Economia
Correios aprovam plano de reestruturação e projetam lucro em 2027

Segundo a estatal, o recurso é “indispensável” para a transição estrutural da companhia. Em contrapartida, o crédito está condicionado a medidas duras de ajuste
Os Correios aprovaram um amplo Plano de Reestruturação para tentar reverter a crise financeira que se arrasta desde 2022. O objetivo é equilibrar as contas nos próximos 12 meses e assegurar a liquidez da estatal até 2026.
A projeção é clara: reduzir o déficit já em 2026 e alcançar lucratividade em 2027.
A decisão foi tomada pelas instâncias de governança da empresa nesta quarta-feira, 19. O anúncio marca o primeiro grande movimento sob o comando de Emmanoel Schmidt Rondon, que assumiu a presidência em setembro de 2025.
Nos dois primeiros trimestres de 2025, os Correios registraram R$ 4,37 bilhões de prejuízo. O resultado integra uma sequência de perdas que se intensificou na atual gestão.
Para viabilizar a recuperação, o plano prevê a conclusão, até o fim de novembro, de uma operação de crédito de até R$ 20 bilhões. O empréstimo contará com garantia do Tesouro Nacional e deverá ser contratado junto a bancos públicos e privados.
Segundo a estatal, o recurso é “indispensável” para a transição estrutural da companhia. Em contrapartida, o crédito está condicionado a medidas duras de ajuste.
Entre as ações previstas para reduzir despesas, o plano inclui:
Programa de Demissão Voluntária (PDV);
revisão dos custos do plano de saúde;
enxugamento operacional em diferentes áreas.
Os Correios também estudam fusões, aquisições e reorganizações societárias para fortalecer a competitividade no médio e longo prazo.
A estatal pretende vender imóveis com potencial de arrecadação de R$ 1,5 bilhão.
Outro ponto estratégico é a otimização da rede de atendimento, que poderá incluir a redução de até mil unidades deficitárias. A medida visa cortar custos e melhorar eficiência.
Foco no e-commerce e modernização tecnológica
O plano reforça a ampliação de serviços para o e-commerce, segmento que cresce em ritmo acelerado e representa uma oportunidade de aumento de receita.
Também estão previstas ações de modernização do modelo operacional e da infraestrutura tecnológica, consideradas essenciais para reposicionar a estatal no mercado.
Correios defendem relevância social
Em nota, a empresa afirmou que a queda de receitas tradicionais é uma tendência mundial. A estatal também reforçou seu papel estratégico ao lembrar que é o único operador a atender 100% dos municípios brasileiros, incluindo áreas remotas.
Entre as entregas consideradas serviços essenciais, a estatal citou livros didáticos, provas do Enem e urnas eletrônicas.


