REFLORESTAMENTO

Valinhos

Serra dos Cocais ganha novo fôlego com projeto de reflorestamento

SIniciativa ambiental visa recuperar a mata nativa e proteger a biodiversidade local. Serão plantadas 30 mil mudas para recuperar a área devastada pelos incêndios

Uma parceria entre o Sindicato Químicos Unificados, o Centro de Formação e Lazer (Cefol), a Rede Livres e a Sierra Maestra irá permitir o início ao reflorestamento de uma importante área dentro da Serra dos Cocais localizada no quilômetro 118 da Rodovoa Dom Pedro I (SP-65). O projeto terá início neste mês de janeiro e nesta fase serão plantadas 15 mil mudas de um total de 30  mil que foram doadas Associação Mata Ciliar, localizada em Jundiaí.

Dentre as mudas que serão utilizadas para o reflorestamento estão Jatobás, Guapuruvus, Pitangas, entre outras. O objetivo é a recomposição da mata nativa é preservação do bioma da Serra dos Cocais possibilitando a proteção da fauna existente no local e no auxílio e cuidados com as diversas nascentes existentes na região.

De acordo com o biólogo Fábio Motta, pesquisador da Serra dos Cocais e que integra o grupo responsável pelo plantio e de outras ações no local, a estimativa é que a Serra dos Cocais abrigue entre 350 e 400 espécies de animais. Durante os grandes incêndios ocorridos na região entre os meses de agosto e setembro de 2024, foi queimada uma área de aproximadamente 400 campos de futebol, onde milhares de animais acabaram perdendo a vida. “Há muita riqueza no bioma da Serra dos Cocais que precisa ser estudada e protegida, pois tem grande importância para toda região”, disse.

A SERRA

A Serra dos Cocais compõe o relevo das cidades de Valinhos, Vinhedo, Itatiba e Louveira e é formada pelos últimos contrafortes da Serra da Mantiqueira. È composta por uma vegetação que é uma transição entre a Mata Atlântica e o Cerrado, além de resquícios da Caatinga, com cavernas de granito. A área contempla uma extensa diversidade de fauna e flora, com várias espécies de animais ameaçadas de extinção. Alguns exemplos deles são o Sauá, o Urubu-Rei e o Gato do-Mato-do-Sul. Seu mananciais de serra são responsáveis pela formação do Ribeirão Pinheiros e do Rio Atibaia .

UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

Em outubro passado a deputada estadual Ana Perugini propôs à Assembleia Legislativa de São Paulo um projeto de Lei visando instalação de uma Unidade de Conservação Ambiental na Serra dos Cocais Serra dos Cocais.

De acordo a parlamentar, a criação da APA (Área de Preservação Ambiental) da Serra dos Cocais visa a proteção da biodiversidade local, incluindo espécies ameaçadas de extinção; a preservação dos recursos hídricos, incluindo cavernas, nascentes e ribeirões fundamentais para o abastecimento da região; a conservação do patrimônio histórico, geológico e paisagístico; o incentivo a práticas de ecoturismo e educação ambiental; e o controle da expansão urbana desordenada e a especulação imobiliária. O texto está sob a análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação do parlamento paulista.

“A criação da Unidade de Conservação Ambiental da Serra dos Cocais visa proteger esse patrimônio natural contra a especulação imobiliária e a expansão urbana desordenada, garantindo a preservação dos ecossistemas locais, a conservação da vida natural e promovendo conscientização a respeito da biodiversidade e história local”, justificou Ana Perugini, que integra a Comissão de Assuntos Metropolitanos e Municipais na Alesp.

No site – https://serradoscocais.eco.br/ – você pode assinar o abiaox assinado em apoio pela aprovação do projeto que visa a criação da Unidade de Conservação na Serra dos Cocais – Projeto de Lei 713/2024 na Assembleia de São Paulo.

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Brasil e Mundo

Rio contará com drone e inteligência artificial no reflorestamento

Fernando Frazão/Agência Brasil

Ações deverão começar na próxima semana, segundo a prefeitura

Por Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

A cidade do Rio de Janeiro passará a contar com a ajuda de drones e inteligência artificial nas ações de reflorestamento. O equipamento, que tem a capacidade de lançar, por dia, sementes em uma área de 50 hectares, ou seja, aproximadamente 50 campos de futebol, será usado para reflorestar áreas de difícil acesso e de encostas na cidade. As ações deverão começar já na próxima semana, de acordo com a prefeitura.

Nesta sexta-feira (5), o prefeito Eduardo Paes e a secretária de Meio Ambiente e Clima, Taína de Paula, acompanharam a demonstração da aplicação do equipamento no Mirante do Pedrão, em Botafogo, dentro do Parque Maciço da Preguiça, na zona sul do Rio. Segundo Paula, o reflorestamento realizado na cidade, além de outros efeitos, permitirá que a população sofra menos com as ondas de calor.

“Todos nós vimos o que aconteceu nas últimas semanas. Perdemos pessoas para a grave onda de calor e, sem dúvida alguma, aumentar nossa capacidade de reflorestamento, e claro, dar suporte às questões emergenciais, com pontos de hidratação, melhor atendimento às pessoas desidratadas que sofrem com as ondas de calor, mas ter ações de médio e longo prazo também é muito importante”, ressalta a secretária.  

O projeto-piloto do novo tipo de trabalho de reflorestamento será na Floresta da Posse, em Campo Grande, na zona oeste da cidade. Os impactos serão sentidos, de acordo com Paula, no prazo de dois a cinco anos, tempo necessário para que as plantas cresçam. A prefeitura irá investir R$ 27 mil em uma espécie de aluguel do drone, em uma parceria com a startup franco-brasileira Morfo. Serão usadas apenas sementes de Mata Atlântica, vegetação nativa da região.

Estudos e mapeamentos

A Morfo dará suporte às equipes de campo do Refloresta Rio, programa de reflorestamento da prefeitura do Rio. De acordo com a administração municipal, uma equipe com duas pessoas e um drone pode replantar 100 vezes mais rápido um campo do que se fossem utilizados os métodos tradicionais. Além disso, em uma ação, pode-se contar com pelo menos 20 espécies nativas, a um valor até cinco vezes mais barato, não só pela rapidez no procedimento, mas também porque o plantio com sementes evita a implantação de um viveiro e sua manutenção por vários meses.

As ações com drones envolvem também o mapeamento e a digitalização do território do Rio, um estudo da área a ser reflorestada e o acompanhamento das áreas plantadas, para garantir que esse reflorestamento seja efetivo. A Morfo irá atuar também na seleção de sementes. Segundo o CEO da startup no Brasil, Grégory Maitre, algumas sementes são inclusive encapsuladas.  “A gente usa os drones para dispersar as sementes e algumas a gente encapsula, ou seja, a gente desenvolveu uma cápsula que permite aumentar a taxa de germinação dessas sementes que são dispersas. Essa cápsula vai nutrir, proteger, reter umidade e permitir que a germinação seja melhor”, explica.

A inteligência artificial será usada na definição de um plano de plantio, de acordo com a prefeitura, calculando quais sementes serão plantadas em quais áreas, junto com quais espécies, a proporção de sementes de cada uma delas e a quantidade necessária para cada espaço, criando padrões de plantio.

Ajuda no plantio

A gerente do programa Programa Mutirão Reflorestamento, Camila Rocha, diz que o drone irá auxiliar os trabalhadores. “O drone consegue acessar áreas mais distantes e também irá auxiliar com a parte de monitoramento dessas áreas”, diz. O programa, que atualmente é chamado Refloresta Rio, foi lançado na década de 1980. As ações contam com o auxílio de moradores dos próprios locais a serem reflorestados.

Rocha conta que o início do trabalho é o mais desafiador, quando é preciso capinar áreas com vegetação de até 3 metros de altura. “São todas atividades manuais, capina com enxada. O transporte de mudas é feito manualmente, cada muda que chega ao topo do morro, à base ou ao terço médio, é levada manualmente pelas mãos de cada trabalhador. Então, faz a capina, abre as covas, leva as mudas e, quando acontece uma climática favorável, esse plantio é executado. Após o plantio é indispensável que seja feita a manutenção dessas áreas, com capina e replantio se necessário, para garantir o sucesso do reflorestamento”, detalha.

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