Opnião

Nova política? Onde?

Na democracia, a política, tão malhada, tão odiada e tão questionada por muitos, continua sendo o melhor caminho para promover as transformações e mudanças na cidade – sejam elas mudanças sociais, econômicas, estruturais – e para tanto, a cada quatro anos abre-se a possibilidade de, todo aquele que tiver interesse, participar do processo.
Não será diferente nas eleições deste ano, em que pese as mudanças no calendário eleitoral que transferiram as eleições para o dia 15 de novembro – 1º turno – e 29 de novembro – 2º turno. Valinhos não tem segundo turno, assim o processo eleitoral é concluído no primeiro tuno.
E, a campanha por aqui já começou. Esta semana uma série de outdoors e faixas foram espalhados pela cidade. Com frases de efeito, os responsáveis pela campanha – assinada com a hashtag – #mudavalinhos – afirmam: “Chega da velha política – Valinhos quer mudança”. “Mais diálogo, mais honestidade na política”; “Estamos de olho”; “Ainda dá tempo. Acorda Valinhos.
Mas, a grande questão é: Essa é a nova política? Começar uma campanha criticando – não estamos aqui tirando o direto de manifestação e expressão – apenas, estamos criticando a forma, pois, por mais que, os “novos da política’ queiram se apresentar como novos, não precisam descontruir o que as gerações anteriores de políticos fizeram pela cidade.
Há uma grande diferença em apresentar como novos e serem inovadores num campo tão árido e complexo. De novos, ao que tudo indica pelas frases de efeito, estão apenas demonstrando que estão impregnados de pré-conceitos, ignoram a história da cidade e nada de inovador apresentam.
Para se ter uma ideia desse discurso ilógico, basta lembrar que Valinhos, com 129 mil habitantes, figura hoje em qualquer índice que mensura qualidade de vida entre as 100 melhores cidades brasileiras. Lembrando que o Brasil tem mais de 5,7 mil cidades. E isso, não é fruto do acaso, é fruto daquilo que os ditos ‘novos’ chamam de ‘velha política’.
Somos a 12ª cidade no Índice de Desenvolvimento Humano – IDH-M – do Brasil. Temos mortalidade infantil comparada a cidades de primeiro mundo. Aqui se vive mais e melhor. Estamos entre as 100 cidades brasileiras para se fazer negócios.
Isso pra citar alguns índices. Isso é fruto dentre outras coisas da política adotada pela chamada ‘velha política’ na criação do Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos – DAEV – que na semana passada completou 50 anos; que construiu o Viaduto Laudo Natel; que abriu as ruas do centro da cidade.
É fruto da política adotada na área de saúde que dotou a cidade com 18 Unidades Básicas de Saúde – UBS – três Centros de Especialidades – um laboratório Municipal e uma Unidade de Pronto Atendimento – UPA 24 Horas; que dotou a cidade com mais de 52 escolas municipais – entre EMEBs e CEMEs – que atendem perto de 12 mil estudantes. Somente este ano, Valinhos ganhou duas novas creches.
Na área habitacional foi a ‘velha política’ quem dotou a cidade dos principais núcleos habitacionais, Jardim Paraiso, Novo Mundo, Bom Retiro I e II, Parque das Figueiras, Jardim São Marcos, Jardim Centenário, entre outros e, todos com infraestrutura. Foi a ‘velha política’ quem criou a Guarda Municipal e a modernizou com novas viaturas e armamentos; criou o Corpo de Bombeiros e cedeu o prédio do antigo SESI 404 para abrigar a 4ª Cia de Policia Militar.
Foi a ‘velha política’ quem resolveu o problema das enchentes na Capuava e na Avenida Invernada, modernizou a Rodovia dos Andradas, deu início ao prolongamento da Avenida Joaquim Alves Corrêa. Quem colocou Valinhos na cena nacional como a Capital Nacional do Figo Roxo e maior produtor de ‘Goiaba In Natura’, quem criou o projeto de Agroturismo, modelo para o Circuito das Frutas.
Sim, Valinhos tem problemas sim e muitos. Afinal de contas, uma cidade não nasce pronta e nunca estará. Para os ‘novos’ na política é preciso entender que a cidade é um organismo vivo, que cresce e se desenvolve diariamente. Fosse Assim, Roma, na Itália, Atenas na Grécia, Jerusalém em Israel, para citar três das mais antigas, poderiam se declarar prontas. Mas não, lá também há problemas.
Ao invés de criticar quem já fez. Os ‘novos’ na política deveriam se apresentar como inovadores. Mostrando que a cidade pode mais. Mas, para ser inovador é necessário conhecimento e, no caso da política, conhecimento da história local é o básico. 

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