8 DE JANEIRO

Brasil e Mundo

Câmara aprova urgência para projeto de anistia a golpistas

© Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Com decisão, relator será nomeado para definir alcance do texto 
Pedro Rafael Vilela – Repórter da Agência Brasil

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira, dia 17, o requerimento de urgência para o Projeto de Lei (PL) 2162/2023, que propõe a anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Com 311 votos favoráveis, 163 contrários e 7 abstenções, a decisão acelera significativamente a tramitação da matéria.

A aprovação permite que o texto seja votado diretamente no plenário, dispensando o trâmite regular pelas comissões. Isso significa que o projeto poderá ser pautado a qualquer momento, o que reduz formalidades regimentais e prazos. A votação da urgência foi bastante comemorada por deputados que defendem a anistia. No entanto, parlamentares contrários se manifestaram com gritos de “sem anistia”.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu pautar a votação após uma reunião com líderes partidários. Após o resultado, ele defendeu a necessidade de pacificação para o país.

“O Brasil precisa de pacificação”, declarou Motta. Ele acrescentou que a proposta não tem como objetivo apagar o passado, mas sim reconciliar o presente para construir um futuro baseado em diálogo. Além disso, Motta informou que designará um relator para o projeto nesta quinta-feira (18). Este relator terá a missão de articular um texto substitutivo que obtenha o apoio de uma maioria ampla na Casa.

Detalhes do Projeto de Anistia

O PL 2162/2023, de autoria do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), concede anistia aos “participantes das manifestações reivindicatórias de motivação política ocorridas entre o dia 30 de outubro de 2022 e a data de entrada em vigor da lei”.

Enquanto isso, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro defendem que a anistia também o inclua. Bolsonaro foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada, com uma pena de mais de 27 anos de prisão.

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Brasil e Mundo

Moraes manda prender condenado que tirou tornozeleira eletrônica

Diego Ventura é acusado de liderar acampamento golpista
André Richter – Repórter da Agência BrasilAGENC
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a prisão de Diego Dias Ventura, apontado como um dos líderes do acampamento golpista em Brasília, que funcionou no final de 2022. O mandado de prisão foi assinado na terça-feira, dia 12, após o ministro ser informado que Diego rompeu a tornozeleira eletrônica e está desaparecido.

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro informou ao STF que a bateria da tornozeleira eletrônica de Diego estava desligada desde 2 de julho de 2025. Ademais, a cinta do equipamento rompeu um dia antes, em 1º de julho. Por essa razão, a decisão judicial aponta a violação das condições de sua liberdade.

Em julho deste ano, Diego Dias Ventura foi condenado a 14 anos de prisão por sua participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Além disso, o STF também o condenou a pagar, de forma solidária, R$ 30 milhões pelos danos causados à Praça dos Três Poderes.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Diego de coordenar a logística do acampamento e de participar ativamente dos atos de depredação.

Os advogados de Diego Ventura, em contrapartida, pediram sua absolvição durante o julgamento, alegando falta de provas. Segundo a defesa, Diego participou de uma “manifestação pacífica em Brasília” e não tem qualquer vínculo com os atos de violência cometidos por outras pessoas. No entanto, o STF não aceitou os argumentos.

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Brasil e Mundo

STF interroga réus do Núcleo 3 e avança no julgamento

© Marcelo Camargo/Agência Brasil
Grupo inclui réus que planejavam sequestro e execução de autoridades
Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) interrogará os dez réus do núcleo 3 da trama golpista na próxima segunda-feira, dia 28. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso na Corte, marcou a data nesta quarta-feira, dia 23, e conduzirá os depoimentos. Este grupo, afinal, é composto por réus que teriam executado ações táticas. Essas ações incluíam o monitoramento de alvos do complô e planos de sequestro e execução de autoridades.

Nesta quarta-feira, 23, igualmente, encerraram os depoimentos de todas as testemunhas dos quatro núcleos da trama golpista. As últimas testemunhas arroladas pelas defesas do núcleo 3 foram ouvidas. Assim, o STF ouviu todas as testemunhas que se dispuseram a comparecer. Elas responderam a perguntas relacionadas à tentativa de golpe de Estado, indicadas pela acusação ou pelas defesas dos 31 réus dos quatro núcleos do processo.

O interrogatório dos seis réus do núcleo 2 está marcado para esta quinta-feira (24). Eles são acusados de gerenciar ações estratégicas para o golpe. Isso inclui a redação de uma minuta de decreto golpista e o uso ilegítimo da estrutura da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

No mesmo dia, o STF interrogará os sete réus do núcleo 4. Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), eles espalharam notícias falsas e desinformação. O objetivo era criar desconfiança nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral, gerando um clima social favorável ao golpe.

A TV Justiça transmitirá os interrogatórios ao vivo, assim como ocorreu com os depoimentos dos réus do núcleo 1. Geralmente, em ações penais, tal procedimento é público. Contudo, o caso da trama golpista é o primeiro em que canais oficiais do Supremo veiculam os interrogatórios ao vivo.

Este procedimento difere do adotado para as oitivas das testemunhas. Por ordem de Moraes, os depoimentos das testemunhas não foram transmitidos. Jornalistas puderam acompanhá-los apenas de uma sala em Brasília. Com o encerramento de todos os depoimentos, as gravações das falas das testemunhas dos núcleos 2, 3 e 4 devem ser anexadas aos autos de cada ação penal.

A saber, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, dividiu o caso da trama golpista em quatro ações penais, com autorização da Primeira Turma do Supremo. Ele justificou o procedimento como uma forma de racionalizar e agilizar o processamento do caso. Embora as defesas critiquem essa divisão, o STF avança com o julgamento.

Confira abaixo quem são os réus dos núcleos 2, 3 e 4: 

Núcleo 2

Filipe Martins (ex-assessor de assuntos internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro);

Marcelo Câmara (ex-assessor de Bolsonaro); Silvinei Vasques (ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal);

Mário Fernandes (general do Exército);

Marília de Alencar (ex-subsecretária de Segurança do Distrito Federal);

Fernando de Sousa Oliveira (ex-secretário adjunto de Segurança do Distrito Federal).

Núcleo 3

Bernardo Romão Correa Netto (coronel do Exército);

Cleverson Ney Magalhães (tenente-coronel);

Estevam  Theophilo (general);

Fabrício Moreira de Bastos (coronel);

Hélio Ferreira (tenente-coronel);

Márcio Nunes de Resende Júnior (coronel);

Nilton Diniz Rodrigues (general);

Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel);

Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel);

Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel);

Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel);

Wladimir Matos Soares (policial federal).

Núcleo 4

Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército);

Ângelo Martins Denicoli (major da reserva);

Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente);

Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel);

Reginaldo Vieira de Abreu (coronel);

Marcelo Araújo Bormevet (policial federal);

Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal).

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Brasil e Mundo

Manifestação em Brasília pede anistia a golpistas

© Joédson Alves/Agência Brasil
Ex-presidente defendeu poder do Congresso para reverter condenações
Pedro Rafael Vilela – Repórter da Agência Brasil
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro participaram de uma manifestação na tarde desta quarta-feira, dia 7, para pedir anistia aos condenados por tentar um golpe de Estado no país, que culminou com os atos violentos de 8 de janeiro de 2023. O ato, puxado por um trio elétrico, começou pouco depois das 16h, na Torre de TV, e percorreu a região central da capital federal até a Esplanada dos Ministérios, onde foi encerrado por volta das 17h40.

A manifestação contou com a presença do ex-presidente, do pastor Silas Malafaia, organizador do ato, da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e de mais de uma dezena de parlamentares aliados.

Na manifestação, Bolsonaro defendeu que a anistia é um ato privativo do Parlamento.

A posição da cúpula do Congresso Nacional, atualmente, é contrária a qualquer anistia de condenados ou investigados pela tentativa de golpe.

Bolsonaro participou do ato três dias após alta hospitalar. Ele esteve internado por três semanas depois de se submeter a uma cirurgia no intestino. 

A Polícia Militar, até o momento, não deu estimativa d8e público. O ato ocupou cerca de duas faixas do Eixo Monumental. Os manifestantes, em sua maioria, usavam camisetas da seleção brasileira e portavam cartazes e faixas pedindo anistia aos golpistas.

Bolsonaro é réu por tentativa de golpe

A Primeira Turma do STF decidiu tornar réus o ex-presidente Bolsonaro e mais 20 aliados por tentativa de golpe em 2022. Os cinco ministros votaram para aceitar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

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