Economia

Fundações sem fins lucrativos pagam mais que empresas no Brasil

© Marcello Casal JrAgência Brasil

Trabalhar em uma fundação ou associação sem fins lucrativos pode render um salário maior do que no setor empresarial.
É o que aponta um levantamento divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira, dia 18.

Em 2023, a remuneração média mensal nessas instituições foi de R$ 3.630,71.
O valor equivale a 2,8 salários mínimos e supera o pago por empresas privadas.

Salários médios em 2023

Segundo o IBGE, as empresas pagaram, em média, 2,5 salários mínimos.
Já a administração pública liderou o ranking, com média de quatro salários mínimos.

O salário mínimo considerado no estudo foi de R$ 1.314,46, valor vigente em 2023.

Os dados fazem parte de uma radiografia das Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos, conhecidas como Fasfil.
As informações foram coletadas no Cadastro Central de Empresas (Cempre).

O que são as Fasfil

O IBGE classifica como Fasfil entidades privadas que não têm finalidade lucrativa.
Entram nessa categoria associações comunitárias, fundações privadas, instituições religiosas, educacionais e de saúde.

Ficam de fora sindicatos, partidos políticos, condomínios e órgãos paraestatais, como o Sistema S.
Esses grupos são classificados separadamente como entidades sem fins lucrativos.

Crescimento do setor

Entre 2022 e 2023, o número de Fasfil cresceu 4%.
O total passou de 573,3 mil para 596,3 mil organizações em todo o país.

Esse grupo representa 5% das 11,3 milhões de organizações existentes no Brasil.
As entidades empregam 2,7 milhões de pessoas, o equivalente a 5,1% dos trabalhadores formais.

Saúde e educação lideram empregos

A área da saúde concentra 41,2% dos trabalhadores do setor.
São cerca de 1,1 milhão de pessoas empregadas.

Educação e pesquisa aparecem em seguida, com 27,7%.
A assistência social responde por 12,7% dos postos de trabalho.

Mais de um terço das entidades é religioso.
Na sequência estão cultura, recreação, defesa de direitos e associações profissionais.

Mulheres são maioria, mas ganham menos

As mulheres representam 68,9% dos trabalhadores das Fasfil.
No mercado de trabalho geral, elas são 45,5%.

Na educação infantil, a presença feminina chega a 91,7%.
Mesmo assim, elas recebem, em média, 19% menos que os homens no setor.

Importância econômica e social

Para o coordenador do IBGE, Francisco Marta, o levantamento reforça o peso do setor.
“Elas complementam ações do governo em saúde, educação, assistência social e defesa de direitos”, afirma.

Segundo ele, as entidades também contribuem de forma relevante para a economia.
“Participam com bastante força na geração de riqueza do país.”

Estrutura das entidades

A maioria das fundações e associações é de pequeno porte.
Em média, cada uma tem 4,5 empregados.

Cerca de 85,6% não possuem nenhum funcionário formal.
Apenas 0,7% contam com mais de 100 empregados.

Os maiores quadros estão em hospitais, ensino superior e ensino médio.
Já as entidades religiosas têm, em média, menos de um empregado.

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