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Deputado Ramagem está nos EUA e tem prisão decretada pelo STF

Antes da política, Ramagem foi delegado da Polícia Federal. Ganhou destaque ao chefiar a segurança de Jair Bolsonaro após o atentado a faca em 2018
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou a prisão preventiva do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Condenado a 16 anos por participação em uma trama golpista, o parlamentar deixou o Brasil em setembro — mês do julgamento — e não retornou.
Hoje, Ramagem está em Miami, nos Estados Unidos, segundo apurou o portal Platô BR. A ausência prolongada após a condenação intensificou suspeitas e motivou a ordem de prisão.
De acordo com informações publicadas pelo G1, o deputado viajou de avião para Boa Vista (RR) e, de lá, seguiu de carro em uma rota clandestina até a fronteira. Depois, teria embarcado para outro país antes de chegar aos EUA.
Ao mesmo tempo, Ramagem pediu licença médica de 30 dias à Câmara dos Deputados em setembro. O afastamento foi renovado em 13 de outubro e vale até 12 de dezembro. A Câmara informou que não recebeu comunicação sobre a saída do parlamentar do território brasileiro.
Antes da política, Ramagem foi delegado da Polícia Federal. Ganhou destaque ao chefiar a segurança de Jair Bolsonaro após o atentado a faca em 2018.
Em 2019, assumiu a direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Em 2022, deixou o cargo para disputar a eleição para deputado federal pelo Rio de Janeiro, sendo eleito com 59.170 votos.
Mais tarde, concorreu à Prefeitura do Rio em 2024, mas não se elegeu.
Por que ele foi condenado pelo STF?
Ramagem foi um dos oito réus condenados pela Primeira Turma do STF em setembro. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), ele teria:
usado a estrutura da Abin para apoiar planos golpistas;
comandado uma “Abin paralela”, dedicada a monitorar adversários políticos;
produzido relatórios falsos e favorecer ataques virtuais;
fornecido material a Jair Bolsonaro para reforçar narrativas contra as urnas eletrônicas;
incentivado a tese de intervenção das Forças Armadas.
O deputado foi o único acusado por três crimes, pois outros dois — ligados aos ataques de 8 de janeiro — foram suspensos devido à sua imunidade parlamentar no período.
Nas alegações finais, os advogados argumentaram que Ramagem não poderia ser responsabilizado por todos os atos praticados na Abin. Segundo a defesa, a acusação se basearia apenas no fato de ele ocupar o cargo de diretor-geral.
Com a ordem de prisão decretada, o caso deve avançar para cooperação internacional, já que Ramagem está nos EUA. A localização oficial e o cumprimento do mandado ainda dependem de medidas diplomáticas.








