Candidato relata ameaças e episódios de assédio durante sua passagem pelo Ministério dos Direitos Humanos, enquanto disputa a prefeitura de Valinhos pelo PT

Leonardo Pinho, ex-diretor do Ministério dos Direitos Humanos e atual candidato a prefeito de Valinhos em entrevista publicada pelo site Metrópole na última quinta-feira, dia 12, trouxe à tona denúncias contra o ex-Ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. Léo Pinho, como ficou conhecido em Valinhos em função da sua candidatura a prefeito, relatou ter sido vítima de assédio moral e ameaças durante o período em que trabalhou no Ministério dos Direitos Humanos como diretor.

Segundo Léo Pinho, os episódios de assédio aconteceram durante reuniões individuais e em grupo, nas quais ele se sentiu constantemente intimidado. Ele descreve uma atmosfera de pressão e constrangimento, que impactou diretamente sua atuação profissional. Em suas palavras, “Durante as reuniões, era evidente o clima de intimidação. Senti-me acuado e desrespeitado em várias ocasiões.”

Na tarde do último dia 5, enquanto dirigia pela Rodovia dos Bandeirantes a caminho de São Paulo, Pinho recebeu uma chamada de um número desconhecido. Segundo ele, a ligação foi de uma voz masculina que fez uma ameaça direta: “Não vou aceitar. O complô vai ser desmantelado. Para de falar. O Silvio é sócio de grandes escritórios de advocacia. É sócio do Walfrido Warde.” A chamada foi encerrada abruptamente, deixando Pinho em estado de preocupação.

Este telefonema aconteceu menos de uma hora após a divulgação de uma reportagem que trouxe à tona acusações de assédio sexual contra Almeida, das quais Pinho havia colaborado sob anonimato. Em entrevista, Pinho detalhou sua experiência pessoal e profissional, explicando o ambiente conturbado que enfrentou enquanto estava no ministério.

A denúncia de Léo Pinho contra o ex-ministro Silvio Almeida e o Ministério dos Direitos Humanos lança luz sobre questões de conduta e tratamento dentro de órgãos públicos que deveriam zelar pela dignidade humana. Essas revelações surgem em um momento crítico, enquanto Léo se prepara para a campanha eleitoral em Valinhos, cidade que o conhece de perto e onde ele agora busca o cargo de prefeito.

Sua candidatura é marcada pela promessa de trazer para Valinhos os valores de justiça e respeito que ele defende, inclusive em suas lutas anteriores dentro do Ministério. Léo Pinho espera que sua experiência em nível nacional, apesar dos desafios enfrentados, sirva como um diferencial positivo na busca pela melhoria da cidade e na proteção dos direitos de seus cidadãos.

Pinho relata que sua relação com Almeida, inicialmente cordial, deteriorou-se ao longo de 2023. Em uma reunião em outubro daquele ano, Pinho apresentou queixas sobre a relação entre o Ministério dos Direitos Humanos e o Ministério da Igualdade Racial, dirigido por Anielle Franco. Segundo Pinho, Almeida perdeu o controle, xingou-o e fez gestos agressivos: “O ministro ficou descontrolado, transtornado. Fiquei com medo de ele me agredir.”

Além disso, Pinho descreve momentos de assédio moral em que Almeida teria agido de forma intimidatória e agressiva, batendo na mesa e na própria pessoa, enquanto fazia críticas severas ao trabalho de Pinho. Essas situações culminaram em sua decisão de deixar o cargo e também em seu medo constante.