Economia
Dólar recua para R$ 5,28 e real se fortalece após avanço político nos EUA

O movimento também refletiu em um novo avanço do Ibovespa, que superou os 156 mil pontos, e na queda das taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs)
O dólar iniciou esta terça-feira, dia 11, em queda no Brasil, acompanhando o movimento global de busca por ativos de maior risco. O recuo ocorreu após o Senado dos Estados Unidos aprovar uma proposta que encerra a paralisação do governo norte-americano, o que elevou o otimismo nos mercados internacionais.
Às 10h36, o dólar à vista caía 0,49%, cotado a R$ 5,2815. Na B3, o contrato futuro para dezembro — o mais negociado — recuava 0,17%, a R$ 5,3040.
A aprovação do projeto, que restabelece o financiamento de agências federais, foi interpretada como sinal de estabilidade política. A proposta agora segue para a Câmara dos Deputados, onde deve ser votada nos próximos dias, antes da sanção do presidente Donald Trump.
A expectativa de um acordo definitivo reduziu o clima de incerteza e estimulou o apetite por ativos de países emergentes, como ações brasileiras e moedas latino-americanas.
O movimento também refletiu em um novo avanço do Ibovespa, que superou os 156 mil pontos, e na queda das taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs).
No cenário doméstico, o IBGE divulgou que o IPCA, índice oficial de inflação, subiu apenas 0,09% em outubro, abaixo das expectativas do mercado (0,16%). Em 12 meses, a taxa acumulada ficou em 4,68%, reforçando o processo de desinflação.
Já a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) indicou que a inflação de serviços está desacelerando, mas ainda apresenta resistência. O documento também mencionou o impacto da nova isenção do Imposto de Renda e uma tendência mais clara de queda das expectativas inflacionárias de longo prazo.
O Banco Central anunciou leilão de 45 mil contratos de swap cambial para rolagem de vencimentos no início de dezembro, medida que ajuda a estabilizar o mercado de câmbio.
Na segunda-feira, dia 10, o dólar já havia fechado em queda de 0,51%, a R$ 5,3076, refletindo o mesmo movimento de confiança observado nesta terça-feira.
Analistas avaliam que a combinação de alívio político nos EUA, inflação controlada no Brasil e alta na Bolsa cria um cenário favorável ao real no curto prazo. No entanto, alertam que o equilíbrio fiscal e a condução da política monetária continuam sendo determinantes para a trajetória da moeda brasileira.






