Economia
Petrobras e Equinor arrematam cinco blocos no pré-sal com alto ágio

© Tânia Rêgo/Agência Brasil
No modelo de partilha, utilizado para áreas do pré-sal, o critério de escolha do vencedor não é o valor do bônus, já fixado em edital, mas o maior percentual de óleo excedente entregue à União
O leilão de sete blocos de exploração de petróleo na região do pré-sal, realizado nesta quarta-feira, dia 22, resultou na venda de cinco áreas e contratou R$ 452 milhões em investimentos. O ágio médio oferecido pelas empresas sobre o óleo excedente entregue à União foi de 91,2%, chegando a 251,63% no bloco Citrino.
O evento, parte do 3º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha da Produção (OPP), aconteceu na sede da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no Rio de Janeiro. Os blocos ficam nas Bacias de Campos e Santos, principais áreas do pré-sal brasileiro.
“Nosso foco são os investimentos que asseguramos e a arrecadação futura, incluindo royalties de 15%”, destacou o diretor-geral da ANP, Artur Watt Neto.
No modelo de partilha, utilizado para áreas do pré-sal, o critério de escolha do vencedor não é o valor do bônus, já fixado em edital, mas o maior percentual de óleo excedente entregue à União. O excedente representa o lucro após o pagamento dos custos de produção.
No leilão de outubro, 15 empresas estavam habilitadas, mas apenas oito apresentaram propostas, sendo cinco vencedoras. Petrobras e Equinor se destacaram, cada uma arrematando duas áreas, incluindo um consórcio para exploração conjunta.
Destaques do leilão
Citrino (Bacia de Campos): Petrobras 100% operadora, ágio de 251,63% sobre o mínimo do edital.
Jaspe (Bacia de Campos): Petrobras 60% e Equinor 40%, ágio de 96,47%.
Itaimbezinho: Equinor 100%, ágio 4,2%.
Ametista (Bacia de Santos): Consórcio chinês CNOOC/Sinopec, ágio 40,41%.
Esmeralda (Bacia de Santos): Karoon operadora única, ágio 33,78%.
Os blocos Larimar e Ônix não receberam propostas e serão reofertados na próxima OPP.
O leilão trouxe novas empresas ao regime de partilha, incluindo Karoon e Sinopec. Segundo a diretora da ANP, Symone Araújo, os blocos Ametista e Citrino ampliam as fronteiras exploratórias do país e fortalecem reservas estratégicas.
O próximo leilão, o 4º Ciclo da OPP, deve acontecer em 2026, com até 26 blocos disponíveis. A ANP recomenda que leilões ocorram ao menos uma vez por ano, garantindo continuidade na exploração e atraindo investimentos.
A assinatura dos contratos está prevista até 29 de maio de 2026. Além de gerar empregos e arrecadação, o leilão reforça o papel estratégico do pré-sal na matriz energética nacional.
Em junho, outro leilão (5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão) vendeu 34 blocos, incluindo 19 na Foz do Amazonas, nova fronteira de exploração no país. Recentemente, a Petrobras recebeu autorização do Ibama para iniciar perfuração na região.


