COMBATE AO CRIME

Economia

Governo lança plano conjunto contra fraudes bancárias digitais

© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Brasil é segundo país do mundo em tentativas de golpes e fraudes, diz
Daniella Almeida – Repórter da Agência Brasil
O golpe do falso sequestro ou da ajuda urgente, via WhatsApp; a maquininha de cartão adulterada com a finalidade de clonar dados; as pirâmides financeiras que não se sustentam; o criminoso que se passa por uma instituição confiável e envia um e-mail ou cria um site falso para capturar dados; o falso motoboy que retira o cartão de crédito da vítima; as promessas de lucros irreais em investimentos falsos; o golpista que simula ser de uma central de atendimento que, na realidade, é falsa; o falso boleto, o golpe da troca de cartão.

Enfim, os crimes praticados no ambiente digital são, cada vez mais, uma preocupação cotidiana dos brasileiros e já colocam o país na segunda posição mundial nestes tipos de crimes, atrás apenas da China, de acordo com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).

Para coibir os crimes deste tipo, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e a Febraban lançaram, nesta quarta-feira (3), o Plano de Ação Conjunto para o Combate a Fraudes Bancárias Digitais. A iniciativa é resultado da Aliança Nacional de Combate a Fraudes Bancárias Digitais, firmada em fevereiro, por meio de acordo de cooperação entre as duas instituições.

Durante o lançamento, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, enfatizou a necessidade de uma resposta coordenada e inteligente do Estado, com toda “a energia”, em parceria com a sociedade civil, as entidades financeiras e empresas. “A segurança pública é dever do Estado e responsabilidade de todos.”

“O crime [digital] é um fenômeno extremamente complexo e relativamente novo, na dimensão e natureza assumidas nos anos mais recentes, e deve ser estudado mais a fundo por sociólogos, economistas, cientistas políticos e autoridades, em geral, especialmente, pelas forças de segurança.”

Ao lembrar da atuação dele como juiz da área criminal, em São Paulo, o ministro salientou que os crimes mudaram e migraram do mundo físico para o virtual, sobretudo, o crime organizado.

“E esse mundo digital que vivemos fez com que a criminalidade ficasse mais sofisticada. Os crimes comuns, de estelionato, deixaram de existir e migraram para o mundo digital, em uma metamorfose preocupante”, constatou.

O presidente da Febraban, Isaac Sidney, destacou a importância da cooperação inédita entre os setores público, privado e a sociedade civil organizada, como o principal diferencial contra o crime organizado digital. “Para ser forte, o setor bancário precisa de um regulador forte e de um supervisor bancário forte e nós os temos. O setor bancário precisa que todos os elos que integram a cadeia da indústria financeira estejam absolutamente alinhados, porque a criminalidade digital busca exatamente o elo mais vulnerável, o mais frágil. Com essa aliança nós temos uma expectativa muito positiva de que estamos na direção correta.”

Plano de ação

O Plano de Ação Conjunto para o Combate a Fraudes Bancárias Digitais consolida 23 iniciativas prioritárias para a atuação do Estado e sociedade civil, desde a prevenção e educação do consumidor, passando pela detecção e resposta rápida, até a repressão e recuperação de ativos.

O ministro Lewandowski explicou que o plano não está concluído e o processo de aprimoramento se encerrará em cinco anos.

O plano inclui, entre outros, vídeos educativos, um glossário com 41 tipologias de fraudes e golpes digitais. “A falta de padronização dificulta o fluxo e, consequentemente, o combate [às práticas criminosas]”, explicou o ministro.

Os pilares do plano são:

•         aprimoramento dos processos de prevenção a fraudes e golpes;

•         intensificação do combate e repressão contra crimes de fraudes e golpes;

•         compartilhamento e tratamento de dados e informações;

•         capacitação de agentes, entidades privadas e da população;

•         tratamento e cuidados às vítimas;

•         conscientização da população para prevenção.

Em sua fala, o ministro Lewandowski mencionou a importância de dar uma resposta imediata e clara à população.

““As vítimas não sabem o que fazer e a quem se queixar. Este nosso site terá uma linguagem simples, didática e informará, oficialmente, o que a vítima terá que fazer para recuperar aquilo que perdeu ou, pelo menos, minimizar os seus prejuízos.”

Site

No lançamento, a assessora Especial do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Betina Gunther, apresentou ações que serão implementadas e destacou com primeira entrega o novo site Sofri um Golpe. E agora?. A página virtual está hospedada dentro da plataforma Gov.br, com informações práticas, confiáveis, técnicas e organizadas aos cidadãos.

O site tem dez trilhas com condutas criminosas mais recorrentes, com linguagem acessível para orientar as vítimas em momentos de vulnerabilidade, mas também para contribuir para a prevenção destes crimes. O conteúdo poderá ser expandido, conforme a necessidade de atualização dos ilícitos ou de surgimento de outros.

Entre os temas abordados inicialmente estão os que abordam crimes recorrentes: “Levaram meu celular”; “Invadiram ou clonaram a minha rede social”; “Invadiram meu Gov.br”;

“São dez trilhas e cada uma delas leva a uma série de passo a passo para a sociedade. Este serviço disponibiliza informação e apoio, no momento em que cada um de nós ou conhecidos podem cair em um golpe.”

Também foi anunciada a disponibilização de ferramentas informativa ao cidadão com dados sobre a ocorrência anuais de fraudes bancárias digitais, por unidade da federação, por dia da semana e por turno, além do perfil das vítimas (escolaridade, sexo, idade).

Para construção do plano, a Aliança Nacional de Combate a Fraudes Bancárias Digitais fez encontros semanais, com o envolvimento de 357 especialistas de 23 entidades, de variadas áreas de atuação, para além do ambiente financeiro, como telecomunicações, varejo e tecnologia. O plano registrou mais de 230 horas de trabalho.

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RMC

“Família do tráfico” é presa com drogas na região de Americana

Todas as drogas foram embaladas e estavam prontas para venda. Os produtos foram encaminhados à perícia

A Polícia Militar prendeu, na última terça-feira, dia 11, sete pessoas envolvidas com tráfico de drogas na região de Americana. Entre os detidos, havia uma mulher responsável pela venda dos entorpecentes, enquanto os outros seis familiares cuidavam do armazenamento das drogas.

Durante patrulhamento, os policiais desconfiaram da mulher, que foi abordada com 20 porções de crack. A partir dessa abordagem, os agentes localizaram uma adega onde ela teria adquirido os entorpecentes.

Apreensões e prisões

No local, foram detidos:

  • O casal dono do estabelecimento

  • Dois suspeitos que tentaram fugir

  • Duas mulheres, esposa e prima de um dos envolvidos

Na operação, foram apreendidos:

  • 335 pinos de cocaína

  • 78 porções de crack

  • 12 porções de maconha

  • Cerca de R$ 3,9 mil em espécie

  • Bebidas alcoólicas com suspeita de adulteração

  • 84 maços de cigarros de origem estrangeira

Todas as drogas foram embaladas e estavam prontas para venda. Os produtos foram encaminhados à perícia.

Os sete suspeitos foram levados ao 2º Distrito Policial de Americana e permaneceram à disposição da Justiça. O caso foi registrado como:

  • Tráfico de drogas

  • Associação para o tráfico

  • Adulteração de produtos medicinais

  • Localização e apreensão de objeto

Esta operação reforça o combate da PM ao tráfico de drogas na região e evidencia a atuação de organizações criminosas familiares.

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Brasil e Mundo

Polícia de SP faz operação contra receptação de celulares roubados

© Marcello Casal Jr/Agência Brasi
São cumpridos 28 mandados de busca e apreensão
Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil
A Polícia Civil de São Paulo deflagrou, na manhã desta terça-feira, dia 4, a fase final da Operação Mobile Strike contra uma organização criminosa especializada na receptação de celulares roubados e furtados. Estão sendo cumpridos 28 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão temporária em cidades da Grande São Paulo.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), as investigações revelaram que o grupo mantinha uma estrutura hierarquizada e bem definida, com divisão de funções entre os integrantes.

Havia responsáveis pela subtração dos aparelhos, intermediários e revendedores que abasteciam o comércio clandestino, inclusive com remessas ao exterior. A estimativa é que o grupo movimentava de 20 a 30 celulares por dia.

Cerca de 110 policiais civis participam da operação. Todo o material apreendido e os suspeitos detidos estão sendo encaminhados à sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC).

“Com base em três meses de investigação e no uso de tecnologias de monitoramento e cruzamento de dados, a Polícia Civil conseguiu mapear com precisão o funcionamento do grupo e identificar seus principais integrantes”, divulgou, em nota, a SSP. Ela ressalta que a operação foi planejada para atingir o núcleo financeiro e logístico do grupo, a fim de enfraquecer as estruturas que sustentam o comércio ilegal de dispositivos.

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RMC

Receita e PF combatem fraude de R$ 1,5 milhão na região

No total, as investigações identificaram irregularidades envolvendo 187 contribuintes em 65 cidades e 14 estados do país

A Receita Federal, em parceria com a Polícia Federal, deflagrou uma nova fase de operação para combater um esquema de falsa consultoria tributária que prometia a redução de impostos. A ação, realizada nesta quarta-feira, 10 de setembro, revelou R$ 1,5 milhão em fraudes em contratos firmados por empresas de Socorro, Valinhos e Vinhedo.

No total, as investigações identificaram irregularidades envolvendo 187 contribuintes em 65 cidades e 14 estados do país. A estimativa é que o prejuízo total aos cofres públicos ultrapasse a marca de R$ 244 milhões. O principal suspeito, inclusive, teria utilizado cinco CPFs obtidos de forma ilegal para aplicar os golpes. Os crimes investigados incluem falsidade de documentos e lavagem de dinheiro.

O esquema funcionava de maneira simples e enganosa: a consultoria prometia aos clientes a quitação de dívidas tributárias por meio de “cessões” de créditos que, na verdade, eram falsos. Os criminosos usavam processos judiciais reais para dar uma aparência de legalidade à fraude. A consultoria cobrava até 70% do valor do imposto “economizado” e usava o dinheiro para comprar bens de luxo no Brasil e no exterior.

Além de lesar o governo, o golpe também prejudicava as empresas que o contratavam, que sofriam com fiscalizações, multas e, em alguns casos, o bloqueio de patrimônio. A Receita Federal alerta que essa prática desleal também afeta a concorrência no mercado.

Vale ressaltar que a mesma empresa de consultoria já havia sido alvo da Operação Ornitorrinco, em 13 de março de 2024. Apesar da ação, o grupo continuou a aplicar os golpes, levando à nova operação.

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RMC

Operação da PF combate organização criminosa em Paulínia e região

O grupo atuava em fraudes cibernéticas, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro, obtendo altos ganhos ilícitos

A Polícia Federal deflagrou a Operação Lauandi na manhã desta terça-feira, 2 de setembro, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa que atuava em fraudes cibernéticas, falsificação de documentos, estelionato e lavagem de dinheiro.

De fato, a operação cumpriu 17 mandados de busca e apreensão em diversas cidades paulistas, incluindo Paulínia, Sorocaba, Votorantim, Ibiúna, Marília e Peruíbe, além de uma cidade no Maranhão.

As investigações, aliás, revelam que o grupo conseguia obter ganhos ilícitos significativos por meio de golpes contra o Estado, empresas e indivíduos, incluindo a venda de dados pessoais. Assim, para dificultar o rastreamento das autoridades, os criminosos pulverizavam os valores em contas de terceiros e os movimentavam através de empresas de fachada, contando com a ajuda de um contador.

Desdobramentos e Ações da Operação

A Operação Lauandi é um desdobramento da Operação Apateones, que a Polícia Federal de Campinas realizou em março de 2023. Naquela ocasião, a PF investigou fraudes contra o auxílio emergencial, o que, por sua vez, resultou na prisão em flagrante do chefe da organização e sua esposa por organização criminosa e posse ilegal de arma de fogo.

Durante a ação desta terça-feira, a Polícia Federal apreendeu uma série de itens, como dispositivos eletrônicos, celulares, documentos, veículos, dinheiro em espécie, cartões bancários em nome de terceiros e materiais para falsificação de documentos. Além disso, foram cumpridas ordens judiciais para o sequestro de bens móveis e imóveis, bloqueio de contas bancárias e custódia de criptoativos.

Finalmente, os investigados poderão responder por crimes como falsificação de documentos, estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Com a execução dessa operação, a Polícia Federal reforça seu combate a crimes cibernéticos e financeiros, protegendo o patrimônio público e privado.

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Brasil e Mundo

Oito pessoas estão foragidas após megaoperação da Polícia Federal

Vazamento de informação é uma das hipóteses investigadas

Oito pessoas continuam foragidas após três megasoperações da Polícia Federal (PF) contra a lavagem de dinheiro no setor de combustíveis. As ações, batizadas de Quasar, Tank e Carbono Oculto, foram deflagradas na quinta-feira, 28 de agosto. Do total de 14 mandados de prisão emitidos, a PF conseguiu cumprir apenas seis, uma estatística considerada incomum para a instituição.

Assim, a baixa quantidade de prisões levantou a suspeita de um possível vazamento de informações. A PF investiga a hipótese, afinal, o diretor geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, declarou em coletiva de imprensa que o resultado não é “uma estatística normal” das operações da entidade.

A Operação Tank, em primeiro lugar, foi a que emitiu o maior número de mandados de prisão. Ela focou no desmantelamento de “uma das maiores redes de lavagem de dinheiro já identificadas no Paraná”.

Conforme o Ministério da Justiça, o grupo criminoso atuava desde 2019 e movimentou mais de R$ 23 bilhões. A rede era composta por centenas de empresas, como postos de combustíveis, distribuidoras, holdings, empresas de cobrança e instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central.

Além disso, a Operação Quasar buscou desarticular uma “organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituições financeiras”, utilizando fundos de investimento para ocultar patrimônio de origem ilícita. De fato, a investigação encontrou indícios de ligação do grupo com facções criminosas.

Por fim, a Operação Carbono Oculto mirou em um “sofisticado esquema de fraudes, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, controlado pelo crime organizado”.

A Agência Brasil contatou a Polícia Federal, que informou que o número de presos se manteve em seis até o final da manhã desta sexta-feira, 29 de agosto.

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Valinhos

GCM de Valinhos prende traficante e apreende moto adulterada

Sistema do Centro do Operações e Inteligência permitiu interceptação de veículo com maconha embalada para venda e detenção de suspeito com histórico de homicídio

A Guarda Civil Municipal de Valinhos segue em constante atuação na cidade e, nas últimas horas, realizou duas operações de relevância. Entre a tarde de terça-feira, 26, e a madrugada desta quarta-feira, dia 27, as ocorrências atendidas colocam mais uma vez em evidência a eficácia da integração entre inteligência, tecnologia e patrulhamento ostensivo.

“Estas operações mostram como nosso sistema integrado de inteligência está dificultando a ação de criminosos em Valinhos. Do tráfico internacional à adulteração veicular, nossa tecnologia permite respostas rápidas e eficazes”, destacou Anderson Gomes, comandante da GCM.

Confira os destaques das ocorrências:

Paquistanês preso por tráfico de drogas

Às 00h10 da madrugada desta quarta-feira, dia 27, o sistema de inteligência do COI (Centro de Operações e Inteligência) da GCM detectou a entrada no município de um veículo modelo Fiat Argo suspeito de participar de furtos de catalisadores em Iracemápolis.

Diante do alerta, a patrulha da GCM abordou o carro no bairro Vila Faustina (Rua Campos Sales). Quem conduzia o carro era um cidadão paquistanês de 36 anos, que se apresentou como motorista de aplicativo e empresário do setor de roupas. No porta-malas do veículo, foram encontradas 20 embalagens a vácuo de maconha pronta para comercialização e uma balança de precisão.

O motorista alegou que tinha trazido as drogas da capital e estava aguardando orientação para entregar ao destinatário. Ele teria recebido R$ 500 pelo serviço. A passageira que estava no carro foi liberada e o veículo foi levado ao pátio. O suspeito foi preso em flagrante e transferido para a cadeia do 2º DP de Campinas.

Motocicleta adulterada é apreendida

Na tarde de terça-feira, dia 26, o sistema do COI identificou uma motocicleta circulando no bairro Vila Santana com placa irregular (originária de um carro).

A ação rápida da equipe em patrulhamento a detenção do condutor da moto, um operador de motosserra de 52 anos. Ele já tinha passagem criminal por homicídio. A motocicleta foi apreendida e o homem foi indiciado por adulteração de identificação veicular, ficando à disposição da Justiça.

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Valinhos

GCM apreende R$ 10 mil em drogas com auxílio de cão farejador

Operação no Jardim das Figueiras retirou de circulação mais de 600 porções de entorpecentes

A Guarda Civil Municipal (GCM) de Valinhos realizou uma importante apreensão de drogas na tarde desta segunda-feira, dia 28, durante patrulhamento no bairro Jardim das Figueiras. A ação contou com o apoio fundamental do cão farejador Colt, do Canil da GCM, que localizou um cooler com entorpecentes enterrado em área de mata.

Por volta das 13h, a equipe do GOC estava patrulha preventiva no bairro. Um suspeito fugiu para dentro da mata ao avistar a viatura. Apesar de o homem não ter sido preso, a equipe da GCM, com a ajuda do cão, localizou as drogas. Foram apreendidos, no total:

* 320 papelotes de substância análoga ao crack

* 196 papelotes de substância análoga à maconha

* 81 opendorfs de substância análoga à cocaína

* 15 papelotes de substância análoga ao Dry

* 1 tablete de substância análoga à maconha

O Comandante da GCM, Anderson Gomes, destacou os resultados positivos das operações recentes:

“Em menos de 15 dias, nossas equipes táticas já retiraram quantidades significativas de drogas de circulação e prenderam traficantes. Esta apreensão comprova a eficácia do trabalho conjunto entre patrulhamento inteligente e o uso de tecnologia, como nossos cães farejadores.”

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Brasil e Mundo

Quadrilha cria site e prejudica 35 mil candidatos ao Enem em 2024

PF cumpre mandatos de prisão na cidade de Praia Grande em São Paulo
Tâmara Freire – Repórter da Agência Brasil
Mais de 35 mil estudantes foram lesados por uma quadrilha de golpistas que criou um site falso de inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Além de perderem o valor da inscrição, eles não puderam fazer a prova que é a principal forma de acesso ao ensino superior público. O esquema realizado no ano passado arrecadou pelo menos R$ 3 milhões.

A Polícia Federal (PF) cumpre nesta quinta-feira, dia 10, dois mandados de busca e apreensão contra suspeitos na cidade de Praia Grande em São Paulo. A PF obteve na Justiça o bloqueio de bens dos investigados. Um deles, já tem 15 anotações criminais por estelionato.

As investigações mostram que durante o período oficial de inscrições, entre 27 de maio e 14 de junho de 2024, os investigados criaram diversas páginas falsas que imitavam o ambiente oficial do site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep, que realiza o Enem. Após preencherem o questionário de inscrição fraudulento, os usuários faziam um pagamento via pix, direcionado para uma conta bancária vinculada a uma empresa privada.

A mesma empresa aparece em reclamações na internet, feitas por pessoas que pagaram por produtos ou serviços, mas não receberam. A operação desta quinta-feira vai contribuir para que a Polícia Federal aprofunde as investigações para identificar possíveis outros envolvidos e responsabilizar o grupo pela prática de fraude eletrônica com uso de meio virtual, em continuidade delitiva.

A operação foi batizada com o nome Só Oficial para alertar os candidatos dos próximos anos a acessarem apenas o site oficial do exame e sempre verificar se a página em que estão navegando tem a extensão gov.br, que indica se tratar de site oficial do governo brasileiro. O período de inscrições deste ano encerrou no dia 13 de junho e as provas serão aplicadas nos dias 9 e 16 de novembro.

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Brasil e Mundo

Lula estreita parceria com Interpol para enfrentamento ao crime organizado

O presidente Lula durante discurso na sede da Interpol, em Lyon, na França: “Nenhum país isoladamente conseguirá debelar a criminalidade transnacional”. Foto: Ricardo Stuckert / PR
Em Lyon, presidente visita sede da instituição, amplia vínculos para combate a organizações transnacionais e condecora Valdecy Urquiza, primeiro brasileiro a ocupar o cargo de secretário-geral da Interpol
Reforçar a cooperação internacional para enfrentar o crime organizado. Desarticular organizações transnacionais e suas redes. Apoiar a modernização tecnológica e institucional de órgãos de segurança no Brasil e na América Latina e promover a proteção de grupos vulneráveis e preservar os direitos humanos nas ações policiais.

Esses são os quatro objetivos destacados na Declaração de Intenções assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sessão solene na sede da Interpol, em Lyon, na França. O evento nesta segunda-feira, 9 de junho, simbolizou a primeira vez que um presidente brasileiro esteve na sede da instituição, reconhecida por ser a maior e mais antiga organização policial do mundo. A Interpol reúne forças policiais de 196 nações parceiras, mais integrantes do que a própria Organização das Nações Unidas (ONU).

» Íntegra do discurso do presidente Lula

“Para combater o crime de forma efetiva é preciso asfixiar seus mecanismos de financiamento, em especial a lavagem de dinheiro. Nenhum país isoladamente conseguirá debelar a criminalidade transnacional. Assim como outros desafios que exigem ação coletiva, como a mudança do clima e a governança do espaço digital, a cooperação policial permanecerá como prioridade da política externa brasileira”, disse Lula.

PROTEÇÃO AMBIENTAL – Antes da visita à Interpol, Lula discursou na 3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, em Nice, na França, e defendeu que proteger os oceanos é fundamental no combate às mudanças climáticas. Em Lyon, ele ressaltou que fortalecer a segurança pública também significa proteger a natureza. “Meu compromisso de zerar o desmatamento ilegal até 2030 passa por atuar na repressão a todo tipo de ilícito ambiental”, afirmou o presidente, que elencou algumas conquistas de sua gestão. 

“No ano passado, a polícia brasileira apreendeu mais de 250 milhões de dólares em bens de acusados de praticar crimes contra o meio ambiente. Inutilizamos US$ 60 milhões em maquinário de garimpos ilegais, como dragas, tratores, retroescavadeiras e aeronaves”. O presidente citou o Programa Ouro Alvo, promovido pelos governos de Brasil e França, que emprega esforços transfronteiriços contra a extração ilegal e as rotas de comércio ilícito de ouro e mercúrio. Essas operações têm sido fundamentais para a desintrusão de terras indígenas e para reduzir o desmatamento.

QUESTÃO GLOBAL – Lula alertou que as organizações criminosas se organizaram e expandiram ilícitos mundialmente. “Uma das consequências perversas da globalização é a articulação de grupos criminosos para além das fronteiras nacionais. A criminalidade está evoluindo a uma velocidade sem precedentes, exigindo ações multilaterais urgentes e coordenadas. Cada vez mais impulsionado pela tecnologia digital e pela conectividade, o crime organizado tornou-se questão global”. É nesse contexto que a parceria com a Interpol, segundo o presidente, é essencial. “Esta organização atua na busca e apreensão de alguns dos criminosos mais perigosos do planeta, no combate ao terrorismo, resgata vítimas de tráfico e de exploração sexual e protege o meio ambiente”, elencou.

FUNÇÃO INÉDITA – O presidente celebrou a eleição de Valdecy Urquiza, primeiro brasileiro a ocupar o cargo de secretário-geral da Interpol, como uma sinalização de prestígio da trajetória do profissional e das forças de segurança do Brasil. “Eu achava que era difícil um brasileiro chegar a ser secretário-geral da Interpol. A tua eleição me confirmou uma coisa em que acredito: não existe nada impossível quando a gente trabalha, quando a gente acredita e quando a gente quer. É também o reconhecimento do papel de destaque do Brasil no combate ao crime transnacional”, frisou.

MULTILATERALISMO – Em sua fala, Urquiza ressaltou que o combate ao crime organizado demanda ação baseada no multilateralismo. “Precisamos de uma estratégia multilateral e integrada, que reúna esforços de todas as nações em uma frente comum. O apoio brasileiro à Interpol tem sido contínuo, expressivo e valioso. Organizações transnacionais poderosas praticam crimes graves, como tráfico de seres humanos, exploração sexual infantil, tráfico de drogas e armas, crimes cibernéticos e crimes ambientais. Esses crimes impactam profundamente nossas comunidades, nossas economias, nossas instituições. Mais do que nunca, torna-se inegociável a necessidade de uma resposta global, coordenada e eficaz”, afirmou o secretário-geral da Interpol.

HOMENAGENS – Durante a cerimônia, Lula recebeu de Ahmed Naser Al-Raisi, presidente do Comitê Executivo da Interpol, uma medalha da instituição por sua excelência e empenho no combate ao crime transnacional. “Sua liderança no Brasil, ao longo de três décadas e vários mandatos, sempre demonstrou de maneira consistente a determinação em contribuir à segurança global, à justiça e à cooperação internacional”, frisou Al-Raisi. Lula condecorou Valdecy Urquiza com a Ordem de Rio Branco, no grau de grande oficial. A láurea foi instituída em 1963, com o objetivo de, ao distinguir serviços meritórios e virtudes cívicas, estimular a prática de ações e feitos dignos de honrosa menção.

UNIÃO DE ESFORÇOS – O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, lembrou que o crime ceifa vidas, destrói lares, liquida patrimônios públicos e privados e corrompe as sociedades. “O necessário enfrentamento à criminalidade, infelizmente, retira recursos públicos de áreas prioritárias, como a saúde, a educação, o emprego, inovação e infraestrutura. É por isso que o êxito no combate ao crime organizado transnacional requer a união de esforços e recursos entre os vários estados. Não pode ser um combate isolado”, destacou. Também participaram da cerimônia o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, além de ministros e parlamentares brasileiros.

09.06.2025 - Sessão solene por ocasião da assinatura de Declaração de Intenções entre o Brasil e a Interpol

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