Brasil e Mundo
Lançamento de foguete sul-coreano em Alcântara é adiado

Nova data prevista para a tentativa inicial é 17 de dezembro
A Agência Espacial Brasileira (AEB) anunciou, nesta sexta-feira, dia 21, que a janela de lançamento do foguete sul-coreano Hanbit-Nano, da empresa Innospace, foi estendida até 22 de dezembro. A primeira tentativa, antes prevista para este sábado (22), agora está programada para ocorrer em 17 de dezembro, no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.
A operação — chamada Spaceward — é coordenada pela AEB em parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo o órgão, um lançamento bem-sucedido representará a entrada do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, abrindo novas perspectivas para investimentos, renda e desenvolvimento tecnológico no país.
Sobre o foguete
O Hanbit-Nano tem:
21,8 m de altura,
1,4 m de diâmetro,
cerca de 20 toneladas,
e foi projetado para colocar até 90 quilos de carga útil em órbita a 500 km da Terra.
Trata-se de um veículo de dois estágios com propulsão híbrida.
Primeiro estágio: motor híbrido de 25 toneladas de empuxo, usando combustível sólido de base parafínica e oxidante líquido — uma combinação que oferece simplicidade, baixo custo e segurança.
Segundo estágio: pode operar com o motor híbrido HyPER ou com o motor LiMER, alimentado por metano líquido.
O veículo conta ainda com um Sistema de Terminação de Voo (FTS), que permite interromper o lançamento imediatamente em caso de anomalias.
O projeto envolveu 247 profissionais, entre eles 102 engenheiros de dedicação exclusiva.
Cargas a bordo
O foguete transportará oito cargas, sendo sete brasileiras e uma estrangeira. Entre elas:
FloripaSat-2A e FloripaSat-2B – nanossatélites desenvolvidos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC);
SNI-GNSS – Sistema de Navegação Inercial criado por um consórcio entre as empresas Concert Space, Cron e Horuseye Tech;
PION-BR2 – Cientistas de Alcântara – satélite educacional da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em parceria com AEB, PNUD e a startup PION.
O programa Cientistas de Alcântara incentiva jovens maranhenses a se aproximarem da ciência e da tecnologia espacial.
Segundo a coordenação da operação, testes recentes apontaram a necessidade de aprimoramentos nos sistemas de aviônica.
O coordenador-geral, Rogério Moreira Cazo, destacou que ajustes dessa natureza são comuns em lançamentos inaugurais.
A prorrogação também permitirá otimizar o processamento dos sinais coletados pelo veículo, fundamentais para a análise de desempenho durante o voo.
O diretor do CLA, Clóvis Martins, afirmou que a decisão foi tomada “com base em avaliações técnicas” e reforçou que a entrada do Brasil no mercado de lançamentos espaciais trará ganhos econômicos e tecnológicos ao país.



