Alternativa
O amor que acolhe: A história de um pai que transformou vidas
Em Valinhos, Francisco de Assis Vieira encontrou no Programa Família Acolhedora uma missão de vida. Hoje, ele celebra o Dia dos Pais como um exemplo de amor incondicional e dedicação às crianças que passaram por sua casa
O ano de 2015 marcou uma nova era para a família de Francisco de Assis Vieira. Durante uma visita à Unidade Básica de Saúde do Jardim Pinheiros, sua esposa, Silvia, ouviu falar de um programa especial, desenvolvido pela Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos: o Família Acolhedora. Quando voltou para casa, Silvia compartilhou com Assis a proposta que mexeu com seus corações. Com dois filhos já adultos – Fernanda, de 35 anos, e Rodrigo, de 32 – o casal decidiu conhecer melhor o projeto. E foi a mensagem simples, porém poderosa, do folder de apresentação do programa que selou o destino: “a tempestade vem, mas a vida continua.” Decididos a ajudar crianças em momentos difíceis, Assis e Silvia abraçaram a missão de serem pais acolhedores.
Neste Dia dos Pais, a Folha de Valinhos presta uma homenagem a todos os pais valinhenses através da inspiradora história de Assis.
“Não tenho palavras para descrever a satisfação e a emoção de ser um pai acolhedor”, confessa Assis. Para ele, ser pai temporário transformou sua vida, mas o amor que dedica a essas crianças é tão intenso quanto o que oferece aos seus filhos biológicos.
Desde aquele primeiro contato com o Programa Família Acolhedora, já se passaram nove anos e, com eles, seis acolhimentos e nove vidas impactadas por um lar repleto de atenção, conforto, segurança e, acima de tudo, amor.
Assis lembra com carinho de cada criança que passou por sua casa. O primeiro acolhimento, em 2015, foi de uma menina de sete anos, que ficou com a família por sete meses. O segundo, de duas irmãs, uma de 8 e outra de 4 anos, também permaneceu por sete meses. O terceiro acolhimento foi uma menina de 9 anos, que viveu com eles por 1 ano e quatro meses. O quarto, um menino de 5 anos, ficou quatro meses sob seus cuidados. O quinto acolhimento trouxe um bebê de apenas três dias para sua casa, uma presença breve, mas marcante, de apenas 15 dias.
O sexto acolhimento é uma história ainda em construção no seio da sua acolhedora família. Em 2021, seu lar recebeu três irmãos: Emily, de 8 anos, Maria Eduarda, de 6, e Guilherme, de 5. Emily e Maria Eduarda estão com a família de Assis há três anos e oito meses, enquanto Guilherme chegou um pouco depois, e já vive lá há três anos e dois meses.
Para Assis, a rotina da família não mudou drasticamente ao se tornarem uma Família Acolhedora, já que seus filhos biológicos já haviam crescido.
“Nós os educamos da melhor forma possível e mostramos a eles uma nova maneira de ver a vida. Eu e minha esposa demonstramos que existe um mundo de amor e tranquilidade, onde eles podem continuar sendo crianças, sabendo que são preciosos e capazes de superar os desafios com amor”, declara Assis.
A cada acolhimento, uma nova experiência como pai se revela. E o que mais toca Assis é a alegria e os sorrisos que iluminam os rostos dessas crianças, reflexos do carinho e amor que ele e sua família compartilham. “Sabemos que elas chegam até nós enfrentando tempestades, mas como diz no slogan do programa, a tempestade vai passar e a vida vai continuar. Me orgulho muito de fazer da minha família esse abrigo, onde elas podem se sentir seguras enquanto a tempestade se dissipa.”
Assis, o Pai Acolhedor, conclui com uma reflexão que ressoa profundamente: “Cuidar de uma criança com todo amor e carinho de pai me mostrou que tenho um propósito de vida a ser cumprido. Espero que mais pessoas sintam essa necessidade de cuidar dessas crianças e oferecer a elas uma vida melhor, mesmo que por pouco tempo.”