Valinhos

Domicílios ocupados em Valinhos deverão aumentar mais de 30%

Luiz Felipe Leite
Repórter

A quantidade de domicílios ocupados em Valinhos deverá aumentar mais de 30% até 2050. A projeção é da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), que divulgou uma pesquisa sobre o tema na última segunda-feira, 5. O estudo abordou a transição demográfica e demanda por moradias em todo o Estado de São Paulo.
Segundo a Fundação Seade, 41.421 domicílios estarão ocupados em Valinhos até o fim deste ano, enquanto 54.373 deverão estar ocupados em 2050, resultando em um aumento de 31,2%. Como comparação, a população total valinhense, que deverá ser de 121.809 pessoas (sendo 59.899 homens e 61.910 mulheres) até o fim de 2018, deverá ser de 132.821 munícipes (sendo 64.631 homens e 68.190 mulheres) em 2050 (aumento de cerca 9%).
Para o chefe da Divisão de Projeções Demográficas da Fundação Seade, Carlos Eugênio Ferreira, existe atualmente uma tendência demográfica que envolve Valinhos, o Estado de São Paulo, o Brasil e também a América Latina. “De um modo geral, temos uma queda tanto na taxa de natalidade quanto também na de domicílios ocupados. É um fenômeno que vem ocorrendo desde a década de 1970. No caso de Valinhos, existe uma projeção de um aumento proporcional maior de domicílios ocupados do que de crescimento populacional por causa de que temos menos pessoas morando em cada domicílio, devido ao aumento do número de fenômenos de divisões sociais, como divórcios, por exemplo”, comentou.
Ainda de acordo com Ferreira, o Brasil passa atualmente por um processo de ‘transição demográfica’. “Temos uma população que está vivendo mais, devido ao fato de termos melhores condições de vida atualmente. Ao mesmo tempo as famílias estão tendo menos filhos. Na década de 1970, por exemplo, a média de filhos por mulher era de 4,20. Em 2015 essa média caiu para 1,76”, explicou.
Uma consequência positiva da projeção para Valinhos, também segundo o chefe da Divisão de Projeções Demográficas da Fundação Seade, é que o mercado imobiliário ficará aquecido por muito tempo. “Haverá uma necessidade de construção de mais domicílios para suportar o aumento populacional do futuro, mesmo que seja proporcionalmente menor do que no passado. Isso vai ajudar, do ponto de vista econômico, manter o mercado imobiliário em alta”, informou.

Estado
O número médio de moradores por domicílio diminuiu sistematicamente no Estado de São Paulo, reduzindo de um patamar superior a 5 moradores, entre 1940 e 1950, para 4,4, em 1980, 3,6 em 2000, 3,2, em 2010 e deverá manter esta tendência de queda sistemática até atingir o valor de 2,47, em 2050. Esse fenômeno está relacionado com vários fatores, tais como redução do número de crianças por família e mudanças nos padrões da nupcialidade e dos arranjos familiares/domiciliares. A tendência de aumento dos domicílios com pessoas idosas (com 1 ou 2 moradores) é outro fator associado, que é favorecido pelo processo de envelhecimento populacional.

 

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