Valinhos

Saudosos, valinhenses lembram-se de histórias da Rua Itália

Luiz Felipe Leite
Repórter

A Rua Itália está na memória de valinhenses, tanto nas dos moradores dela quanto na de pesssoas que trabalharam por ali. Há histórias relacionadas à paixão pelo trabalho, ou pelo prazer de ser divertir com amigos lá ou até pelo medo de transitar pela via de noite quando a iluminação pública ainda não existia. A reportagem da Folha de Valinhos conta nesta edição algumas dessas histórias.

Uma delas é do jornalista Dunga Santos. Ele é filho do radialista e ex-vice prefeito Rubens Ribeiro dos Santos, falecido em 2015 e que foi gerente contador da Companhia Telefônica de Valinhos. O prédio da empresa ficava onde atualmente está localizada a Homeopatia Ouro Preto. “Meu pai prestou serviços relevantes à comunidade. Quando a Telesp assumiu os serviços de telefonia, a Companhia de Valinhos foi a única que estava administrativamente em ordem e com dinheiro em caixa. Meu saudoso pai esteve à frente dos trabalhos na época da transição”, disse.

Outra história é do pesquisador Marcel Pazinatto. Neto do fotógrafo Haroldo Pazinatto, ele contou sobre um dos hábitos da juventude na década de 1930: se aventurar pelas várias ladeiras do então Distrito de Valinhos. “Quem me contou isso foi o Rubens Ribeiro dos Santos. Ele e meu avô (Haroldo) costumavam descer a Rua Itália usando carrinhos de roda de madeira. Era uma das maneiras deles se divertirem na infância. Diferente dos tempos atuais, onde existem outros tipos de brincadeira. Principalmente com tanta tecnologia, como celulares e etc”, contou.

Um dos moradores mais antigos da Rua Itália é o contador aposentado Atílio Capovilla, de 88 anos. Ele mora na mesma casa, localizada no cruzamento com a Rua Ana Leonizia do Amaral Camargo, desde 1965. No entanto, antes de casar e ficar 13 anos morando na Vila Gessy, ele viveu com a família na Rua Itália. “Eu estudava em Campinas e voltava para Valinhos de trem. Eu chegava na estação e ia até minha casa a pé. Na época era tudo escuro, pois não havia iluminação pública como hoje. O pessoal da época falava que a Rua Itália, de noite, era mal assombrada. Lembro de uma vez que ventava muito e, depois que passei pela Rua Treze de Maio, senti algo bem perto de mim. Morrendo de medo, cheguei a cair no chão em choque quando ouvi um barulho estranho. Sorte que depois veio um relâmpago e com a luz dele vi que era apenas um burro perto de uma árvore, que relinchava na hora”, relatou.

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