JUSTIÇA

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Bolsonaro é preso pela Polícia Federal em Brasília

© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Em decisão, Moraes diz que o ex-presidente tentou violar tornozeleira
Agência Brasil 
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado, dia 22. Em nota, a Polícia Federal informou que cumpriu um mandado de prisão preventiva em cumprimento a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesta sexta-feira, dia 21, o senador Flávio Bolsonaro (PL) convocou, pelas redes sociais uma vigília de orações próxima à casa onde Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto.

Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes diz que a reunião poderia causar tumulto e até mesmo facilitar “eventual tentativa de fuga do réu”. Foi ainda verificada tentativa de violar a tornozeleira eletrônica.

Moraes também determina que seja realizada, neste domingo (23), audiência de custódia, por videoconferência, na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal, além da disponibilização de atendimento médico em tempo integral ao réu.

A decisão diz ainda que todas as visitas deverão ser previamente autorizadas pelo STF, com exceção da dos advogados e da equipe médica que acompanha o tratamento de saúde do réu.

Também nesta sexta, a defesa de Jair Bolsonaro pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a concessão de prisão domiciliar humanitária ao ex-presidente.

Segundo os advogados, Bolsonaro tem doenças permanentes, que demandam “acompanhamento médico intenso” e, por esse motivo, o ex-presidente deve continuar em prisão domiciliar. O pedido da defesa pretende evitar que Bolsonaro seja levado para o presídio da Papuda, em Brasília.

Condenado a 27 anos e três meses de prisão na ação penal do Núcleo 1 da trama golpista, Bolsonaro e os demais réus podem ter as penas executadas nas próximas semanas.

Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, determinada após o descumprimento de medidas cautelares já fixadas pelo STF. Ele estava usando tornozeleira eletrônica e proibido de acessar embaixadas e consulados, de manter contato com embaixadores e autoridades estrangeiras e de utilizar redes sociais, direta ou indiretamente, inclusive por intermédio de terceiros.

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Brasil e Mundo

Influenciador que atropelou fisioterapeuta vai a júri popular no Rio

© Câmera de segurança Rio de Janeiro

A Justiça do Rio de Janeiro decidiu que o influenciador Vitor Vieira Belarmino será julgado pelo Tribunal do Júri pela morte do fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuda, ocorrida em julho de 2024, na Avenida Lúcio Costa, no bairro do Recreio dos Bandeirantes.

A decisão foi proferida pela juíza Alessandra Roidis, da 1ª Vara Criminal da Capital, que considerou haver provas suficientes para que o caso siga a julgamento popular.

“Julgo admissível a pretensão punitiva estatal e pronuncio Vítor Vieira Belarmino nas penas dos artigos 121, caput, do Código Penal, e 304 e 305 do Código de Trânsito Brasileiro”, destacou a magistrada na sentença.

Segundo a denúncia do Ministério Público, o crime aconteceu na noite de 13 de julho de 2024, por volta das 23h30.
Fábio e sua esposa, Bruna, atravessavam a avenida após o casamento, quando foram atingidos por uma BMW conduzida por Vitor Belarmino, que estaria em alta velocidade.

O fisioterapeuta morreu na hora, e o motorista fugiu sem prestar socorro, segundo o inquérito. A perícia indicou que o veículo estava ocupado por cinco mulheres no momento do acidente.

O casal havia acabado de se hospedar em um hotel na orla do Recreio para a lua de mel e decidiu sair para ver o mar quando o acidente ocorreu.

A juíza Alessandra Roidis afirmou que há elementos suficientes para que o caso seja decidido pelo júri.

“Comprovada a materialidade e indiciada a autoria, o acusado deve ser levado a plenário para que os jurados analisem as teses da defesa e decidam o mérito”, escreveu.

Com a decisão, o influenciador responderá pelos crimes de homicídio doloso — quando há intenção de matar — e fuga do local do acidente.

Após dez meses foragido, Vitor Belarmino se apresentou à Justiça e negou parte das acusações.
Durante o depoimento, afirmou que “a imprensa começa agora a divulgar fatos mais verdadeiros sobre o ocorrido”, alegando ter sido vítima de informações falsas nas redes sociais.

Surpreso com a acusação de homicídio doloso, o influenciador disse considerar que não teve intenção de provocar o acidente.

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MP da Itália dá parecer favorável à extradição de Carla Zambelli

© Lula Marques/ Agência Brasil
Não há prazo para a Justiça italiana decidir a questão
André Richter – Repórter da Agência Brasil
O Ministério Público da Itália emitiu nesta quarta-feira, dia 22, parecer favorável à extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

A informação foi confirmada pela Advocacia-Geral da União (AGU). O órgão atua no pedido de extradição feito pelo governo brasileiro às autoridades italianas.

Não há prazo para a Justiça italiana decidir a questão.

Em julho deste ano, Zambelli foi presa em Roma, capital da Itália, onde tentava escapar do cumprimento de um mandado de prisão emitido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Por ter dupla cidadania, Zambelli deixou o Brasil em busca de asilo político em terras italianas após ser condenada pelo STF a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em 2023.

De acordo com as investigações, Zambelli foi a autora intelectual da invasão para emissão de um mandato falso de prisão contra Alexandre de Moraes. Segundo a apuração, o hackeamento foi executado por Walter Delgatti, que também foi condenado e confirmou ter realizado o trabalho a mando da parlamentar.

Após a fuga para a Itália, o governo brasileiro solicitou a extradição da deputada para o Brasil. O pedido de extradição de Carla Zambelli foi oficializado no dia 11 de junho pelo STF.  Em seguida, o pedido foi enviado pelo Itamaraty ao governo italiano.

Na Câmara, Zambelli é alvo de um processo de cassação do mandato.

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Julgamento de Bolsonaro começa na terça e terá oito sessões

© Lula Marques/Agência Brasil

Eventual prisão dos réus que forem condenados não é automática
André Richter – Repórter da Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia na próxima terça-feira, dia 2, o julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados pela trama golpista para tentar reverter o resultado das eleições de 2022. O grupo faz parte do núcleo crucial da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). 

Cerca de dois anos e meio após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, a Corte realizará um julgamento histórico, que pode levar para a prisão um ex-presidente da República e generais do Exército pela acusação de golpe de Estado, medida inédita após a redemocratização do país.

Para garantir a tranquilidade do julgamento, o Supremo preparou um esquema especial de segurança para restringir a circulação de pessoas nos edifícios da Corte, além de varredura com cães farejadores em busca de bombas e uso de drones.

O julgamento terá ampla cobertura jornalística. A Corte recebeu 501 pedidos de credenciamento de profissionais da imprensa nacional e internacional interessados em noticiar o julgamento.

Em um procedimento inédito, o Supremo também fez o credenciamento de pessoas interessadas em acompanhar a deliberação de forma presencial. Segundo a Corte, foram 3.357 inscrições de interessados, entre advogados e cidadãos.

Apesar do grande número de inscritos, somente os primeiros 1.200 pedidos serão atendidos, devido à limitação de espaço.

Os contemplados vão acompanhar o julgamento na sala da Segunda Turma da Corte, por meio de um telão, e não poderão ficar na Primeira Turma, onde o será o julgamento. O espaço será destinado somente aos advogados dos réus e aos profissionais de imprensa.

Foram disponibilizados 150 lugares para cada uma das oito sessões de julgamento, marcadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.

Nos dias 2,9 e 12, as sessões serão realizadas no período da manhã e da tarde, com pausa para o almoço. Nos dias 3 e 10, o julgamento ocorrerá somente pela manhã.

Saiba os horários das sessões

2 de setembro – 9h e 14h;
3 de setembro – 9h;
9 de setembro – 9h e 14h;
10 de setembro –9h;
12 de setembro – 9h e 14h.

Quem são os réus?

Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;

Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);

Almir Garnier- ex-comandante da Marinha;

Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;

Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);

Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;

Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022;

Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;

Rito

rito que será adotado no julgamento está previsto no Regimento Interno do STF e na Lei 8.038 de 1990, norma que regulamenta as regras processuais do tribunal.

No dia 2 de setembro, às 9h, primeiro dia de julgamento, a sessão será aberta pelo presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin.

Em seguida, o ministro chamará o processo para julgamento e dará a palavra a Alexandre de Moraes, que fará a leitura do relatório com o resumo de todas as etapas percorridas no processo, desde as investigações até a apresentação das alegações finais, última fase antes do julgamento.

Após a leitura do relatório, Zanin passará a palavra para a acusação e as defesas dos réus.

Acusação

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, será responsável pela acusação. Ele terá a palavra pelo prazo de até duas horas para defender a condenação dos réus.

Defesas

Após a sustentação da PGR, os advogados dos réus serão convidados a subir à tribuna para as sustentações orais em favor dos acusados. Eles terão prazo de até uma hora para suas considerações.

Crimes 

Todos os réus respondem no Supremo pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

A exceção é o caso do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, que, atualmente, é deputado federal. Ele foi beneficiado com a suspensão de parte das acusações e responde somente a três dos cinco crimes. A regra está prevista na Constituição.

A suspensão vale para os crimes de dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado, relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro.

Ramagem continua respondendo pelos crimes de golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

Votos

O primeiro a votar será Alexandre de Moraes, relator da ação penal. Em sua manifestação, o ministro vai analisar questões preliminares suscitadas pelas defesas de Bolsonaro e dos demais acusados, como pedidos de nulidade da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonardo e um dos réus, alegações de cerceamento de defesa, pedidos para retirar o caso do STF, além das solicitações de absolvição.

Moraes poderá solicitar que a turma delibere imediatamente sobre a questões preliminares ou deixar a análise desses quesitos para votação conjunta com o mérito.

Após a abordagem das questões preliminares, Moraes se pronunciará sobre o mérito do processo, ou seja, se condena ou absolve os acusados e qual o tempo de cumprimento de pena.

Sequência de votação

Após o voto do relator, os demais integrantes da turma vão proferir seus votos na seguinte sequência:

Flávio Dino;
Luiz Fux;
Cármen Lúcia;
Cristiano Zanin;

A condenação ou absolvição ocorrerá com o voto da maioria de três dos cinco ministros da turma. 

Pedido de vista

Um pedido de vista do processo não está descartado. Pelo regimento interno, qualquer integrante da Corte pode pedir mais tempo para analisar o caso e suspender o julgamento. Contudo, o processo deve ser devolvido para julgamento em 90 dias.

Prisão

A eventual prisão dos réus que forem condenados não vai ocorrer de forma automática após o julgamento e só poderá ser efetivada após julgamento dos recursos contra a condenação.

Em caso de condenação, os réus devem ficar em alas especiais de presídios ou nas dependências das Forças Armadas.

Oficiais do Exército têm direito à prisão especial, de acordo com o Código de Processo Penal (CPP). O núcleo 1 tem cinco militares do Exército, um da Marinha e dois delegados da Polícia Federal, que também podem ser beneficiados pela restrição.

Núcleos 

A denúncia da trama golpista foi dividida pela PGR em quatro núcleos. O núcleo crucial, ou núcleo 1, formado por Jair Bolsonaro, será o primeiro ser julgado. As demais ações penais estão em fase de alegações finais, última etapa antes do julgamento, que deverá ocorrer ainda este ano.

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Brasil e Mundo

Zambelli segue presa na Itália após nova audiência sobre extradição

© Lula Marques/ Agência Brasil
Defesa sustenta não haver motivo para a deputada permanecer presa
Agência Brasil

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) retornou a um tribunal de apelação em Roma nesta quarta-feira, dia 27, e continua presa enquanto a Justiça italiana avalia um pedido de liberdade feito por sua defesa. A parlamentar, que fugiu para a Itália e foi presa em 29 de julho, aguarda uma decisão sobre a extradição solicitada pelo Brasil.

A defesa da deputada

O advogado da deputada argumenta que não há motivo para que ela permaneça em prisão preventiva na Itália, já que ela aguarda o julgamento da extradição. Além disso, a defesa alega que a deputada tem problemas de saúde, uma das principais razões pelas quais ela precisa ser solta.

Durante a audiência desta quarta-feira, o juiz responsável pelo caso informou que precisava de mais tempo para decidir sobre a prisão e a extradição. Em outras palavras, enquanto a Justiça italiana não emite uma nova decisão, Zambelli segue detida. A saber, uma nova decisão pode ser divulgada a qualquer momento.

Acusações e condenações

A prisão de Zambelli ocorreu porque a Interpol incluiu seu nome na difusão vermelha, a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF). O mandado de prisão preventiva em aberto no Brasil pesa contra ela. Anteriormente, a deputada fugiu para a Itália poucos dias antes de o Supremo a condenar a 10 anos de prisão por ser a mentora de uma invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O hacker confesso Walter Delgatti também recebeu condenação na mesma ação.

Na semana passada, a deputada enfrentou uma segunda condenação do Supremo em uma ação diferente. O caso envolve o episódio em que ela perseguiu um homem com uma arma em punho nas ruas de São Paulo. A pena neste caso foi de cinco anos e três meses de prisão pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo. A defesa pode recorrer dessa decisão.

Reação da defesa

Após a segunda condenação, o advogado Fábio Pagnozzi divulgou uma nota. Segundo ele, Zambelli demonstra “surpresa e profundo desacordo” com a sentença. A defesa afirma que vai “firmemente contestar” a condenação, já que ela viola princípios básicos do devido processo legal e revela uma “interpretação extensiva e arbitrária da competência da Suprema Corte”. Em conclusão, o advogado declarou que a deputada reafirma sua inocência e se considera uma “vítima de perseguição política, justo às vésperas de seu pedido de extradição, em um julgamento recorde”.

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Brasil e Mundo

Moraes quer extradição de ex-assessor do TSE acusado de vazamentos

Pedido já foi encaminhado ao Itamaraty
Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), requereu ao Ministério da Justiça a extradição de Eduardo Tagliaferro, seu ex-assessor no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), da Itália para o Brasil.

O ex-assessor foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na última sexta-feira, dia 22, pelo vazamento para a imprensa de conversas entre servidores do STF e do TSE que assessoravam diretamente Moraes em 2024, quando o ministro presidiu a Corte Eleitoral e esteve à frente da organização das eleições. Ele foi acusado dos crimes de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação penal sobre organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Após o início das investigações sobre o vazamento das conversas, Tagliaferro foi exonerado e deixou o país em direção à Itália, onde vive. Segundo o MJ, o pedido de extradição já foi encaminhado ao Itamaraty.

Tagliaferro foi chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE. As conversas vazadas tratavam de pedidos feitos por Moraes à produção de relatórios sobre alvos de inquérito sobre ataques ao Supremo e disseminação de fake news contra os ministros da Corte.

As mensagens foram publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo em agosto de 2024. Segunda a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, o vazamento teve o objetivo de ferir a credibilidade e colocar em dúvida a imparcialidade do STF e TSE.

Em depoimento à PF sobre o vazamento das mensagens, nas quais ele próprio aparece como interlocutor, Tagliaferro lançou suspeitas sobre a atuação da Polícia Civil de São Paulo, declarando ter entregue seu aparelho celular desbloqueado aos investigadores paulistas em meio a um caso de violência doméstica.

De acordo com Gonet, contudo, essa foi mais uma tentativa de atrapalhar as investigações. Na denúncia, o PGR traz mensagens obtidas pela PF, a partir da apreensão de um dos aparelhos celulares do ex-assessor, nas quais ele admite o vazamento das conversas sigilosas.

Na conversa com uma pessoa identificada como Daniela, Tagliaferro diz ter conversado com “a Folha”, que o jornal estava “investigando o ministro” e que o jornalista à frente da pauta “detonava o minstro”. O ex-assessor diz depois que “não serei identificado”.

Gonet descreveu o vazamento como uma “estratégia para incitar a prática de atos antidemocráticos e tentar desestabilizar as instituições republicanas”, colocando em dúvida a lisura da Justiça Eleitoral.

Entrevista e ameaça

A denúncia da PGR foi apresentada após Tagliaferro ter ameaçado revelar mais informações sigilosas, em entrevista concedida no mês passado ao blogueiro Allan dos Santos, também investigado por ataques ao Supremo.

“Tenho bastante coisa”, disse Tagliaferro na entrevista. “Tem algumas coisas fraudulentas que foram feitas”, acrescentou ele, depois de afirmar que havia direcionamento na atuação de Moraes contra personalidades de direita. 

Para Gonet, a entrevista é mais uma prova de que o ex-assessor do TSE aderiu aos objetivos de uma organização criminosa que visa desestabilizar as instituições brasileiras.

“O anúncio público recente (30.07.2025), em Estado estrangeiro, da intenção de revelar novas informações funcionais sigilosas, lançando, inclusive, campanha de arrecadação de recursos para financiar o seu intento criminoso, atende ao propósito da organização criminosa de tentar impedir e restringir o livre exercício do Poder Judiciário”, escreveu o PGR. 

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Brasil e Mundo

STF retoma julgamento de Carla Zambelli

© Lula Marques/ Agência Brasil
Essa poderá ser a segunda condenação da parlamentar na Suprema Corte
André Richter – Repórter da Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomará em 15 de agosto o julgamento de Carla Zambelli. Os ministros podem, com efeito, condenar a deputada federal por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal. Aliás, a parlamentar já recebeu uma condenação de 10 anos de prisão pela invasão ao sistema do CNJ em 2023.

Nesse sentido, o plenário julgará o caso em que Zambelli perseguiu o jornalista Luan Araújo com uma arma em 2022. O incidente ocorreu durante um ato político em São Paulo. Até agora, o STF tem uma maioria de 6 votos a 0 a favor da condenação. Portanto, a pena pode chegar a 5 anos e 3 meses em regime semiaberto. Além disso, os ministros também sugeriram a perda do mandato da deputada.

A princípio, o julgamento estava suspenso desde março, por um pedido de vista do ministro Nunes Marques, que devolveu o processo na última sexta-feira (1°). Os ministros que votaram seguiram o relator Gilmar Mendes. Conforme ele, a reação armada diante de ofensas não tem amparo no Estado Democrático de Direito.

Detenção e Extradição

Zambelli foi detida em Roma em 29 de julho, enquanto tentava fugir de um mandado de prisão de Alexandre de Moraes. A prisão ocorreu após a condenação no caso do CNJ. Mais cedo, a Justiça italiana decidiu manter a prisão da deputada.

Em virtude de sua dupla cidadania, Zambelli deixou o Brasil em maio. Ela pretendia obter asilo político na Itália. Assim sendo, o governo brasileiro solicitou sua extradição para o Brasil. A decisão final sobre a extradição, no entanto, será avaliada pela justiça italiana e ainda não tem prazo para sair.

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Preso médico suspeito de causar morte de paciente no estado do Rio

Ele foi detido em Teresópolis – Polícia Civil do Rio de Janeiro© Tânia Rêgo/Arquivo/Agência Brasil

Douglas Corrêa – Repórter da Agência Brasil

A polícia civil do estado do Rio prendeu o médico e ex-vereador de São Gonçalo, Armando Morais, investigado pela morte da paciente Priscila dos Santos Nascimento, 42 anos, durante procedimento estético, em março deste ano, para tratamento de varizes.

Ele foi localizado na cidade de Teresópolis após ter reaberto uma clínica e entrar em contato com os empregados, o que estava proibido pela justiça.

Segundo os agentes policiais, além de cumprir o mandado de prisão contra o médico, foram executados também mandados busca e apreensão em dois endereços.

A justiça deferiu ainda pedido de prisão do gerente da clínica. Ele é considerado foragido e está sendo procurado.

Remédios vencidos

Na clínica, reaberta irregularmente, policiais civis encontraram novamente medicamentos vencidos. Segundo eles disseram, “existem fortes indícios de que o procedimento foi realizado com o uso de medicamento vencido e possivelmente violado, o que teria provocado infecção generalizada, causando a morte de Priscila”, informou, em nota, a Polícia Civil.

No dia 15 de maio, durante a primeira operação deflagrada contra Armando Morais, ele foi autuado em flagrante por vender e ter em depósito matéria-prima ou mercadoria em condições impróprias ao consumo.

 

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AGU acusa Meta de enriquecer com anúncios fraudulentos em suas redes

Logo da empresa Meta. Facebook, Messenger, Instagram, Whatsapp. Foto: Meta/Divulgação© Meta/Divulgação

Publicações em plataformas da empresa usam imagens do governo federal

Bruno Bocchini – repórter da Agência Brasil

A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou, nesta segunda-feira, dia 28, uma Ação Civil Pública pedindo a condenação da Meta, controladora do Whatsapp, Facebook e Instagram, por enriquecimento ilícito e danos morais coletivos causados por falhas na verificação de anúncios fraudulentos que utilizam imagens do governo federal.

De acordo com a AGU, a ação pede ainda que seja coibido o uso indevido de símbolos e marcas do governo, bem como de imagens e vídeos de autoridades públicas, nas redes sociais administradas pela Meta.

“Foi identificado que ao menos 1.770 anúncios fraudulentos foram publicados com o objetivo de aplicar golpes financeiros contra os consumidores usuários dessas redes. As publicações utilizavam indevidamente símbolos de órgãos oficiais e imagens de autoridades”, disse a AGU, em nota.

A instituição pede ainda que seja apontado o valor recebido pela Meta com a veiculação dos 1.770 anúncios, e que a empresa seja condenada a destinar o montante ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos.

“As peças publicitárias fraudulentas ofertavam programas governamentais reais ou fictícios, se passavam por páginas de instituições públicas e privadas e manipulavam a imagem de lideranças políticas com Inteligência Artificial (IA)”. “A maioria dos anúncios fraudulentos divulgavam um suposto direito a saque de valores pela população, prometendo a liberação do dinheiro mediante o pagamento de uma falsa taxa de serviço”, destacou a AGU.

Entre as marcas do governo utilizadas nos anúncios fraudulentos estão a do PIX, do Programa Bolsa Família, da Polícia Federal, da Receita Federal, do gov.br, e do Governo Federal Brasil União e Reconstrução.

Procurada pela reportagem, a Meta informou que não irá comentar o assunto.

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STF marca julgamento de Zambelli e hacker por invadir sistema do CNJ

Deputada Carla Zambelli durante coletiva no salão verde da Câmara dos Deputados. Foto Lula Marques/EBC© Lula Marques/ EBC

Deputada é acusada de ser a autoria intelectual da invasão

André Richter – Repórter da Agência Brasil

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para o dia 9 de maio o julgamento da ação penal na qual a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti são réus pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em 2023.

O julgamento será realizado no plenário virtual do colegiado entre os dias 9 e 16 de maio. Durante a análise do caso, os ministros vão decidir se a deputada e o hacker serão condenados ou absolvidos.

Conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli foi a autora intelectual da invasão para emissão de um mandato falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. O hacker é réu confesso.

Durante a tramitação do processo, Carla Zambelli negou as acusações de ter atuado como mandante da invasão e ter solicitado o hackeamento a Walter Delgatti.

O hacker reafirmou as acusações contra a parlamentar e confirmou que a invasão foi solicitada por ela.

 

 

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