INVESTIGAÇÃO

RMC

PF investiga vice de Hortolândia por compras milionárias e fraude

O vice-prefeito de Hortolândia, Cafu Cesar (PSB), virou alvo central da Operação Coffee Break, da Polícia Federal, que apura fraudes em licitações de materiais escolares. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), documentos financeiros apontam compras de R$ 2,9 milhões em artigos de luxo e o pagamento de R$ 1,2 milhão em espécie por um imóvel.

A análise do Relatório de Inteligência Financeira indica um possível “enriquecimento sem causa”, tese que reforça a suspeita do envolvimento do vice-prefeito no esquema.

De acordo com o MPF, Cafu realizou 31 transações em espécie para adquirir artigos de luxo em marcas como Gucci e Burberry, somando pouco mais de R$ 2,93 milhões.

O relatório também aponta a compra, em dinheiro vivo, de um imóvel em Sumaré avaliado em R$ 1.299.065,00, realizada em conjunto com a ex-esposa do vice-prefeito.

Além disso, as investigações indicam que Cafu teria recebido R$ 2,5 milhões por meio de terceiros, distribuídos em 15 operações rastreadas pela PF.

O vice-prefeito também teria usufruído de uma BMW 320i Active Flex pertencente à Life Tecnologia Educacional, empresa apontada como peça-chave do esquema.

Anotações apreendidas com André Gonçalves Mariano, considerado líder da organização criminosa, fazem referência ao veículo com o número “320” associado ao nome de Cafu — indício, segundo o MPF, de que o benefício seria contrapartida pela defesa dos interesses da empresa no setor público.

Quem é Cafu Cesar

Carlos Augusto Cesar, o Cafu, tem 63 anos, é filiado ao PSB e foi eleito vice na chapa do prefeito Zezé Gomes (Republicanos) em 2024. Declarou ao TSE patrimônio de R$ 1,3 milhão e ensino superior incompleto.

Natural de Ponte Nova (MG), é aposentado e já enfrentou ação eleitoral que, embora tenha cassado seu mandato em primeira instância, foi revertida pelo Tribunal Regional Eleitoral em agosto de 2025.

O advogado Ralph Tórtima Filho afirma que trabalha para a soltura do vice-prefeito e critica a prisão preventiva. Segundo ele, Cafu ainda não foi ouvido pela PF, e eventuais “equívocos” no mérito serão esclarecidos durante a oitiva.

Como operava o esquema, segundo a PF

A PF aponta que o grupo atuava desde 2021, manipulando editais para que apenas produtos da Life fossem aprovados. O sobrepreço chegava a 35 vezes o valor real.

Após receber pagamentos superfaturados de prefeituras, a empresa distribuía os valores para empresas de fachada e operadores clandestinos (“doleiros”), que convertiam parte dos recursos em dinheiro vivo — apelidado de “café”.

Números da operação

  • 50 mandados de busca e apreensão

  • 6 prisões preventivas

  • 5 pessoas presas até agora

  • 24 investigados

  • Ações em SP, DF e PR

  • Na região de Campinas, foram 19 mandados de busca e 3 prisões

As investigações apontam que a Life recebeu R$ 128 milhões em transferências, quase todas provenientes de prefeituras paulistas.

Cafu permanece preso preventivamente enquanto a PF amplia a análise de documentos, extratos, mensagens e materiais apreendidos nos endereços dos investigados. A expectativa é que novas quebras de sigilo aprofundem as conexões entre agentes públicos e operadores financeiros do esquema.

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Brasil e Mundo

CPMI do INSS ouve ex-dirigentes de associação e conselho nesta segunda

Lula Marques/ Agência Brasil
Parlamentares investigam descontos irregulares de aposentados
Agência Brasil
Mais dois depoimentos serão tomados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do do INSS nesta segunda-feira, dia 20, a partir de 16h. Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), terá de explicar mais de R$ 1,1 bilhão em descontos indevidos de aposentados e pensionistas.

A ex-integrante do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) Tonia Andrea Inocentini Galleti deverá informar aos parlamentares o que teria bloqueado suas denúncias e pedidos de regulamentação dos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) firmados com associações e sindicatos.

Suspeitas

A oitiva de Tonia Galleti atende a cinco requerimentos, dos senadores Izalci Lucas (PL-DF), Damares Alves (Republicanos-DF) e dos deputados Beto Pereira (PSDB-MS), Adriana Ventura (Novo-SP) e Duarte Jr. (PSB-MA).

No seu pedido (REQ 60/2025), Izalci Lucas argumenta que a investigação no âmbito da CPMI não pode ser compreendida “apenas pela análise de seus executores finais”, mas considera importante investigar as falhas estruturais e as “omissões deliberadas que ocorreram no epicentro decisório do sistema”.

Já o depoimento de Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), atende a sete requerimentos, dos senadores Fabiano Contarato (PT-ES) e Damares Alves (Republicanos-DF) e dos deputados Rogério Correia (PT-MG), Orlando Silva (PCdoB-SP), Paulo Pimenta (PT-RS) e Evair Vieira de Melo (PP-ES).

Ao justificar o depoimento (REQ 910/2025), Fabiano Contarato aponta que Felipe Gomes teria sido identificado pelas investigações da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União (CGU) como um dos operadores do esquema de fraudes no INSS.

Segundo o senador, entre 2022 e 2024, o ex-dirigente da associação teria movimentado mais de R$ 1,1 bilhão por meio de descontos indevidos em benefícios previdenciários.

“A Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB) foi autorizada a descontar até 2,5% sobre os benefícios previdenciários em 2022, passando a executar cobranças que atingiram milhares de aposentados e pensionistas, muitos sem qualquer vínculo ou autorização expressa para filiação à entidade”, afirma Contarato.

“Há indícios de que a associação funcionou como fachada para operações financeiras irregulares, utilizando a estrutura de convênios com o INSS para captação ilícita de recursos, o que caracteriza grave violação dos direitos dos beneficiários”, acrescenta o senador na justificação.

INSS

O ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto esteve na CPMI na segunda passada e se negou a responder as perguntas do relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que analisa os desvios em descontos de aposentados e pensionistas, deputado Alfredo Gaspar (União-AL).

A negativa gerou um impasse e a reunião foi suspensa para tratativas do presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG) com a defesa da testemunha.

Um habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux deu a Stefanutto o direito de não ser obrigado a responder a perguntas que possam incriminá-lo.

No relato inicial, Stefanutto abordou o seu trabalho na direção da autarquia, enumerando as medidas tomadas para resolver problemas como a fila para análise de benefícios e os desvios relacionados a descontos associativos de aposentados e pensionistas.

“Os servidores do INSS são heróis, porque entregam um serviço que, via de regra, ninguém reconhece”, disse o ex-presidente do INSS, referindo-se às ações de auditoria para investigar os descontos. 

Com informações da Agência Senado

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Valinhos

Ex-prefeita Lucimara não comparece para depor na CPI do Médico Fantasma

A CPI também pretendia ouvir na tarde desta sexta-feira, 17, a ex-diretora da UPA, Andreia Pandolfo, alvo de um pedido de condução coercitiva. No entanto, a oitiva foi cancelada porque os vereadores ainda aguardam despacho do Poder Judiciário

A ex-prefeita Lucimara não compareceu para depor na CPI que apura o caso do suposto médico fantasma da UPA. Ela havia sido chamada e a expectativa era de que ela esclarecesse pontos da investigação que apura pagamentos indevidos a um médico da Unidade de Pronto Atendimento durante sua gestão. De acordo com o presidente da CPI, vereador Vagner Alves (Republicanos), a ex-prefeita não veio e não justificou sua falta.

A CPI também pretendia ouvir na tarde desta sexta-feira, 17, a ex-diretora da UPA, Andreia Pandolfo, alvo de um pedido de condução coercitiva. No entanto, a oitiva foi cancelada porque os vereadores ainda aguardam despacho do Poder Judiciário.

A CPI foi instaurada para apurar denúncias de médico fantasma na UPA entre 2023 e 2024. A suspeita é que o profissional tenha recebido valores indevidos sem prestar serviço na unidade de atendimento. A comissão tem Vagner Alves como presidente, Rafa Marques (PL) como relator e os vereadores Jairo Passos (PL), Rodrigo Fagnani “Popó” (Republicanos), Thiago Samasso (PSD), Roberson “Salame” (PSD), Alexandre Japa (PRD), Alécio Cau (PSB), Gabriel Bueno (MDB), Kiko Beloni (Cidadania), Marcelo Yoshida (PT), Mônica Morandi (PSDB) e Simone Bellini (União) como membros.

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Brasil e Mundo

Polícia de SP prende mais um suspeito do assassinato de ex-delegado

© Ruy Ferraz Fontes/Arquivo pessoa

Este é o quinto suspeito preso por envolvimento no caso

Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil

A Polícia Civil de São Paulo prendeu na manhã desta segunda-feira, dia 6, mais um suspeito de envolvimento no assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo Ruy Ferraz Fontes. O nome do homem não foi divulgado.

Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a prisão ocorreu na região de Cotia, na Grande São Paulo. Este é o quinto suspeito preso por envolvimento no caso.

O ex-delegado Ruy Ferraz Fontes foi assassinado no dia 15 de setembro na cidade de Praia Grande, no litoral paulista, em um bairro próximo à prefeitura e ao fórum do município. Imagens de câmeras de segurança mostraram o carro dele em fuga, em alta velocidade, até capotar entre dois ônibus ao tentar entrar em uma avenida.

As imagens mostram que o carro que o perseguia chega pouco depois, bate em um dos ônibus e dele saltam três homens com fuzis. Dois se deslocam até o carro de Ruy e disparam. Na fuga, voltaram pela mesma avenida usada na perseguição.

Ferraz foi delegado por mais de 40 anos, tendo passado pela Divisão de Homicídios do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), além de ter sido titular da 1ª Delegacia de Polícia da Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da 5ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Furtos e Roubos a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e comandado outras delegacias e divisões na capital.

Também foi diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (DECAP) e esteve à frente da Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo. Ferraz foi responsável pela prisão de lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) nos anos 2000, quando atuava na repressão a roubo de bancos, e também como delegado-geral, função que exerceu até 2022. Depois de se aposentar, ele assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande (janeiro de 2023), permanecendo na gestão iniciada em 2025 com o prefeito Alberto Mourão.

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Valinhos

Ex-secretário da Saúde presta depoimento na CPI do suposto “Médico Fantasma”

João Gabriel é a sétima testemunha ouvida pela CPI, que tenta agora colher depoimento da ex-prefeita Capitã Lucimara e da ex-diretora Andreia Pandolfo

O ex-secretário da saúde João Gabriel Vieira prestou depoimento na manhã desta quarta-feira, 1º, na CPI que investiga o caso do suposto “médico fantasma” da UPA. Ele respondeu a perguntas de todos os vereadores da comissão em um depoimento que durou quase 3 horas.

João Gabriel é a sétima testemunha ouvida pela CPI, que tenta agora colher depoimento da ex-prefeita Capitã Lucimara e da ex-diretora Andreia Pandolfo.

A CPI foi instaurada para apurar o caso do suposto “médico fantasma” que teria atuado na UPA entre os anos de 2023 e 2024. A suspeita é que o profissional tenha recebido valores indevidos sem prestar serviço na unidade de atendimento.

Para dar continuidade aos trabalhos de investigação, os vereadores decidiram solicitar a apresentação de notas fiscais de todo o período em que o médico prestou serviço ao município, além de informações gerais sobre profissionais que ocupavam cargos de direção e coordenação na época em que ele atuava no serviço público do município.

A CPI é presidida pelo vereador Vagner Alves (Republicanos) e tem o vereador Rafa Marques (PL) como relator. Também fazem parte da comissão os vereadores Jairo Passos (PL), Rodrigo Fagnani “Popó” (Republicanos), Thiago Samasso (PSD), Roberson “Salame” (PSD), Alexandre Japa (PRD), Alécio Cau (PSB), Gabriel Bueno (MDB), Kiko Beloni (Cidadania), Marcelo Yoshida (PT), Mônica Morandi (PSDB) e Simone Bellini (União).

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Brasil e Mundo

Eduardo e Figueiredo têm 15 dias para se manifestarem sobre denúncia

© BolsonaroSP/X
Ministro Alexandre de Moraes concedeu prazo nesta terça-feira
André Richter – Repórter da Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu um prazo de 15 dias para que as defesas do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do blogueiro Paulo Figueiredo se manifestem sobre a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A decisão foi divulgada nesta terça-feira, 23 de setembro.

A PGR denunciou ambos ao Supremo pelo crime de coação no curso do processo. Eles estão sob investigação em um inquérito que apura a suposta participação na promoção de tarifas dos Estados Unidos contra o Brasil e sanções contra membros do governo federal e do próprio STF.

Após receber as manifestações das defesas, Alexandre de Moraes, relator do inquérito, encaminhará o caso para julgamento na Primeira Turma da Corte. Caberá ao colegiado decidir se os acusados se tornarão réus.

Acusações e defesa

Na denúncia, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirma que Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, que estão nos Estados Unidos, ajudaram a promover “graves sanções” contra o Brasil. O objetivo seria desestimular o Supremo a condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro por suposto envolvimento em uma trama golpista.

Em uma nota conjunta, os acusados desqualificaram a denúncia da PGR. Eles também reafirmaram que continuarão a atuar com “parceiros internacionais” para que novas sanções sejam aplicadas a autoridades brasileiras.

“Esqueçam acordos obscuros ou intimidações que usaram por anos, porque não funcionam conosco”, afirmaram. “O recado dado hoje é claro: o único caminho sustentável para o Brasil é uma anistia ampla, geral e irrestrita”.

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Brasil e Mundo

Polícia prende suspeita de envolvimento na morte de ex-delegado

© Ruy Ferraz Fontes/Arquivo pessoa
Ruy Fontes foi executado em Praia Grande (SP), na última segunda-feira, dia 15
Agência Brasil

A Polícia Civil de São Paulo prendeu uma mulher suspeita de envolvimento na morte do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes. Ele foi executado na última segunda-feira, dia 15, em Praia Grande, no litoral paulista. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a investigada seria a responsável por transportar um fuzil usado na execução.

A mulher de 25 anos teria levado a arma da Baixada Santista para a região do ABC Paulista para entregá-la a um indivíduo ainda não identificado. A Justiça já aceitou o pedido de prisão temporária, e o celular da suspeita foi apreendido para perícia, o que pode ajudar a entender a logística do crime.

O delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, falou sobre as possíveis motivações do crime. Ele explicou que a execução pode ter ligação com investigações complexas nas quais Ruy Fontes participou, que culminaram na prisão de grandes líderes do crime organizado. Além disso, a polícia também não descarta que o crime tenha relação com o trabalho atual de Fontes como secretário de administração da Prefeitura de Praia Grande, onde ele era responsável por autorizar contratos.

Em coletiva de imprensa, o secretário da SSP, Guilherme Derrite, classificou o caso como uma questão de honra para a polícia. “Apesar de ele estar aposentado, todos sabemos que ele foi um dos delegados que mais enfrentaram de frente o crime organizado”, disse.

Menos de 24 horas depois do crime, a polícia já havia identificado outros dois envolvidos. Equipes do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e da Seccional de Praia Grande cumpriram oito mandados de busca relacionados a Flávio Henrique Ferreira de Souza e Felipe Avelino da Silva.

Os suspeitos, no entanto, não foram encontrados e agora são considerados foragidos. Por outro lado, itens apreendidos nas buscas foram encaminhados para perícia, e a polícia espera que o material colabore com as investigações para solucionar o caso.

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RMC

Três cães morrem em Pet Shop de Americana

Luna, Fofão e Cristal morreram sob cuidados de pet shop em Americana (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Três cachorros de uma mesma família morreram sob os cuidados de um pet shop em Americana (SP) no último dia 11 de setembro. De acordo com o boletim de ocorrência, a provável causa da morte foi hipertermia (aumento excessivo da temperatura corporal).

O caso, que chocou a família, foi registrado como ato de abuso a animais no 1º Distrito Policial de Americana.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o filho da tutora dos animais relatou à delegacia o que aconteceu. Segundo ele, a proprietária do pet shop Agropet São Domingos alegou que precisou fazer outra entrega e deixou os animais no carro por cerca de uma hora e meia. Os três cachorros — Cristal (8 anos), Luna (10 anos), ambos da raça shih tzu, e Fofão (11 anos), um lhasa apso — pertenciam a uma senhora de 71 anos.

A Versão da Família e as Investigações

O advogado da família, Rafael Possodon, diz que os tutores estão em choque. Eles foram informados da morte dos animais após questionarem a proprietária do pet shop pelo WhatsApp. A dona do estabelecimento teria levado os corpos dos animais até a casa da família, que por sua vez, solicitou que os cães fossem levados para uma clínica veterinária de confiança.

A veterinária Patrícia Comelato recebeu os corpos e não encontrou sinais de maus-tratos ou violência. Ela confirmou a provável causa da morte como hipertermia, reforçando que o calor intenso pode ser fatal. Além disso, a veterinária acredita que a proprietária do pet shop não tinha noção da gravidade do calor para cães de focinho curto.

Segundo o advogado, a família aguarda a investigação da polícia, que apura se houve abuso de animais. A pena para esse tipo de crime varia de 2 a 5 anos de prisão, com multa e proibição de guarda de animais. A Lei 9.605/98, que trata de maus-tratos animais, aumenta a pena se a morte do animal for resultado da ação.

Do ponto de vista civil, a família solicitará uma indenização por má prestação de serviços. Com base em casos anteriores, o valor pode variar de R$ 10 a R$ 30 mil. O advogado acredita que a indenização tem um caráter educativo para evitar que outros pet shops repitam o mesmo erro.

A ativista Roberta Dias, da entidade “Cadeia para Maus Tratos”, presta apoio psicológico e jurídico à família. Ela reforça a importância de fazer justiça para que outros pet shops entendam a responsabilidade de trabalhar com vidas. Tanto o advogado quanto a ativista questionam a versão da proprietária, pois a casa da família fica a apenas três quarteirões do pet shop. Eles suspeitam que a dona esqueceu os animais no carro, possivelmente no sol.

O Que Diz a Defesa?

O g1 tentou entrar em contato com a defesa do pet shop, mas não obteve resposta até o momento da publicação desta reportagem.

Hipertermia em Cães: Como Evitar

A médica veterinária Sibila Weidman explicou ao g1 os riscos da hipertermia, especialmente para raças de focinho curto, e como os tutores podem evitar essa condição.

A hipertermia pode causar uma série de complicações sérias, como:

  • Vasodilatação
  • Desidratação
  • Insuficiência renal
  • Edema cerebral
  • Convulsões
  • Choque térmico

A veterinária alerta que, embora a idade não seja um fator determinante, a dificuldade respiratória dos cães braquicefálicos (focinho curto) aumenta o risco de morte. Em muitos casos, mesmo que o animal seja socorrido, a reversão do quadro é difícil.

As situações mais comuns que levam à hipertermia são:

  • Secadores de banho e tosa
  • Cães deixados em sacadas sem acesso à sombra
  • Cães amarrados em quintais sob o sol
  • Transportes de longos trajetos em veículos quentes

Dicas para tutores:

  • Garanta que seu pet tenha acesso a sol e sombra.
  • Pesquise sobre pet shops e verifique o local do banho, secagem e espera.
  • Conheça as condições do transporte oferecido pelo estabelecimento.

Dicas para estabelecimentos:

  • Mantenha os espaços climatizados, usando ventiladores ou ar-condicionado.
  • Nunca deixe um animal sozinho em uma máquina de secar. A supervisão é crucial.

Fonte: g1 Campinas

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RMC

Operação em Campinas prende empresários acusados de articular ataque a promotor

Polícia cumpre mandados em endereço no Cambuí: detidos nesta sexta atuam nos ramos de comércio de veículos e transporte. Foto: Julia Vilela/Divulgação

Ação conjunta entre Gaeco e Baep desvenda um plano do PCC que envolvia lavagem de dinheiro e tentativa de assassinato para barrar investigações sobre a facção

Na manhã desta sexta-feira, 29 de agosto, uma operação conjunta em Campinas resultou na prisão de dois empresários, suspeitos de financiar um plano para assassinar o promotor Amauri Silveira Filho, do Ministério Público de Campinas. De fato, as prisões de Maurício Silveira Zambaldi, conhecido como “Dragão”, e José Ricardo Ramos aconteceram nos bairros de Cambuí e Alphaville, respectivamente.

O promotor de Justiça Marcos Rioli, que participou da ação, confirmou que o plano foi descoberto na última quarta-feira, dia 27. Conforme as investigações, o principal objetivo da emboscada era interromper investigações em andamento sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC), incluindo crimes como tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e a própria atuação da organização criminosa na região.

Além disso, os empresários teriam sido os responsáveis por providenciar recursos e logística para a ação criminosa. Primeiramente, eles teriam financiado a compra de veículos, armamentos e a contratação de criminosos para executar a emboscada contra o promotor. Similarmente, as investigações apontam que José Ricardo Ramos ficou encarregado de monitorar a rotina do promotor e, em seguida, identificar os pontos para a execução do plano.

Quem são os suspeitos?

Inesperadamente, um dos principais alvos da investigação é Maurício Silveira Zambaldi, dono da loja de motos Dragão Motors, localizada na Vila Joaquim Inácio. Ele é suspeito de atuar na lavagem de dinheiro para o PCC. Juntamente com ele, José Ricardo Ramos, que atua no setor de transporte, teria sido o responsável por obter veículos blindados e contratar os executores do crime.

Inclusive, o plano de assassinato teria sido articulado por Sérgio Luiz de Freitas Filho, conhecido como “Mijão”, um dos principais chefes do PCC e, sem dúvida, um dos maiores operadores de tráfico de drogas do país. Ele está foragido há anos e, de acordo com o Ministério Público, estaria escondido na Bolívia, de onde continuaria a comandar as operações do grupo. Portanto, as investigações prosseguem para localizar e prender outros suspeitos envolvidos no esquema.

Certamente, a atuação de fontes reconhecidas, como o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e o 1º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), é fundamental para o sucesso de operações como esta. Em conclusão, o trabalho conjunto dessas forças-tarefa reforça a importância de desmantelar redes criminosas que ameaçam a segurança pública.

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Brasil e Mundo

PF aponta que Bolsonaro movimentou R$ 30,5 milhões em um ano

© Marcelo Camargo/Agência Brasil
Para investigadores há indícios de lavagem de dinheiro
Daniella Longuinho – Repórter da Rádio Nacional

O ex-presidente Jair Bolsonaro movimentou R$ 30,5 milhões em suas contas entre março de 2023 e fevereiro de 2024, segundo um relatório da Polícia Federal (PF). O documento, que integra o inquérito sobre o chamado “tarifaço” dos Estados Unidos contra o Brasil, também aponta indícios de movimentações atípicas envolvendo Bolsonaro, seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, e sua esposa, Michelle Bolsonaro.

O relatório, baseado em informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), não cita ilegalidades na origem dos recursos, mas destaca cerca de 50 comunicações de transações suspeitas. Quatro delas ocorreram diretamente nas contas de Bolsonaro, e outras quatro nas de Eduardo. As 42 operações restantes foram realizadas em contas de terceiros.

A PF aponta que essas movimentações “apresentam indícios de possíveis práticas de lavagem de dinheiro ou outros ilícitos”. Entre as transações investigadas, está o repasse de R$ 2 milhões para cobrir os custos da estadia de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. Igualmente, o Coaf registrou a transferência de R$ 3 milhões da conta do ex-presidente para sua esposa, uma quantia que, conforme a PF, Bolsonaro omitiu em seu depoimento.

A maior parte dos valores movimentados — cerca de R$ 19 milhões — é proveniente de doações via Pix de apoiadores, recebidas entre 2023 e 2024.

* Com informações da Agência Brasil

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