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Secretaria de Saúde  de Campinas confirma mais três mortes por dengue e total sobe para 23

Mosquito Aedes aegypti é vetor da dengue e de outras arboviroses – Crédito: Rogério Capela

Vítimas morreram entre 18 de março e 17 de abril. Entre 1º de janeiro e esta segunda-feira, 13 de maio, foram confirmados 82.053 casos de dengue em Campinas

A Secretaria de Saúde confirmou na tarde desta segunda-feira, 13 de maio, mais três mortes por dengue em Campinas. Os óbitos foram entre 18 de março e 17 de abril – veja detalhes abaixo. Com isso, o número de vidas perdidas em decorrência da doença subiu para 23.

Desde 1º de janeiro foram confirmados 82.053 casos de dengue na cidade. Assim como em todas as situações de casos registrados, medidas preconizadas foram desencadeadas nas regiões onde residiam as vítimas: controle de criadouros, busca ativa de pessoas sintomáticas e nebulização para combater o mosquito Aedes aegypti, vetor da doença.

A Saúde lamenta as mortes e se solidariza com as famílias. Além disso, reitera o alerta feito desde 2023 com objetivo de sensibilizar a população para tentar reduzir casos e óbitos: a melhor forma de prevenção contra a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.

A epidemia de dengue é nacional e, neste ano, dois fatores contribuíram para aumento de casos em Campinas apesar da série de esforços da Administração para combater a doença e aprimorar a assistência em saúde: a circulação simultânea de três sorotipos do vírus pela primeira vez na história, e condições climáticas favoráveis para a proliferação do mosquito, principalmente por conta das sucessivas ondas de calor registradas desde outubro.

Perfil das vítimas

Sexo masculino, 66 anos, com comorbidades. Atendido na rede pública e morador da área de abrangência do CS DIC III. Ele teve início dos sintomas em 24 de março e o óbito ocorreu no dia 30 do mesmo mês. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 2.

Sexo feminino, 48 anos, sem comorbidade. Atendida na rede pública e moradora da área de abrangência do CS Santa Lúcia. Ela teve início dos sintomas em 12 de abril e o óbito ocorreu em 17 do mesmo mês. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 2.

Sexo feminino, 90 anos, com comorbidades. Atendida na rede pública e moradora da área de abrangência do CS Conceição. Ela teve início dos sintomas em 12 de março e o óbito ocorreu em 18 do mesmo mês. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 2.

Orientações sobre assistência

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.

“A gravidade por dengue, ela se dá, principalmente, na fase que a gente considera crítica, quando a pessoa deixa de ter febre. Ela já não tem febre. Diferente de outras viroses, que quando melhora a febre, quando a gente vê que está tendo resolução, na dengue, isso é diferente. Então, nesse momento, as pessoas devem estar muito atentas se elas melhoraram ou se elas começam a ter algumas alterações, como muitos vômitos, algum sinal de sangramento, por exemplo, na gengiva, a mulher menstruada, ela começa a menstruar no maior volume e, além disso, se ela tem aquela sensação de desmaio, ela começa a se sentir mais indisposta. Essas pessoas têm que voltar imediatamente para a assistência médica para fazer hidratação, muitas vezes, na veia. Uma outra questão que faz a pessoa ter um desfecho favorável é conseguir beber a quantidade de líquido prescrita, que são 60 ml por quilo de peso, que isso é em qualquer líquido e um terço disso em sais de hidratação oral”, alertou a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea Von Zuben.

O que já foi feito

Em 2023, um estudo da Secretaria de Saúde mostrou que a cidade viveria uma nova epidemia de dengue. Por isso, foram desencadeadas diversas medidas para o enfrentamento da doença. Muitas delas consideradas adicionais ao planejamento regular de prevenção e combate à dengue. O plano inclui Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e novo site para divulgar informações.

Em dezembro do ano passado foram reforçados os estoques dos principais insumos usados no tratamento da dengue para garantir o atendimento dos pacientes da rede municipal de saúde. A administração divulgou uma projeção de pelo menos 100 mil casos da doença em 2024.

Entre janeiro e 11 de maio de 2024 foram realizados 15 mutirões intersetorais, incluindo um regional. Foram visitados 63,6 mil imóveis em 103 bairros para orientar a população e retirar criadouros do mosquito.

A Administração tem usado drones para localizar grandes criadouros do Aedes aegypti, como piscinas e caixas d’água em imóveis identificados como desocupados ou em situação de abandono. Com isso, chaveiros podem ser acionados e esta medida está respaldada em decisão judicial de 2020, proferida nos autos do processo judicial n.º 1005810-97.2014.8.26.0114, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas.

Outra novidade é o uso de inteligência artificial para ampliar o monitoramento e assistência em saúde aos pacientes com dengue. Toda pessoa diagnosticada ou com suspeita da doença, após atendimento no SUS Municipal, recebe, via WhatsApp, mensagem disparada pelo chatbot que auxilia a Pasta a acompanhar as condições do paciente. Caso necessário, é feita nova orientação sobre busca por atendimento. Até 10 de maio, 27.875 pacientes foram acompanhados. Do total, 10.070 foram reencaminhados aos serviços de saúde.

A Prefeitura criou ainda o Grupo de Resposta Unificada (GRU), que envolve todas as áreas com objetivo de agilizar respostas e fiscalizações para denúncias que tratam de criadouros.

A Secretaria de Serviços Públicos intensificou o trabalho de coleta de lixo e entulhos e, com isso, passou a recolher 4 mil toneladas a mais de resíduos urbanos por mês.

Aos sábados, a Secretaria de Saúde passou a abrir centros de saúde que não funcionam aos finais de semana para ampliar o atendimento dos pacientes

Açoes em números – (atualização até 9/5)

Controle de criadouros: 447,9 mil imóveis visitados

Nebulização: cobertura de 111,2 mil imóveis

Busca ativa + controle de criadouros: 93,2 mil imóveis visitados

Avaliação de densidade larvária: 58,3 mil imóveis visitados

Pontos estratégicos e imóveis especiais: 1,8 mil imóveis visitados

Mutirões aos sábados: 63,6 mil imóveis de 103 bairros visitados

Comitê de prevenção

A Prefeitura conta com um comitê de prevenção e controle de arboviroses desde 2015, que em 2023 passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. Ele reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos, Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa. No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br.

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