SAÚDE MENTAL

Valinhos

Valinhos promove palestras sobre saúde mental no Janeiro Branco

Palestras gratuitas abordam temas como a importância da saúde mental e os direitos das pessoas com burnout

A Secretaria de Saúde de Valinhos promove duas palestras nesta quarta-feira, dia 22, que fazem parte das atividades do mês de conscientização sobre a saúde mental “Janeiro Branco”. Uma das palestras terá como tema “A Importância da Saúde Mental”, com a psicóloga Daize Uliani. Já a outra apresentação será realizada pelo advogado Cleber Bernardi sobre “Os Direitos das Pessoas com Burnout”. As duas palestras serão realizadas das 19h às 21h, no Plenário da Câmara Municipal. O evento é uma realização da Prefeitura de Valinhos, com apoio do Rotary Club.

A saúde mental é componente essencial do bem-estar geral, que influencia diretamente a qualidade de vida dos indivíduos e da comunidade. De acordo com a secretária de Saúde, Luciana Pignatta, as ações relacionadas à saúde mental envolvem várias frentes com base, principalmente, no tratamento humanizado. “Devemos reforçar sempre o atendimento humanizado, que acolhe as pessoas com empatia, respeito e compreensão. Assim, construímos um sistema de saúde com eficácia e compaixão”, explica a secretária.

 

Ações em andamento na saúde mental

– Acesso a serviços especializados;

– Prevenção e conscientização sobre transtornos mentais;

– Apoio psicológico em unidades básicas de saúde;

– Atendimento personalizado e acolhedor;

– Participação ativa do usuário nas decisões sobre o seu tratamento;

– Capacitação contínua dos profissionais de saúde.

 

Janeiro Branco

É uma campanha nacional que busca chamar atenção para as questões e necessidades relacionadas à saúde mental e emocional. A campanha tem esse nome porque no início do ano as pessoas estão mais propensas a pensarem em suas vidas e em suas relações sociais. Já a cor representa uma folha em branco em que todos podem escrever ou reescrever suas próprias histórias de vida.

 

Burnout

Também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, é um distúrbio emocional que surge do estresse crônico no trabalho. Ambientes tóxicos, competitividade extrema, falta de segurança psicológica e falta de compatibilidade com a função desempenhada são fatores que contribuem para o desenvolvimento do burnout. 

 

Serviço:

Mês de Conscientização sobre a Saúde Mental “Janeiro Branco”

Palestras

– A Importância da Saúde Mental – psicóloga Daize Uliani

– Os Direitos das Pessoas com Burnout – advogado Cleber Bernardi

Data: 22 de janeiro (quarta-feira)

Horário: das 19h às 21h

Local: Câmara Municipal de Valinhos

Endereço: Rua Ângelo Antônio Schiavinato, 59, Residencial São Luiz.

 

 

 

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Saúde

Expansão dos serviços de saúde mental ultrapassa meta prevista para 2024

Entre janeiro e novembro deste ano, foram habilitados 134 novos Caps. Além disso, 26 serviços foram qualificados para aprimorar a atenção oferecida

O Ministério da Saúde habilitou 3.019 Centros de Atenção Psicossocial (Caps) em todo o país, o que corresponde a 100,2% da meta prevista no Plano Nacional de Saúde (PNS) para 2024.

Este é um importante marco do fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) no Brasil. Os CAPS oferecem serviços em caráter aberto e comunitário, destinados ao atendimento de pessoas com sofrimento mental, incluindo aquele decorrente do uso de álcool e outras drogas, seja em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial. Os CAPS contam com equipes diversificadas trabalhando em conjunto para atender às necessidades da população.

A rede atualmente é composta por:

  • 1.522 CAPS I
  • 528 CAPS II
  • 324 CAPS infanto-juvenil (CAPSi)
  • 146 CAPS III
  • 338 CAPS AD
  • 158 CAPS AD III
  • 3 CAPS AD IV

Entre janeiro e novembro deste ano, foram habilitados 134 novos Caps. Além disso, 26 serviços foram qualificados para aprimorar a atenção oferecida.

Atualmente, estão em tramitação processos para habilitação de mais 16 unidades. Essa ampliação reflete as articulações da pasta para promover o acesso mais amplo e qualificado aos serviços de saúde mental em todo o Brasil, bem como garantir atenção integral à saúde mental da população.

Regulamentação

Na segunda-feira (9), foi publicada a Portaria nº 5.738/2024 , que regulamenta a inclusão dos Centros de Convivência (CeCo) como parte integrante da Rede de Atenção Psicossocial.

“Trinta e dois anos após a primeira experiência dessa iniciativa, o Ministério da Saúde entra no circuito para assumir o compromisso de encontrar uma solução e alcançar essa conquista para a população brasileira”, comentou a diretora do Departamento para Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas (Desmad) , Sônia Barros.

O documento define o centro de convivência como um ponto de atenção de saúde mental complementar e potencializador das ações de cuidados em saúde, sendo um espaço de convívio entre diferentes pessoas e grupos da comunidade, com intervenção nas dimensões individual e coletiva.

Esses espaços são destinados ao acolhimento e convivência e promovem reabilitação psicossocial, autonomia e fortalecimento de laços sociais.

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Saúde

Ver vídeos para não ficar entediado pode gerar mais tédio, diz estudo

Experiência com 1.200 pessoas concluiu que a alternância entre vídeos torna a experiência de visualização menos satisfatória, envolvente e significativa

 

Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein

Quase ninguém gosta de ficar entediado e, hoje, uma forma rápida de escapar do tédio é passar os olhos por vídeos curtos nas redes sociais. Eles podem ser sobre qualquer coisa: danças, receitas, animais de estimação ou bebês sorridentes. Apesar de parecer a solução para o fim desse sentimento, talvez o hábito esteja piorando o problema. A constatação é de uma pesquisa publicada no Journal of Experimental Psychology: General.

O tédio pode ser definido como um estado aversivo de querer, mas ser incapaz de se envolver em uma atividade satisfatória. “Em outras palavras, a pessoa não sente interesse ou motivação para continuar com uma atividade, apresentando uma sensação de monotonia ou vazio emocional”, explica o psiquiatra Elton Kanomata, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Para investigar o papel que o avanço rápido e a troca constante de vídeos têm nessa sensação, pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, realizaram dois experimentos em cerca de 1.200 pessoas. No primeiro teste, os participantes tiveram duas experiências: assistiram a um vídeo de 10 minutos sem a opção de alternar ou avançar rapidamente e, em seguida, em um período de 10 minutos, puderam alternar entre sete vídeos mais curtos, de cinco minutos cada.

No segundo experimento, os participantes assistiram a um vídeo de 10 minutos em uma rodada e, na outra, puderam avançar ou retroceder em um vídeo de 50 minutos. Os pesquisadores observaram que quando os participantes estavam entediados, eles alternavam os vídeos e acreditavam que essa alternância os ajudaria a evitar o tédio. Só que, mesmo quando eles tinham a liberdade de assistir a vídeos de seu interesse, a alternância intensificou o sentimento entediante.

Ao final dos testes, os pesquisadores concluíram que, embora as pessoas avancem ou pulem vídeos para tentar evitar o tédio, esse comportamento, na verdade, exacerba a sensação. Isso porque torna a experiência de visualização menos satisfatória, envolvente e significativa. Ou seja: a pessoa fica mais entediada.

Sensação de prazer

Mas por que alternar vídeos leva ao tédio? Inicialmente, explica Kanomata, o ato de ficar “alternando vídeos” pode gerar um grau de satisfação. Isso se deve à ativação do sistema de recompensa do cérebro, graças à participação da dopamina, neurotransmissor que gera a sensação de prazer.

No entanto, a curta duração dos vídeos exige pouca atenção e não envolve quem assiste de maneira profunda, o que gera um nível menor e fugaz de prazer. Assim, a recorrência desse tipo de comportamento leva a pequenas e sucessivas estimulações ao longo do tempo, o que provocaria um processo de sensibilização do circuito de recompensa.

“Em outras palavras, assim como na dependência química e em jogos, a pessoa precisará de estímulos cada vez mais intensos para sentir o mesmo nível de prazer”, diz o psiquiatra. “Por outro lado, a capacidade de atenção tende a fadigar ao longo do tempo e levar a uma sensação de monotonia, falta de interesse e desejo por fazer algo diferente, gerando o tédio.”

Risco à saúde mental

Apesar de ser uma emoção normal e comum a qualquer pessoa, o tédio pode se tornar um sinal de alerta quando se torna persistente ou intenso, especialmente quando acompanhado de outros sintomas. De acordo com Kanomata, se prolongado por muito tempo, pode ter impacto negativo à saúde mental e causar sofrimento.

Esse sentimento também pode aparecer em quadros de depressão, ansiedade, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e dependência de tela e jogos.  “Alguns transtornos mentais podem levar à manifestação do tédio, como depressão e ansiedade. No caso da depressão, o indivíduo acometido pode apresentar quadro de apatia e diminuição de interesses em atividades antes prazerosas. Já na ansiedade, ao sentir tédio em atividades repetitivas ou pouco estimulantes, a pessoa pode ter acentuada a sensação de impaciência e inquietação”, alerta o psiquiatra.

Na avaliação de Kanomata, a pesquisa canadense pode ajudar a estimular interações sociais fora das redes. “Instigar a mente para atividades mais profundas e envolventes pode resultar em sensação de satisfação e, consequentemente, evitar o tédio. A modificação para hábitos mais saudáveis pode ajudar a sair da monotonia, da falta de interesses e do vazio emocional, diminuindo o risco do adoecer mental.”

 

Fonte: Agência Einstein

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Saúde

Governo cria grupo interministerial para apoiar redução de danos em jogadores compulsivos

Representantes dos ministérios do Esporte, Fazenda, Saúde e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência terão 60 dias para propor medidas de prevenção, assistência e conscientização para problemas do jogo compulsivo em Bets

A regulamentação das apostas de quota fixa no Brasil avançou com o anúncio da criação do Grupo de Trabalho Interministerial de Saúde Mental, Prevenção e Redução de Danos do Jogo Problemático. Publicada nesta segunda-feira (9/12), a iniciativa reúne representantes dos ministérios do Esporte, Fazenda, Saúde e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência. O foco está em desenvolver estratégias para prevenir, mitigar danos e oferecer suporte a indivíduos e comunidades afetados por práticas de jogo compulsivo ou em situação de vulnerabilidade, considerando o contexto das apostas de quota fixa.

Desde a legalização das apostas de quota fixa em 2018, a falta de regulamentação clara permitiu a expansão do mercado sem a devida supervisão. Isso gerou impactos negativos, como a exposição de jogadores a práticas abusivas e o aumento de casos de dependência. Ao reconhecer a gravidade da situação, o Governo Federal decidiu implementar normas mais rígidas para a operação do setor, priorizando a saúde mental dos apostadores.

Entre as medidas já tomadas, destacam-se portarias do Ministério da Fazenda que limitam os meios de pagamento, como a proibição do uso de cartões de crédito e a exigência de identificação de apostadores por meio de CPF, reconhecimento facial e verificação de idade. Essas ações visam não apenas monitorar o comportamento dos jogadores, mas também prevenir abusos e coibir práticas ilícitas como a lavagem de dinheiro.

O recém-criado Grupo de Trabalho terá 60 dias para discutir e propor ações coordenadas entre os ministérios. Suas reuniões ocorrerão quinzenalmente. Entre as atribuições do GT estão ações, políticas e medidas de prevenção; redução de danos; e assistência a pessoas e grupos sociais vulneráveis a, ou em situação de, comportamento de jogo problemático persistente e recorrente.

O grupo poderá reexaminar ações administrativas e políticas públicas e fazer sugestões de atuação regulatória, ou qualquer outra medida para a redução de danos e enfrentamento do problema, observadas as competências de cada ministério que forem consideradas pertinentes.

Faz parte também das atribuições do grupo a articulação com qualquer órgão ou entidade pública ou privada para receber informações ou outros tipos de colaboração úteis ao desempenho das suas competências. O GT poderá incluir nas ações, políticas e medidas de sua competência, outras iniciativas de qualquer natureza consideradas necessárias, incluindo ações e campanhas de caráter educativo e de conscientização dos apostadores quanto aos riscos das apostas, diretrizes e programas de assistência à saúde mental; orientações sobre prevenção e tratamento de problemas relacionados às apostas; e parâmetros e critérios de orientação e direcionamento de agentes operadores de apostas.

A regulamentação do mercado de apostas de quota fixa não é apenas uma questão de controle econômico, mas também de proteção social. O crescimento desordenado do setor expôs desafios que agora começam a ser enfrentados por medidas concretas. Ao priorizar a saúde mental e o bem-estar dos apostadores, o governo faz um compromisso com a construção de um ambiente mais seguro e responsável.

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Saúde

Sobrecarga de trabalho eleva risco de depressão entre mães cientistas

Pesquisa foi apresentada como dissertação de mestrado

A porcentagem de mães cientistas com sintomas de depressão foi quase o dobro da verificada entre pais com a mesma carreira, segundo pesquisa apresentada como dissertação de mestrado em Ciências Biomédicas da Universidade Federal Fluminense. Entre as mães entrevistadas, 42% apresentaram sinais da doença, em comparação a 22% dos pais.

A pesquisadora Sarah Rocha Alves acredita que esse adoecimento está relacionado com a sobrecarga de trabalho doméstico e de cuidado.

“Historicamente, as mães têm assumido uma responsabilidade desproporcional na criação dos filhos, e os resultados da pesquisa confirmaram o que já era esperado”, avalia.

Dados complementares da pesquisa reforçam essa conclusão, ao mostrar, por exemplo, que a proporção de mães solo com sintomas foi cerca de 11 pontos percentuais maior do que a daquelas que dividem a criação dos filhos. A diferença foi semelhante entre as mães sem rede de apoio e as que contam com alguma ajuda. Além disso, quase 60% das mães de crianças com deficiência apresentaram alta probabilidade de ter depressão, assim como mais de 54% das mães negras.

De acordo com Sarah, os entrevistados responderam a um questionário chamado PHQ-9, amplamente utilizado para diagnosticar sintomas de depressão. A pesquisa foi realizada em março e junho de 2022, período de arrefecimento da pandemia da covid-19 no Brasil.

“Já estávamos no retorno parcial das atividades, mas essas mulheres ainda estavam sobrecarregadas, conciliando trabalho doméstico, cuidados das crianças e atividades acadêmicas, o que acabou sendo mais complicado para elas. Mas a pandemia só exacerbou o que já era esperado”, argumenta a pesquisadora.

Carreira

Além das consequências para a saúde mental, Sarah acredita que essa sobrecarga também impacta a carreira dessas pesquisadoras. “As mulheres são maioria na graduação e pós-graduação, mas a medida que elas vão avançando, têm uma limitação porque elas não têm políticas de apoio para serem aceitas e conquistarem cargos superiores”.

Levantamento do movimento Parent in Science estima que as mulheres vivenciam uma queda na produtividade que pode durar até 6 anos, após o nascimento dos filhos, o que não acontece com os homens que se tornam pais. Isso provoca um efeito conhecido como “teto de vidro”, que descreve a maior dificuldade que as mulheres têm de ascender em suas carreiras.

Por isso, a pesquisadora defende mudanças na cultura acadêmica e cita como bons exemplos uma iniciativa da própria Universidade Federal Fluminense, que dá créditos a pessoas com filhos nas suas seleções acadêmicas, e os editais da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro exclusivo para cientistas mães. Ela também considera um avanço a lei sancionada em em julho pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que prorroga o prazos de conclusão na educação superior para pessoas que tiverem filhos.

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Saúde

Violência aumenta risco de internação psiquiátrica entre jovens

Estudo foi feito pela Fiocruz Bahia e Universidade de Harvard

Crianças, adolescentes e jovens com baixa renda, vítimas de violência, têm cinco vezes mais risco de precisar de uma internação psiquiátrica, de acordo com estudo realizado pela Fiocruz Bahia em parceria com a Universidade de Harvard. Quando são analisadas apenas crianças, o risco aumenta para sete vezes. As taxas de incidência de hospitalização também apresentaram grande disparidade. Entre jovens vítimas de violência interpessoal foi de 80,1 por 100 mil pessoas ao ano, enquanto entre não vítimas foi de 11,67 a cada 100 mil.  

O estudo utilizou dados do Sistema de Informações Hospitalares, referentes a internações voluntárias ou não, e também do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. No Brasil, desde 2011, os serviços de saúde são obrigados a notificar todos os casos de pacientes que sofreram alguma violência física – de caráter sexual ou não – ou psicológica.

Após analisar dados de mais de 9 milhões de pessoas com baixa renda, de 5 a 24 anos de idade, entre 2011 e 2019, o estudo identificou cerca de 5,8 mil que já tinham sido internadas por algum transtorno mental, como causa primária ou secundária.

A pesquisadora associada ao Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fiocruz Bahia Lidiane Toledo disse que em todas as faixas etárias o registro prévio de notificação de violência foi o principal fator associado ao risco de internação psiquiátrica.

“Jovens com condições socioeconômicas mais desfavoráveis também apresentaram maior risco de internação psiquiátrica”.

A pesquisadora ressalta ainda que apesar da internação oferecer um suporte clínico importante em casos graves, ela está associada a riscos de autolesão, suicídio e reinternações, e também a prejuízos em outras áreas da vida, como a interrupção dos estudos. Por isso, segundo a pesquisadora, o estudo defende abordagens focadas na prevenção da violência nas escolas, nas comunidades e nas famílias, como programas que ensinem habilidades parentais positivas e responsáveis, e habilidades sociais que ajudem as crianças e adolescentes a lidar com a raiva, resolver conflitos e enfrentar desafios.

A pesquisadora reforça também que são necessárias intervenções para romper o ciclo da pobreza.

“Sofrer violência é um grande fator de estresse psíquico, particularmente se a gente considerar os primeiros estágios da vida. A violência está associada não somente a traumas agudos, mas também a repercussões negativas, como, por exemplo, a deterioração da saúde mental durante o curso da vida. Então é importantíssimo não só o acolhimento imediato das vítimas de violência, mas também o acompanhamento de longo prazo”, explica Lidiane.

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Saúde

Jogos de azar são problema de saúde pública entre jovens e adultos no mundo

Artigo evidencia que essas atividades — que incluem as apostas online, ou “bets” — causam prejuízos para o indivíduo, famílias e a sociedade. Saiba como identificar um transtorno relacionado a jogos

 

Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein

Os jogos de azar são um problema de saúde pública, alerta um artigo recém-publicado pela comissão de saúde pública do Lancet Public Health, integrada por cientistas de vários países e instituições. O artigo chama a atenção para a rápida expansão desses jogos, ressaltando que eles causam mais prejuízos do que se pensava e que pouco tem sido feito para mitigar seus danos.

Jogos de azar, incluindo cassinos e apostas online, estão associados a uma série de prejuízos não só para o indivíduo, mas também para as famílias e a sociedade. Além das perdas financeiras, eles podem prejudicar o trabalho, as relações interpessoais, ter efeitos na saúde e até levar a crimes. Para piorar, os jogos online são cada vez mais acessíveis por meio de aplicativos de celulares ou sites no computador, sem a necessidade do deslocamento físico a uma casa de jogos ou apostas.

“Quando se instala um padrão de dependência, há diversos impactos no funcionamento psicossocial e na saúde física e mental. Indivíduos com o transtorno de jogo [jogo patológico] podem colocar em risco relacionamentos importantes com familiares ou amigos, levando até a violência doméstica ou a ruptura familiar em alguns casos”, diz o psiquiatra Elton Kanomata, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Segundo a revisão publicada no Lancet, conduzida por pesquisadores de vários países, 46,2% dos adultos e 17,9% dos adolescentes no mundo participaram de algum tipo de jogo de aposta no ano anterior, sendo que 10,3% dos adolescentes jogaram online. Estima-se que esses jogos cheguem a 15,8% dos adultos e a um em cada quatro (26,4%) adolescentes que jogam na internet.

A análise também aponta que 8,9% adultos e 16,3% adolescentes fazem apostas esportivas. Esses números equivalem a 448,7 milhões de adultos jogando. Desses, 80 milhões apresentam problemas.

Por que as bets viciam?

Esses jogos são projetados para serem rápidos e intensos, provocando uma experiência de satisfação passageira. Eles ativam o sistema de recompensa do cérebro, que está ligado à liberação de dopamina, um neurotransmissor que gera sensações de prazer. “Quando uma pessoa aposta e ganha, essa liberação de dopamina gera uma sensação de prazer e recompensa que incentiva a repetir o comportamento”, explica Kanomata. “Mas mesmo em situações de perda, o cérebro mantém a expectativa de que pode ganhar no próximo jogo. A mecânica por trás acaba por incentivar o engajamento repetido e contínuo.”

Além disso, o mecanismo faz com que os jogadores tenham a ilusão de controle e acreditem poder influenciar o resultado. Segundo o psiquiatra, as situações em que a pessoa “quase ganha” geram a expectativa de que uma vitória está próxima, incentivando-a a continuar. Trata-se de um sistema de reforço intermitente, ou seja, recompensas que ocorrem em intervalos aleatórios e imprevisíveis. “Esse tipo de reforço é mais eficaz em promover o comportamento repetitivo, pois o jogador nunca sabe quando vai ganhar e, assim, é impulsionado a continuar tentando para buscar essa recompensa incerta”, diz.

Por fim, o jogo também pode ser uma válvula de escape para estresse, ansiedade ou outros problemas emocionais, provocando um alívio imediato para sentimentos e sensações ruins. Por isso, o jogar patológico pode estar associado a outros problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade, ideação suicida e transtornos relacionados ao uso de álcool, tabaco e outras drogas.

“O vício em jogos envolve, assim como na dependência química, um conjunto de fatores psicológicos, biológicos e sociais que contribuem para a dificuldade de alguns indivíduos de controlarem o impulso de jogar, mesmo frente a perdas financeiras, emocionais e sociais”, explica o médico.

Nesse sentido, o artigo do Lancet traz várias recomendações, como a necessidade de monitorar os danos; desenvolver políticas públicas focadas em proteger saúde e bem-estar, com maior regulamentação dos jogos em todos os países e formas de reduzir a exposição e a disponibilidade em geral; além de mais acesso ao tratamento e a mecanismos de proteção para crianças e adolescentes.

Quem tem mais risco de desenvolver o vício

Segundo Kanomata, é difícil determinar o nível de risco individual para o vício em apostas, assim como acontece com o álcool e as drogas. Nem todas as pessoas que apostam vão desenvolver um problema, mas alguns aspectos aumentam a probabilidade de desenvolver o vício. “Embora a maioria das pessoas possa apostar uma vez e parar, há sempre o risco de que a experiência inicial crie uma sensação prazerosa que, para alguns, pode ser difícil de resistir”, alerta.

Assim como na dependência de substâncias, quem tem fatores genéticos e história familiar de problemas com jogos de azar ou dependência química tem maior risco de se viciar. Além disso, características de personalidade mais impulsivas ou aquelas que são naturalmente mais propensas a buscar emoções intensas (chamados de “buscadores de sensações”) podem ser mais suscetíveis ao vício.

Como detectar quando a pessoa tem um transtorno?

De modo geral, o transtorno do jogo desenvolve-se ao longo de anos, com aumento gradual tanto da frequência quanto do valor das apostas. “As modificações no sistema nervoso central, especialmente no circuito de recompensa no cérebro, que leva a uma busca constante por essa sensação de prazer, são semelhantes às causadas por drogas. Portanto, controlar ou abandonar o hábito de jogar tende a ser um grande desafio.”

É preciso observar sinais comportamentais, emocionais e financeiros que indicam se a pessoa perdeu o controle:

  • Pode ocorrer um padrão de “recuperar as perdas”, acompanhado da necessidade urgente de continuar jogando (até tomando maiores riscos) a fim de compensar o que perdeu;
  • Mentir para familiares, amigos ou outras pessoas para esconder a extensão de seu envolvimento e comportamentos ilícitos, como falsificação, fraude, roubo ou estelionato para a obtenção de dinheiro;
  • Também vale ficar atento quando há negação, superstições, sentimentos de controle sobre os resultados e excesso de confiança;
  • Mesmo que o indivíduo reconheça o problema, o estigma social, a vergonha e a falta de acesso a serviços de saúde podem dificultar o início e a continuidade do tratamento.

Como jogar sem risco?

O mecanismo dos jogos é de repetição, então é importante estabelecer limites com relação ao tempo e o dinheiro a ser gasto nessa atividade. Também vale estipular períodos sem apostas para evitar que vire um hábito.

“É importante ter consciência do risco de perdas, principalmente porque muitos jogos são desenhados para obter e maximizar lucros. Assim, devem ser encarados como uma forma de entretenimento, e não como uma maneira de ganhar dinheiro e muito menos tentar recuperar o dinheiro com apostas adicionais”, orienta o psiquiatra do Einstein.

Fonte: Agência Einstein

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Saúde

Pessoas que vivem com aneurisma têm mais risco de ansiedade e depressão

Estudo mostra que probabilidade é maior entre pessoas com menos de 40 anos diagnosticadas com aneurismas que não romperam; entenda por quê

Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein

Quem vive com um aneurisma cerebral não roto — isto é, que não rompeu — e tem sua condição apenas monitorada está mais propenso a desenvolver problemas de saúde mental como ansiedade e depressão. É o que sugere um novo estudo, realizado por pesquisadores da Coreia do Sul e publicado no periódico Stroke. Segundo a pesquisa, o risco é especialmente alto entre pessoas com menos de 40 anos.

A investigação se baseou em um banco de dados nacional sul-coreano. Ao longo de dez anos, 85 mil indivíduos diagnosticados com aneurisma não roto foram monitorados e comparados a 331 mil pessoas de um grupo controle.

Os autores também mediram a incidência de doenças mentais durante esse período usando códigos da CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) para ansiedade, estresse, depressão, transtornos bipolares e alimentares, insônia e uso indevido de álcool ou drogas.

Os autores encontraram uma taxa de incidência de doença mental maior na turma com aneurisma não roto em comparação ao grupo controle: 113,07 casos a cada 1.000 pessoas versus 90,41 a cada 1.000 pessoas.

“Os resultados do estudo evidenciam que médicos que tratam aneurismas cerebrais devem estar cientes de que a carga psicológica causada pelo diagnóstico de um aneurisma pode contribuir para doenças mentais e devem se esforçar para proporcionar um atendimento direcionado também com essa abordagem para esses pacientes”, comenta a neurologista Polyana Piza, do Hospital Israelita Albert Einstein de Goiânia.

O que é aneurisma?

Um aneurisma cerebral é uma dilatação anormal da parede de um vaso sanguíneo no cérebro, que ocorre como consequência da fraqueza dessa parede. Frequentemente, o problema está relacionado a alterações genéticas que modificam a constituição do colágeno da parede do vaso sanguíneo ou mesmo por exposição a fatores de risco que agridem essa estrutura, como hipertensão arterial e tabagismo. É considerada uma condição potencialmente grave, uma vez que pode levar à ruptura do vaso sanguíneo e causar hemorragia intracraniana.

O diagnóstico do aneurisma pode se dar por acaso, quando a pessoa faz um exame de imagem da cabeça (como tomografia ou ressonância magnética) para investigar outras doenças – nesses casos, ele é chamado de aneurisma “não roto” ou aneurisma “incidental”. Outra forma de diagnosticar o problema é quando o paciente apresenta a ruptura desse aneurisma e os sintomas provocados por esse evento motivam a realização dos exames de imagem cerebrais.

Segundo Piza, o tratamento do aneurisma pode variar dependendo do tamanho, da localização, do estado geral do paciente, da idade e de outras comorbidades. “Alguns aneurismas não rotos pequenos, que não apresentam sintomas, podem apenas ser monitorados, pois o risco de ruptura é estatisticamente menor quando comparado ao risco da abordagem cirúrgica ou intervencionista”, diz a médica.

Quando são identificados riscos aumentados para ruptura do aneurisma, as opções de tratamento incluem neurocirurgia aberta para clipagem do aneurisma ou intervenções menos invasivas, como a embolização. Nesse procedimento, um cateter é utilizado para chegar ao aneurisma e colocar fios chamados de “molas” para bloquear o fluxo sanguíneo que chega à região. Outra opção é aplicar um stent difusor de fluxo para normalizar a circulação do sangue naquele vaso.

“A decisão sobre o tratamento é baseada na avaliação clínica do paciente e em características específicas do aneurisma. O paciente exposto a um diagnóstico de aneurisma lida frequentemente com sintomas complexos como angústia, medo e incerteza. A existência desses sentimentos pode desencadear um ciclo de estresse, ansiedade e depressão que levam a desequilíbrios psicológicos com impacto na qualidade de vida”, observa Piza.

“Sentar e esperar”

Foi o que aconteceu com a consultora de relações internacionais Marcela Santos* (nome trocado a pedido da entrevistada), hoje com 33 anos. Ela mora nos Estados Unidos e descobriu ter um aneurisma por acaso, após sentir uma parestesia no braço. Esse é o nome da sensação de picadas, formigamento ou dormência em partes do corpo, que pode ser transitória ou persistente. No caso dela, também se espalhou pelo resto do corpo.

Vários exames foram realizados para descartar danos nas terminações nervosas, entre eles, uma tomografia de cabeça e pescoço. “Nessa bateria de exames, os médicos encontraram o aneurisma. Quando você é tão jovem [na época, Marcela estava com 32 anos] e descobre que tem um aneurisma na cabeça, a primeira coisa que pensa é que vai morrer a qualquer momento. E o plano de ação de tratamento do aneurisma em uma paciente jovem como eu era sentar e esperar. Isso é muito difícil”, conta.

Como o aneurisma era pequeno e ela não tinha outros fatores de risco ou comorbidades associadas, os médicos avaliaram que não havia risco de rompimento e a conduta foi monitorar e acompanhar a evolução a cada seis meses. Ela até refez a tomografia no prazo indicado, mas, nesse período, teve que voltar ao Brasil às pressas para cuidar de uma emergência familiar. Por isso, não se atentou aos resultados do segundo exame.

Quando voltou para os Estados Unidos, retornou ao neurologista e, ao abrir o laudo, o médico observou que no período de seis meses o aneurisma tinha dobrado de tamanho e as dimensões também haviam mudado: ele estava disforme, o que aumenta o risco de ruptura. Foi então necessário colocar um stent para normalizar o fluxo sanguíneo naquela região.

“O meu aneurisma estava num local muito crítico, atrás dos olhos, e tinha aumentado muito de tamanho num curto espaço de tempo. Se rompesse, eu corria muitos riscos, inclusive de morte. Mas deu tudo certo e nos primeiros três meses após a intervenção tudo normalizou e estou com uma qualidade de vida muito melhor”, comemora.

Apesar do estresse de ficar monitorando o aneurisma, ela lembra que é melhor descobrir o problema e evitar um acidente vascular cerebral (AVC). “Monitorar é o único caminho e é o melhor que podemos fazer. Mas esse é um diagnóstico muito incerto e a gente fica em dúvida sobre o nosso futuro.”

Fonte: Agência Einstein

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Saúde

Pobreza eleva em 3 vezes risco de surgimento de ansiedade e depressão

Insegurança financeira e jornadas exaustivas são alguns dos fatores

Um relatório das Nações Unidas aponta que pessoas em situação de pobreza têm três vezes mais chances de desenvolver problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. É o que aponta o relatório “Economia do Burnout: Pobreza e Saúde Mental”. Cerca de 11% da população mundial sofre com algum transtorno mental. 

De acordo com o relator especial da Organização das Nações Unidas e autor do relatório, Olivier De Schutter, esse cenário está relacionado à obsessão pelo crescimento da economia e busca de riqueza, levando as pessoas a se submeterem a jornadas exaustivas de trabalho e condições de trabalho precárias.

“Quanto mais desigual é uma sociedade, mais as pessoas da classe média temem cair na pobreza e com isso desenvolvem quadros de estresse, depressão e ansiedade”, afirmou o relator.

Jornada de 24 horas por dia 

Segundo o relator, o principal fator de risco é jornada de 24 horas por dia, 7 dias por semana, quando o trabalhador fica disponível sob demanda, e cita como exemplos os trabalhadores de aplicativos e plataformas digitais

De Schutter afirma que essa lógica “resulta em horários muito variáveis de trabalho, o que torna muito difícil manter um equilíbrio adequado entre a vida familiar e a vida profissional”. A incerteza quanto ao horário de trabalho e quantidade de horas a trabalhar tornam-se grandes motivadores de depressão e ansiedade.

Outro fator gerador de transtornos é a ansiedade climática. Estudos apontam que inundações, secas extremas, temporais destroem as fontes de renda da população, provocando insegurança financeira e ansiedade.

Ações 

O estudo propõe que os governos adotem medidas que reduzam as desigualdades e inseguranças, como políticas de renda básica universal (valor mínimo a que todos teriam direito para afastar a ameaça da pobreza), apoio a economia social e solidária e alterações do mundo do trabalho.

O relator informou que organizações não governamentais, sindicatos, movimentos sociais e acadêmicos trabalham na apresentação de alternativas ao crescimento econômico em consonância com a erradicação da pobreza, previstas para serem apresentadas em 2025.

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Saúde

Excesso de telas também afeta saúde mental de adultos; veja sinais de alerta

Evidências sugerem aumento do risco de sintomas depressivos e ansiosos; estudo compara o uso das redes sociais aos prejuízos causados pelo tabaco e o álcool

Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein

Não faltam estudos sobre o impacto do excesso de telas nas crianças e nos adolescentes, mas isso não significa que os adultos estejam livres de danos. Embora as pesquisas ainda sejam escassas, há cada vez mais evidências dos prejuízos que esses dispositivos podem causar à saúde mental de pessoas de diversas faixas etárias.

Uma revisão publicada recentemente no periódico PLOS Global Public Health, por exemplo, coloca o uso de redes sociais ao lado do tabaco, do álcool e do hábito de jogar como fator de risco para sintomas depressivos, ideação suicida e autolesões. Termos como “brainrot”, que se refere a uma espécie de deterioração do cérebro por consumo de conteúdo inútil, ou “burnon” – uma exaustão por excesso de conectividade –, têm se tornado populares.

Isso porque o abuso de jogos, videogames, internet e, especialmente, das redes sociais, afeta as pessoas de várias formas. “Primeiro tem a questão do culto da beleza, da vida perfeita, então há um mecanismo comparativo em que parece que a vida do outro é melhor, que ele está melhor financeiramente, fisicamente, e isso gera uma pressão tanto interna quanto social em busca da perfeição”, analisa o psiquiatra Gabriel Okuda, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Segundo o especialista, isso tem impactos diretos na saúde. “Essa busca por aprovação constante, de alcançar mais likes e seguidores, pode provocar ansiedade e sintomas depressivos”. Pior ainda se a pessoa já estiver vivendo um momento de estresse, podendo causar também sintomas como irritabilidade e insônia.

Além disso, há uma exposição a um volume enorme de informação. “Essa hiperconectividade gera um excesso. Não conseguimos lidar com tanta informação ao mesmo tempo e prestar atenção em tudo. As pessoas consomem cada vez mais conteúdo em menos tempo, são coisas que não prendem tanto a atenção, vídeos curtos, pouco texto, bordões para aprender rápido”, diz o especialista. Não à toa, há uma explosão de queixas de falta de atenção e memória, observa o psiquiatra.

O fato de passar horas consumindo conteúdos repetitivos, que não exigem muita atenção nem trazem aprendizados ou grandes desafios para o cérebro, pode até impactar o desenvolvimento cognitivo. Isso porque o córtex pré-frontal, região responsável pelas funções cognitivas superiores — como controle de impulsos e regulação emocional, resolução de problemas, atenção e tomada de decisão — amadurece até por volta dos 25 anos, e para isso precisa de bons estímulos.

E quanto mais tempo no mundo digital, menor a dedicação a outras atividades, como praticar esportes, ter contato com a natureza, investir nos relacionamentos e no autocuidado. “A pessoa acredita que está convivendo com outros, mas está num quarto sozinho e isso é deletério para o convívio social no geral, impacta os afetos, a capacidade de empatia, de lidar com situações do cotidiano”, diz Okuda.

O uso em excesso de telas também tem potencial viciante, pois, às vezes, elas são usadas como uma válvula de escape da vida real. Pode até parecer prazeroso ficar desconectado da realidade, mas esse prazer instantâneo e ficar esperando a “próxima missão do jogo” provoca liberação de dopamina como um “mecanismo de recompensa”, o que pode fazer o cérebro ficar viciado nessa sensação.

Sintomas para ficar atento

Se a pessoa não consegue controlar a frequência e a intensidade desses usos, significa que algo não vai bem. “É um problema quando isso acaba tendo prioridade sobre a própria vida offline, prejudicando o trabalho, os estudos, relacionamentos, mas muitas vezes isso só é percebido em estágios avançados, quando já há prejuízos à saúde física e mental”, alerta Okuda.

Como não é possível viver num mundo sem telas, é preciso encontrar um equilíbrio. E a receita não é muito complicada: o tempo gasto com elas não pode ser muito grande comparado ao dedicado a outros aspectos da vida, incluindo momentos de autoconhecimento.

“A gente deve pensar em uma forma de balancear nossa vida. Podemos usar [esses dispositivos], mas de um jeito parcimonioso, sem nos preocupar tanto com o que estamos postando, se estamos sendo bem-vistos ou comparados”, orienta Okuda. “Quanto menos isso nos consumir ou gastar nossa atenção, mais tempo teremos para voltar nosso foco, afetos e vontade a outras atividades e vivências do mundo real.”

Fonte: Agência Einstein

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