(crédito: Jacob Wackerhausen / iStock)

Descompasso é resultado de crescimento acelerado do mercado, baixo volume de formados e migração de talentos

O setor de tecnologia brasileiro vive um descompasso crescente entre a formação de profissionais e a demanda por especialistas. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o país acumulará 530 mil vagas não preenchidas entre 2021 e o final de 2025.

Esse número é resultado da formação anual de apenas 53 mil profissionais, frente a uma necessidade média de 159 mil. Desse modo, o Panorama de Talentos em Tecnologia, iniciativa do Google for Startups, reforça esse cenário, apontando que a abertura de 800 mil novas oportunidades até 2025 deve pressionar ainda mais o mercado.

Paralelamente, estudos da Associação Brasileira de Empresas de Software (ABES) revelam que o êxodo de talentos também contribui para agravar o déficit, impulsionado pela busca internacional por especialistas qualificados, melhores salários e condições de carreira mais competitivas.

Como superar o déficit de profissionais de TI?

O estudo do Google for Startups detalha medidas capazes de reverter parte do déficit na área de TI e conter o impacto do êxodo. Entre as principais recomendações, estão:

• ampliar o acesso à capacitação tecnológica em larga escala;

• destinar investimentos contínuos para programas de qualificação;

• modernizar o ensino e introduzir o raciocínio computacional desde os primeiros anos escolares;

• criar redes de apoio que conectem jovens diretamente ao primeiro emprego em TI.

No setor empresarial, iniciativas voltadas à retenção também ganham destaque, como oferta de benefícios competitivos, ambientes de inovação e políticas alinhadas aos padrões internacionais. Além disso, a ABES defende ações estruturais como remuneração ajustada ao mercado global e políticas públicas para retenção.

Perspectivas e oportunidades para o mercado de TI

Mesmo em um cenário marcado pelo déficit de talentos, as projeções da Brasscom indicam expansão contínua do mercado de TI. Nesse sentido, o estudo Perspectivas do Mercado de Trabalho do Macrossetor TIC mostra que o setor, que já reúne 2,1 milhões de profissionais, deve registrar, entre setembro de 2024 e dezembro de 2025, a criação média de 88 mil vagas formais.

Além do crescimento no emprego formal, o levantamento aponta a ampliação das formas de atuação: entre 2022 e 2024, 18,2% das novas atividades passaram a ser registradas como MEI, enquanto 13% correspondem a trabalhadores informais.

Nesse contexto, a formação em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) se insere entre as bases técnicas do setor. O curso prepara profissionais para criar, projetar, implementar e manter softwares e sistemas, com foco em resolver problemas e otimizar processos por meio da tecnologia.

Para ganhar competitividade no setor, habilidades como domínio de linguagens de programação, capacidade analítica, experiência com metodologias ágeis e compreensão de arquitetura de software despontam como diferenciais estratégicos.

O avanço profissional também é impulsionado pelo investimento contínuo em certificações, especializações e participação em projetos práticos, fatores que ampliam a maturidade técnica e fortalecem a construção de uma trajetória consistente no mercado nacional de tecnologia.