IMIGRAÇÃO ITALIANA

RMC

Memorial do Imigrante de Vinhedo recebe exposição para celebrar 150 anos da imigração italiana no Brasil

Foto: Eliel Rezende
Mostra “Chiara, a Beleza da Arte em Vinhedo” abre visitação nesta quinta-feira, dia 22, e segue até 24 de março

Em celebração aos 150 anos da imigração italiana no Brasil, o Memorial do Imigrante ‘Tuto Gasparini’ de Vinhedo abre as portas a partir desta quinta-feira (22) para a mostra de artes “Chiara, a Beleza da Arte em Vinhedo”.

O espaço segue com visitação aberta de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, aos sábados, das 9h às 12h, e no último domingo do mês, das 9h às 12h, até 24 de março. A entrada é gratuita.

À frente da exposição, a artista plástica vinhedense Chiarina Viscardi, mais conhecida como Chiara, tem uma mistura de Brasil e Itália em sua vida e, recentemente, realizou sua terceira exposição internacional em setembro na Itália, na “Orto Sassolini Art Exhibition in Historic Larden”, onde a artista conquistou o 3ª lugar com a obra “A violinista”.

A mostra, a qual a artista de Vinhedo ganhou, faz parte da rota do Chianti, uma das mais importantes exposições da região da Toscana, na Itália, e, agora, as obras e os quadros inéditos ficam expostos aqui em Vinhedo.

A atração é parte de uma série de atividades que a Prefeitura de Vinhedo, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo e com o apoio da Associação Italiana de Vinhedo, está preparando para celebrar a data.

Serviço:
“Mostra Chiara, a Beleza da Arte em Vinhedo”
De 22 de fevereiro a 24 de março
Memorial do Imigrante “Tuto Gasparini”
Aberto de segunda a sexta-feira das 8h às 17h
Sábados das 9h às 12h e no último domingo do mês das 9h às 12h
Entrada Franca

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Brasil e Mundo

São Paulo celebra 150 anos de imigração italiana com fortes influências na cultura

Museus da Imigração, na capital, e do Café, em Santos, concentram programação especial

Fonte: Portal do Governo de SP
Ontem, dia 21 de fevereiro, foi celebrado o Dia do Imigrante Italiano no Brasil, data que remete à chegada do navio “La Sofia”, em 1874, com quase 400 italianos. O estado de São Paulo tem uma rica herança ítala e a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas celebra as influências na cultura paulista, como festas, língua, culinária e tradições. Nos Museus da Imigração e do Café, a programação se estenderá por todo o ano.
Além da programação, o Museu da Imigração, localizado na capital, conta com um rico acervo, com mais de 800 mil registros, entre passaportes, jornais, cartas de chamada e fotografias de imigrantes de todas as 20 regiões da Itália; além de 12 mil objetos, registros textuais e iconográficos, publicações e relatos orais que documentam e ajudam na compreensão da história da imigração no país. Por conta deste rico patrimônio, o Museu já realizou mais de 20 mil atendimentos que ajudaram milhares de pessoas a encontrar informações sobre seus antepassados, gratuitamente. Por fim, o site do Museu – museudaimigracao.org.br – disponibiliza uma ferramenta que dinamiza e amplia o acesso gratuito a fragmentos da história paulista e brasileira.E como é impossível contar a história da cafeicultura brasileira sem falar da imigração italiana – uma vez que, entre os anos de 1870 e 1920, cerca de 1,4 milhão de italianos desembarcaram no Brasil, onde trabalhavam, principalmente, nas fazendas de café de São Paulo –, parte da programação também inclui o Museu do Café, em Santos. A casa é um dos principais pontos turísticos da cidade e tem como objetivo a preservação e divulgação da história do café no Brasil e no mundo. Por meio de objetos, documentos e recursos audiovisuais, a instituição mostra ao público a conexão entre a evolução da cafeicultura e o desenvolvimento político, econômico e cultural do país, desde meados do século XVIII até os dias de hoje, interligando a paixão comum dos dois povos pelo café.“Não dá pra falar da construção, desenvolvimento e industrialização da nossa nação, sem falar da vinda dos italianos para o Brasil. Por exemplo, nossas ferrovias foram construídas para atender as demandas de produção e comercialização do café, a grande base econômica do nosso país até os anos 1930. A partir disso, São Paulo ganhou um novo status e passou a ser essa grande potência que somos hoje”, pontuou a secretária Marília Marton.

Segundo dados da Embaixada da Itália no Brasil, cerca de 32,5% da população paulista é descendente desta nacionalidade, o que totaliza 13 milhões de pessoas. O Brasil é uma das maiores comunidades de descendentes de italianos no mundo.

Confira a programação a seguir:

  • VIVA! Itália – Celebre e Vivencie

Local: Museu da Imigração

Data: abril de 2024

O Viva! Itália já está em sua 3ª edição, sempre realizado em parceria com o Consulado Geral da Itália em São Paulo, com apresentações artísticas, oficinas, gastronomia, palestras, contações de histórias, entre outras. O evento pretende mostrar tradições e até mesmo desmistificar alguns costumes, criando mais um momento de representação para as comunidades e fomentando o reconhecimento do patrimônio preservado no complexo da antiga Hospedaria de Imigrantes do Brás.

  • Seminário Il Design italiano per il patrimonio culturale

Local: Museu da Imigração

Data: abril de 2024

Seminário no auditório do Museu da Imigração com os professores do Istituto Superiore per le Industrie Artistiche Roma – ISIA Roma Design e convidados de museus, equipamentos culturais e universidades.

  • Passione Italiana – L’ Arte dell’Espresso

Locais: Museus do Café e da Imigração

Data: 2º semestre de 2024

Com o apoio do Consulado da Itália em São Paulo, o Museu do Café irá receber a exposição Passione Italiana – L’ Arte dell’Espresso, que apresenta máquinas de café expresso usadas na Itália durante meados do século XX – ao lado de conjuntos de café e louças exclusivas – destacando a influência que designers como Aldo Rossi, Toyo Ito, Richard Sapper e Massimiliano Fuksas com modelos clássicos e contemporâneos. Despertando a curiosidade tanto aos amantes do design quanto aos entusiastas do café, a exposição analisa o impacto social e histórico que o café e as cafeterias tiveram em todo o mundo. Na sequência, a mostra irá itinerar para o Museu da Imigração, sendo inaugurada no dia 21 de fevereiro de 2025, encerrando o ano comemorativo.

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Alternativa

Brasil celebra os 150 anos da Imigração Italiana; Valinhos 136 anos

Amanhã, dia 17, é comemorado os 150 anos da Imigração Italiana no Brasil, o primeiro grupo chegou ao porto de Vitória, no Espírito Santo; já em Valinhos eles começaram a chegar em 1888

Ao longo do ano de 2024 o Brasil estará comemorando os 150 anos da imigração italiana, que teve início no dia 17 de fevereiro de 1874, quando chegou ao porto de Vitória, no Espírito Santo, o navio “La Sofia”, conduzindo 388 imigrantes italianos.

Também no próximo dia 21 de fevereiro é comemorado o Dia Nacional do Imigrante Italiano em memória da histórica expedição de Pietro Tabacchi ao Espírito Santo, em 1874, evento que simboliza o início do processo de migração em massa de italianos para o Brasil.

O Brasil é o país que abriga a maior comunidade de descendentes de italianos do mundo, estimada em cerca de 32 milhões de pessoas, aos quais se somam cerca de 730.000 cidadãos italianos.

Em Valinhos a imigração italiana começou em 1888, portanto a 136 anos. A Folha de Valinhos aproveita a celebração das duas datas para contar um pouco mais dessa importante saga que transformou a vida, o cotidiano, a economia da pequena vila de Campinas na pujante Valinhos do século XXI.

O Dia Nacional do Imigrante Italiano foi instituído pela Lei nº 11.687, de 2 de junho de 2008, com o intuito de prestar homenagem a importante participação dos imigrantes italianos na construção da história do Brasil.

Com a crise que se instalou na Itália durante meados do século XIX e XX, muitos camponeses italianos aceitaram os pedidos do governo brasileiro para trabalharem nas lavouras do país, principalmente nas regiões sudeste e sul.

A imigração italiana e nascimento do município de Valinhos

Eles trouxeram o figo e as festas. Trouxeram as crenças, os costumes, o trabalho e o desenvolvimento. Com garra e determinação, transformaram um pequeno Distrito de Paz na cidade que hoje os mais de 126 mil habitantes de Valinhos podem chamar de lar.

A história da chegada dos primeiros imigrantes italianos em Valinhos começa no ano de 1988, fruto da assinatura da Lei Áurea. O historiador valinhense José Spadaccia, em seu livro “Monografia Histórica de Valinhos”, afirma que foram os italianos que fincaram as raízes do comércio e os alicerces da indústria em Valinhos. Na agricultura, foram os responsáveis pela chegada do figo, hoje reconhecido no país como fruto autenticamente valinhense.

Os imigrantes que chegavam a São Paulo vinham para o interior de trem e se instalavam nas fazendas de café, onde substituíram a mão de obra escrava e passaram a ser reconhecidos como colonos. Na Europa, europeus eram estimulados a procurarem a felicidade na América, que seria o chamado “Mundo Novo”. Porém, ao desembarcarem em terras brasileiras os imigrantes enxergaram outra realidade: casas precárias, falta de condições de saúde e isolamento das cidades foi o que encontraram. Inegavelmente, as vantagens anunciadas não condiziam com a realidade e foi preciso muito esforço para que conseguissem de fato se estabelecer no país. Mas não desistiram. Com luta e muito trabalho, escreveram páginas de fundamental importância na história do Brasil, de São Paulo e de Valinhos.

Agricultura: a chegada do figo roxo

Foi o imigrante italiano Lino Busatto que trouxe da Itália para Valinhos as primeiras mudas de figo em 1901. As mudas de figo tipo “San Pietro”, o figo roxo, se adaptaram ao solo valinhense, produzindo um fruto de boa qualidade.

Lino Busato chegou a Valinhos em 1891. Diz à história que, após ter se cansado dos maus tratos que os empregados da fazenda onde trabalhava como administrador sofriam do fazendeiro, pediu as contas, e com o dinheiro que recebeu comprou o terreno de três alqueires, (na esquina das atuais ruas Campo Salles e Carlos Gomes, local onde existia antigamente a famosa fábrica de doces Figolândia) e lá plantou as primeiras mudas de figo roxo, no início deste século.

A figueira trazida por Lino se adapta facilmente à – terra e, o imigrante italiano começa então a distribuir mudas de figueiras gratuitamente aos amigos e vizinhos. Lino também auxiliava muito o padre Francisco Maneta e participava do Coral que se apresentava nas missas dominicais. Em 1918, deixou Valinhos. Porém, foi apenas em 1910 que o figo atingiu escala comercial.

– ainda que precedido por chegadas anteriores, em quantidades limitadas, em vários outros Estados do País. Em janeiro daquele ano, o navio “La Sofia” zarpou de Gênova e, em fevereiro, trouxe ao Brasil os 386 migrantes trentinos e venetos que partiram da Itália a convite de Tabacchi, o qual, já radicado no Brasil desde 1850, era proprietário de uma fazenda na região de Santa Cruz (atual Aracruz), batizada de “Nova Trento” em homenagem a sua terra natal.

Eles foram contratados por Pietro Tabacchi, que possuía a fazenda “Monte das Palmas”, em Santa Cruz. O empreendimento, porém, não prosperou, provocando descontentamentos e revoltas. Um grupo seguiu para colônias oficiais da Região Sul enquanto outros aceitaram a proposta do Governo do Espírito Santo para se instalar na “Colônia Imperial de Santa Leopoldina”, sendo direcionados ao Núcleo de Timbuhy, no atual município de Santa Teresa.

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