Opnião
Tempestades em Valinhos: um alerta para o futuro
Os fortes temporais que atingiram Valinhos nos últimos dias foram um alerta para a necessidade de obras de prevenção em áreas de risco de alagamentos e enchentes. O transtorno foi grande para muitas pessoas que, especialmente na noite de domingo, dia 8, acabaram ficando ilhadas nos pontos alagados. A mesma situação voltou a se repetir na tarde da última quinta-feira, dia 12.
O transbordamento do Córrego Mathias na região da Rua 13 de maio em frente à Rodoviária e do Ribeirão Pinheiros em vários pontos – soou um alarme sobre o que poderemos ter nos próximos meses. Estamos no começo da primavera e os fortes temporais, mais característicos do período de chuvas de verão, já estão trazendo problemas para a cidade. É preciso que a Prefeitura, através da sua equipe de Defesa Civil e de Obras e Serviços tome providências para evitar que tragédias maiores aconteçam no futuro.
Aliás, algumas medidas preventivas foram tomadas sim pela Prefeitura e outras importantes obras – como a canalização do Córrego Invernada – foram previstas e realizadas ao longo dos anos. Além disso, medidas simples e básicas como a limpeza das calhas dos rios, riachos e córregos, foram realizadas.
No entanto, os últimos temporais – cada vez mais fortes – mostram que é preciso ir além. Os últimos episódios meteorológicos indicam que a queda de árvore passou a ser uma constante em nossa cidade, não apenas em função da idade de algumas, mas porque a velocidade dos ventos está aumentando. É preciso realizar uma varredura nas árvores da cidade, com o objetivo de identificar aquelas que estão em risco de queda.
Além disso, é preciso investir em obras de contenção de enchentes. Valinhos é uma cidade encravada num vale, e o Ribeirão Pinheiros corta toda a cidade. Investimentos em obras como as que foram realizadas na Capuava e na Avenida Invernada – obras frutos de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) da Justiça com a Concessionária Rota das Bandeiras em função das obras de construção do Anel Viário Magalhães Teixeira e das fortes chuvas do ano de 2000 – precisam continuar a ser realizados.
O tecido urbano se expandiu, e grande parte do solo da cidade está impermeabilizado. Isso contribui para que as chuvas causem mais estragos. É preciso que os gestores municipais fiquem atentos às dezenas de pontos de alagamentos já mapeados na cidade e às áreas de risco.
Se por um lado não iremos ter problemas com o abastecimento de água, por outro a agressividade e a intensidade com que as chuvas e os temporais estão chegando na região é pra lá de preocupante. É preciso que as autoridades tomem medidas para evitar que tragédias maiores aconteçam no futuro.
Acreditamos também que é necessário um canal diferenciado de comunicação entre a prefeitura – Defesa Civil – Corpo de Bombeiros e Guarda Civil Municipal (GCM) para alertar a população, especialmente os moradores das áreas de risco. É importante que as pessoas saibam com antecedência a chegada de eventos climáticos fora dos padrões e possam ser retiradas de áreas de risco ou se proteger em caso de chuvas fortes.
Por outro lado, é inevitável que a população também faça sua parte. Cada cidadão tem responsabilidades a desempenhar. É preciso evitar jogar lixo nas ruas e nos rios, o que contribui para o entupimento de bueiros e leitos de rios e riachos e o aumento do risco de alagamentos. Nossa sugestão aqui seria a criação de um programa de Educação ambiental para a população conduzido pela Defesa Civil nos meses que antecedem o período das chuvas, com o objetivo de conscientizar sobre os riscos de alagamentos e enchentes.
É de suma importância, a exemplo do que existe no Departamento de Águas e Esgoto – DAEV – um sistema de monitoramento do abastecimento de água da cidade integrado, que Valinhos também venha a contar em primeiro lugar com um plano de monitoramento – especialmente um diagnóstico das áreas de risco da cidade – e alerta para a população e segundo que o uso da tecnologia possa também ser usado nessas ocasiões e em tempo real.
Os fortes temporais que atingiram Valinhos nos últimos dias são um alerta para a necessidade de ações urgentes para prevenir tragédias. As autoridades municipais precisam tomar medidas para garantir a segurança da população e evitar perdas humanas e materiais.