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Zambelli segue presa na Itália após nova audiência sobre extradição

© Lula Marques/ Agência Brasil
Defesa sustenta não haver motivo para a deputada permanecer presa
Agência Brasil

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) retornou a um tribunal de apelação em Roma nesta quarta-feira, dia 27, e continua presa enquanto a Justiça italiana avalia um pedido de liberdade feito por sua defesa. A parlamentar, que fugiu para a Itália e foi presa em 29 de julho, aguarda uma decisão sobre a extradição solicitada pelo Brasil.

A defesa da deputada

O advogado da deputada argumenta que não há motivo para que ela permaneça em prisão preventiva na Itália, já que ela aguarda o julgamento da extradição. Além disso, a defesa alega que a deputada tem problemas de saúde, uma das principais razões pelas quais ela precisa ser solta.

Durante a audiência desta quarta-feira, o juiz responsável pelo caso informou que precisava de mais tempo para decidir sobre a prisão e a extradição. Em outras palavras, enquanto a Justiça italiana não emite uma nova decisão, Zambelli segue detida. A saber, uma nova decisão pode ser divulgada a qualquer momento.

Acusações e condenações

A prisão de Zambelli ocorreu porque a Interpol incluiu seu nome na difusão vermelha, a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF). O mandado de prisão preventiva em aberto no Brasil pesa contra ela. Anteriormente, a deputada fugiu para a Itália poucos dias antes de o Supremo a condenar a 10 anos de prisão por ser a mentora de uma invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O hacker confesso Walter Delgatti também recebeu condenação na mesma ação.

Na semana passada, a deputada enfrentou uma segunda condenação do Supremo em uma ação diferente. O caso envolve o episódio em que ela perseguiu um homem com uma arma em punho nas ruas de São Paulo. A pena neste caso foi de cinco anos e três meses de prisão pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo. A defesa pode recorrer dessa decisão.

Reação da defesa

Após a segunda condenação, o advogado Fábio Pagnozzi divulgou uma nota. Segundo ele, Zambelli demonstra “surpresa e profundo desacordo” com a sentença. A defesa afirma que vai “firmemente contestar” a condenação, já que ela viola princípios básicos do devido processo legal e revela uma “interpretação extensiva e arbitrária da competência da Suprema Corte”. Em conclusão, o advogado declarou que a deputada reafirma sua inocência e se considera uma “vítima de perseguição política, justo às vésperas de seu pedido de extradição, em um julgamento recorde”.

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