ESTRATÉGIA

Brasil e Mundo

Trump anuncia retomada de testes nucleares nos EUA e culpa rivais globais

O presidente Donald Trump e o presidente russo Vladimir Putin se encontram em Anchorage, no Alasca. (Reuters/Kevin Lamarque)

Presidente cita China e Rússia como motivos e garante igualdade estratégica no poder nuclear

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a retomada imediata dos testes de armas nucleares pelo país, citando os recentes testes de mísseis da Rússia e o crescente poderio nuclear da China como motivos para a decisão.

Em postagem no Truth Social, Trump afirmou que os EUA possuem mais armas nucleares do que qualquer outro país e que a medida é necessária para manter a paridade global. “Devido ao tremendo poder destrutivo, eu DETESTEI fazer isso, mas não tive escolha! A Rússia está em segundo lugar e a China em terceiro, mas estarão empatadas dentro de 5 anos”, disse o presidente.

Durante reunião com o líder chinês Xi Jinping, Trump reforçou que a ação é uma resposta às atividades nucleares de outras nações. Questionado sobre detalhes de locais e datas dos testes, ele afirmou que serão anunciados oportunamente.

Trump também destacou que não acredita que a retomada dos testes tornará o ambiente global mais perigoso, afirmando que os EUA têm controle sobre a situação. Ele defendeu a desnuclearização futura, incluindo Rússia e China, como ideal, mas enfatizou a necessidade de igualar os testes enquanto isso não ocorre.

O anúncio ocorre após o presidente alertar Vladimir Putin sobre a presença de um submarino nuclear americano próximo à costa russa, em reação aos testes de mísseis recentes. Trump criticou Putin por priorizar demonstrações de força em vez de buscar o fim da guerra na Ucrânia, e insinuou a possibilidade de sanções adicionais contra a Rússia.

O Ministério da Defesa da Rússia informou que testou com sucesso um míssil de cruzeiro Burevestnik movido a energia nuclear, capaz de percorrer mais de 12.875 km e penetrar sistemas de defesa. O general Valery Gerasimov confirmou que o míssil percorreu 14.000 km em cerca de 15 horas durante o teste realizado em 21 de outubro.

Fontes: Fox News, Reuters

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Economia

A estratégia chinesa por trás do domínio global dos carros elétricos

Canteiro de obras da nova fábrica de veículos elétricos da BYD em Camaçari, Bahia, em 17 de novembro de 2024. REUTERS/Adriano Machado

De subsídios massivos a planejamento de longo prazo, entenda como a China se tornou líder mundial em veículos elétricos, impulsionando empresas como a BYD e dominando cadeias de suprimentos essenciais, conforme reportagem da Agência O Globo 

Enquanto em muitos países os veículos elétricos ainda são considerados itens de luxo, a China se destaca como uma exceção, onde quase metade dos carros vendidos no ano passado eram elétricos. Antigamente conhecida como uma nação de bicicletas, a China agora é líder mundial nesse segmento.

O sucesso chinês no mercado de veículos elétricos é fruto de uma estratégia governamental de longo prazo. No início do século XXI, o governo chinês estabeleceu metas ambiciosas para dominar as “tecnologias do futuro”, incluindo os veículos elétricos. Wan Gang, um engenheiro que se tornou ministro do Comércio e da Ciência em 2007, é creditado como uma figura chave nessa transformação. Apesar de já ser o maior mercado automotivo global, as marcas chinesas não conseguiam competir com a qualidade e eficiência das montadoras europeias, americanas e japonesas em veículos a combustão.

Embora os veículos elétricos tenham sido incluídos no plano econômico chinês de cinco anos já em 2001, foi na década de 2010 que o governo começou a fornecer grandes subsídios para impulsionar o setor. O Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) estima que, de 2009 ao final de 2023, o governo chinês investiu cerca de US$ 231 bilhões no desenvolvimento da indústria de veículos elétricos. Esse apoio financeiro e a assistência governamental se estenderam a consumidores, fabricantes de automóveis, fornecedores de eletricidade e baterias.

Essa estratégia incentivou empresas como a BYD a focar na produção de veículos elétricos, e a CATL, fundada em 2011, a se tornar responsável por um terço da produção global de baterias para veículos elétricos, fornecendo para gigantes como Tesla, Volkswagen e Ford. A combinação de planejamento de longo prazo e financiamento governamental também permitiu que a China dominasse cadeias de suprimentos críticas na produção de baterias e construísse a maior rede pública de carregamento do mundo.

Atualmente, a BYD lidera o mercado global de veículos elétricos, superando a Tesla. Impulsionada por um vasto mercado interno, a empresa agora busca expandir suas vendas no exterior, incluindo o Brasil, onde está construindo uma fábrica na Bahia. Além da BYD, outras startups chinesas estão produzindo veículos elétricos acessíveis para o mercado de massa.

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