RISCO SILENCIOSO

Saúde

Uso de anabolizantes altera colesterol e aumenta risco de infarto

Alerta é da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil
O uso de anabolizantes se tornou um risco silencioso para a saúde cardiovascular, especialmente entre os jovens. No Dia Mundial de Combate ao Colesterol, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) alerta para este perigo crescente. Afinal, essas substâncias, que imitam a testosterona, são usadas para aumentar a massa muscular e melhorar o desempenho, mas causam sérios danos.

Primordialmente, anabolizantes reduzem o colesterol bom (HDL) e elevam o colesterol ruim (LDL). Além disso, eles causam resistência à insulina e acúmulo de gordura visceral. Desse modo, eles contribuem para a síndrome metabólica, uma condição que aumenta drasticamente o risco de infarto e AVC.

Recentemente, um estudo da revista Sports Medicine Open avaliou os efeitos do uso de esteroides anabolizantes em fisiculturistas amadores. Como resultado, a pesquisa mostrou alterações significativas no perfil lipídico e hepático desses indivíduos. Os achados sugerem um grande impacto na saúde metabólica, mesmo em pessoas jovens e aparentemente saudáveis.

De fato, outro estudo na revista Reviews in Endocrine and Metabolic Disorders corrobora essa informação. Visto que o uso prolongado de anabolizantes reduz o HDL, aumenta o LDL e gera resistência à insulina. Ademais, o texto da SBEM destaca que os riscos persistem mesmo após a interrupção do uso.

Dados da SBEM mostram que cerca de 6,4% dos homens já usaram anabolizantes. Entre frequentadores de academia, esse número é ainda mais alto. Portanto, a entidade reforça a importância de buscar orientação médica. Em 2023, o Conselho Federal de Medicina (CFM) vetou a prescrição de anabolizantes para fins estéticos ou de desempenho esportivo. A norma aponta a falta de comprovação científica de benefícios e a existência de múltiplos riscos, como infarto, hipertensão e infertilidade.

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