Economia

Tarifaço de Trump pressiona Brasil e acelera corrida por IA e automação

Investir em automação, inteligência artificial (IA) e soluções em nuvem (cloud) deixou de ser diferencial competitivo e passou a ser estratégia de sobrevivência

As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos reacenderam o alerta na economia brasileira. O chamado “tarifaço de Trump”, com alíquotas entre 20% e 50%, atinge cerca de 10 mil produtos nacionais e coloca pressão direta sobre custos e margens de exportação.

Setores como máquinas e equipamentos, carnes, café, frutas, móveis, têxteis e calçados estão entre os mais afetados. Embora o impacto no PIB seja considerado “modesto”, especialistas afirmam que a situação para empresas exportadoras é tudo menos simples.

Com margens cada vez menores e concorrência global acirrada, a busca por eficiência virou questão de sobrevivência. A resposta, apontam analistas, pode estar na automação, na inteligência artificial e na computação em nuvem.

O tarifaço anunciado pelo governo Trump em 2025 adiciona taxas de até 50% sobre produtos brasileiros, em um movimento de proteção à indústria norte-americana. A medida atinge diretamente setores estratégicos das exportações nacionais.

  • Café: O grão brasileiro, símbolo da pauta de exportação, recebeu tarifa de 50%. Em 2024, o Brasil exportou US$ 2 bilhões aos EUA, o que representa 16,7% do total vendido. Consultorias alertam que o aumento pode encarecer o produto e reduzir margens.

  • Carne bovina: Segundo maior destino das exportações brasileiras, os EUA compraram 532 mil toneladas de carne em 2024, movimentando US$ 1,6 bilhão. A Abiec estima perdas de até US$ 1 bilhão no setor.

  • Frutas: As exportações somaram 1 milhão de toneladas em 2023, com destaque para manga, uva e açaí. Agora, o setor teme retração de até metade do volume exportado, segundo a Abrafrutas.

  • Máquinas e móveis: Responsáveis por 8% a 10% das vendas ao mercado americano, as indústrias relatam risco de demissões e perda de competitividade, principalmente entre pequenas e médias empresas.

A Amcham Brasil calcula que cerca de 10 mil empresas brasileiras podem ser afetadas diretamente, comprometendo 3,2 milhões de empregos.

Especialistas afirmam que o momento exige transformação digital acelerada. Investir em automação, inteligência artificial (IA) e soluções em nuvem (cloud) deixou de ser diferencial competitivo e passou a ser estratégia de sobrevivência.

Estudo da PwC mostra que 90% das empresas já usam IA para reduzir custos operacionais. Segundo a Gartner, a adoção estruturada dessas tecnologias pode diminuir despesas em até 30%.

Casos internacionais comprovam o potencial:

  • A General Electric usa IA para prever falhas em turbinas, economizando milhões e evitando paradas inesperadas.

  • O JP Morgan Chase automatizou a análise de contratos com IA, economizando 360 mil horas de trabalho por ano.

No Brasil, o movimento ganha força. Pesquisa da InfoMoney indica que uma em cada cinco empresas já utiliza IA em 2025. A IBM aponta que 42% das companhias globais exploram ou implementam a tecnologia em seus fluxos de trabalho.

Entre as principais aplicações da tecnologia no ambiente corporativo estão:

  • Atendimento automatizado: chatbots reduzem custos e oferecem suporte 24 horas, sem perda de qualidade.

  • Análise de dados e previsões: algoritmos analisam volumes massivos de informações para prever demandas e ajustar a produção.

  • Logística inteligente: sistemas conectados à nuvem otimizam estoques e rotas, reduzindo desperdícios.

  • Marketing personalizado: IA interpreta o comportamento do consumidor e ajusta campanhas automaticamente.

Essas soluções permitem operar com mais agilidade e previsibilidade, reduzindo a dependência de fatores externos e protegendo margens em tempos de incerteza.

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