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Justiça italiana pode decidir extradição de Carla Zambelli

Carla Zambelli (PL-SP) pode ter a extradição decretada nesta quinta-feira, 18. Foto: Felipe Rau/Estadão
A decisão pode ser anunciada ainda nesta quinta ou na sexta-feira, dia 19. Caso haja novos documentos, os juízes podem marcar uma nova audiência
A Justiça da Itália pode decidir nesta quinta-feira, dia 18, sobre a extradição da ex-deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) ao Brasil. Ela está presa em Roma desde o início do mês, por decisão da Corte de Apelação, que apontou risco de fuga.
Zambelli renunciou ao mandato no último domingo. A estratégia da defesa é usar a renúncia para tentar deixar a prisão e, em liberdade, reverter o pedido de extradição feito pelo governo brasileiro.
A decisão pode ser anunciada ainda nesta quinta ou na sexta-feira, dia 19. Caso haja novos documentos, os juízes podem marcar uma nova audiência.
Defesa tenta barrar extradição
Segundo o advogado italiano Pieremilio Sammarco, não está descartada a apresentação de novos elementos ao processo. “Não se exclui que novos elementos sejam apresentados”, afirmou à Rádio França Internacional.
Na audiência, os magistrados devem analisar a documentação enviada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes à Justiça italiana. Se a extradição for autorizada, Zambelli deverá cumprir pena na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia.
A audiência estava marcada inicialmente para o dia 4, mas foi adiada após a defesa apresentar novos documentos. Entre eles, um relatório da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e informações sobre o sistema prisional brasileiro.
Condenações no Supremo Tribunal Federal
O Ministério Público da Itália já emitiu parecer favorável à extradição, em outubro. Zambelli deixou o Brasil logo após o STF determinar sua prisão, em junho.
Ela foi condenada em duas ações no Supremo. Na primeira, recebeu pena de dez anos de prisão por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica. Segundo a investigação, a ex-deputada teria atuado em conjunto com o hacker Walter Delgatti Neto para inserir documentos falsos no sistema, incluindo um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
Na segunda condenação, o STF impôs pena de cinco anos e três meses de prisão, em regime semiaberto, pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. A decisão também determinou a perda do mandato após o trânsito em julgado.


