ALERTA

Valinhos

População deve ficar atenta aos sinais de intoxicação por metanol

Com morte confirmada no Estado, Vigilância em Saúde reforça o aviso sobre o consumo de bebidas destiladas adulteradas; confira os sintomas e saiba onde buscar ajuda

Com o aumento no número de casos de intoxicação por metanol e uma morte confirmada no Estado de São Paulo, as autoridades sanitárias estão reforçando o alerta para a atenção aos sintomas em decorrência do consumo de bebidas destiladas adulteradas. De acordo com nota técnica da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, pessoas que ingeriram bebidas alcoólicas destiladas podem apresentar os seguintes sintomas:

Até 6 horas após a ingestão: sonolência, ataxia (dificuldade de manter a coordenação), tontura, dor abdominal, náuseas, vômitos, cefaleia, confusão mental, taquicardia e hipotensão;

Entre 6 horas e 24 horas após a ingestão: visão turva, fotofobia (aversão à luz), escotomas (pontos cegos na visão), midríase (pupila dilatada), perda da visão das cores, convulsões, coma, acidose metabólica grave (sangue ácido).

Casos graves podem apresentar cegueira irreversível, choque, pancreatite, insuficiência renal, necrose de gânglios da base com tremor, rigidez, bradicinesia (lentidão nos movimentos dos membros).

Todos os serviços de saúde devem comunicar casos suspeitos ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, e também para a Vigilância em Saúde do município. As análises de amostras estão sendo enviadas para o Hospital de Clínicas de Ribeirão Preto para análise e confirmação de casos.

O que fazer em casos suspeitos

Em Valinhos, pessoas que apresentem sintomas de intoxicação por metanol devem procurar a UPA, para atendimento da rede pública, ou um pronto-socorro de hospitais privados.

Recomendação

O Ministério da Saúde recomenda que a população não consuma temporariamente bebidas destiladas sem conhecimento da procedência, principalmente as incolores, até que as circunstâncias destas intoxicações sejam esclarecidas. Não há como identificar a presença do metanol durante o consumo porque seu gosto é muito parecido com o do etanol, utilizado na fabricação destes produtos. A presença do metanol só é descoberta após a manifestação de sintomas e identificação durante os exames clínicos.

Metanol

O metanol é um composto químico líquido, incolor e volátil, utilizado como combustível ou como matéria prima na produção de solventes, tintas, resinas, plásticos e produtos de limpeza, além de poder estar presente também em bebidas alcoólicas adulteradas/clandestinas. O metanol é um produto tóxico e pode ser perigoso se ingerido. Essa forma de intoxicação é considerada grave, podendo acarretar cegueira permanente e levar a óbito.

Valinhos

A Vigilância em Saúde do município ressalta que não há nenhum caso suspeito registrado na cidade.

 

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Saúde

Intoxicação por metanol é diferente do abuso de álcool; veja os sinais

© Biodiesel Brasil

Especialistas explicam como identificar essas diferenças

Guilherme Jeronymo – Repórter da Agência Brasil
Apesar de quimicamente muito parecido com o etanol – o álcool comum presente nas bebidas -, o metanol tem dinâmica de degradação no corpo humano muito diferente e perigosa, podendo causar danos permanentes ou levar à morte mesmo em doses baixas. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil falam sobre os perigos mais comuns e a dinâmica da intoxicação por esse agente.

O metanol não é metabolizado da mesma maneira que o etanol, que compõe as bebidas alcoólicas, O etanol se transforma em molécula conhecida como acetaldeído, que é tóxico mas com a qual o nosso fígado consegue geralmente trabalhar, convertendo-o em ácido acético (o mesmo do vinagre). O ritmo e a capacidade de cada pessoa para lidar com o álcool varia de acordo com fatores como idade, peso e saúde do fígado. Ele pode causar dependência, intoxicação e mesmo a morte, se em quantidades acima da capacidade de metabolismo do organismo, além de ser fator de risco para doenças do fígado, do coração e dos rins.

Para o metanol, a dinâmica segue o mesmo caminho, mas produz formaldeído. Esse composto é transformado em ácido fórmico (encontrado na natureza em algumas formigas, abelhas e plantas). O passo seguinte é seu metabolismo com ácido fólico, gerando água e gás carbônico, o que pode ser muito lento e causar acúmulo em alguns órgãos. Ai começam os problemas: o acúmulo sobrecarrega inicialmente o sistema nervoso, principalmente o nervo óptico, e um dos sintomas mais característicos são as alterações na visão ou mesmo cegueira, que podem ser breves, duradouras ou até permanentes.

O pior dos cenários, porém, é de uma intoxicação severa, onde a concentração de ácido fórmico no sangue leva a uma sobrecarga no metabolismo intracelular, afetando as mitocôndrias. Elas são responsáveis pela geração de energia dentro das células e qualquer coisa que as afete terá impacto em todo o corpo.

Os sintomas iniciais aparecem, em média, de 12 a 14 horas após a ingestão, informou Hanna Flávia Gomes, oftalmologista do CBV-Hospital de Olhos do Distrito Federal, e variam entre dores de cabeça, náuseas e vômitos, dores abdominais, confusão mental, visão turva repentina ou cegueira. Quem tem esses sintomas não irá apresentar necessariamente todos eles, nem irão aparecer em ordem específica.

“É importante procurar um médico logo, pois o tratamento adequado depende dos exames iniciais e da confirmação no laboratório. Doses a partir de 10 ml já podem causar cegueira”, alerta a especialista.

Entre os tratamentos possíveis estão o uso de corretores de acidez, como bicarbonato, o tratamento com vitaminas, como ácido fólico e com antídotos, como etanol venoso, ou mesmo a hemodiálise em casos graves, mas não se deve tentar soluções caseiras, pois a situação tende a piorar com o acúmulo no organismo e se agravar em pouco tempo após os primeiros sintomas.

A diferença nos sintomas talvez seja a melhor forma de identificar se a bebida continha uma mistura de etanol e metanol. Enquanto o primeiro gera desconforto e impactos rapidamente, mesmo os mais graves, os sintomas do metanol vão aparecer aos poucos, pois o corpo metaboliza a substância lentamente, explicou o neurocirurgião André Meireles Borba. Os sintomas, segundo ele, tendem a aparecer algumas horas depois da ingestão e vão se agravando.

“Mesmo que você tenha ingerido álcool, se horas depois da ingestão você começar a sentir sintomas que sejam diferentes dos habituais, especialmente se envolvem a alteração da parte visual, deve haver alguma preocupação. Especialmente se os sintomas, em vez de diminuírem, forem piorando ao longo das horas”.

Entre os sintomas possíveis estão cegueira, névoa na visão, intolerância à luz e aparecimento de manchas.

Apesar dos sinais relacionados ao nervo óptico serem os mais comuns, Borba esclarece que o mais perigoso são os sintomas do que seria a “intoxicação das mitocôndrias”.

“Normalmente, elas fazem a respiração bioquímica, que é a produção de energia dentro das células, por meio do metabolismo do açúcar no sangue (que não é o açúcar que comemos, já é um produto dele, geralmente açúcares menores e gorduras). Esse processo é regulado por um mecanismo bioquímico que envolve sais e é desequilibrado pelo metabólito do metanol, o formaldeído. “Na prática ele ‘gruda’ no citocromo, o que faz com que pare de funcionar. Se a gente comparar esse funcionamento com o pistão do motor de um carro, é como você encher o pistão de água, e isso impede seu funcionamento”, ilustra o médico. É como um processo de asfixia em nível celular, muito difícil de tratar e, a partir de um certo ponto, irreversível. “As células deixam de produzir energia, não tem como a gente trocar isso”, conclui.

A orientação dos especialistas, assim como de todos os órgãos técnicos, é procurar o atendimento em serviços de urgência próximos imediatamente. As unidades trabalham com protocolos de triagem e podem diferenciar rapidamente tipos distintos de intoxicação. Mesmo serviços locais de saúde têm redes de referência que podem orientar os profissionais para o atendimento rápido e adequado.

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Valinhos

Educação recomenda a suspensão de atividades ao ar livre nas escolas por baixa umidade do ar

Medida preventiva protege saúde de alunos e professores, que devem evitar atividades ao ar livre

A Secretaria de Educação de Valinhos recomendou a suspensão de atividades de Educação Física e recreação ao ar livre nas escolas municipais. A medida, que vale para esta quinta-feira, dia 11 e sexta-feira, 12, responde a um alerta de baixa umidade do ar emitido pela Defesa Civil do município.

A Defesa Civil registrou um índice de 16,7% às 14h20 desta quinta. Este nível é considerado crítico pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pois está abaixo do limite de emergência de 20%. A suspensão ocorre no período das 10h às 16h, quando a umidade atinge seus patamares mais baixos.

O objetivo principal é proteger a saúde de alunos e profissionais da educação. Por isso, a secretaria reforçou a importância da hidratação constante e da umidificação dos ambientes escolares. O secretário André Amaral explicou que a prevenção é a prioridade da prefeitura.

“Nós orientamos todas as unidades a substituírem atividades externas por alternativas em ambientes cobertos e arejados, além de intensificarmos a oferta de água para estudantes e funcionários”, afirmou Amaral. A situação será reavaliada na próxima segunda-feira, dia 15.

A Defesa Civil de Valinhos continua monitorando a umidade do ar e, além disso, orienta toda a população a se hidratar e evitar exposição prolongada ao sol. A baixa umidade pode causar diversos problemas de saúde, como ressecamento das vias respiratórias e da pele, irritação nos olhos e o agravamento de alergias e outras doenças respiratórias.

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Saúde

Dormir mal não é normal: o que está por trás da insônia?

Neurologista da Unimed Araxá fala sobre os sinais de alerta e as formas de prevenção do problema

A insônia, caracterizada pela dificuldade em adormecer, manter o sono ou acordar cedo demais, é um dos distúrbios de sono mais comuns. Embora possa parecer apenas um incômodo, em muitos casos afeta significativamente a qualidade de vida. Estima-se que 10% da população mundial sofra de insônia em grau considerado clínico.

Nesta entrevista, a neurologista Yvely Iunes Akel, da Unimed Araxá, explica o que está por trás da falta de sono, quais os principais fatores de risco e como é possível tratar o problema.

O que é insônia?

Insônia é quando a qualidade do sono não é boa. Isso pode significar que a pessoa não está dormindo o suficiente, não está dormindo bem ou tem dificuldades para adormecer ou manter o sono. Para alguns, é apenas um incômodo; para outros, pode ser uma grande perturbação.

A insônia pode ser considerada uma doença?

Sim. Cerca de 10% da população mundial sofre de insônia em grau que pode ser considerado uma condição médica. Em geral, não é perigosa e existem várias formas de tratamento, incluindo medicamentos e terapias voltadas para a saúde mental.

O que pode ser considerado um sono “normal”?

Os hábitos e as necessidades de sono variam bastante. Por isso, os especialistas consideram uma ampla gama de padrões como normais. Algumas pessoas preferem dormir e acordar cedo, outras preferem horários mais tardios. Há quem precise naturalmente de menos horas de sono, por fatores até genéticos. Também existem diferenças aprendidas: militares em combate, por exemplo, costumam ter sono leve, enquanto outros desenvolvem sono pesado para conseguir descansar mesmo em ambientes ruidosos. Além disso, a necessidade de sono muda ao longo da vida: bebês precisam de 14 a 17 horas por dia, enquanto adultos necessitam de sete a nove horas.

Quais fatores podem causar ou contribuir para a insônia?

São vários. O histórico familiar é importante, já que características do sono, incluindo insônia, podem ser hereditárias. Diferenças na atividade cerebral também influenciam: algumas pessoas têm o cérebro mais ativo, o que atrapalha o sono. Questões médicas contam muito, desde problemas temporários, como infecções, até doenças crônicas, como refluxo ácido ou Parkinson. Condições de saúde mental, como ansiedade e depressão, estão presentes em cerca de metade dos casos crônicos. Além disso, circunstâncias de vida estressantes, mudanças de rotina (como trabalho em turnos ou jet lag) e hábitos inadequados de sono — como excesso de cafeína, falta de rotina ou cochilos frequentes — contribuem bastante.

Como a medicina classifica os tipos de insônia?

Há duas formas principais de classificação. Pelo tempo de duração, pode ser aguda (curto prazo) ou crônica (longo prazo), que chamamos de transtorno de insônia. Pela causa, pode ser primária, quando ocorre espontaneamente, ou secundária, quando é sintoma de outra condição ou circunstância.

Quais são os sintomas mais comuns?

A insônia pode se manifestar de três formas: dificuldade para iniciar o sono (insônia inicial), dificuldade para manter o sono, com despertares noturnos (insônia intermediária), ou despertar precoce, quando a pessoa acorda muito cedo e não consegue voltar a dormir (insônia tardia). Como consequência, durante o dia surgem sintomas como cansaço, sonolência, dificuldade de concentração, lapsos de memória, irritabilidade, ansiedade ou depressão.

Quais são os principais riscos da insônia para a vida cotidiana?

Além do cansaço e do mau humor, a insônia pode prejudicar atividades sociais, profissionais e de lazer. Há ainda riscos de segurança: dirigir ou operar máquinas com reflexos reduzidos, por exemplo, é perigoso.

E como tratar a insônia?

Existem várias estratégias. A primeira é adotar bons hábitos de sono, conhecidos como higiene do sono. Isso envolve manter horários regulares, evitar cafeína à noite, preparar um ambiente adequado para dormir e limitar o uso de telas antes de se deitar. Medicamentos podem ser usados em alguns casos, mas sempre sob orientação médica, para evitar dependência ou efeitos colaterais. Além disso, tratar condições associadas, como ansiedade e depressão, é fundamental.

Qual a recomendação para quem enfrenta dificuldades para dormir?

Nunca se automedique. Se houver suspeita de distúrbio do sono, procure um especialista. O diagnóstico correto é essencial para definir o tratamento mais seguro e eficaz.

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Saúde

Especialista alerta para os riscos do tempo seco para os idosos

Setembro de 2025 marcará a transição do inverno para a primavera com uma mistura de tempo seco e altas temperaturas, principalmente no interior do estado de São Paulo durante a primeira quinzena do mês. Segundo a Dra. Maria Kassab, infectologista do laboratório DMS Burnier, essa combinação de calor e baixa umidade do ar, agravada pela poluição, representa um alerta, podendo causar e agravar problemas de saúde, especialmente para a população idosa, que é mais vulnerável.

“O ressecamento da pele e das mucosas (nariz, olhos e garganta) é um dos problemas mais comuns, podendo resultar em sangramentos nasais e irritações. Além disso, o risco de desidratação aumenta consideravelmente, visto que a sensação de sede tende a diminuir com a idade, enquanto a perda de líquidos é acelerada pelo calor”, diz.

Para entender o porquê desse impacto, a especialista explica que o principal desafio está na capacidade reduzida do corpo de se adaptar às mudanças ambientais. “O mecanismo de termorregulação do corpo se torna menos eficiente com o envelhecimento, tornando o idoso mais suscetível a condições como a hipertermia e a desidratação”.

A doutora ainda ressalta que as condições climáticas atuais podem agravar complicações respiratórias pré-existentes, como asma e bronquite. “A poluição e a poeira, que se concentram mais no ar seco, irritam as vias aéreas e podem provocar crises”, alerta. Por isso, ela reforça que pacientes com asma e bronquite devem sempre manter o tratamento contínuo das medicações orais ou inalatórias prescritas por seus médicos, mesmo que se sintam bem.

Diante desse cenário, medidas preventivas são essenciais para garantir o bem-estar dos idosos. Confira abaixo dicas importantes:

Hidratação constante: A principal recomendação é incentivar o consumo de líquidos, mesmo sem sentir sede. A água é fundamental, mas sucos naturais e chás de ervas também contribuem. Uma estratégia eficaz é manter uma garrafa de água sempre por perto, à vista e ao alcance do idoso, para lembrá-lo de beber.

Umidificação do ambiente: O uso de umidificadores de ar é uma ótima maneira de combater o ar seco, principalmente nos quartos, durante a noite. Para quem não tem o aparelho, uma toalha molhada ou um recipiente com água no cômodo já ajuda a melhorar a qualidade do ar.

Cuidados com a respiração e a pele: É crucial evitar saídas nos horários de pico de calor e poluição, geralmente entre 10h e 16h. Além disso, recomenda-se o uso de soro fisiológico nas narinas para mantê-las hidratadas e a aplicação de hidratantes na pele.

Alimentação adequada: Incluir na dieta alimentos ricos em água, como frutas (melancia, melão, morango) e vegetais (pepino, alface), contribui significativamente para a hidratação do organismo.

Monitoramento da saúde: É importante ficar atento a sinais como tontura, dor de cabeça, boca seca, urina escura ou redução da frequência urinária, que podem indicar desidratação. Nesses casos, a busca por atendimento médico e a realização de exames laboratoriais são fundamentais para um diagnóstico preciso e para a definição do tratamento adequado. Também é essencial verificar se a carteira vacinal está atualizada. Vacinas como a da influenza, COVID-19, sincicial respiratório e pneumocócica devem estar em dia para proteger a saúde das vias respiratórias.

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Saúde

Queda da testosterona em jovens: um alerta crescente para a saúde masculina

A queda nos níveis de testosterona, tradicionalmente associada ao envelhecimento masculino, vem sendo cada vez mais observada em homens jovens, alerta o médico George Mantese

A queda nos níveis de testosterona, tradicionalmente associada ao envelhecimento masculino, vem sendo cada vez mais observada em homens jovens, com idade até 30 anos. Esse fenômeno desperta preocupações médicas e sociais, pois a testosterona exerce papel central não apenas na função sexual, mas também na saúde metabólica, óssea, cognitiva e emocional.

Segundo pesquisas, as principais causas da queda dos níveis de testosterona entre o público jovem até 30 anos estão associadas a obesidade, metabolismo, hormônios, estilo de vida, dieta, sono, perda de peso e recuperação hormonal.

“Quando um jovem apresenta níveis baixos de testosterona, o sinal de alerta deve ser imediato. Muitas vezes não se trata de um problema isolado, mas do reflexo de um conjunto de fatores como obesidade, sedentarismo, má alimentação e até mesmo doenças metabólicas já instaladas”, explica George Mantese, médico de família e comunidade, mestre em Epidemiologia, doutorando em Educação e Saúde pela USP e especialista em saúde masculina e longevidade.

Ele conta que estudos clínicos têm demonstrado que a obesidade está fortemente associada a menores níveis de testosterona. O aumento da gordura visceral eleva a atividade da aromatase, enzima responsável pela conversão de testosterona em estrógeno, além de reduzir os níveis de SHBG (sex hormone-binding globulin), diminuindo assim a testosterona circulante

Essa relação é particularmente preocupante em jovens adultos, já que a “obesidade vem crescendo de forma epidêmica nessa faixa etária, contribuindo para um cenário de hipogonadismo funcional”, alerta Mantese.

Outro fator para o problema, diz o médico, é qualidade da dieta. Uma meta-análise apontou que dietas com baixo teor de gordura podem reduzir significativamente os níveis de testosterona total e livre em homens, principalmente quando associadas à perda de peso abrupta.

“O sedentarismo e a privação do sono são igualmente reconhecidos como fatores de risco para a disfunção hormonal”, alerta Mantese. Seundo ele, a testosterona apresenta um ritmo circadiano, com maior produção durante o sono REM e pico nas primeiras horas da manhã. Estudos demonstram que a restrição de sono reduz significativamente os níveis hormonais já após uma semana de privação parcial, mesmo em homens jovens e saudáveis.

“O jovem de hoje enfrenta um tripé perigoso: má alimentação, sedentarismo e estresse crônico. Esses fatores não apenas reduzem a testosterona, mas aceleram um processo de envelhecimento precoce. É por isso que defendemos a saúde masculina preventiva, antes mesmo da necessidade de reposição hormonal”, comenta George Mantese.

Mantese diz que a boa notícia é que a perda de peso significativa, seja por meios comportamentais ou farmacológicos, pode restaurar níveis normais de testosterona. Estudos longitudinais mostram que a normalização hormonal ocorre em até 77% dos casos de obesos que reduzem seu peso corporal de forma consistente.

A queda de testosterona em jovens não pode ser negligenciada. Trata-se de um marcador clínico que exige investigação abrangente e manejo individualizado. Mais do que reposição hormonal, a prioridade deve ser identificar e corrigir fatores reversíveis como obesidade, sedentarismo e disfunções metabólicas.

“Nossa missão é mostrar que saúde masculina não começa na reposição, mas sim na prevenção e no cuidado integral. O olhar atento para os jovens é fundamental para que possamos garantir qualidade de vida e longevidade saudável”, conclui Mantese.

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RMC

Denúncias de assédio sexual no trabalho crescem 19% na RMC

O número de denúncias de assédio sexual no ambiente de trabalho na região de Campinas, São Paulo, teve um aumento de 19,14% entre janeiro e julho de 2024 e o mesmo período de 2025. Os dados do Ministério Público do Trabalho (MPT) apontam que o total de processos registrados subiu de 47 para 56.

A advogada Thaís Cremasco explica que, embora não seja obrigatório registrar um boletim de ocorrência, a vítima pode entrar com uma ação na Justiça do Trabalho. Essa ação pode solicitar reparação por danos morais, decorrentes da violência sofrida, e por danos materiais, caso o assédio tenha causado adoecimento ou perda de oportunidades de trabalho.

Orientações

Cremasco explica que a vítima não pode registrar boletim de ocorrência, inclusive online, mas que não há obrigatoriedade. Porém, a advogada reforça a importância de fazer a denúncia na Justiça do Trabalho.

“O mais importante é que ela entre com uma ação judicial na Justiça do Trabalho, alegando o assédio sexual e pedindo um dano em decorrência desse assédio. Pode ser um dano moral, em decorrência de toda a dor dessa violência, e um dano material caso essa mulher tenha de alguma forma adoecido ou perdido oportunidade de trabalho em decorrência da violência que sofreu”, explica.

Vítimas relatam abusos e violência

A reportagem do g1 Campinas e região e da EPTV relata casos de violência e abuso na região. Em Amparo, uma motorista de aplicativo foi estuprada enquanto trabalhava. A vítima conseguiu conduzir o agressor até o destino, onde ele a ameaçou e fugiu com seu celular. O suspeito foi preso e confessou o crime. A empresa de transporte por aplicativo informou ter colaborado com a polícia e que mantém canais de suporte à disposição.

Outro caso, em Valinhos, expõe a dificuldade de denunciar o assédio. Uma funcionária de 33 anos, em período de experiência, relatou que sofreu comentários abusivos de um colega. Ao fazer uma denúncia interna, a empresa ouviu apenas a versão do agressor e a acusou de ter dado “abertura” para a situação, sem considerar as provas ou a versão da vítima.

“Não quiseram ver provas, não quiseram me ouvir. Eu tive que ouvir que ele disse que eu poderia estar dando abertura para que ele chegasse a esse ponto”, denuncia.

Fique sabendo:

O assédio no trabalho refere-se a comportamentos indesejados, repetitivos ou sistemáticos, que visam causar danos físicos, psicológicos, sexuais ou financeiros a um trabalhador, criando um ambiente hostil e degradante. Pode ser classificado como assédio moral ou sexual, e pode ocorrer em diferentes níveis hierárquicos, afetando a dignidade e a saúde mental do trabalhador.

Tipos de assédio no trabalho:

  • Assédio moral:

Caracteriza-se por comportamentos abusivos, humilhantes ou constrangedores, como isolamento, críticas excessivas, atribuição de tarefas impossíveis, entre outros, com o objetivo de desestabilizar a vítima profissional e emocionalmente.

  • Assédio sexual:

Envolve condutas de natureza sexual, como convites indesejados, comentários ofensivos, contato físico não solicitado, com o objetivo de obter favores sexuais ou criar um ambiente intimidador.

 

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Saúde

Saúde alerta para riscos e prevenção da febre maculosa

População deve ficar atenta ao visitar áreas de mata, parques e margens de rios
A Divisão de Vigilância em Zoonoses de Valinhos alerta a população sobre os riscos da febre maculosa, doença transmitida pelo Amblyomma sculptum, conhecido popularmente como carrapato-estrela. Embora o município ainda não tenha registrado nenhum caso em 2025, a vigilância segue orientando a população para prevenir a contaminação da febre maculosa, uma doença grave com risco de morte.
Em 2024, Valinhos confirmou um caso de febre maculosa e uma morte em decorrência da doença. A transmissão, que ocorre principalmente em áreas de mata, gramas de parques e em margens de rios, se intensifica entre os meses de maio e outubro quando os carrapatos estão na fase imatura, popularmente conhecidos como micuim ou vermelhinho.
A capivara e cavalo são os principais hospedeiros do carrapato. Quando estes animais são infectados, eles resistem à doença o que proporciona tempo suficiente para que os carrapatos se alimentem com o sangue contaminado e depois transmitam a febre maculosa aos humanos.
Sintomas como febre, dor de cabeça, calafrios, intensa prostração, dor abdominal, náuseas e vômitos podem aparecer de 2 a 14 dias depois de a pessoa ter sido picada pelo carrapato ou ter frequentado áreas de vegetação. Pode ocorrer  o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.
A semelhança dos sintomas da febre maculosa com os de outras doenças, como a dengue, pode prejudicar o diagnóstico e a definição imediata do tratamento com antibiótico, levando o paciente à morte. Por isso, logo ao apresentar os sintomas, deve ser procurada a UPA ou uma unidade básica de saúde, sendo muito importante informar que esteve em áreas de risco. O tratamento com o  antibiótico recomendado pelo médico deve começar sem a confirmação do diagnóstico.
Como se prevenir
– Não acessar áreas de vegetação sem a proteção adequada;
– Para caminhar em gramas nos parques, em trilhas ou nas margens de rios, utilize roupas claras que permitem visualizar o carrapato, com mangas longas e com as barras da calça por dentro do calçado. Passe uma fita entre o calçado e a barra da calça para aumentar a proteção;
– Aplique repelente também sobre a roupa;
– Após visitar áreas de vegetação, faça uma inspeção minuciosa pelas roupas e pelo corpo.
Como retirar o carrapato do corpo
1 – Use uma pinça para segurar o carrapato pela cabeça;
2 – Faça movimentos leves de torção com a pinça;
3 – Puxe lentamente.
Importante: não esmague o carrapato com as unhas nem encoste fósforo, cigarro ou objetos aquecidos. Essas práticas aumentam o risco de transmissão da doença.
Informações:
Divisão de Vigilância em Zoonoses de Valinhos
Telefone / WhatsApp: (19) 3829-1252

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Brasil e Mundo

Mapa confirma gripe aviária em aves mortas no Bioparque do Rio

© Beth Santos/Secretaria da PR

Galinhas-d’angola e pavões foram atingidos pelo vírus

Douglas Corrêa – Repórter da Agência Brasil

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou, em comunicado oficial, nesta sexta-feira (25) que galinhas-d’angola e pavões morreram no Bioparque do Rio de Janeiro, após terem sido contaminadas por gripe aviária. 

O local, que é compartilhado com outras espécies, abrigava 16 galinhas-d’angola e a maioria das aves morreu em decorrência da doença, restando apenas três. Um pavão também veio a óbito e outro apresentou sinais clínicos.

“Com a confirmação da gripe aviária, os animais foram sacrificados como medida sanitária para conter a disseminação do vírus”, diz a nota do Mapa. 

O caso foi registrado em 17 de julho, após o serviço veterinário oficial do estado do Rio de Janeiro, vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa-RJ), receber alerta sobre mortes súbitas de galinhas-d’angola no local.

Em 22 de julho, o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas, em São Paulo, referência na América do Sul para diagnóstico do vírus, confirmou tratar-se do subtipo H5N1.

As visitações ao Bioparque foram temporariamente suspensas para avaliação de risco. A equipe técnica do local, composta por médicos-veterinários, biólogos e zootecnistas, realiza monitoramento contínuo dos animais para identificação precoce de sinais clínicos da doença.

Casos de transmissão do vírus H5N1 para humanos são raros. Porém, se nesse período de monitoramento uma dessas pessoas apresentar algum sintoma respiratório, será aberto um protocolo de caso suspeito humano, e a pessoa orientada a ficar em isolamento em sua própria residência.

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Saúde

Valinhos não receberá mais doses da vacina da gripe

Grupo de Vigilância Epidemiológica do Estado informou aos municípios que não serão enviadas doses adicionais até o final do ano
O Grupo de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo informou aos municípios paulistas que não serão enviadas mais doses da vacina contra a gripe até o final do ano. Com a medida, os municípios terão que administrar as doses em estoque ao longo do segundo semestre de 2025. Em Valinhos, mesmo com a Secretaria da Saúde promovendo a vacinação em datas e locais mais acessíveis, como praça e supermercados, o município ainda registra baixa cobertura no grupo prioritário, formado por idosos, crianças e gestantes, que está na casa dos 38%.
Em 2025, duas pessoas morreram no município em decorrência da gripe: um homem de 79 anos no mês de abril e uma mulher de 72 anos em junho. Ambos não haviam tomado a vacina contra o vírus influenza neste ano.
Dentro do grupo prioritário, dos 24.385 idosos residentes em Valinhos, 9.870 tomaram a vacina, o que representa 40% deste público. Entre as crianças maiores de seis meses e menores de seis anos, de 7.469 da população nesta faixa etária, 2.412 receberam a dose (32%). Já as gestantes apresentam a menor cobertura, de 27%. São 255 mulheres vacinadas de um grupo de 938.
A Secretaria de Saúde reforça que as pessoas do grupo prioritário correm mais risco de terem um quadro de gripe agravado, são mais hospitalizadas e têm mais chances de morrer diante de uma situação severa. A vacina ainda é a forma mais eficaz de não desenvolver uma forma mais grave da doença.
A vacina contra a gripe está disponível em todas as unidades básicas de saúde de Valinhos. Os endereços das UBSs podem ser conferidos no site da Secretaria de Saúde de Valinhos.

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