Estudo mostra que 43% não têm reserva de emergência e apenas 15% dos não aposentados possuem previdência privada

A primeira edição da pesquisa “O planejamento financeiro do brasileiro: da consciência à prática”, realizada pela Planejar (Associação Brasileira de Planejamento Financeiro) em parceria com o Datafolha, revela um contraste entre a percepção e a prática da organização financeira no país.

Segundo o levantamento, 59% dos brasileiros se consideram razoavelmente, muito ou extremamente planejados, mas 46% estão insatisfeitos com sua situação financeira. Além disso, 84% dos entrevistados passaram por situações emergenciais nos últimos 12 meses, como precisar atrasar o pagamento de contas, pedir empréstimos ou recorrer ao crédito.

Os dados mostram ainda que 43% da população não têm reserva de emergência — entre eles, 62% são mulheres e 78% pertencem à classe C.

O estudo, que ouviu 2 mil pessoas de todas as regiões do país, aponta que 64% dizem planejar as despesas mensais com frequência, mas 39% admitiram ter gastado mais do que receberam no último ano. Mesmo entre os que se consideram planejados, 22% relataram o mesmo comportamento.

Quando o assunto é o futuro, a distância entre intenção e ação também aparece. Embora 82% já tenham pensado na aposentadoria e 97% declarem ter metas financeiras, apenas 15% dos não aposentados possuem previdência privada. Entre os aposentados, o número é de 22%.

O planejamento sucessório também é pouco explorado: 56% afirmam já ter refletido sobre como distribuir bens entre herdeiros, mas só 7% possuem testamento ou plano formal.

“Os altos índices de autopercepção de planejamento contrastam com a baixa adoção de ferramentas práticas, como seguros ou previdência. Muitos ainda confundem controle de gastos com planejamento financeiro estruturado”, destaca Ana Leoni, CEO da Planejar.

Busca por orientação

O estudo também mostra que seis em cada dez brasileiros (57%) não contam com ajuda para lidar com suas finanças. A maioria busca informações por conta própria (34%), e 23% nunca procuraram apoio.

Entre os que buscam orientação, 42% o fazem por dificuldades financeiras e 40% em busca de mais conhecimento. Jovens de 18 a 24 anos e pessoas das classes A e B são os grupos mais propensos a buscar ajuda profissional.

Apenas 2% dos entrevistados já contrataram um planejador financeiro, mas quase metade (49%) consideraria fazê-lo. As principais motivações são organizar a vida financeira (24%), esclarecer dúvidas (17%) e controlar gastos (11%).

“Há uma grande oportunidade para o crescimento da profissão. Apoio especializado pode encurtar o caminho para o equilíbrio financeiro”, reforça Ana Leoni.

Sobre a Planejar

A Planejar é a única instituição no Brasil autorizada a conceder a certificação CFP® (Certified Financial Planner), padrão internacional de excelência no planejamento financeiro. Afiliada ao FPSB (Financial Planning Standards Board), reúne mais de 11 mil planejadores certificados no país — o quinto maior número do mundo.

📊 Acesse o estudo completo: planejar.org.br