Opnião

“A comunicação (do nosso jeito) salva vidas.”

O povo brasileiro reconhece a gravidade do Corona vírus. Isto é um ponto pacífico, queiram ou não; esquerda e direita do nosso cenário político sabem da importância de se tomar medidas contra o galopante avanço dessa calamidade. Porém, o que se mostra mais evidente é a sanha em mostrar quem “sabe” mais, para que após a maré baixar, possa posar como o Messias brasileiro, o salvador da pátria neste período obscuro de histeria generalizada. Então, lhes apresento o nosso mais ilustre auto-declarado candidato. Contemplem, senhoras e senhores, o magnânimo, o científico, o democrático e transparente, João Dória!
Radiante como o Sol da Meia-noite, o homem que se elegeu às custas do sobrenome Bolsonaro (Quem se lembra do bordão “bolso-dória”?) ! Escolhido a dedo pelas massas, por ser a única opção restante contra o candidato (honestamente assumido de esquerda, pelo menos…) Márcio França! Aquele que brada ser contra a politização da pandemia, mas regozija-se de ser “transparente!”, “científico!”, “democrático!” em cada ação tomada para manter sua imagem pública imaculada, enquanto esbraveja ferozmente ao colocar a culpa sobre a pilha de cadáveres de tantos cidadãos acometidos pela doença nas costas do governo federal! Aquele ser honradíssimo e complacente, cujo Secretario de Saúde, esguiando-se como uma cobra, diz que receitou cloroquina para si mesmo ao tratar da doença, mas impediu a população de buscar um alento, sob o honrável pretexto de não ser comprovado “cientificamente eficaz” ( afinal, cerca de 60% de eficácia, conforme apontado em reportagens da própria Bandnews, não é o suficiente para casos iniciais, então, continuamos sem nada e com nosso redondo e eficaz 0%).
Mas vamos ao que interessa. Vejamos a verborragia que nosso ilustre almofadinha escreveu sábado passado, para nosso deleite: Primeiro, a tônica nos termos científico e fake News. Os dois termos mais punhetados pela classe política e jornalística para tirar a credibilidade de seus opositores, já que não o conseguem fazer via argumentação lógica. Ciência se faz através do confronto de hipóteses contraditórias, sejam quais forem, desde tempos bíblicos, muito antes de João Dória receber a Revelação divina no Monte Sinai. Ciência é cética quanto a tudo, se faz e se destrói na medida que for necessário para que alcance a verdade absoluta. Veja: Há estudos a favor da cloroquina e contra sua utilização; a favor do isolamento e contra a eficácia de sua aplicação. Onde nós vimos tais confrontos na esfera política, que se diz tão baseada em ciência? A resposta é simples meus caros: Eu decido o que é cientificamente comprovado segundo o que EU acredito e que me dá ganho político! O resto? fake News! Deve ser censurado pelo bem da nossa frágil sociedade… Quanta nobreza!
Olhem bem, não precisam acreditar em mim quando digo isso, vejam exemplos do mundo afora: O Japão, com uma densidade populacional estupidamente maior que a nossa nas grandes cidades, não adotou o lockdown ou quarentena horizontal e os casos estão sob controle; o mesmo acontece em outros países como Israel, Suécia e algumas cidades da França; Já nossos Hermanos aqui do lado, com um governo de esquerda, decretou o lockdown completo e os casos estão explodindo; o mesmo acontece em Nova York, epicentro da crise nos EUA, com a mesma proposta adotada pelo prefeito de lá. A China nem atualiza mais os dados. Por que isso acontece? Qual o embasamento científico por detrás destas decisões? Pergunte ao nosso governador científico e ele talvez dê uma resposta cientifica sobre o porquê disso. Ou você pode deduzir que tudo isso é um jogo político e vai dar na mesma.
Estamos numa era em que o conhecimento está na ponta de nossos dedos. São miríades de informações brotando a cada momento, e como nos acostumamos ao ritmo hiperativo de uma sociedade informatizada, parte de tais informações não passam pelo escrutínio “técnico” para que possamos consumi-las como falsas ou verdadeiras. Cabe a cada indivíduo buscar as fontes originais e confrontá-las para que se chegue a verdade. A informação está em suas mãos, basta não ser preguiçoso.
O que nosso governador tentou fazer no artigo publicado nada mais foi do que incensar a grande e velha mídia, decadente, já descolada da realidade social e que arrogou para si a posição de vaca sagrada da moralidade e da verdade. Posição tal, da qual foi destronada e jogada as traças pela mídia independente, que burlando toda a burocracia e interesses ideológicos dos grandes conglomerados, trazem o fato bruto; e obtém esse novo prestígio por serem estes indivíduos que buscam a verdade, doa a quem doer, independente do espectro político. Como são pessoas de carne e osso, que se expõem ao trazer a notícia, podem ser parciais quando quiserem, porém o assumem explicitamente quando o fazem. Em outras palavras, são honestos com seus leitores. Isto é ser ético; não ficar repetindo Goebblesianamente conceitos como “ ciência, democrático, transparência” na esperança de que algum dia se transmutem no legado concreto da sua redação, ou no caso do nosso Magnânimo Gestor, sua gestão.
A ideia de “Imprensa democrática” é só aquela que reverbera apenas o que ele acredita. Não só ele, mas como toda a velha classe jornalística e política; fato que ocorre desde a redemocratização (que ironia): ou você acredita nos ideais de esquerda ou é um fascista; ou você bajula o PT e seus comparsas ou é um reacionário desprezível. Não há espaço para o contrário na grande mídia, vejam o que aconteceu com o Lacombe, na Band. A censura vem sob um novo pretexto: “combater as Fake News e aos extremistas”. Olha o ponto degenerado em que estamos.
Daí então, caro leitor, você pode começar a entender o porquê do sucesso das redes sociais nos últimos anos: com um ambiente livre de filtros dos grandes conglomerados, a notícia chega bruta, imediata; nós a filtramos, debatemos e confrontamos; foi assim que derrubamos Lula e Dilma, e estamos mais do que atentos sobre o que se passa nas altas esferas da vida pública. Simples. A partir disso, pode-se começar a entender o porquê do emprego do termo Fake News, usado a torto e a direita (!) quando algum assunto dispara pela internet. É o choro e ranger de dentes daqueles que perderam o seu imerecido prestígio, e se valiam do saudoso passado para  posarem como vigilantes compromissados com a verdade. Todo e qualquer termo utilizado para denegrir a direita nascente, como “ultradireita, extremistas reacionários, populista barato” etc., é solenemente ignorado pelo povão. Por quê? Buscamos a verdade independentemente da situação, não o ganho mesquinho. “Conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará”. Soa familiar?
Nosso campeão, João Dória, o iluminado pela Lua Nova, se gaba de fazer coletivas de imprensa assiduamente, vomitando dados como se isso fosse alguma forma de trazer credibilidade às suas políticas adotadas. Parece mais um bolão diário pra ver quem vai acertar o número de mortos no fim do dia. Informação solta não gera conhecimento nem segurança, muito pelo contrário, aumenta a confusão, e alimenta a histeria que se instalou no estado. Se lembram de quando a quarentena começou? Quando seria o pico do contágio? Até hoje não sabemos, mas continuamos na quarentena…. máscaras são efetivas? Quem sabe… onde estão esses dados? Pelo jeito não importam.
Diz com orgulho que a economia do estado vai bem graças a suas políticas de isolamento e serviços essenciais, mas ignora o simples fato de que é o trabalhador que está justamente “furando” estas políticas que está fazendo a economia girar, ora. Tal individuo não vai trabalhar por birra do governo, vai por saber que tem que sustentar sua família, já que nem todos nós podemos fazer o “Home Office” devido a natureza do ofício. Dória sabe disso? Isso foi informado pra ele? Ou por ele? O Brasil só está de pé porque o brasileiro sabe que uma hora as contas chegam. Com ou sem pandemia.
Ao fim e ao cabo, o que podemos extrair de bom sobre o artigo da Vossa Excrecência? Na minha opinião, só o título. De resto, é birra de uma velha classe jornalística desacreditada e de um grupo político parasítico preocupado apenas em manter sua imagem perante as massas. Passada esta pandemia (logo, tomara Deus), vida que segue. Então, 2022 estará aí, batendo a porta, e como é de praxe na arena política, cada um colherá o que plantou durante este período: Entre a sinceridade inocente de alguns e a malícia velada dessas raposas, eu fico com a primeira opção, e acredito que o Brasil também assim o fará quando chegar a hora.

COMPARTILHE NAS REDES