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Vídeos contradizem versão oficial de PMs em caso de agressão a casal; SSP afasta policiais e investiga o caso

Dois Policiais Militares de Valinhos estão sendo alvo investigação após denúncias de abuso de autoridade e agressão física durante o atendimento a uma ocorrência no bairro Vale Verde, no dia 21 de junho. O incidente, que envolveu o casal Luiz Henrique Jacopini, de 27 anos, e Samara Aparecida Siqueira, de 23, na porta de sua residência na Avenida Hélio Pires Camargo, ganhou repercussão nacional ao ser divulgado ontem (8 de julho) pelo portal Terra, com base em imagens de câmeras de segurança obtidas pelo Estadão.

As imagens das câmeras de segurança contradizem frontalmente a versão apresentada pelos policiais no boletim de ocorrência, que alegavam ter feito “uso moderado da força” e que Samara teria sido “atingida acidentalmente”. O vídeo mostra uma série de agressões, com um dos PMs desferindo um tapa no rosto de Luiz, que estava sentado, e continuando as agressões mesmo com o homem já no chão. Samara, ao tentar defender o marido, também é agredida.

Segundo o boletim de ocorrência, a avó de Samara acionou a PM devido a um desentendimento familiar. No entanto, o casal nega a versão dos policiais de que Luiz “investiu contra a equipe policial”. Samara relatou em depoimento que os agentes mandaram seu marido desligar o som e apagar o tabaco, e as agressões teriam começado após ele questionar a ordem, afirmando estar em sua própria casa. Luiz, por sua vez, afirma que as agressões continuaram mesmo após ser algemado dentro da viatura, e que seu filho presenciou todo o ocorrido.

Diante da gravidade das denúncias, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a Polícia Militar instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar os fatos e determinou o afastamento imediato dos agentes das atividades operacionais. Além disso, a Delegacia de Valinhos abriu um inquérito policial para investigar a possível prática de violência doméstica, já tendo ouvido o casal envolvido.

O advogado do casal, Matheus Nascimento, informou ao jornal Estadão que entrará com uma ação na esfera cível em busca de reparação. Um exame de corpo de delito realizado dois dias após o episódio (23 de junho) revelou que Samara apresentava dois hematomas de 20 cm na região dorsal e um “arroxeado” no antebraço.

O casal também procurou a Corregedoria da Polícia Militar para denunciar o episódio. Após o ocorrido, eles afirmaram ter se mudado da cidade por receio de retaliações, o que evidencia a dimensão do trauma e do temor gerados pelo incidente. As investigações seguem em andamento para o completo esclarecimento dos fatos e a responsabilização dos envolvidos.