacientes que sofreram AVC

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais ameaças silenciosas à saúde pública mundial, sendo responsável por milhões de mortes e casos de incapacidade todos os anos. A preocupação com os alarmantes índices da doença tem mobilizado líderes globais, representantes governamentais, organizações internacionais e especialistas em saúde, que articulam uma iniciativa inédita para enfrentar esse grave problema.
A revista Veja Saúde destacou o tema com a matéria intitulada “Unidos contra o AVC: o papel de destaque do Brasil no cenário global”, e traz à tona a importância de uma resposta coordenada e urgente diante do avanço dessa doença.

O tema foi debatido na 78ª Assembleia Mundial da Saúde, realizada em maio, em Genebra, na Suíça. A médica neurologista Dra. Sheila Martins, presidente da Rede Brasil AVC e ex-presidente da World Stroke Organization (WSO),destacou as iniciativas brasileiras que vêm contribuindo para melhorar o atendimento e a prevenção do AVC.

As projeções são alarmantes: estima-se que, nos próximos 25 anos, a incidência de AVC aumente em 50%, podendo causar até 10 milhões de mortes por ano e gerar um impacto econômico para os sistemas de saúde e a sociedade.

Segundo Dra. Sheila, embora o Brasil enfrente desafios, o país tem avançado na implementação de estratégias eficazes, como a utilização de trombolíticos pelo SUS no tratamento do AVC e a criação de redes integradas de atendimento, que envolvem protocolos padronizados e colaboração entre hospitais e profissionais de saúde.

Ela também reforça a necessidade de incorporar o AVC nas estratégias nacionais de saúde, desenvolver planos de reabilitação e fortalecer a formulação de políticas públicas específicas para enfrentamento da doença.

Um exemplo prático desse compromisso é o Programa SOS AVC Valinhos, implantado no Casarão FEAV, que tem como missão conscientizar a população sobre a prevenção do AVC e oferecer suporte na reabilitação de pacientes que sofreram o evento.

A coordenadora do programa, Ana Cláudia Scavitti, destaca a importância da informação e da mobilização social: “Estamos vendo que o AVC está mobilizando autoridades de saúde para a implantação de políticas públicas nacionais. A maioria dos pacientes não recebe assistência adequada após sobreviver a um AVC, e é justamente isso que buscamos mudar com o Programa SOS AVC Valinhos. O AVC é uma doença prevenível, e cerca de 90% dos casos podem ser evitados.”

Dra Sheila também reforça um dado crucial sobre o atendimento de emergência: “O tratamento do AVC deve ser iniciado em até 4,5 horas após o surgimento dos primeiros sintomas. Após a chegada do paciente ao hospital, o início do tratamento não pode ultrapassar 60 minutos, pois o tempo é absolutamente decisivo. A cada minuto sem tratamento, cerca de 1,9 milhão de neurônios morrem.”

Essa mobilização global e o protagonismo do Brasil e agora em Valinhos na luta contra o AVC representam um passo fundamental na construção de um futuro mais saudável, com menos mortes e sequelas causadas por essa doença silenciosa, porém devastadora.

Estatísticas
– Em 2024, o AVC foi responsável no Brasil, por 84.878 mortes, segundo o Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil
– Anualmente 12 milhões de novos casos de AVC
– 7 milhões de mortes
– 94 milhões de pessoas vivendo com sequelas
– 53% dos casos ocorrem em pessoas com menos de 70 anos

Mais informações acesse: https://www.instagram.com/p/DKb1P3fOipB/?igsh=bTByeWgwZWljanY1

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Brasil e Mundo

Florianópolis decreta situação de emergência pública por casos de SRAG

© Fotos Pixabay
Casos de síndrome respiratória grave aumentaram na capital de SC
Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil

O prefeito de Florianópolis, Topázio Silveira Neto, decretou situação de emergência em saúde pública, devido ao aumento dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no município. 

O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Município nesta quinta-feira, dia 1°, e tem prazo de 180 dias, podendo ser prorrogado.

Segundo a prefeitura da capital catarinense, indicadores epidemiológicos revelam aumento expressivo nos índices de internações em leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) neonatal, pediátrica e de adultos.

Ainda de acordo com o município, há uma ocupação de 100% dos leitos de retaguarda hospitalares na capital e nos municípios do entorno.

Isso levou, segundo a prefeitura, à superlotação dos centros de atendimentos, o que representa um “elevado risco sanitário para a população”.

O decreto autoriza a contratação temporária de profissionais para a rede municipal de saúde, a ampliação da carga horária dos contratos administrativos já existentes e a dispensa de licitação para aquisição de bens e serviços voltados para o enfrentamento da emergência sanitária.

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RMC

Americana realiza conferência inédita e amplia diálogo sobre saúde, trabalho e fortalecimento do SUS

Americana promoveu neste sábado, dia 5, a 1ª Conferência Municipal de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, encontro dedicado à construção de políticas públicas voltadas à promoção da saúde e bem-estar dos profissionais que atuam no município. O evento foi realizado no Auditório Jamil Salomão, na FAM (Faculdade de Americana), reunindo representantes do poder público, trabalhadores e membros da sociedade civil.

Com o tema “Democracia, trabalho e educação na saúde para o desenvolvimento: gente que faz o SUS acontecer”, a conferência teve como objetivo discutir e propor estratégias para aprimorar as condições de trabalho e saúde dos trabalhadores, contribuindo também com diretrizes que serão encaminhadas às etapas estadual e nacional.

Representando o prefeito Chico Sardelli, o secretário municipal de Saúde, Danilo Carvalho Oliveira, destacou a relevância do encontro para o fortalecimento do SUS.

“É fundamental ouvir quem está na linha de frente, entender os desafios enfrentados no cotidiano e transformar essas escutas em ações concretas. A saúde do trabalhador impacta diretamente na qualidade dos serviços prestados à população, e esse espaço democrático de debate é essencial para avançarmos com políticas mais eficazes e humanas”, afirmou o secretário.

A abertura também contou com a presença do presidente do Conselho Municipal de Saúde (Comsaude), Márcio Yokota, que ressaltou a importância da participação social.

“Esta conferência é fruto do esforço coletivo por uma saúde mais justa e inclusiva. A participação dos trabalhadores é essencial para a construção de um SUS mais forte e democrático. O controle social só existe de fato quando há escuta ativa e compromisso com a transformação”, afirmou Yokota.

Também participaram da mesa de abertura o secretário de Administração, Eduardo Flores, a vereadora Professora Juliana e o coordenador da conferência, Anderson Dias de Lima.

Após os debates em grupos de trabalho, foram elaboradas e aprovadas propostas organizadas por eixo temático e esfera de governo, que seguirão para a etapa macrorregional.

Propostas aprovadas:

Eixo 1 – Política de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora nas Três Esferas de Governo

Municipal: Combate ao assédio moral e sexual com mecanismos de denúncia; regulamentação do plano de cargos e carreira dos servidores.

Estadual: Destinação de recursos para programas de saúde do trabalhador.

Federal: Fortalecimento da fiscalização em saúde do trabalhador com equipes multiprofissionais e uso de recursos tecnológicos e humanos.

Eixo 2 – Novas Relações de Trabalho e a Saúde do Trabalhador

Municipal: Programas de prevenção e campanhas permanentes sobre riscos ocupacionais, saúde mental, capacitação e valorização profissional, considerando novas formas de trabalho como o remoto e por plataformas digitais.

Estadual e Federal: Captação de recursos e financiamento contínuo das ações de Vigilância em Saúde do Trabalhador, com foco nas novas configurações do mundo do trabalho.

Eixo 3 – Participação Popular na Saúde do Trabalhador

Municipal: Criação de fóruns com trabalhadores e ações intersetoriais com ONGs, igrejas e associações.

Estadual: Capacitações gratuitas por parcerias público-privadas, com escuta ativa e definição participativa dos cursos.

Federal: Norma regulamentadora que assegure capacitação durante o contrato de trabalho, sem ônus ao empregador.

Na conclusão dos trabalhos da conferência, foram eleitos os delegados para a etapa macrorregional. Representando os trabalhadores, foram escolhidos Carla Ferrari Serrão e Otoniel Pereira de Matos; pelos usuários dos serviços de saúde, Fernando Aquino e Benedicto Santos da Silva; e na categoria gestor/prestador, Antônio Jorge da Silva Gomes.

Também estiveram presentes ao evento o presidente da Fusame (Fundação de Saúde de Americana), Fábio Beretta Rossi, a superintendente da Fusame, Lílian Franco de Godoi, o secretário adjunto de Saúde, Fábio Joner, além de diretores e coordenadores da Secretaria Municipal de Saúde, conselheiros e trabalhadores de diversos setores do município.

Texto e fotos: Amauri de Souza (MTb 27.493)

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