50 ANOS

Alternativa

Paixão de Cristo em Valinhos celebra 50 anos de história

Grande produção do espetáculo, com 150 artistas, emociona a cidade nos dias 17 e 18 de abril, no Parque Municipal

 

A encenação da Paixão de Cristo em Valinhos completa 50 anos em 2025. De acordo com a Secretaria de Cultura e Turismo, responsável pela organização do espetáculo, a Prefeitura de Valinhos começou a organizar oficialmente a encenação em 1975 – antes disso, a comunidade católica da cidade já organizava apresentações de porte menor.

Para celebrar essa marca histórica, a peça será apresentada nos próximos dias 17 e 18 de abril, quinta e sexta-feira Santa, no Parque Municipal “Monsenhor Bruno Nardini”, localizado na Rua Dom João VI, s/nº, Jardim Planalto. Na sexta-feira santa, dia 18, serão duas sessões (confira a programação abaixo).

“Estamos muito felizes em entregar à Valinhos este evento tão bonito, especialmente considerando os desafios enfrentados neste início de gestão. Em tempo recorde, conseguimos realinhar a dotação orçamentária e reunir os recursos necessários para realizar a Paixão de Cristo com o profissionalismo e a qualidade que o projeto exige. Optamos por um formato mais audacioso, ao ar livre, e mesmo assim conseguimos reduzir significativamente os custos em relação aos anos anteriores, sem abrir mão da emoção e da beleza que esse espetáculo merece”, destaca o Secretário de Cultura e Turismo de Valinhos, Fabrício Bizarri.

O roteiro e a direção do espetáculo de 2025 ficam a cargo de Tite Stopiglia, grande nome da cultura valinhense que desempenhou por catorze anos a função de secretário municipal. São cerca de 150 pessoas envolvidas, entre atores, figurantes e equipe técnica de apoio, que vão encenar momentos marcantes da vida de Jesus, culminando com a morte e a ressurreição – eventos centrais da festa da Páscoa.

“Estou honrado de poder orientar esse espetáculo que vem emocionando a comunidade de Valinhos e os visitantes há tantos anos. Uma emoção que se renova de modo especial nesse Jubileu de Ouro da encenação”, destaca Tite.

 

 

Programação

Quinta-Feira Santa – 17/04

19h – Abertura do parque
20h30 – Início do espetáculo

 

Sexta-Feira Santa – 18/04

18h – Abertura do parque
19h – Início do espetáculo (1ª sessão)
21h30 – Início do espetáculo (2ª sessão)

A entrada para o espetáculo será pelo portão 3 do Parque Municipal e pelo estacionamento do Ginásio Municipal.

 

Retirada de ingressos solidária

Os ingressos serão distribuídos entre segunda-feira, dia 14 e quinta-feira, dia 17, no Centro Cultural Vicente Musselli, apenas na unidade da Av. Joaquim Alves Corrêa, 4033, das 8h às 18h. A retirada será feita mediante a doação de 1kg de alimento não perecível (exceto sal) ou 1 agasalho, que serão destinados ao Fundo Social de Solidariedade.

“Vamos entregar um espetáculo que vai despertar emoções e promover a necessária reflexão que esses dias nos pedem”, concluiu Tite.

 

 

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Alternativa

Acordo de separação dos Beatles, que pôs fim a ‘muitas tensões’, completa 50 anos

Os Beatles – (da esquerda para a direita) Paul McCartney, John Lennon, Ringo Starr e George Harrisson – em 1968, em Nova York. – / UPI

AFPLondres (GBR) –  Pablo SAN ROMAN

A separação formal dos Beatles completa 50 anos neste domingo (29), um momento precedido por “muitas tensões” devido a diferenças pessoais, conflitos criativos e à morte de seu empresário em 1967.

Embora tenham assinado sua dissolução em um documento em 29 de dezembro de 1974, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr pararam de trabalhar juntos entre 1969 e 1970.

“Eles descobriram que eram indivíduos e não só membros da banda”, disse à AFP Peter Doggett, autor do livro “You Never Give Me Your Money: The Battle for the Soul of The Beatles”, publicado em 2009 e que aborda a separação do grupo.

Aquele documento, conhecido como “The Beatles Agreement” (o Acordo dos Beatles), no qual a data de 29 de dezembro de 1974 está escrita à mão com as assinaturas dos quatro membros da banda, permitiu que o quarteto dividisse de forma estruturada seus direitos de propriedade de músicas e assuntos legais relacionados à ruptura.

“A separação legal em dezembro de 1974 incluiu um acordo que, segundo os termos da parceria original, todo o dinheiro seria dividido igualmente entre os quatro”, acrescenta Doggett.

Entre as causas da dissolução do grupo, conforme apontado por diferentes autores que escreveram sobre o quarteto, estão as diferenças pessoais, os conflitos criativos e a morte, em 1967, de seu empresário Brian Epstein, sem que seu substituto, Allen Klein, conseguisse unanimidade entre eles.

Ofertas lucrativas para um retorno

“Havia muita tensão entre vários membros do grupo”, afirmou Holly Tessler, diretora do programa de mestrado da Universidade de Liverpool sobre os Beatles.

Uma separação parecia ser a única saída possível, de acordo com Doggett.

“Teria sido um grande erro se eles não tivessem se separado, porque o senso de unidade que foi sua base entre 1962 e 1969 havia desaparecido. Estavam começando a se ver como indivíduos fora daquela associação”, diz ele.

Tessler concorda que o distanciamento entre os quatro tornou inviável outra saída.

“O fato de nunca terem se reunido, apesar das inúmeras ofertas lucrativas, mostra como as tensões estavam profundamente enraizadas”, disse a acadêmica.

Philip Norman, autor do livro de 1981 “Shout!: The true story of The Beatles”, também acredita que era difícil lidar com a pressão a que estavam submetidos diariamente.

“Muitas vezes era muito desagradável, muito estressante e, às vezes, muito assustador ser um Beatle. E somente os quatro entendiam essa situação”, afirmou à AFP.

Depois de assinar os documentos em 29 de dezembro de 1974, seus advogados finalizaram todos os aspectos legais da separação pouco tempo depois.

“É bem possível que a dissolução não tenha sido oficializada em termos legais até o início de janeiro. Mas, no que diz respeito aos Beatles, o acordo foi feito em 29 de dezembro, quando John assinou e a data foi acrescentada à mão no documento datilografado”, explica Doggett.

“Nunca haverá ‘novos Beatles'”

A estrutura comercial em torno do quarteto e a separação entre seus membros não foi simples.

“Com quatro carreiras solo diferentes em andamento, os negócios do grupo eram muito complicados de serem resolvidos. Havia também implicações fiscais consideráveis, assim como a questão de honrar seu contrato com a Capitol Records, que se estendia até 1976”, diz à AFP Kenneth Womack, autor do livro “Solid state: The story of Abbey Road and the end of The Beatles”, publicado em 2013.

O grupo se separou entre 1969 e 1970 e sua dissolução oficial data de 29 de dezembro de 1974, mas seu legado continua vivo cinquenta anos depois.

“Nunca haverá ‘novos Beatles’, embora tenha havido uma busca por um desde 1970. Mas os originais sempre serão um símbolo de liberdade, experimentação e otimismo, que estão em falta no mundo contemporâneo. Eles simbolizaram todas as incríveis mudanças criativas e sociais da década”, resume Doggett.Sobre a FecomercioSP

Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.

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Brasil e Mundo

Com fluxo diário de 150 mil veículos, Ponte Rio-Niterói faz 50 anos

Quatrocentas mil pessoas passam pela ponte diariamente

Por Alana Gandra, Ana Cristina Campos e Vinícius Lisboa – Repórteres da Agência Brasil – Rio de Janeiro

Quatrocentas mil pessoas em 150 mil veículos. Esse é o fluxo diário que atravessa os 13 quilômetros da Ponte-Rio Niterói, que completa 50 anos de inauguração nesta segunda-feira (4). Já considerada a maior ponte do Hemisfério Sul e da América Latina, ela é um trecho da BR-101 e uma ligação viária vital para o estado do Rio de Janeiro, encurtando o caminho que antes exigia contornar a Baía de Guanabara ou usar balsas.

O conceito de uma ponte suspensa entre os dois municípios data de 1875, mas somente em 1963 foi criado um grupo de trabalho para estudar um projeto para a sua construção. Em 23 de agosto de 1968, o general Arthur Costa e Silva, então presidente da ditadura militar, assinou decreto autorizando o projeto de sua construção. Apesar de sucessivas tentativas de mudança, até hoje é o ditador que dá o nome oficial da Ponte Rio-Niterói, a Ponte Presidente Costa e Silva.

Marco da engenharia nacional, a ponte tem o maior vão em viga reta contínua do mundo, o Vão Central, com 300 metros de comprimento e 72 metros de altura. Outro número que impressiona é o total de 1.152 vigas ao longo de sua estrutura.

O presidente do Clube de Engenharia, Marcio Girão, lembra que, antes de sua construção, para fazer a travessia entre Rio de Janeiro e Niterói, levava-se mais de duas horas de espera, e o transporte de veículos era feito em balsas. Ele destaca que a maior parte da ponte foi desenvolvida com engenharia nacional.

“Na época, a Noronha Engenharia, sediada no Rio, é que preparou o projeto. Depois, várias empresas nacionais, em consórcio, construíram a ponte. Somente o vão central, que tinha a estrutura metálica, teve o projeto contratado a uma empresa norte-americana. A gente não tinha muita experiência nessa área. Mas todo o resto da ponte, em concreto armado, foi todo feito pela engenharia brasileira.”

Ponte Rio-Niterói (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Ponte Rio-Niterói tem 1.152 vigas ao longo de sua estrutura – Tomaz Silva/Agência Brasil

A firma Howard, Needles, Tammen and Bergendorf, dos Estados Unidos, projetou o trecho dos vãos principais em estrutura de aço, incluindo as fundações e os pilares. Os engenheiros responsáveis pelo projeto da ponte de concreto foram Antônio Alves de Noronha Filho e Benjamin Ernani Diaz, enquanto o engenheiro responsável pela ponte de aço foi o americano James Graham.

Para Márcio Girão, a Ponte Rio-Niterói é uma realização importante da engenharia brasileira, que já foi uma das mais capazes do mundo. O presidente do Clube de Engenharia lamentou que a engenharia nacional tenha caído muito de 1980 para cá. “Houve uma destruição da engenharia nacional, principalmente a engenharia consultiva, ou de projetos, por falta de políticas públicas. A engenharia brasileira precisa ser realavancada. A engenharia precisa voltar”, defende.

Trabalhadores mortos

A grandiosidade celebrada pela engenharia também envolveu desfechos trágicos para muitos trabalhadores responsáveis por ela. O professor aposentado do Programa de Engenharia de Transportes do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Ronaldo Balassiano, tem memórias da fase final da construção.

Ainda jovem, Ronaldo Balassiano era calouro na universidade e tinha um professor que dava consultoria para a gigantesca obra.

“Ele contava para nós as coisas absurdas que aconteciam durante a construção. Era uma obra grande, pioneira para nós, aqui no Brasil, em que muita gente morreu. Alguns trabalhadores morreram, inclusive concretados dentro desses pilares. É um fato sabido. Este foi um ponto negativo da construção”, avalia Balassiano.

O presidente do Clube de Engenharia, Marcio Girão, também aponta o lado trágico da construção que teve oficialmente 33 mortes registradas. Mas as estimativas da época, não oficiais, alcançavam 400 óbitos, incluindo operários e engenheiros, conta ele. “A gente sabe que o registro oficial sempre está aquém do real.”

AI-5

Para a professora do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense (UFF) Samantha Viz Quadrat, um ponto importante na construção da ponte é que ela começa com o Ato Institucional Número Cinco (AI-5) e termina com o início da transição no Brasil, em 1974. “Ela é construída ao longo do período com maior índice de violência da ditadura brasileira. A maior concentração de mortos e desaparecidos foi no decorrer de toda a construção da ponte”, aponta.

Nesse período de maior violência, a historiadora conta que uma das formas de a ditadura angariar aprovação popular foi por meio da construção de grandes obras, como a Ponte Rio-Niterói, a Usina Hidrelétrica de Itaipu e a Rodovia Transamazônica, que já eram uma pauta brasileira discutida desde o século 19.

“Elas são também obras de propaganda, dentro do contexto de um país que vai para a frente. O próprio Médici [ex-presidente da ditadura militar, de 1969 a 1974] fala que é a ponte do futuro, que o Brasil já está dando certo. A ponte entra dentro desse contexto.”

O AI-5 foi elaborado em 13 de dezembro de 1968, pelo então ministro da Justiça, Luís Antônio da Gama e Silva, e entrou em vigor durante o governo do presidente Costa e Silva, em resposta a fatos anteriores, como uma passeata de mais de 100 mil pessoas no Rio de Janeiro em protesto contra o assassinato do estudante Edson Luís de Lima Souto por um integrante da Polícia Militar. Esse foi o quinto de 17 grandes decretos emitidos pela ditadura militar nos anos que se seguiram ao golpe de Estado de 1964, e é considerado uma vitória dos militares mais radicais, que exigiam do governo poderes para eliminar opositores por meio de medidas como prisões, punição de dissidentes, suspensão de direitos políticos e cassação de mandatos.

Samantha lembra que esse foi um período de grande repressão, de censura prévia aos órgãos de comunicação e perseguição aos movimentos operários e de trabalhadores.

“A obra é construída dentro desse quadro de violência, em que não se tinha como fazer denúncias sobre questões trabalhistas. As populações diretamente atingidas pela ponte não têm a quem recorrer É uma obra que, de fato, vem de cima para baixo”, diz a professora.

Mudança de nome

Se a história vinculada ao período autoritário não pode ser mudada, o nome Presidente Costa e Silva foi alvo de diferentes iniciativas nos últimos anos. Em 2012, atendendo a pedido de movimentos de direitos humanos, o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) apresentou projeto propondo a mudança do nome da ponte para o do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho.

Em entrevista à Agência Brasil, Chico Alencar disse que a mudança do nome para o do sociólogo se justificava por “ser uma pessoa cuja vida foi dedicada a construir pontes entre os que têm fome e os saciados, entre os sensíveis e os insensíveis, entre os que têm consciência dos sentimentos do mundo e os que não têm, para dar uma dimensão nova à política, com esse respaldo social”.

Rio de Janeiro (RJ), 27/02/2024 – Ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói) completa 50 anos. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Ponte Rio-Niterói completa 50 anos nesta segunda-feira – Tomaz Silva/Agência Brasil

Apesar disso, o parlamentar admite que há muitos obstáculos. O projeto já tem um parecer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ). “Mas eu sei que, para passar, se já era difícil na época, ainda é mais difícil agora, que a Câmara mudou, e o Congresso ficou mais conservador ainda.”

Outra tentativa de mudança foi por via judicial, mas, em janeiro de 2015, a Justiça Federal no Rio de Janeiro negou pedido formulado pelo Ministério Público Federal (MPF). Segundo a decisão, a medida deveria ser decidida pela sociedade, de forma coletiva, por meio de seus representantes no Legislativo.

Em maio de 2021, foi protocolado na Câmara Federal projeto de lei do deputado federal Chico D’Angelo (PDT-RJ), pedindo que a ponte passasse a se chamar Ponte Ator Paulo Gustavo, para homenagear o ator que nasceu em Niterói e morreu de covid-19 naquele mês, em um hospital do Rio.

A historiadora Samantha Viz Quadrat considera lamentável que ainda haja homenagens públicas, em espaços públicos, a ditadores. “A ditadura não merece homenagem de nenhum tipo em local público, seja universidade, escola, rua, ainda mais uma construção como a da Ponte Rio-Niterói, que é uma obra representativa do que a ditadura foi em termos de violência, de repressão, de perseguição aos trabalhadores, de más condições de trabalho, de censura.”

Melhorias

Com o objetivo de proporcionar maior segurança ao usuário, muitas melhorias foram efetuadas ao longo destes 50 anos. No ano 2000, por exemplo, o asfalto no vão central foi substituído por um piso de concreto de elevada resistência, enquanto a superestrutura metálica foi reforçada internamente.

Em 2004, o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ) desenvolveu para a rodovia os atenuadores dinâmicos sincronizados (ADS). Esse é um conjunto de massa e mola de 32 peças e pesos de grandes proporções que funciona como um amortecedor para a estrutura do vão central. Em eventos com fortes ventos, a ponte teve uma redução de 90% de sua oscilação.

Rio de Janeiro (RJ), 27/02/2024 – Ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói) completa 50 anos. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Ponte Rio-Niterói é considerada a maior do Hemisfério Sul e da América Latina  – Tomaz Silva/Agência Brasil

No ano de 2009, depois de efetuados estudos de segurança viária, a ponte ganhou um reordenamento de faixas, que aumentaram de três para quatro, o que contribuiu para ampliar sua capacidade operacional. Em 2016, já sob administração da Ecoponte, a praça de pedágio foi aumentada, a via ganhou iluminação de LED e lamelas antiofuscantes, sistema que utiliza defensas metálicas para eliminar o ofuscamento durante a noite causado pela iluminação dos faróis.

No dia 1º de junho de 1995, foi feita a primeira concorrência para concessão da administração da Ponte Rio-Niterói à iniciativa privada, vencida pelo consórcio Ponte S/A, empresa do Grupo CCR. Essa foi a primeira grande estrutura rodoviária concedida para o setor privado no país. Desde 2015, porém, a ponte está concedida à Ecoponte.

Movimento pendular

Além de fazer parte da história do Brasil e ser um marco de sua engenharia, a Ponte Rio-Niterói também é parte da rotina de milhares de moradores da região metropolitana do Rio de Janeiro. A fotógrafa Iane Filgueiras, de 34 anos, construiu sua carreira profissional indo e voltando na ponte diariamente, desde que era estagiária, em 2009. Moradora de São Gonçalo, cidade da região metropolitana, ela trabalha na zona norte do Rio.

“Minha relação com a ponte é de amor e ódio como todo mundo que atravessa a ponte diariamente. Acho uma construção incrível com uma extensão inacreditável sobre a baía. Vi muitas vezes o sol nascer e se pôr. Também já peguei muito temporal em que a ponte balança. Mas é uma dificuldade ter trânsito todo dia, com 40 minutos para atravessar a ponte”, conta Iane.

A circulação intensa é fiscalizada diariamente pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que usa sistemas de videomonitoramento, recursos tecnológicos como drones e câmeras de alta resolução para o acompanhamento de todo o trecho sob sua competência.

“Fisicamente há uma delegacia e uma unidade operacional ao longo de toda a ponte, são atendidos cidadãos durante todo o dia, veículos são fiscalizados, há o combate ao crime, com um trabalho incessante de inteligência é possível hoje ter diversas tentativas criminosas frustradas sem grande impacto na fluidez do trânsito e risco à sociedade que trafega pela via”, destaca nota da PRF.

As ocorrências que envolvem a ponte são as mais variadas que se pode imaginar. Uma das mais inusitadas ocorreu em 14 de novembro de 2022, quando o navio graneleiro São Luiz, ancorado desde 2016 na Baía de Guanabara, colidiu com a estrutura, levando ao fechamento da via nos dois sentidos até que sua integridade fosse avaliada. O congestionamento provocado pelo acidente superou 19 quilômetros na primeira hora do fechamento. A via sentido Niterói foi liberada três horas depois, mas a movimentação no sentido Rio de Janeiro ficou restrita a duas pistas até o dia seguinte, para reparos no guarda-corpo.

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