Dermatologia

Saúde

Projeto de lei obriga comunicação de complicações em procedimentos como peeling de fenol

Proposta já foi aprovada na Câmara dos Deputados e segue para apreciação do Senado; morte de homem após fazer peeling de fenol acende alerta sobre riscos


Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein

Um projeto de lei (PL 9602/2018) que torna obrigatória a comunicação das complicações em procedimentos estéticos está aguardando apreciação pelo Senado após ser aprovado na Câmara dos Deputados, em dezembro do ano passado. Segundo o texto, o objetivo é melhorar a qualidade da informação, facilitando o acesso aos dados para prevenir esses casos. A morte de um empresário de 27 anos em São Paulo, no último dia 3 de junho, após fazer um peeling de fenol, levantou um alerta sobre os riscos dessa técnica.

Um artigo publicado nos Anais Brasileiros de Dermatologia destaca que faltam publicações mostrando a real dimensão desses eventos adversos, que muitas vezes ficam restritos ao sigilo médico ou deixam de ser expostos por vergonha. Isso inclui desde problemas em procedimentos complexos, como cirurgias plásticas, mas também aqueles decorrentes de preenchimentos, alisamentos e até tatuagens e piercings, que podem ser desde intoxicações e infecções até casos de cegueira, por exemplo. Segundo os autores, é preciso saber o que está por trás dessas ocorrências, que afetam muitas vezes pessoas jovens e saudáveis, bem como produtos e intervenções de má qualidade que podem colocar a saúde da população em risco.

De acordo com as investigações acerca da morte do empresário Henrique Silva Chagas, ele faleceu cerca de duas horas após realizar o procedimento conhecido como peeling de fenol (saiba mais abaixo), na clínica de uma esteticista. Chagas teve ferimentos graves no rosto e na garganta, e a suspeita é de que ele sofreu uma reação alérgica, que teria desencadeado um choque anafilático. Segundo informações preliminares, ele não havia sido submetido a exames prévios.

Após o caso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) divulgou uma nota técnica esclarecendo que o  peeling de fenol existe há muitos anos e, por ser um procedimento agressivo e invasivo, é essencial ser conduzido por médicos habilitados, preferencialmente em ambiente hospitalar.

Conforme a SBD, o profissional deve ser treinado e especializado, capaz de fazer uma avaliação médica completa do paciente, levando em conta seus fatores de risco e possíveis efeitos adversos. “Como em muitos procedimentos, vemos uma banalização e toda vez que isso ocorre se subestimam os riscos e aparecem casos de complicações”, observa a dermatologista Barbara Miguel, do Hospital Israelita Albert Einstein. “Infelizmente, as pessoas escolhem o profissional pelo número de seguidores, pelas fotos ‘antes e depois’ cujos resultados nem sempre representam a realidade. Da mesma forma que a internet trouxe acesso à informação, ela também faz tudo parecer muito fácil.”

Por isso, antes de qualquer intervenção clínica ou cosmiátrica, a SBD recomenda sempre procurar a orientação de um dermatologista, que pode avaliar adequadamente as condições e indicar a melhor abordagem. Procure também se certificar se o profissional é devidamente qualificado, se tem as credenciais necessárias e se está registrado em órgãos reguladores, se possui CRM e RQE (Registro de Qualificação de Especialista) para atuação na área.

“Procedimentos médicos sempre apresentam riscos e complicações potenciais, algumas vezes irreversíveis, que podem ser agravados quando não há uma avaliação completa da saúde e das expectativas do paciente”, frisa a dermatologista.

O que é o peeling de fenol?

Os peelings são procedimentos que promovem uma descamação da pele e podem ser superficiais, médios ou profundos. Eles são usados no tratamento de problemas como fotoenvelhecimento, rugas e cicatrizes. No caso do fenol, é um peeling profundo, extremamente agressivo, que remove totalmente a epiderme, a camada mais superficial, atingindo a derme. O objetivo é promover uma completa regeneração do tecido, eliminando rugas e marcas, e – quando bem indicado e conduzido – pode apresentar ótimos resultados.

Quais os riscos e cuidados na aplicação?

O fenol é um composto absorvido pela pele e cai na corrente sanguínea, de modo que pode ter efeito tóxico sobre o coração, os rins e o fígado. Também pode levar a arritmias graves e até parada cardíaca. Por isso, o procedimento é contraindicado em pacientes com problemas nesses órgãos. Além disso, ele não pode ser feito por quem tem pele morena e deve ser evitado em tabagistas. Antes de indicá-lo, é essencial fazer exames para uma avaliação completa do paciente e suas comorbidades.

O uso de fenol para tratar cicatrizes foi desenvolvido na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Mas, nos anos 1960, os peelings começaram a ser aperfeiçoados e se tornaram mais populares. Hoje, com modificações na fórmula, ele já não é mais um procedimento restrito ao ambiente hospitalar, e é possível realizá-lo em consultório. No entanto, deve haver monitoramento cardíaco, e a equipe médica deve estar preparada para lidar com complicações. “Não é um procedimento que qualquer um pode fazer”, frisa a especialista do Einstein. Para a SBD, o peeling de fenol deve ser feito “preferencialmente em ambiente hospitalar, com o paciente devidamente anestesiado e sob monitoramento cardíaco.”

Como é a recuperação e quais as possíveis complicações?

Normalmente, após o procedimento há dor, inchaço e formação de crostas espessas. A recuperação completa pode demorar até três meses. Ainda assim, há riscos de hiperpigmentação ou hipopigmentação, formação de cicatrizes, eritema persistente (vermelhidão) e reações alérgicas, além de infecções e até problemas cardíacos imprevisíveis. Segundo a SBD, há riscos independentemente da concentração, do método de aplicação e da profundidade atingida na pele.

Fonte: Agência Einstein

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Saúde

Celulite no rosto? Entenda como uma infecção bacteriana traz riscos à saúde 

 

Diferentemente das ondulações indesejadas que as mulheres costumam ter no bumbum, a celulite infecciosa é uma doença que precisa ser tratada com antibióticos  

 

Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein

Tudo começou com espirros e uma leve coriza, algo relativamente comum na rotina da servidora pública Marília Soares, 40 anos, que suspeitou se tratar de mais uma crise de sinusite. Mas não era. Poucos dias depois, os sintomas pioraram, com o surgimento de inchaço no nariz e no rosto, associado a vermelhidão, dor, coceira e ardência. Ela procurou duas vezes o atendimento no pronto-socorro até receber o diagnóstico de celulite facial infecciosa – uma infecção bacteriana da pele comum e fácil de tratar, mas que pode complicar caso não seja diagnosticada rapidamente.

Diferente da celulite estética, que são aquelas pequenas ondulações que aparecem principalmente no bumbum e na coxa das mulheres, a celulite infecciosa – como o próprio nome diz – é uma infecção da pele que pode ser causada por diferentes tipos de bactéria. As mais comuns são a Staphylococcus aureus e a Streptococcus, que podem entrar na pele através de pequenos ferimentos, lesões, micoses e picadas de inseto, por exemplo.

A pele tem mecanismos de defesa para evitar infecções, já que estamos em contato com bactérias o tempo todo, mas uma pequena queda da imunidade pode ser um facilitador para o avanço da infecção. Uma vez instaladas no corpo, as bactérias rapidamente começam a se reproduzir e daí surgem os primeiros sintomas. Não há dados oficiais no Brasil, mas estudos recentes mostram que a incidência de erisipela e celulite é cerca de dois casos para cada mil indivíduos por ano.

De acordo com Andrey Malvestiti, dermatologista do Hospital Israelita Albert Einstein, a pele é formada por três camadas: epiderme (mais externa), derme (intermediária) e tecido gorduroso subcutâneo. E a classificação das infecções acontece de acordo com a camada acometida: erisipela (quando ocorre somente na parte mais superficial), celulite (acontece na parte mais profunda e atinge também a derme e o tecido subcutâneo) e abscessos (que são coleções de pus, normalmente abaixo da derme, como os furúnculos).

O tratamento é feito com antibióticos 

Tanto a erisipela quanto a celulite são mais comuns nos membros inferiores, mas também podem acometer outras áreas, entre elas, a face, a região perineal e a genital. A diferença básica entre a celulite e a erisipela, explica Malvestiti, é a extensão da infecção. Por ser mais superficial, a erisipela costuma apresentar uma área com bordas mais nítidas, enquanto a celulite, por ser mais profunda, não apresenta limites tão precisos. As duas são tratadas com antibióticos – eles podem ser de via oral, intramuscular ou intravenoso. O tempo de uso da medicação vai depender da gravidade do problema.

Segundo o dermatologista, o que vai definir qual o tipo de antibiótico e qual a forma de administração é a localização da celulite e a avaliação clínica do paciente, momento em que o médico vai tentar identificar a possível porta de entrada para a instalação da bactéria.

“Existem antibióticos diferentes para bactérias diferentes. Precisamos saber se o paciente teve contato com água salgada, com água doce, se foi picado por inseto, se recebeu uma mordida de outra pessoa, se foi mordido por um gato ou cachorro. São inúmeras as possibilidades, que exigem condutas medicamentosas variadas. No geral, direcionamos o tratamento para combater as bactérias mais comuns, que são os estreptococos e os estafilococos”, explica o médico.

Malvestiti ressalta que, quando é identificada e tratada precocemente, dificilmente a celulite evolui para algo mais sério. Mas as complicações podem surgir, especialmente se a doença acontece no rosto, perto dos olhos, e evolui para uma celulite periorbitária (que aumenta o risco de perda de visão), ou nos seios cavernosos da face, podendo causar uma trombose. “Na maioria das vezes, o tratamento com o uso de antibióticos é muito eficaz e o quadro tende a se resolver em até duas semanas”, completa o dermatologista.

Fonte: Agência Einstein

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Saúde

Confira os tipos de rugas e quais são os tratamentos disponíveis

 

As marcas na pele são inevitáveis com o passar do tempo; médicos explicam que hábitos saudáveis ajudam a retardar o surgimento das rugas

 

Por Úrsula Neves, da Agência Einstein 

As rugas são inevitáveis: elas aparecem por conta da perda de elasticidade e do volume da pele, consequências naturais do envelhecimento de qualquer pessoa. No entanto, a manutenção de alguns hábitos saudáveis pode retardar o surgimento dessas marcas no rosto e corpo.

Segundo o dermatologista Beni Grinblat, do Hospital Israelita Albert Einstein,  o envelhecimento da pele está relacionado a “fatores internos e externos”: “o envelhecimento intrínseco ou interno é programado pelo nosso histórico genético. Além dele, há ainda o envelhecimento extrínseco ou externo, que depende diretamente da nossa exposição a alguns fatores e do estilo de vida”, diz o especialista, que também atua como voluntário no Ambulatório de Terapia Fotodinâmica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

As rugas mais comuns são próximas dos olhos (chamadas popularmente de pés de galinha), abaixo da boca (linhas de marionete), abaixo do nariz (bigode chinês), além de outras áreas, como no pescoço, na testa, no colo e nas mãos.

“Em geral, o surgimento dessas marcas faz parte de um processo de envelhecimento aliado a maus hábitos. Com o tempo, perdemos colágeno e elastina, o que resulta na perda do contorno e elasticidade da pele”, explica a especialista em rejuvenescimento facial, Aline Senatore. Além disso, ela ressalta que também perde-se gordura e outras substâncias que também sustentam a pele, como o ácido hialurônico, o que acelera o processo de envelhecimento. “Toda a estrutura facial vai se moldando e perdendo todo o contorno que tínhamos quando jovens, o famoso triângulo da face”, diz.

Fatores ambientais também influenciam

O processo natural de envelhecimento pode ser retardado ou potencializado por conta de fatores ambientais. “As causas podem estar relacionadas a alguns hábitos que contribuem negativamente, como o consumo de bebida alcoólica, o fumo, o excesso de açúcar e de sol, má alimentação, estresse, poucas horas de sono, além de não beber água o suficiente. Tudo isso pode acarretar no envelhecimento precoce da pele”, complementa Senatore.

Selma Hélène, do Hospital Israelita Albert Einstein, e presidente do Departamento de Dermatologia da Sociedade de Pediatria São Paulo (SPSP), explica como o excesso de sol e o cigarro age potencializando o aumento das rugas: “os raios solares e o tabaco agem de maneiras diferentes, mas resultam na perda da sustentação da pele. O sol age destruindo as fibras colágenas e elásticas, determinando a perda do tônus e sustentação da pele. Já o hábito de fumar diminui o fluxo sanguíneo, prejudicando a nutrição local da pele, além de outros fatores envolvidos”. 

Rugas surgem antes nas mulheres

Os especialistas explicam que, nas mulheres, as rugas começam a surgir entre os 28 e os 30 anos, quando o colágeno já começa a se degradar. Nos homens, devido à pele mais espessa, elas começam a aparecer entre os 38 e 40 anos. No entanto, quando surgem na pele masculina, os sulcos já estão plenamente formados.

“Em geral, as pessoas com peles mais claras apresentam precocemente mais rugas do que as com peles mais escuras. Quanto mais escura a pele, menor e mais demorado é o envelhecimento por causa de uma maior concentração de melanina, que protege a pele. A pele negra, por exemplo, fica naturalmente mais protegida contra a radiação solar e envelhece menos do que a pele branca”, ressalta Grinblat.

Os especialistas explicam que as rugas podem ser classificadas em dois estágios. O primeiro é o das chamadas rugas dinâmicas ou linhas de expressão, que são as primeiras a serem notadas e apenas visíveis durante a contração muscular, como ao sorrir ou franzir a testa. Já a ruga estática, mais comum em peles maduras, acima dos 30 anos, é visível mesmo sem movimento facial e apresenta uma profundidade maior na pele.

Como retardar o aparecimento de rugas 

É possível adiar o aparecimento das rugas e prevenir o envelhecimento precoce da pele com hábitos saudáveis. Os principais são:

  • Usar protetor solar com FPS indicado para o seu tipo de pele mediante avaliação dermatológica;
  • Evitar exposição excessiva ao sol e à poluição;
  • Parar ou não fumar;
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
  • Limpar e hidratar a pele diariamente;
  • Manter consultas anuais com um dermatologista;
  • Seguir uma alimentação balanceada, com a redução do consumo de gorduras saturadas, alimentos fast-foods e açúcares;
  • Manter o nível de hidratação adequado para a sua idade, segundo orientação médica;
  • Dormir um sono reparador e de qualidade;
  • Evitar o estresse.

“Devemos começar a cuidar da nossa pele desde a infância, quando os danos acumulados irão determinar na idade adulta a quantidade e intensidade de rugas, manchas, flacidez, além do surgimento ou não do câncer de pele. Quanto mais precoce os cuidados, mais os danos intrínsecos serão reduzidos”, afirma a dermatologista Hélène.

A médica explica que existem alguns tratamentos para combater as rugas, mas que os cremes anti-idade não são uma opção neste caso. “São ineficazes, infelizmente. As rugas não desaparecem visivelmente simplesmente usando um creme antirrugas, seja qual for o preço do produto. Mesmo com uma lista de excelentes ingredientes, eles estão presentes em baixas quantidades”, explica Hélène, que ressalta que o protetor solar ainda é o melhor produto para minimizar os efeitos do envelhecimento da pele.

Veja, abaixo, 7 opções de tratamento que podem auxiliar no combate às rugas, segundo os especialistas entrevistados pela Agência Einstein:

  1. Radiofrequência

É um procedimento que atenua as rugas finas, marcas de expressão e aumenta a elasticidade da pele. Trata-se de um aparelho que utiliza radiações para provocar um aquecimento controlado e direcionado nas estruturas de tecido da derme, estimulando as fibras de colágeno e elastina. Geralmente, são indicadas sessões a cada 15 ou 30 dias, segundo orientação de um dermatologista.

  1. Microagulhamento

É um procedimento estético minimamente invasivo que induz a produção de colágeno e elastina, possibilitando uma melhora expressiva no aspecto de rugas e problemas de pigmentação.

Consiste em um aparelho de rolagem com microagulhas que gera microlesões na pele, levando a um processo inflamatório. Em consequência disso, a pele é estimulada a produzir mais colágeno e elastina para restaurar o tecido danificado. Assim, são formadas novas fibras de colágeno, possibilitando o aumento da penetração de cosméticos na pele. A indicação é sempre realizar esse procedimento com um dermatologista.

  1. Peeling químico

O peeling químico consiste na aplicação de ácidos, como o glicólico ou o retinóico, visando remover a camada mais superficial da pele. Ele ajuda a estimular a renovação celular, com a criação de uma nova camada de pele, auxiliando na ativação da oxigenação, na tonificação e hidratação, além de combater a formação de linhas de expressão e rugas. Também deve ser sempre realizado com indicação de um dermatologista.

  1. Preenchimento facial

É um procedimento invasivo, mas que pode apresentar resultados já na primeira sessão. Consiste na injeção de determinadas substâncias sob uma área específica da pele. Quando isso acontece, a região que recebeu o tratamento se eleva e depois reduz a profundidade.

Possibilita suavizar o contorno do rosto, corrigir cicatrizes, rugas finas, amenizar a flacidez e linhas de expressão, corrigir olheiras e marcas causadas por acne, entre outras indicações.

  1. Aplicação de toxina botulínica

A toxina botulínica (popularmente chamada de botox) é um composto extraído de uma bactéria, que paralisa ou diminui a ação de um grupo de músculos, conseguindo reduzir as rugas de movimento ou expressão. Trata-se de um procedimento realizado em consultórios ou clínicas.

A substância deve ser aplicada em locais específicos, como na região dos olhos, na glabela (espaço entre as sobrancelhas) e na testa. O procedimento é rápido, porém não é indolor, uma vez que depende do grau de sensibilidade de cada pessoa. Os efeitos duram cerca de três a quatro meses.

  1. Lifting facial

Também conhecida como ritidoplastia, a cirurgia é realizada por um cirurgião plástico no centro cirúrgico. O paciente recebe sedação intravenosa ou anestesia geral, e é feita uma incisão que começa no couro cabeludo, na região temporal, segue ao redor da orelha e termina na parte inferior do couro cabeludo.

O médico remove o excesso de gordura, que é esculpido ou redistribuído entre o rosto, a papada e o pescoço. O tecido abaixo é reposicionado nas camadas mais profundas do rosto, com os músculos sendo elevados. Dependendo do caso, o médico pode precisar realizar uma segunda incisão abaixo do queixo para melhorar o aspecto do pescoço. As incisões são fechadas com suturas ou adesivos de pele.

Os efeitos geralmente duram cerca de dois anos, com a possibilidade de aplicação semestral ou anual de bioestimuladores para prolongar os resultados. Cada caso deve ser analisado individualmente para determinar a necessidade da cirurgia, que é um procedimento invasivo.

  1. Bioestimulador de colágeno

O bioestimulador de colágeno é uma substância aplicada nas camadas mais profundas da pele (derme) para promover a produção natural de colágeno. Normalmente, o procedimento possui um efeito prolongado de 12 a 24 meses, auxiliando a pele a ficar mais firme e uniforme, além de dar mais volume.

É indicado para o tratamento de rugas, suavização de linhas de expressão, preenchimento de áreas profundas, especialmente que apresentam flacidez, correção de cicatrizes de acne, preenchimento do dorso das mãos, colo e pescoço, flacidez corporal e celulite. Deve ser realizado por um dermatologista.

Fonte: Agência Einstein

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Saúde

Pessoas com acne enfrentam preconceitos que prejudicam vida social e profissional, mostra estudo

 

Pesquisa americana reforça a importância de conscientização sobre o assunto
e do acesso ao tratamento precoce para evitar cicatrizes e estigmas.

 

Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein

Quem tem acne sofre duplamente: além de ter que lidar com os incômodos das espinhas e cravos, essas pessoas enfrentam atitudes preconceituosas que podem afetar a vida pessoal e até mesmo oportunidades profissionais. Essa é a conclusão de um novo estudo publicado no Jama Dermatology, conduzido por pesquisadores americanos do Brigham and Women´s Hospital em parceria com diversas universidades, como Yale e Harvard.

Sabe-se que a acne, especialmente em casos graves, pode afetar o bem-estar psicológico e a autoestima. No entanto, ainda há poucos dados sobre o estigma enfrentado por essas pessoas. Para entender melhor as atitudes do público em geral, os autores do estudo selecionaram imagens de quatro pessoas, tanto homens quanto mulheres, com diferentes tons de pele, que foram digitalmente alteradas para simular versões com acne moderada e grave.

Depois, eles fizeram uma enquete com 1.357 adultos, recrutados em uma plataforma que reúne voluntários para participar de pesquisas, a ResearchMatch. Cada um tinha que observar determinado retrato e responder perguntas sobre impressões e desejo de contato social, entre outras.

De modo geral, os resultados mostraram atitudes como menor vontade de ser amigo, de namorar ou de contratar para um emprego diante de fotografias de quem tinha acne grave em relação a quem não tinha a doença. O estudo também apontou evidências de que a associação foi maior para aqueles com acne grave e pele negra.

Para os autores, os resultados reforçam o preconceito que existe em diversos cenários e a necessidade de medidas para reduzir essas atitudes e aumentar o acesso aos cuidados por parte de quem tem acne. “O conhecimento científico, atitudes mais inclusivas nos ambientes sociais e de trabalho e informação de qualidade de que a acne é uma doença e tem tratamento nos ajudará a diminuir essas desigualdades”, diz a dermatologista Selma Hélène, do Hospital Israelita Albert Einstein. 

Acne é doença 

“O conhecimento do impacto da doença na vida da pessoa fez com que ela fosse reconhecida como doença e não como algo normal em determinada fase da vida”, completa a médica.

Embora a acne ainda seja muito vista como um problema estético, é importante lembrar que é uma doença inflamatória, que pode e deve ser tratada. E vale frisar: não é contagiosa nem está relacionada à sujeira da pele.

Ela ocorre quando há um acúmulo de sebo, células mortas e bactérias que entopem os folículos pilosos na superfície da pele, causando uma inflamação. Dependendo do grau, leva à formação dos famosos cravos (comedões), pústulas (lesões com pus), além de outras lesões, como nódulos. Elas costumam aparecer no rosto, mas também podem surgir nas costas e nos ombros.

A doença é mais comum na adolescência, já que as alterações hormonais da puberdade estimulam as glândulas sebáceas, gerando insegurança, baixa autoestima e isolamento social. Mas também pode surgir na infância e na vida adulta. Para cada faixa etária, há uma causa específica. Fatores como perfil genético, tipo de pele, composição das bactérias que habitam a pele, entre outros, também estão por trás da doença e determinam sua gravidade.

O tratamento deve ser feito o quanto antes e, dependendo do grau de acne, pode ajudar a evitar as cicatrizes. “O tratamento precoce, com diagnóstico preciso e orientações para o dia a dia são muito importantes,” diz a especialista.

Nos casos leves, inclui lavagem com sabonetes específicos e aplicação de produtos de uso tópico. Casos mais graves podem precisar de remédios via oral, sempre indicados pelo dermatologista. É essencial nunca espremer nem manipular as lesões. Atualmente, há diversas técnicas para tratar as cicatrizes, como lasers e peelings, entre outras.

 Fonte: Agência Einstein 

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Saúde

Olheiras: quais são os tipos e as estratégias mais eficazes para combatê-las?

Os cremes realmente funcionam para amenizar as manchas ao redor dos olhos? Os cosméticos devem ser associados a outros tipos de tratamento? O que pode piorar o quadro?

Por Thais Szegö, da Agência Einstein

O que realmente funciona para amenizar as olheiras? O primeiro passo é identificar o tipo específico que você possui. Além disso, é crucial evitar esfregar os olhos e escolher a melhor estratégia de tratamento. A Agência Einstein entrevistou especialistas e traz abaixo dicas sobre o assunto:

Tipos de olheiras

Existem três categorias de olheiras: as pigmentares, que surgem devido ao acúmulo de melanina, resultando em uma coloração amarronzada; as vasculares, desencadeadas por alterações na circulação local, deixando o tecido ao redor dos olhos com uma tonalidade azulada ou avermelhada; e as estruturais, as mais profundas, que se tornam visíveis quando a pessoa possui a região ao redor dos olhos mais afundada, criando a impressão de sombra.

Hábitos e influência genética

Geralmente, há uma influência genética no surgimento das olheiras, mas hábitos como a privação de sono e o tabagismo têm a tendência de agravar a situação, comprometendo a circulação sanguínea, inclusive nas pálpebras. A

“Esfregar os olhos com força também não é indicado, pois pode causar um trauma na região, deixando-a mais pigmentada”, alerta Bárbara Miguel, dermatologista do Hospital Israelita Albert Einstein.

Além disso, a condição tende a ficar mais evidente em pessoas com a pele mais fina. O mesmo se aplica a indivíduos que emagreceram bastante, resultando na diminuição dos coxins de gordura que conferem volume ao rosto, assim como àqueles que envelheceram, enfrentando a reabsorção óssea, redução dos coxins de gordura e flacidez da pele. Esses fatores podem contribuir para a profundidade da região ao redor dos olhos.

Tratamentos e melhores cremes

No que diz respeito ao tratamento, as olheiras pigmentares podem ser combatidas com laser e microagulhamento, usando ativos com efeito clareador. Já no caso das olheiras vasculares, são recomendados tratamentos com laser e luz intensa pulsada para melhorar o aspecto dos vasos sanguíneos. O ácido hialurônico é uma opção eficaz para o tipo estrutural, pois ajuda a preencher a região e a projetá-la para frente, reduzindo o contraste entre luz e sombra e tornando as olheiras menos visíveis. Muitas vezes, o médico precisa combinar mais de um método, especialmente quando as olheiras são mistas, ou seja, com mais de um tipo.

Os cremes são bem-vindos como complemento do tratamento em todos os casos, e alguns cuidados devem ser observados ao escolher esses produtos.

“A pele das pálpebras é a mais fina do que a do corpo e tem características especiais. Por isso, ela necessita de produtos próprios e a sua aplicação deve acontecer com os dedos deslizando delicadamente de dentro para fora em cima e em baixo, sem fazer círculos em volta dos olhos, seguindo o sentido da drenagem linfática”, recomenda o dermatologista Abdo Salomão Jr, sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia, membro da American Academy of Dermatology, da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia e do Colégio Ibero Latino-Americano de Dermatologia.

Rótulo do cosmético e ajuda do médico

No rótulo do cosmético, devem estar presentes substâncias como vitamina C e K, cafeína, peptídeos, niacinamida, retinol, hidroquinona, arbutin, óleos de maracujá e girassol, além do ácido hialurônico, kójico, retinóico, tioglicólico ou glicólico. No entanto, antes de escolher um para levar para casa, o ideal é consultar o dermatologista, para que ele indique as melhores opções para o seu caso, garantindo que a fórmula ofereça o melhor resultado possível e não provoque a piora da situação: “cosméticos e procedimentos inadequados podem pigmentar ainda mais a região”, alerta Salomão Jr.

Alguns cremes para olheiras vêm em embalagens diferentes, feitas de cerâmica ou com bolinhas na ponta para auxiliar na aplicação do produto. Os especialistas consideram que essas embalagens podem melhorar a experiência, proporcionar relaxamento e estimular a circulação local. No entanto, eles alertam que o design e a matéria-prima dessas embalagens não fazem muita diferença no efeito do produto. É necessário ficar atento para garantir que o material com o qual ela é fabricada não seja capaz de machucar a pele das pálpebras, o que poderia pigmentar a região, tornando as olheiras ainda mais evidentes.

No fim das contas, o que realmente faz diferença é seguir um protocolo personalizado prescrito pelo médico e aplicar o creme diariamente, duas vezes ao dia.

“É importante que ele seja o primeiro passo da rotina de skin care, pois, do contrário é possível que a fórmula indicada para o resto do rosto chegue às pálpebras e, como muitas vezes ela tem concentrações mais altas de ácidos, pode provocar irritações em volta dos olhos”, alerta Bárbara Miguel, do Einstein.

Fonte: Agência Einstein

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