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Pedro Medeiros, Secretario de Planejamento é o entrevistado da semana

RAIO-X
Pedro Inácio Medeiros
Idade: 56 anos
Cidade de nascimento: Herculândia/SP
Formação: Direito
Principais atividades: Secretário de Planejamento e Meio Ambiente de Valinhos

“O prolongamento é uma obra aguarda há décadas pelos moradores da nossa cidade”

O prolongamento da Avenida Joaquim Alves Corrêa, uma das obras mais aguardadas pela população valinhense nos últimos 30 anos, deve ser entregue até o final do ano. De acordo com o secretário de Planejamento e Meio Ambiente, Pedro Medeiros, a execução das obras segue a todo vapor. Em entrevista exclusiva à Folha de Valinhos, ele fala sobre os principais desafios para tirar o projeto do papel e transformá-lo em realidade e comenta o andamento dos trabalhos.
A avenida será uma alternativa à Rodovia dos Andradas para a interligação das cidades de Vinhedo e Valinhos.

Em qual fase se encontra neste momento a obra de prolongamento da Avenida Joaquim Alves Correia?
No meu entendimento, estamos na metade da obra. Isso porque o que demandou mais trabalho e empenho por parte do Governo foram as questões burocráticas como a elaboração do projeto e a busca por soluções para entraves como a questão da desapropriação de uma área particular, aprovação do projeto na Câmara para remanejamento de verbas, busca de recursos e etc.
Ultrapassados estes empecilhos, já demos andamento a parte de execução da obra. Neste momento, por exemplo, estamos realizando o aterramento de uma área no Jardim Pacaembu, começamos a fazer instalação de aduelas no curso d’água e faremos um aterro lá na parte mais crítica. Estão sendo utilizados 7,7 mil metros cúbicos de terra, ao menos 515 caminhões, para nivelar o local. O restante da obra será apenas terraplanagem e pavimentação, o que será muito mais simples.

Essa é uma obra muito aguardada e chegou a ser prometida por administrações anteriores. Por que acha que ela ainda não havia saído do papel?
A meu ver o que faltou de fato foi vontade política para executar. Esta obra é um desafio muito grande e às vezes as pessoas evitam desafios muito grandes, porque tem medo do desgaste caso as coisas não ocorram como previsto.
Também é válido ressaltar que os governos anteriores falavam em um custo aproximado de R$25, 30 milhões para a execução da obra de prolongamento e isso era inviável. Nós conseguimos adaptar a execução para a realidade que Valinhos tem hoje e só por isso é que foi possível dar início a transformação deste anseio da população valinhense em realidade.

E qual o custo real da obra agora?
A parte da obra em si é de cerca de R$ 6 milhões e precisamos somar a isso os R$ 4 milhões investidos na desapropriação.

E quais foram as adaptações feitas para conseguir uma redução tão significativa no custo?
Na verdade, o que é curioso nesta questão é que muito se falava na execução desta obra, mas nunca existiu um projeto de fato. Então, as pessoas apresentavam expectativas com base em conhecimento prático, havia uma proposta de projeto, mas projeto mesmo, com planilha de custos nunca existiu na Prefeitura. Em relação à proposta de projeto existente, algumas medidas que adotamos para reduzir custo foram a redução da área de desapropriação e a adaptação do projeto para a criação de uma avenida com capacidade de escoamento do trânsito, com canteiro central dentro uma proporção razoável e a eliminação de alguns penduricalhos constantes na proposta inicial. Com isso, conseguimos chegar a uma viabilidade financeira da obra e, a partir daí as coisas deslancharam de forma bem tranquila.

Como citado, trata-se de uma obra muito aguardada pela população valinhense. Por que o atual governo só deu início a exta execução no último ano de mandato?
Realmente as questões burocráticas que envolvem a obra tiveram início no final de 2019. Primeiro porque um recurso importante para a execução deste projeto, que foi o valor destinado à desapropriação, só chegou nos últimos meses, fruto dos leilões do pré-sal.
Além disso, não existia anteriormente condições financeiras na cidade para execução do prolongamento. O prefeito Orestes Previtale não assumiu o município com condições econômicas e administrativas para realizar algo desta magnitude. Porém, no decorrer do mandato e devido ao trabalho realizado com muita responsabilidade, houve melhora no cenário financeiro e conseguimos então viabilizar recursos para atender a esta antiga demanda através do pré-sal, do Fundo de Desenvolvimento Urbano e de contrapartidas de empreendimentos.

O que essa obra representa para Valinhos?
É uma obra muito importante para Valinhos e muito aguardada, há décadas, pelos moradores. O prolongamento é muito importante para a mobilidade urbana de nossa cidade porque oferece uma nova perspectiva de deslocamento, com maior fluidez, para todos os que se deslocam entre essas duas cidades diariamente.

No início do ano, a previsão de entrega da obra era para setembro. O que atrasou os trabalhos?
Com a pandemia, o país e o mundo todo perderam cerca de 4, 5 meses de atividade econômica. Com isso, nossa estratégia de utilização de contrapartidas foi prejudicada, porque os empreendedores da construção civil ficaram receosos para fazer investimentos durante a pandemia por não saber como ficaria o cenário econômico. Mas, apesar das dificuldades deste período, conseguimos dar andamento.

E qual a previsão para a entrega da obra?
Novembro ou começo de dezembro. Alguns resquícios podem ficar para 2021, mas nós estamos trabalhando a todo vapor para concluir a obra ainda em 2020. 

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