HORMÔNIOS

Saúde

Médicos alertam para riscos de prescrição de testosterona para mulher

© Divulgação/SESA/Governo do Paraná

Utilização do hormônio sem indicação é potencialmente danosa, afirmam

Agência Brasil
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicaram nota conjunta restringindo uso de testosterona em mulheres.

Conforme as três entidades médicas, “a prescrição de testosterona deve restringir-se estritamente à única indicação formalmente reconhecida (Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo -TDSH), após avaliação clínica adequada, sendo potencialmente danosa quando utilizada sem indicação, com base em dosagens isoladas ou com objetivos não terapêuticos.”

O comunicado alerta efeitos colaterais alguns com gravidade.

“O uso de testosterona fora da única indicação em mulheres aumenta o risco de eventos adversos, incluindo: efeitos virilizantes como acne, queda de cabelo, crescimento de pelos, aumento do clitóris e engrossamento irreversível da voz, toxicidade e tumores de fígado, alterações psicológicas e psiquiátricas, infertilidade e potenciais repercussões cardiovasculares como hipertensão arterial, arritmias, embolias, tromboses, infarto, AVC e aumento da mortalidade, além de alterações de outros exames laboratoriais, como os de colesterol e triglicerídeos.”

A nota ainda ressalta que a Anvisa não aprovou nenhuma formulação de testosterona para uso em mulheres e que a agência reguladora também não reconhece “uso de testosterona para fins estéticos, de melhora de composição corporal, desempenho físico, disposição ou antienvelhecimento.”

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Saúde

Exposição ao sol no inverno é fundamental para manter níveis adequados de vitamina D

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) destaca que baixos níveis de vitamina D, hormônio essencial ao bom funcionamento do organismo, mostram associação a formas mais agressivas de câncer de mama

A vitamina D é amplamente conhecida por seu papel na saúde óssea e na absorção de cálcio, mas também participa de diversas funções imunológicas e metabólicas. Pesquisas conduzidas pela Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu (SP), sob coordenação da professora Eliana Aguiar Petri Nahas, têm investigado a relação entre os níveis de vitamina D e o câncer de mama em mulheres na pós-menopausa. Os estudos revelaram que pacientes com câncer de mama apresentavam níveis basais de vitamina D significativamente mais baixos do que mulheres sem a doença. Além disso, foi observada uma correlação entre a deficiência desse hormônio e tumores de comportamento mais agressivo, assim como uma associação com melhores respostas à quimioterapia em casos com níveis adequados.

“Por sermos um país tropical e ensolarado, imaginava-se que a população brasileira estivesse protegida contra a deficiência de vitamina D”, comenta o mastologista Eduardo Carvalho Pessoa, presidente da SBM – Regional São Paulo. “Entretanto, dados recentes mostram que a hipovitaminose D é bastante comum, especialmente entre mulheres na pós-menopausa.” Segundo diretrizes da U.S. Preventive Services Task Force, níveis abaixo de 20 ng/mL são considerados deficientes, enquanto valores acima de 30 ng/mL refletem uma melhor disponibilidade do hormônio no organismo.

Apesar da possibilidade de suplementação, os especialistas reforçam a importância de estratégias naturais e sustentáveis para a prevenção. “Mais relevante do que apenas suplementar vitamina D é adotar um estilo de vida mais saudável, com maior prática de atividades ao ar livre”, orienta Pessoa. A justificativa é clara: cerca de 80% da vitamina D é produzida pela pele quando exposta à radiação ultravioleta B (UVB) do sol. “Durante o inverno, tendemos a passar mais tempo em ambientes fechados e com iluminação artificial, o que reduz a produção natural da vitamina. Por isso, a exposição solar, ainda que breve e segura, deve ser mantida”, complementa.

Em resumo, níveis adequados de vitamina D parecem estar associados a um cenário mais favorável em relação ao câncer de mama: menor agressividade tumoral e melhor resposta ao tratamento. Essas evidências, destaca o presidente da SBM – Regional São Paulo, motivam a continuidade e o aprofundamento das pesquisas sobre o papel da vitamina D na prevenção e no manejo da doença.

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